domingo, maio 28, 2017

O país das parcerias

O CM de hoje, na revista em suplemento, faz uma súmula em três páginas, com ilustrações, de um assunto ainda por explicar ao público português em geral: como foi possível, em menos de dez anos, arruinar a banca portuguesa. Tal como escreve o jornal ( Diana Ramos) de "nove bancos, quatro acabaram, três estão em mãos estrangeiras e dois vivem dificuldades".



Tudo terá começado algures no início da governação José Sócrates e terá sido pensada uma estratégia de actuação por alguém que suportava este primeiro-ministro cuja idoneidade pessoal está agora exposta e bem à vista desarmada, para quem queira ver.

Quem terá sido esse alguém que é mais alguém que uma pessoa só?

Talvez haja duas pessoas capazes de responder a esta pergunta. Uma delas sabe a história toda, mas não a quer contar "sobre este assunto e neste momento". É Fernando Ulrich, provavelmente o principal pato nesta história. Talvez um dia se predisponha a explicar como foi possível o assalto ao BCP, através do Joe "fuck you" Berardo, com a complacência de muitos actores da banca nacional de então, incluindo o referido pato que deixou passar em branco o golpe Santos Ferreira/Vara; talvez até explique a razão de se ter nacionalizado o BPN até chegar ao "caso de polícia" do "Banco Insular" e a uma alegada "maior burla da história da Justiça portuguesa julgada até ao momento" e permita que o juiz que tal disse perceba melhor o que disse e até se voltaria a dizê-lo...

O outro anda a contas com a justiça, não contará nada de momento.  Não, não é o homem de mão, o pindérico Sócrates. É o outro, o dono daquilo tudo.  É muito católico e portanto um dia arrepender-se-á para conseguir passar pelo fio de uma agulha. Esperemos, confiantes que um dia falará e pedirá perdão a todos nós que sofremos as consequência dos seus erros graves.

Quanto ao resto e ao pano de fundo temos isto há anos e anos: parcerias de sucesso...




Com estas parcerias, o Berardo teve largos tempos de antena para preparar o golpe no BCP, com entrevistas sistemáticas da Lourença da SIC, por exemplo. E o Expresso sobre estes assuntos é sempre muito parco em informação. Até os panama papers se molharam logo que as notícias não eram propícias. 
Os jornalistas do semanário que destas coisas deviam saber melhor não podem contar: o emprego ficaria em risco e portanto a censura actual é mais eficaz que a do tempo antigo em que era prévia e de comissão feita de coronéis reformados.

Ah! E já me esquecia: há ainda outro que sabe, mas não lhe assiste memória alguma, a não ser para selfies com apoiantes.

24 comentários:

Floribundus disse...

fuck you always

we're totally screwed

siamo fregati

nous sommes baisés

Unknown disse...

"Os jornalistas do semanário".
Perdão , a frase deveria rezar assim : "O putedo que passa por jornalistas do semanário", etc.
Cpmts. - e desculpas pelo "atrevimento"...

joserui disse...

O maior evento desportivo corporate nacional, indeed! Grandes atletas corporate!

joserui disse...

Só de me lembrar da publicidade do pasquim Expresso a propósito dos panama papers… iam fazer e acontecer os moços… ia ser um prodígio do jornalismo e arredores.

Miguel Dias disse...

A responsabilidade pela ruína da banca nacional é, em primeiro lugar, do "sistema económico" implantado no País pela Esquerda desde 1974. Não temos vida económica independente do poder estatal, não existe um "mercado" autónomo e livre das interferências e deficiências de um Estado socialista. As grandes empresas e instituições bancárias vêem-se obrigadas - mesmo que contrariadas - a "encostar-se" ao Estado para conseguir sobreviver, daí um sistema viciado e consequentemente corrupto. O compadrio, o nepotismo, o favorecimento de amigos, familiares e colegas de Partido são a consequência e sintoma deste sistema.

Outras das causas desta ruína foi, nos tempos do "socratismo", um deslumbramento de uma nova classe de "gestores" que gostavam de brincar à banca, e qualquer possibilidade de adquirir o mínimo poder ou indício de enriquecimento fácil levou à superficialidade das estruturas económicas-financeiras nacionais e à práctica de ilicitudes desde que garantissem um acréscimo de poder e portanto de dinheiro. A personificação destes tempos foi o Primeiro-Ministro José Sócrates, uma espécie de parolo novo-rico chegado à urbe. Foi o triunfo, nas palavras de Ortega Y Gasset, do "homem-massa", um tipo montado com algumas ideias pré-concebidas, mas esvaziado de identidade cultural-histórica, e desprovido sentido de responsabilidade para com a comunidade onde se insere.

