domingo, maio 20, 2018

Os emigrantes e o Maio de 1968: "Angola é nossa!"

Ontem no Expresso havia um artigo original acerca do Maio de 1968: o dos nossos emigrantes em França. Assinado por Daniel Ribeiro, "correspondente em Paris" é uma vergonha de escrito.

Mas há um aspecto saboroso que passo a referir: a relação dos nossos emigrantes "económicos"  com os fugitivos do regime por motivos políticos e ideológicos. José Mário Branco era um deles e já cantava, em 1968, embora os seus discos mais interessantes sejam posteriores a essa data.

Não seria por isso, no entanto que os concertos que tentava dar em França, para instruir os emigrantes no palavreado comunista eram sempre um fracasso, no dito do próprio.
Motivo? Muito prosaico e que o "correspondente em Paris" nem percebe muito bem: enquanto o cantor de intervenção ia lá para passar a arenga contra a "guerra colonial", era geralmente corrido a gritos de "Angola é nossa!".

Escreve o dito que " os seus espectáculos, muitas vezes, nem chegavam a começar". Devia ser a Pide infiltrada no Bataclan...embora se diga também que os emigrantes não iam na cantiga comunista. O escriba diz que os emigrantes eram "manipulados pelo consulado, pelos bancos e pela igreja"...


Se há assunto que tenha sido tratado mais vezes e em modo sazonal,  nas revistas portuguesas da época foi o dos emigrantes em França.

Em 7.12.1968 e no número seguinte, a Século Ilustrado até escrevia uma espécie de pequeno relato neo-realista pela pena de um tal Waldemar Monteiro.


Em 26.12.1970 a revista até lhe deu a capa, em artigo não assinado e com fotos de Fernando Baião:


Em 25.12.1971 já havia cores, na reportagem de Carlos Plantier e Eduardo Gageiro, um esquerdista que depois registou muitas imagens "naquela manhã de Abril":


Como o lamento de José Mário Branco se estendeu para lá de 1968, é provável que estes emigrantes de 1971 tivessem já percebido a natureza do comunismo e lhe tenham dito: a mim não enganas tu...

Para se perceber melhor a profunda desonestidade do artigo de Daniel Ribeiro, do Expresso, basta ver a foto de um Salazar dos anos trinta, para ilustrar notícias de 1968, pouco tempo antes de abandonar efectivamente o poder.

Os artigos do Século Ilustrado da época, mesmo escritos pelos esquerdistas ( que nem se esqueciam de mencionar os sindicatos aos emigrantes...) são mais próximos da realidade desse tempo do que esta porcaria do Expresso passados 50 anos.

A imprensa da época relatava factos e mencionava realidades que todos viviam e compreendiam. Agora, este artigo do Expresso inventa circunstâncias e mistura realidades que desvirtuam a História. 

15 comentários:

Floribundus disse...

continua o lema
'Angola é nossa'
mas os intervenientes são outros

a emigração agora chama-se 'turismo de massas' ... sem massa

o 'pelintrão' invenção do boxexas está convencido que é rico

pior que maio de 68
é o pelotão de fuzilamento de antónio das mortes equivalente ao 3 de maio de 1808

o rectângulo parece o SCP
'estão verdes, não prestam'
só as Aves os podem tragar

lusitânea disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lusitânea disse...


Agora com o poder na mão e "interpretando" à maneira o zé povinho o que está a dar é salvar todos os pretinhos descontentes com as libertações que cá cheguem.E nada de racismos que vão todos a tribunal porque o Ministério Público considera que Portugal é deles e não quer nenhuma masculinidade das polícias...senão ficamos "pobres"!
Importar a guerrilha é que é agora bonito e um pugresso do caraças!

lusitânea disse...

Muitos dos nossos emigrantes económicos foram para Saint-Denis (Seine-Saint-Denis) onde com a "invasão" islâmica dos norte-africanos ficaram em minoria e com os quais se misturam em honra do pugresso. Alguns até ficaram terroristas.Os "nossos" intelectuais abrilistas até ejaculam...

josé disse...

Pois isso é que não me parece nada. Basta ler o que vem na imagem do SI de 1971: os nossos emigrantes "abriram os olhos" de alguma forma.

Os "arabes" não são nossos parentes e eles sabiam disso, apesar de se darem bem com eles. Tal como com os asiáticos, porque em Paris também havia muitos, das ex-colónias francesas.

Anjo disse...

