sábado, abril 18, 2015

Declarações de honra e saneamentos em Maio de 1974

No dias a seguir a 25 de Abril de 1974 a caça às bruxas, perdão, "pides" fazia parte do ar do tempo.

Por isso tornava-se curioso ler certas declarações publicadas por esses dias nos jornais, as quais e destinavam a dar notícia pública que determinada pessoa, às vezes com foto e bi assinalados, não tinham pertencido à "Pide/DGS e nalguns casos nunca tinham sido fascistas.

Algumas declarações tinham também a ver com outro fenómeno surgido na ocasião: os "saneamentos"...

Este tipo de fenómenos só pode mesmo ser mostrado assim, com scanadelas de "pasquins". Não há mesmo outro meio...


Diário Popular de 3 de Maio de 1974:






Diário Popular de 4 de Maio de 1974:



Diário Popular de 21 de Maio de 1974:





Diário Popular de 28 de Maio de 1974:




8 comentários:

Floribundus disse...

para alguns profissionais a inconstância é a principal característica do ser humano

o mea culpa do Cristãos
a autocrítica que faço
são para mim demonstração dessa variação de carácter

outro factor importante é a desonestidade intelectual, por vezes bem patente nos escritos que apresenta

a inquisição do ps e do pcp destruiram a saudável possibilidade de convivência democrática
continua a haver inimigos em lugar de adversários

a esquerda só tem lixo humano
nada a fazer
além de o varrer

muja disse...

Liberdade da boa...

Maria disse...

Eis mais recortes de jornal com notícias absolutamente imperdíveis.
Ainda não consegui ler muito do publicado mas do que já li devo dizer que se não soubesse que o que nelas se relata é de facto verídico, de tão surrealistas aos olhos de quem lê, palavra que não dava para acreditar.

Além dos casos verdadeiramente vergonhosos de centenas ou milhares de cidadãos comuns serem forçados a colocar anúncios em jornais para provar a sua inocência quanto a terem tido qualquer ligação à Pide ou DGS, o que só por si dá uma ideia de que a tal democracia, acompanhada das apregoadas e tão incensadas liberdades, recentemente restituída ao povo,
mais não era (embora por essas alturas nas mentes ingénuas da maioria dos portugueses não subsistisse a mais pequena dúvida quanto à integridade e patriotismo dos pulhas-democratas) do que a mais escandalosa farsa e a maior traição à Pátria alguma vez havidas em Portugal. Como mais tarde se veio a comprovar com sobras.

Mas o que mais me impressionou porque me fez recordar com horror algo de horrível acontecido em Lisboa, com uma democracia novinha em folha a ser festejada em tudo quanto era síto, quando eu, de férias em Portugal, um dia me deparo com a notícia de um crime pavoroso cometido contra um polícia que detinha o seu posto de serviço fixo desde há muitos anos junto à Portela de Sacavém.

Este homem bom e certamente pai de família, que eu conhecia bem de vista porque vinha frequentemente a Lisboa de avião, habituado (como 100% dos portugueses) ao clima de paz e segurança absolutas que se viviam em todo o Portugal jamais poderia ter imaginado por um segundo que ao aproximar-se de um automóvel estacionado debaixo do viaduto e já quase pegado à Rotunda do Relógio, para prestar uma informação que lhe estava a ser solicitada, iria ser puxado pela cabeça para dentro da janela do carro e a ser arrastado por muitos metros até ser largado no meio da estrada completamente desmembrado. Um crime destes era horrível demais para os portugueses crerem possível ter acontecido em Portugal.

Que mal teria este bom homem feito àqueles malvados (dizia-se que tinha sido uma mulher quem o havia puxado pela cabeça) para terem cometido tão intsatânico crime? Nada,
de certeza absoluta. Tratou-se de uma vingança contra alguém, não eressava quem, que simbolizasse o anterior regime, alguém mesmo inocente onde quer que se encontrasse. Um crime tão horrendo, perfeitamente gratuito, perpetrado a sangue frio, só poderia ter sido realizado pelas mãos de uma criatura louca e/ou completamente toldada pela droga.
(cont.)

Maria disse...

