quarta-feira, dezembro 05, 2012

Para grandes males...

Jornal i:

O estado alemão da Renânia do Norte-Vestefália encontrou um novo método de combater a fuga e a fraude fiscal: paga sistematicamente a empregados bancários helvéticos para que estes entreguem dados de clientes alemães que recorrem à Suíça para não pagar impostos.
 Desta vez, o resultado valeu a pena: 2,9 mil milhões em depósitos não declarados de 750 fundações e 550 particulares alemães, tudo depositado no banco suíço UBS. 
 A informação consta de um CD que já se encontra na posse das autoridades fiscais daquele estado federado e é suficiente para provar que as fundações defraudaram o Tesouro alemão em 204 milhões de euros. 
 A notícia foi publicada no jornal “Süddeutsche Zeitung”. O presidente do Sindicato Fiscal da Alemanha, Thomas Eigenthaler, citado pelo periódico, vai mais longe e afirma que, segundo os seus cálculos, fundações e cidadãos alemães têm, neste momento, depositados na Suíça cerca de 150 mil milhões de euros ilegais. 
 A mesma fonte refere que, desde que as autoridades da Renânia do Norte-Vestefália iniciaram este tipo de procedimentos, mais de 40 mil depositantes se entregaram voluntariamente a fim de evitar penas maiores por parte da justiça.

Esta  notícia, aqui melhor explicada,  não traz nada de novo depois da compra, igualmente em condições peculiares, a um bancário do Luxembrugo, de uma lista de devedores alemães ao fisco, há uns anos. Além disso, a Alemanha acha há muito tempo que a Suíça é um país que acolhe ladrões.

Os alemães da criminalidade de gabinete e os que fogem ao fisco não têm a sorte de terem por lá uma escola de Direito como a de Coimbra. Se tivessem tudo isto era nulo e mais que nulo, inexistente. Como por cá...
Curiosamente, essa escola de Direito que se pela por nulidades foi beber a maior parte do que sabe às escolas da Alemanha.

8 comentários:

Floribundus disse...

com psd ou ps 'a corrupção continua'

o melhor elogio de passos e tózé veio duma mulher da classe média
'são muito bem parecidos'

no 'Leopardo' de Lampedusa dizia-se
'mudar, mudar, para que tudo fique na mesma'

os produtores alteraram o nome ao filme 'milagre de Milão' porque no guião de Zavattini se chamava
'os pobres perturbam'.
os ricos também

lusitânea disse...

Ainda bem que os CD´s neste jardim à beira mar plantado e onde se está a construir a torre de Babel futurista, por conta da segurança social, não faz prova em tribunal...

Vivendi disse...

Na Suíça também anda muito milhão de portugueses. E muito dele feito à custa dos nossos impostos.

Nisto a comunicação social não dá seguimento.

Kaiser Soze disse...

Além de tudo que é óbvio comentar nesta notícia, não deixa de ser, digamos, divertido os alemães entenderem a Suiça como acolhedora de ladrões.
Afinal, não é só em Portugal que a memória é curta!

António Balbino Caldeira disse...

Whistle-Blower Awarded $104 Million by I.R.S.:
«The Internal Revenue Service acknowledged on Tuesday that information he had provided was so helpful that he would receive a $104 million whistle-blower award for revealing the secrets of the Swiss banking system.

By divulging the schemes that UBS used to encourage American citizens to dodge their taxes, Mr. Birkenfeld led to an investigation that has greatly diminished Switzerland’s status as a secret haven for American tax cheats and allowed the Treasury to recover billions in unpaid taxes.

In addition to paying $780 million in 2009 to avoid criminal prosecution, the bank turned over account information regarding more than 4,500 American clients.

The disclosure of Swiss banking information — which caused a fierce political debate in Switzerland before winning approval from the country’s Parliament — set off such a panic among wealthy Americans that more than 14,000 of them joined a tax amnesty program. I.R.S. officials say the amnesty program has helped recover more than $5 billion in unpaid taxes.»

http://www.nytimes.com/2012/09/12/business/whistle-blower-awarded-104-million-by-irs.html.

Whistleblower - Informant Award: «The IRS Whistleblower Office pays money to people who blow the whistle on persons who fail to pay the tax that they owe. If the IRS uses information provided by the whistleblower, it can award the whistleblower up to 30 percent of the additional tax, penalty and other amounts it collects.»

http://www.irs.gov/uac/Whistleblower---Informant-Award.


Alerta a las cuentas opacas
Suiza dará todo tipo de datos de defraudadores a España:
http://www.expansion.com/2012/09/25/economia/1348525034.html

http://www.kinsellatax.co.uk/index.php?page=Will-HMRC-follow-in-IRS-footsteps-and-award-more-whistleblower-incentives

muja disse...

Pois, mas é curioso...

O pessoal farta-se de vociferar contra os alemães, que são isto e aquilo, apenas porque lhes devem dinheiro e não lhes pagam.

Mas imagina-se o Deus-me-livre que não seria nesta terra se se descobrisse que o Estado empreendia a uma diligência semelhante, para descobrir quem lhe deve e não paga, já para não falar de quem rouba, pura e simplesmente...

Normalmente acontece assim. Quem faz por que lhe paguem, e acautela o que é seu, acaba credor. Quem não faz... bom, olhemos para nós...


naoseiquenome usar disse...

Será que posso presumir que em nome de uma alegada justiça, desejaria prescindir das garantias do direito?

josé disse...

Para que servem as garantias nestes casos?
Para proteger ladrões? Isso é garantia de quê, afinal?

O discurso das garantias ganhou adeptos porque os que verdadeiramente precisam delas são os que as promovem. E só por isso, nada mais.
Sempre que as garantias deixem de lhes interessar são ainda mais radicais no discurso anti-garantias, fazendo-o com o mesmo denodo teórico com que o faziam antes.

Exemplo? Uns advogados que cá sei...