domingo, junho 28, 2015

Em Portugal é disto que temos...

 Daqui, memórias de um inteligente...chamado Daniel Oliveira

O “conto de crianças” que Tsipras e Varoufakis conseguiram ver aprovado em troca de mais financiamento foi um programa de combate à evasão fiscal, à corrupção e ao desperdício. De extensão de apoios sociais, com garantias de fiscalização. De aumento do salário mínimo. De combate ao endividamento das famílias e de mais justiça fiscal. Do fim do processo de privatizações. Da morte definitiva da troika, com a valorização da OCDE e da OIT. E de aplicação de parte de um programa de emergência social. Podem tentar transformar isto numa derrota. Se um governo nosso conseguisse, sem que Portugal esteja no aperto que a Grécia está, metade disto eu festejaria. É só um começo de uma guerra que será dura. Mas é um bom começo. Como fica evidente com o torcer de narizes do BCE e do FMI.

Em Portugal, há quarenta anos tínhamos deste tipo de inteligentes às dúzias. Foram os autores do PREC...e nada esqueceram e nada aprenderam, dos paizinhos ou dos inteligentes que os ensinaram.

Porque é que Portugal está condenado a ter estes palermas sempre a perorar sobre o que não sabem porque descuram o que é sabedoria chã e antiga?

É preciso ainda dizer que o couto privilegiado desta espécie de inteligentes é a Impresa do senhor Francisquinho Balsemão, outro finório. Tem lá toda a tralha que lhe faz falta para esta pouca-vergonha e não desiste de arruinar a decência que seria exigível ao jornalismo competente e sério.

Em tempo:

É preciso não esquecer que ainda há três meses havia outros inteligentes a pedir isto:

 Da esquerda à direita, são 70 as personalidades que apelam, num manifesto, à reestruturação da dívida. A dois meses do final do programa de ajustamento financeiro, várias figuras de relevo e de diferentes quadrantes políticos defendem a reestruturação responsável da dívida.

O teor documento é antecipado esta terça-feira pelo jornal “Público”, segundo o qual o documento inclui as assinaturas de personalidades como Adriano Moreira, Bagão Félix Manuela Ferreira Leite, João Cravinho, Carvalho da Silva, Francisco Louçã, Ferro Rodrigues e Manuela Arcanjo.

O manifesto visa “apelar à preparação da reestruturação responsável da dívida para crescer sustentadamente, para criar emprego, para que haja futuro, em vez de estarmos a repetir do passado e de, em austeridade em austeridade, estarmos cada vez pior”, indica à Renascença, João Cravinho, o principal promotor do documento. 


Quem os capitaneava? O incrível Cravinho, o mesmo que para combater a corrupção na JAE criou um sistema em que a corrupção aumentou...

14 comentários:

zazie disse...

Endogamia

João Nobre disse...

"Em Portugal, há quarenta anos tínhamos deste tipo de inteligentes às dúzias. Foram os autores do PREC...e nada esqueceram e nada aprenderam, dos paizinhos ou dos inteligentes que os ensinaram."


É verdade! A esquerda radical não aprende nada com o passado e a fórmula que propõem é idiotice pura, mas o que a nova e "moderna" direita liberal propõe é lixo ideológico do século XIX:

http://historiamaximus.blogspot.pt/2015/06/na-iminencia-do-desastre-o.html

Ricciardi disse...

No budismo é o yin yang. Na física é a acção reacao. Causa e efeito. Insisto nesta ideia porque as acções tem consequências.
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O problema não está em quem corporiza as consequências, mas sim em quem as provocam.
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O syriza surge como reacao, não como causa.
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Há 40 anos em portugal tb assim foi. Com uma agravante: a censura fez o favor de colocar a 'reacao' num plano salvador... e, por pouco, não fora o animal político Soares e o comunismo teria vingado de facto.
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No Minho o povo baptizou um utensilio de cozinha com alguma ironia. Eu nem sabia mas, enquanto aprendia a fazer um bolo de cenoura para as festas de s. Joao, a empregada vira-se para mim e diz-me:
- oh rb abra-me a gaveta e tire-me o Salazar.
- então, mas agora o Salazar está numa gaveta?
- sim, na segunda bem ao fundo.
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Abri a gaveta. Não via nada com cara de Salazar.
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- oh Conceição, o que é o Salazar q devo tirar da gaveta?
- é isto, disse ela.
- mas isso é o rapador do fundo das panelas!
- é, é o Salazar. Não sabia?
- vc sabe quem foi Salazar?
- Sei. Era o dono do governo.
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Intrigado, coloquei a questão à minha mulher.
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- Olha lá, sabes como chamam ao rapador de tachos?
- Sei, Salazar.
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Cum caneco.
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Rb

aragonez disse...

Hoje, no notiviário das 7:00 na RTP que todos pagamos, uma menina reporter em Atenas, solicitava um comentário ao Ministro das Finanças dizendo, tal Mme Martins: "para Portugal! Para o povo de Portugal!"
Esta maneira de estar por parte de uma menina que certamente ganha salário que não se envergonha perante outros na tal TV que todos pagamos, esteve bem inserida em todo o noticiário.
Bem "trabalhado" por e onde sabemos, pareceu uma sessão de esclarecimento do BE.
Estamos no bom caminho...