(Conclusão)

Sabendo-se que toda a malta brava da oposição que vivia fora de Portugal, sobretudo em Paris antro por excelência das reuniões conspirativas contra a Pátria da máfia portuguesa, mais os seus apêndecis/baladeiros de intervenção que eram parte integrante do bando traidor e, destes, uns mais outros menos, todos consumidores inveterados de estupefacientes leves e pesados, não seria de admirar que no meio desta gente desalmada estivesse o/a criminoso/a que cometeu tão maldito crime. Poucos dias terão passado sobre este, reportando-se a noticia no Diário Popular de 4/5/74 a nada se saber ainda sobre quem o teria cometido. Pois, pudera! Por esta altura já a comunicação social estava dominada pelo esquerdismo comunista, socialista e extremista e quem destes cometesse crimes a mando daqueles estava safo pois nunca mais seria apanhado. Como não foi. Dava-se assim início à instauração do terror na população, como é sabido acontecer em todas as democracias. A esquerda vive disto e para isto.

Se somarmos dois mais dois fàcilmente chegaremos à conclusão de que a grande maioria dos traidores, criminosos, mercenários, terroristas e drogados, a soldo dos democratas que tomaram d'assalto o poder em Portugal, já se encontravam no País bem protegidos e melhor posicionados para iniciar as manobras subversivas e os crimes gravíssimos subsequentes, como efectivamente vieram a verificar-se e foram milhares.

Portanto, sem ter certezas mas baseada nos crimes pavorosos por demais conhecidos e obra deste bando, terá sido um dos malditos apátridas a ele pertencente a cometê-lo de um modo bárbaro e imperdoável. Se o seu autor/a ainda estiver vivo/a e p'lo que se vai vendo e lendo por aí ainda estará, que Deus o/a castigue como só Ele sabe e pode fazer.

Fica a pergunta crucial: e será que essa pessoa ainda não foi punida pela Justiça Divina? Se calhar até já foi... E tendo sido já saberá porquê.

Maria disse...

"satânico crime"

"interessava"

"apêndices/baladeiros"

"crimes a mando dos chefes tinha a cobertura total daquela e estava safo"

zazie disse...

O palerma do Carlos que bufe agora:

http://www.publico.pt/politica/noticia/a-politica-e-a-casa-deles-1692570

Como são de esquerda até é cool.

Floribundus disse...

no socialismo mesmo sem desejarmos o poder
a espada de Damocles (mencionada por M T Cícero in Tusculanae disputationes) está sempre sobre as nossas cabeças

Maria disse...

Há um anúncio à marca de cigarros, "KENT", num destes jornais a que achei imensa graça. Trata-se de um da autoria da Agª. de Publicidade Marca (na margem direita lê-se: Marca 74, portanto ano do golpe de Estado) na qual trabalhava como gerente ou director (não sei como se designava na altura esta função administrativa) o pai d'António Costa, dr. Orlando Costa. Pessoa esta que, como bom comunista que já era na altura... (conforme afirmou tê-lo sido sempre, ainda não vão muitos anos, numa entrevista televisiva), tornado temporàriamente capitalista e, crê-se, até ver onde parariam as modas. Esta era a postura encapotada que naturalmente nesses tempos mais lhe convinha (a ele e a muitos comunistas, socialistas e esquerdistas, todos eles muito democratas... mas, claro está, só da boca pra fora, como estamos todos fartos de comprovar) e que bem ele se deu na vida.

Os seus patrões, como nesses tempos se apelidavam os chefes, eram alguns dos grandes capitalistas d'então, como João Salgado: Admr. da Bonança, Mimon Anahory: Admr. da Cª. do Gaz e o Conde de Caria, este aparentado com o primeiro.

Ai, ai como a vida era bela no denegrado fascismo..., então não era?!, basta perguntar aos hipócritas e cínicos democratas que ainda por aí parasitam, o quanto lucraram durante aquele execrável regime e como, já neste, enriqueceram escandalosa e obscenamente à custa de uma roubalheira desenfreada e permanente desde o primeiro dia em que puseram os pés neste infeliz País até àquele em que nos encontramos.

E viva a democracia!