Os portugueses, e Portugal, estão a viver dificuldades económicas, financeiras e sociais devido a este modelo - e regime - que a Esquerda estabeleceu. Mas nos tempos do fascismo é que existia corrupção, miséria e falta de Liberdade. Compare-se, e o José aqui no blog tem feito esse trabalho, a vida económica em Portugal nos inícios dos anos 70 com as possibilidades actuais de manobra e liberdade económica. Estamos mais restringidos nas possibilidades de enriquecimento social ou de ascensão social, restam a subsídio-dependência, o nepotismo estatal ou .... o Euromilhões. O ostracismo social/político ou a emigração também são alternativas.

O futuro nacional é negro, vamos sobrevivendo porque estamos na "Europa" e o dinheiro que entra vindo de fora vai mantendo esta república è tona.

Miguel Dias disse...

Portugal - e os portugueses - está hoje refém das ilusões, e da Utopia Social, de que vive e se alimenta a Esquerda.

Maria disse...

Excelente escrito frisando o que de importante há para realçar sobre este caso aparentemente intrincado. Muito bem, José.

E que tal incluir no nosso C.P.P. a opção jurídica "delacção premiada", como de resto existe e desde há muito tempo em países mais desenvolvidos e tão democráticos como o nosso pretensamente diz que é. Os Estados Unidos contemplam-na e o Brasil idem, aspas e em ambos com sucesso garantido.

Tendo os acusados a garantia de que optando pela delacção a pena de prisão que lhes viesse a ser aplicada em julgamento fosse reduzida para metade ou menos revelando os meandros que rodearam este escândalo e as inúmeras prsonalidades nele implicadas, de certeza que tal decisão ajudaría muitíssimo na descoberta da verdade. E, o mais importante, talvez assim o "dono disto tudo", de certeza a pessoa que desempenhou o papel mais importante neste escândalo de proporções inimagináveis e que mais sabe sobre o processo Marquês, resolvesse pôr a boca no trombone.

O que é que impede o governo de legislar sobre esta matéria? Só poderá haver um motivo: um medo atroz de que os nomes de gente importante de todos os partidos, sobretudo do P.S., anteriores e actuais detentores de cargos governativos ao mais alto nível, todos eles maçons e òbviamente protegidíssimos pela maçonaria, sejam revelados aos portugueses e os seus mega crimes políticos e económicos trazidos à luz do dia. É isso.

adelinoferreira disse...

28 de Maio: oremos

https://youtu.be/rEIiE46A3rw

David disse...

Há uns anos atrás, neste dia 28, assisti em Braga a um desfile militar e ao discurso do Doutor Oliveira Salazar da varanda o Teatro Circo. Memórias, simplesmente memórias...
Banca?! Banqueiros e outros modos de vida não passam de comissionistas ao serviço do capital estrangeiro.
Não têm o mínimo pudor em explorar os seus concidadãos em favor de qualquer pilantrices que venham do estrangeiro. Malvados...

adelinoferreira disse...

Tem razão, mas como o dia é de festa...

https://youtu.be/9TDptIvifbQ

Floribundus disse...

Net

« Depois da descoberta do átomo, do neutrão, do protão e do electrão, acabou de ser descoberto o Pelintrão.
E como se caracteriza o Pelintrão?
O pelintrão é um tuga sem massa e sem energia, mas que suporta qualquer carga!»

'o último a sair apague a luz'

estava de passagem a ver o Glorioso,
mas quando enxerguei as beiçolas do monhé fechei a tv

se meterem um golo
foi por engano

Dudu disse...

Primeiro foram as nacionalizações dos bancos no pós 25.
Depois as privatizações.
Ricardo Salgado não tinha dinheiro suficiente, mas com a intermediação de Soares e Mitterrand junto do Crédit Agricole, lá conseguiu retomar o BES.
Depois toda a gente apostou no "crescimento", compra de casas, autoestradas, tgvs, aeroportos.
Mas a coisa deu para o torto e agora os calotes têm de ser pagos por alguém.
E Costa ainda não desistiu de algum perdão da dívida pela UE.
E assim continuamos a arrastar-nos, de mão estendida, à espera de um milagre.

adelinoferreira disse...

Dei comigo a pensar: considerando que as "províncias ultramarinas" de que tantos falam e poucos conheceram, mesmos os muitos que lá estiveram conheceram apenas a realidade que lhe estava próxima e dando por adquirido que a derrota militar era uma questão de tempo; se o Doutor Salazar fosse vivo Portugal faria parte da UE e do €?! Eu acho que não!