Zephyrus disse...

Parece-me estar em causa algo muito mais profundo. Um confronto entre o Ocidente e os «outros».

É preciso recordar que Portugal surgiu por interesse da Europa para lá dos Pirinéus. Interessava expulsar os mouros, que poderiam tornar-se um perigo para a Europa Média caso estacionassem aqui. Com as cruzadas, a moirama desviou recursos do Ocidente para o Oriente o que contribuiu para o sucesso da Reconquista. Portugal nasceu na luta do Cristianismo contra o Islão. E mais tarde, em parte movidos também por uma certa nostalgia das glórias medievais, voltámos a lutar contra o Islão em Marrocos, na costa ocidental de África, na Índia, em suma, em todo o Índico.

Portugal nasceu como nação cristã. A base da nossa civilização é o Cristianismo. É a base de Portugal e de toda a Europa Ocidental.

O socialismo, o marxismo, são derivações materialistas que foram paridas após a Revolução Francesa. Atentam contra as bases civilizacionais da Europa. Desprezam Deus, desprezam a dimensão espiritual do Homem. São na realidade renascimentos de modelos de barbárie que o milagre grego, a lei romana e o cristianismo tentaram matar.

Neste momento o ISIS não pára de crescer. São os almorávidas do século XXI. Não tarda muito estarão à porta de Israel e alastram no Norte de África. São os soldados do caos e da escuridão.

A Grécia está nas mãos dos comunistas. Esses respondem perante um internacionalismo difuso que odeia e inveja o Ocidente e os seus valores.

Em Portugal, a escolha nas próximas eleições será entre Passos Coelho, que representa a escolha pela Europa Ocidental, na senda da linha que vem da fundação, e entre um Costa rodeado de loucos que aspiram a um novo tropicalismo esquerdizante, que envolverá uma saída provocada da zona euro e uma tentativa de aproximação à América Latina, África e Ásia. Arnaut, por exemplo, defende a saída do euro e a aproximação às ex-colónias.

Isto que aqui escrevo está à vista de quem quer ver mas nos nossos jornais ninguém fala do assunto.

Nas próximas eleições, Portugal vai optar entre a Europa e o Terceiro Mundo.

Floribundus disse...

a construção naval está a ficar na mão da Turquia

o turismo, principal fonte de riqueza, vai mudar de rumo

haverá escassez de alimentos básicos importados

'de vitória em vitória até à derrota final'

esquecia-me de Pirro

muja disse...

que aspiram a um novo tropicalismo esquerdizante, que envolverá uma saída provocada da zona euro e uma tentativa de aproximação à América Latina, África e Ásia. Arnaut, por exemplo, defende a saída do euro e a aproximação às ex-colónias.

Quem diria...

Zephyrus disse...

«que aspiram a um novo tropicalismo esquerdizante, que envolverá uma saída provocada da zona euro e uma tentativa de aproximação à América Latina, África e Ásia. Arnaut, por exemplo, defende a saída do euro e a aproximação às ex-colónias.

Quem diria...»

Só que desta vez, caro Muja,

em vez de nós estarmos por cima, como povo superior que somos,

iremos pedinchar ao Terceiro Mundo, de mão estendida.

Diz o povo: «nunca sirvas a quem serviu, nunca peças a quem pediu».

Floribundus disse...

há dias falou-se de Voltaire

esqueci-me de mencionar série de pinturas de Arouet expostas no Hermitage
obra do suiço Jean Huber

recordo
'in his night shirt, puttingt on his trousers'

João Nobre disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Nobre disse...

"Em Portugal, a escolha nas próximas eleições será entre Passos Coelho, que representa a escolha pela Europa Ocidental, na senda da linha que vem da fundação."

O amigo Zephyrus há-de me dizer que tipo de droga é que anda a fumar, pois isso parece que pelos vistos bate bem...

muja disse...

Pedinchar é pedinchar.

Nos últimos quarenta anos pedinchou-se à "Europa"...

Para mim é-me igual.

Isso de defender o "ocidente", já lá vai o tempo... Muita sorte teremos se se conseguir evitar que o "conflito de civilizações" - outra noção trazida pelas ventoinhas da história - não deflagre em guerra aberta no território europeu... Agora, ao mesmo tempo que legalizam o "casamento" da paneleiragem é que se preocupam com o "ocidente" e os "valores". O que essencialmente se traduz em hostilizar os muçulmanos. Depois de os meterem cá dentro aos milhões...

BELIAL disse...

Uma no cravinho, outra na ferradura.

Um homem para todas as estações.

Rola, rebola e enrola - toma, embrulha e vai buscar...

Unknown disse...

Paradoxo dos paradoxos : se alguém ainda pugna pelos valores do "ocidente" é a Santa Rússia, ortodoxa e czarista depois de um "desvio" de 70 anos.
Já viram que até o "slogan" do Estado Novo ( vez derradeira em que fomos um verdadeiro país ),"Deus,Pátria e Família" se pode aplicar integralmente à Rússia dos nossos dias?