sexta-feira, maio 05, 2017

Paulo Baldaia, o cortesão sem mestre

Alberto Gonçalves, cronista no Observador depois de o ter sido no Diário de Notícias e na Sábado, explica hoje ao i uma razão que lhe foi apresentada pelo director do Diário de Notícias, para o dispensar de lá escrever, cortando-lhe o estipêndio: "disse que eu confundia os leitores do DN: havia quem fosse à página do DN por minha causa e ficasse confuso com o resto do jornal, e havia leitores "naturais" do DN que ficavam confusos com a minha crónica, e a culpa era minha. Segundo o próprio me disse, o objectivo dele era evitar confrontos e agradar à "corte de Lisboa". Não queria chatices. "





Esta expressão de Baldaia " corte de Lisboa" suscita alguma curiosidade.
Em primeiro lugar para saber quem dela faz parte e onde se reúne ou manifesta.  Para além disso, para haver uma "corte" é preciso existir um monarca e assim torna-se necessário saber quem será, num regime republicano e laico, tal personagem, mesmo simbólica.
A expressão, dita pelo director de um jornal que é jornalista tem muito que se lhe diga, porque o mesmo não denotou qualquer necessidade de esclarecer o interlocutor acerca de quem se tratava, assumindo que era compreendido.  Como este interlocutor também não questionou aquele e agora fala no assunto, é de presumir que saiba de quem se trata e que as pessoas em geral o possam também saber ou pelo menos ter uma ideia sobre a identidade dos cortesãos e do novo príncipe.

A minha opinião é que este nobre que agora reina no país não é o povo valente e imortal. Será apenas uma clique, uma súcia que se costuma designar no estrangeiro anglo-saxónico por establishment, de indivíduos ligados entre si por interesses comuns, muitas vezes obscuros mas sempre com vista num fito principal: o poder e o domínio de bens e rendimentos em proveito próprio e dos seus.

Este príncipe nas trevas tem uma corte e dela fazem parte os que lhe aparam o jogo, como Paulo Baldaia e afins.
Temos por isso, confessadamente ( acredito em Alberto Gonçalves e no que disse) um jornalista que o não é. Escuso de lhe escolher o sobrenome porque ele mesmo o escolheu para si próprio, nessa expressão...mas compreendo que as pessoas queiram ter uma vidinha. Isso compreendo. A credibilidade, a seriedade, a lisura e a honestidade profissional não fazem parte dos atributos dessa vidinha e cada um escolhe livremente o caminho. Em princípio. Pode haver um estado de necessidade desculpante.

12 comentários:

Floribundus disse...

como dizia Manuel Brito Camacho
há:
profissões
modos de vida

a cãibra do Porto
afinal depende do ps

o monhé está cada vez mais na mesma

o comentador de Belém
especializou-se em banalidades
tal como o monhé também não conhece o mundo onde vive

quem está mal muda-se

Floribundus disse...

AEIOU

“Procuramos pessoas descontraídas e bem-humoradas. A preferência é por BRASILEIRAS ou por nacionalidades igualmente alegres, dispensamos portuguesas“. É esta a frase de um anúncio publicado recentemente num conhecido site de emprego, revela o Público.

Segundo o jornal, o anúncio está ligado à Cloud Choice que, de acordo com o Portal da Justiça, é uma empresa com sede em Cascais que presta “serviços de informática”, nos quais se inclui “os relacionados com o desenvolvimento e manutenção de sistemas próprios ou de terceiros”.

zazie disse...

É para abortarem com alegria.

zazie disse...

Já os textos referem “uma empresa de tecnologia voltada para [a] área de saúde, com enfoque na ISG (interrupção segura da gestação)”.

zazie disse...

É para sexólogas Redbull

jbp disse...

No Norte é comum utilizar 'corte' como curral, suponho que era disso que o Baldaia falava

Floribundus disse...

Sapo

PEDRO FEYTOR PINTO: "MARCELO REBELO DE SOUSA É UMA CRIATURA DE MARCELLO CAETANO"
5 mai 2017
Isabel Tavares

Pedro Feytor Pinto, que mediou as negociações que levaram à rendição de Marcello Caetano, no Quartel do Carmo, diz que o actual governo "é uma espécie de vingança do Dr. Salazar", a prova de que tinha razão. E que Portugal continua sem fazer a análise de ter passado de império a um país com menos de 93 mil quilómetros quadrados.

Foi director de informação de Marcello Caetano, trabalhou lado a lado com a censura e dirigiu o "Primeiro de Janeiro", jornal financiado pelo CDS. Talvez por isso saiba como ninguém que "a liberdade implica muito mais deveres do que direitos". A conversa com Pedro Feytor Pinto, como ele próprio, percorreu o mundo. Falámos de Salazar, de Marcello Caetano e de Marcelo Rebelo de Sousa. Da falta de valores e de liderança, da corrupção que aflige Portugal e quase todos os países e dos envelopes castanhos onde antigamente se recebiam os salários. Do 25 de Abril, de Fátima e do Papa Francisco. Pedro Feytor Pinto viveu em Marrocos, na Argentina, na Suíça, no Benelux e em Espanha. De todas as sociedades que conhece, diz que "os portugueses são muito especiais". E explica porquê. As suas histórias sucedem-se e é difícil não nos embrenharmos nelas.

Como director de Informação e como director do "Primeiro de Janeiro" lidou com muitos jornalistas. Como vê hoje o panorama da informação?

Há um problema que para mim é apaixonante, o da comunicação. Hoje, mais do que nunca, tem de haver um sentido ético extraordinário, nomeadamente naqueles que controlam a informação ou que a transmitem. Veja, por exemplo, Julian Assange, da Wikileaks, que se põe ao serviço de Donald Trump. Tudo isto é descontrolado. A liberdade é fundamental, mas implica muito mais deveres do que direitos. Irritam-me os jornalistas que têm preconceitos ideológicos.

josé disse...

Já lá está a entrevista...

muja disse...

Espanta-me que ninguém ainda tenha - não digo percebido, mas colocado ao menos a hipótese da inevitabilidade do fim da UE. Preocupa-me que falem em Europa e UE como se fossem a mesma coisa.

Temo bem que estejam a preparar novos sucessos ao PC e quejandos: quando a UE se desfizer, a bem ou mal, poderão ser os únicos a dizer que sempre viram bem o que se estava a passar...

joserui disse...

Há vários candidatos a monarca… se eu estivesse para aqui virado para dizer nomes, diria o maquiavél das beiras. Mas não estou.
Calma Muja, o povo é sereno. É só fumaça.

, disse...

Aconteceu me o mesmo.
Joaquim Cunha

Anónimo disse...

Este país precisa mais de Albertos Goncalves! Estamos entregues à manipulação de opiniões por jornais e revistas. Isto é CENSURA!

A obscenidade do jornalismo televisivo