Zephyrus disse...

Quando vim pela primeira vez para o Reino Unido fiquei a viver numa terriola com 5000 habitantes. Ficava a 10 kms do centro da cidade que e capital do county, e nao tinha um unico estabelecimento comercial, a nao ser uma bomba de gasolina. Nao havia nenhuma caixa multibanco, mercearia, cafe. Apenas a igreja, a escola, e os equipamentos desportivos publicos. Nas terriolas ao lado o cenario era identico. A mais proxima tinha perto de 10 000 habitantes e nem uma unica caixa multibanco. Isto foi ha sensivelmente 3 anos. Nada mudou ate agora!

Mas na minha freguesia, com 4 mil habitantes, em Portugal, ha 4 caixas multibanco, e dois balcoes bancarios (Caixa Agricola e BCP), mas ja houve 3 (BPI)! Na freguesia ao lado, com 2 mil habitantes, a uns meros 3 kms, ha um balcao bancario (Caixa Agricola). O concelho tem 2 balcoes da CGD para 18 000 habitantes e 60 kms2, mas o concelho vizinho tem apenas um balcao da CGD para 25 mil almas e 700 kms2! Na regiao, num raio de 10 kms, o BCP chegou a ter 6 balcoes para 25 mil habitantes! Ora o que denota isto? Excesso de balcoes em Portugal, que tem despesas de pessoal, rendas, manutencao de edificios... ma gestao bancaria! Muito ma! E quem responsabiliza os gestores? Quem?

A minha freguesia tem uma farmacia, para 4 mil hab., a freguesia vizinha com 2 mil a 3 kms bateu pe anos a fio para ter farmacia, sem ter populacao que justificasse, agora tem uma e estao as duas a beira da falencia...

Os servicos em Portugal estao sobredimensionados, e a banca estava e continua... curiosamente os ingleses sem estes sobredimensionamentos na banca, restauracao, farmacias, saude privada, comercio... tem um desemprego em torno dos 5% e o desemprego jovem e residual ao lado do nosso...

Os portugueses tem uma tremenda incapacidade financeira, mesmo as elites... e a geracao melhor preparada de sempre nao sera diferente... pois o caldo cultural em que foram criados foi o mesmo dos seus pais e avos... o que se passou na banca em parte e consequencia disto, iliteracia financeira, ausencia de ponderacao custo-beneficio, e muita fe na sorte... com imoralidade a mistura (mas a roubar ca dentro sempre fomos mestres...)

Zephyrus disse...

"A responsabilidade pela ruína da banca nacional é, em primeiro lugar, do "sistema económico" implantado no País pela Esquerda desde 1974. Não temos vida económica independente do poder estatal, não existe um "mercado" autónomo e livre das interferências e deficiências de um Estado socialista. As grandes empresas e instituições bancárias vêem-se obrigadas - mesmo que contrariadas - a "encostar-se" ao Estado para conseguir sobreviver, daí um sistema viciado e consequentemente corrupto. O compadrio, o nepotismo, o favorecimento de amigos, familiares e colegas de Partido são a consequência e sintoma deste sistema."

E conveniente nao esquecer que a Direita tambem tem a sua quota parte... a Direita no poder tem favorecido ramos do Estado paralelo que em boa verdade nao deveriam receber um tostao do Estado. E o caso das fundacoes, Misericordias, boa parte das IPSSs. A Direita tambem quando pode favorece a manutencao de monopolios e oligarquias... com prejuizo para a livre concorrencia, criacao de emprego, consumidores...

Falta-nos uma Direita como a que existe no Partido Conservador ingles ou ate mesmo em Espanha no PP...

Zephyrus disse...

"Tudo terá começado algures no início da governação José Sócrates e terá sido pensada uma estratégia de actuação por alguém que suportava este primeiro-ministro cuja idoneidade pessoal está agora exposta e bem à vista desarmada, para quem queira ver."

Comecou antes... no Guterrismo... talvez ate no Cavaquismo...

O Estado valorizada terras em secretaria... sem taxar as mais valias imobiliarias... os PDMs eram um circo... depois o povinho pedia emprestimo para comprar casa e pagar a 30 ou ate 50 anos... mercado de arrendamento nulo, com rendas congeladas... o Guterrismo a promover as novas centralidades, aumento da area urbana a custa do despovoamento e abandono da existente... a construcao adorava o PS. E o dinheiro em vez de ser canalizado para modernizar agricultura, pescas, industrias, servicos tecnologicos e inovadores, ciencia, turismo... ia para estados, mamarrachos, centros comerciais!