Concordo com o José. Os emigrantes o quem falei até hoje sabiam bem o que "valiam" os árabes. E eram unânimes na avaliação: já pelos idos dos 60 eles causavam distúrbios e eram considerados indesejáveis. Um deles conta mesmo que, estando num parque de merendas a assar febras, foi atacado por um fulano por causa da carne de porco. Montou-se uma "bagarre" e vieram os "gendarmes". Acrescenta (uma pessoa agora pelos 70-75 anos: "Aquilo era a pior raça que havia por lá. Nem vê-los!"





Floribundus disse...

Observador
« António Costa e a mulher, Fernanda Tadeu, ganharam dezenas de milhares de euros com investimentos imobiliários nos últimos dois anos. O negócio mais lucrativo foi na cidade de Lisboa, a poucos metros do Largo do Rato, onde fica a sede do PS. O primeiro-ministro comprou um andar, na rua do Sol ao Rato, por 55 mil euros — e, apenas dez meses depois, vendeu-o quase pelo dobro do valor: 100 mil euros.

O casal de idosos que vendeu a casa a Costa, Joaquim Rosa e Maria Rosa, contou que recebeu uma proposta de maior valor antes de ser concretizada a venda. Mas, mesmo assim, fecharam o negócio com o primeiro-ministro porque ficaram sensibilizados ao saberem, através de Fernanda Tadeu, que a casa “era para a filha [de António Costa] ficar a morar perto do café do irmão”. Agora, contactada pelo Observador, Maria Rosa diz-se em “choque” por saber que a casa foi vendida quase pelo dobro pouco depois e afirma que outros lucraram “à custa” do “trabalho de uma vida“. Já António Costa, em declarações ao Observador, justifica que, antes da venda, a casa foi “equipada e mobilada” e teve “pequenas obras de reparação”. »

o rectângulo é nosso

o problema com os muçulmanos era muito dificil em 71 quando vivi e Paris e arredores sul (Massy). profundamente racistas e não só

elas trabalhavam nos birus e eles nos batimans

'metrô, bulô, dôdô' ... et Macdô

Floribundus disse...


faleceu o pai putativo do moribundo sns

nem este o salvou

o sns é outra verão da ponte 25.iv

Josephvs disse...

morreu um bomfilhodaputa oh Floribundus LOL

Maria disse...

Josephys, assino por baixo as suas palavras

José Domingos disse...

Parece-me que a grande reforma da saúde em Portugal, começou com Marcelo Caetano em 1972, ou estarei errado.
Mais uma treta do socialismo.

Manuel Pereira da Rosa disse...

Nos arredores de Lisboa, Porto, Braga,etc. a população crescia em percentagens avassaladoras nos anos 60. A Amadora apresentou taxas de crescimento anual 200%. Nesses que migraram para as cidades onde nasciam casas como cogumelos ninguém fala.

Ricciardi disse...

O.contentamento desta raziada não.podia ser mais pobre. Estão felizes porque dizem que foi o Marcello que começou o sns. Em 1972. Dois anos antes de levarem um.chuto, portanto.

Andaram 40 anos a pastar e depois veem com.esta conversa de que nos últimos dois anos começaram a idealizar ....
.
Balha me Deus nosso Senhor. Metei juizinho nestas cabecinhas oh Senhor.


Rb

lusitânea disse...

Bem eu fui internado num hospital público quando ainda andava na primária.Havia sanatórios. Havia hospitais psiquiátricos.E os médicos iam a casa e a a concorrência era muita.
O despertar logo a seguir ao 25 para a conquista do mercado do maldizer do anterior regime foi uma grande ejaculação.Se havia famílias numerosas no interior era tudo miséria e as crianças nasciam em casa que horror.Hoje com esta democracia e Estado de Direito esplendorosos está tudo vazio de gentes que muitos foram para fora e andam por lá a fazer a raça mista com muçulmanos sim.Com quem eram casadas as porteiras de Paris?E de quem era filho um dos terroristas?
Tudo sob o mais subido patriotismo à Manuel Alegre...
Quanto a arma que matou o Delgado?Ora ora expliquem bem quem é que o mandou ter com a PIDE e já agora coloquem também lá as armas que fuzilaram muitos Portugueses em muitas partes e de que nunca foram contemplados com "memórias"...
Com tanto populista acho melhor criarem mais uma polícia:a política porque andarem a aproveitar a PJ cheira mal...

joserui disse...

Essa história do "Angola é nossa" não era só entre os emigrantes. Era o sentimento de um país unido. Com excepção de duas dúzias de degenerados, refractários e escumalha diversa do PCP e compagnons. E no entanto, um dia depois, já Angola não era nossa, nada era nosso, era tudo da URSS… cá foi por pouco, valeu-nos o Norte e a Igreja. Entretanto arruinaram-nos e aí andam. Não percebo.