A construcao desgracou Portugal...

josé disse...

Refiro-me à reordenação do panorama bancário, apenas. Quem pensou em liquidar um bcp para engordar um BES?

Quem imaginou tal estratégia?

Miguel Dias disse...

Zephyrus disse:"E conveniente nao esquecer que a Direita tambem tem a sua quota parte..."

Sim, é verdade. A Direita para sobreviver neste regime, e para conseguir ter expressão eleitoral, teve de se sujeitar às regras deste sistema criado pela Esquerda. A "Direita dos interesses" surge para contrabalançar o poder/domínio que a Esquerda instituiu no País por um sistema viciado e manobrado para a favorecer. Sempre que se tentou alterar as regras do "sistema" foi um prenúncio de guerra-civil, bastar recordar as tentativas de revisão constituição em 1982 e em 1989.

Em conclusão: as causas da decadência e das deficiências/insuficiências do País radicam no regime político-económico.

Zephyrus disse...

A Direita nao vai voltar ao poder sem uma estrategia maquiavelica, fria, calculista...

Um dos maiores problemas da Direita em Portugal esta na comunicacao social... a larga maioria dos portugueses informa-se atraves da TV... os jornalistas na sua larguissima maioria sao de Esquerda. Os professores universitarios dos jornalistas na sua maioria sao de Esquerda... a linguagem e a que a Esquerda impos logo apos o 25 de Abril.

Li recentemente um livro excelente sobre o populismo de Esquerda na America Latina e na Peninsula Iberica, diz exactamente o mesmo que o Jose diz aqui ha anos. Parece que ate o Pablo Iglesia diz abertamente que a manipulacao da linguagem e fundamental para chegar ao poder... ao se controlar a linguagem, controla-se o pensamento das massas... assim ensinou Gramsci!

A Direita tera sempre dificuldades enquanto nao tomar o espaco mediatico, mas nao ha gente com QI e maquiavelismo, nem com dinheiro para isso... O Balsemao, por exemplo, sera mesmo de Direita? Em Inglaterra o caso e outro e na comunicacao social com patroes de Direita a conversa e outra... e o inverso do que sucede em Portugal e para impor a agenda politica da Direita mentem e manipulam se for necessario...

Na minha terra diz-se que gente assim sao uns "bananas". E a Direita portuguesa e feita disto. "Bananas".

Vivendi disse...

Em Portugal não há direita.
Só existe megalómanos e merdocratas.

Que grandes empresas ainda temos em Portugal?
Galp (Cleptocracia) e 2 grandes merceeiros.
O resto foi tudo ao charco em troca de dá cá aquela palha.

Crescimento económico?
Inflação de serviços e uns patos de fora que ficaram deslumbrados por este pitoresco albergue espanhol que não fica em Espanha.

É o momento de Portugal refundar-se: La Isla Bonita
Madonna para o panteão.

Floribundus disse...

a liquidação bancária iniciada com o 44 pretendia concentra a banca no protegidos bes e cgd

dizia-se há 10 anos que o bes-ges estava falido

foi fácil emprestar o dinheiro dos outros
agpra mal parado



o último discurso da Sra Merkel lembra a bandalheira socialista e social-fascista portuguesa

foca disse...

Este Balsemão não era sócio do BPP?
Como é que escapou entre os pingos da chuva? E continua a financiar os Daniéis da extrema esquerda chic a preços de capitalista?

foca disse...

É verdade Dudu

O Salgado e família foram roubados no 25A e décadas depois ainda não ressarcidos.
Conseguiram viver de crédito alguns anos e numa tempestade ficaram de mãos quase a abanar.
Hoje o que não falta são gajos a atirar-lhe pedras, alguns passavam as noites em jantares no ultimo piso do BES, e não era apenas o alcoviteiro mor, que esse sempre se deu mais com as "tias de Cascais"

muja disse...

A direita não vai voltar ao poder?!

A direita não saiu do poder desde - vá, para ser generoso - 25 de Novembro de 1975.

A direita como tal designada pela esquerda, note-se bem.

Aliás, essa é a imagem por detrás de todas estas parcerias de sucesso.

Com uma mão apontam-se e acusam-se para papalvo ver, com a outra apertam a respectiva do parceiro.

Uma mão lava a outra e as duas lavam a cara.

O país não precisa nem de direita nem esquerda, precisa de ordem.