quinta-feira, janeiro 24, 2019

Os grandes gestores de banca que temos:17 magníficos e mais alguns.

Público de hoje:



O maior deles todos, governante, governador, nacionalizador, enfim, tudo, aqui numa imagem de grandes suores:



E há mais, pelos vistos:

Dos sucessivos órgãos sociais da Caixa Geral de Depósitos (CGD) referidos na auditoria feita pela EY à gestão no banco público entre 2000 e 2015, há pelo menos 17 gestores que continuam ligados à banca.

Estes magníficos profissionais que ganham o que quase mais ninguém ganha em Portugal, como gestores de topo, fizeram borrada atrás de borrada ( como classificar de outro modo o que fizeram? Boa gestão?!)  e foram recompensados por isso. Por quem? Por quem os avaliou e fixou vencimentos, umas certas comissões constituídas para tal e que nunca se importaram com resultados, "objectivos". Isso é para os outros funcionários de balcão...eles e elas estão sempre um patamar acima, pelo menos. No "gabinete"...

Talvez um certo Vital Moreira consiga explicar melhor... uma vez que já foi responsável por supervisão na EDP, na altura ( 2006)  em que lá estava o super-gestor Carlos Santos Ferreira, cuja responsabilidade criminal nestas borradas todas ainda não se descobriu nem se sabe se se virá a descobrir.

Ora vamos lá aos nomes destes 17 magníficos que com as suas decisões alavancadas nos vencimentos milionários que auferem, esturricaram para cima de 3 mil milhões de euros que nem por isso chegaram a pagar qualquer  factura,  a não ser a que todos pagamos agora, em impostos indirectos, uma vez que se aumentaram sempre em proporção desses negócios ruinosos que subscreveram:


É o caso de José Lourenço Soares, que continua a ser secretário da mesa da assembleia-geral do banco, cargo que já ocupa há vários anos. Também Maria João Carioca ocupa o cargo de vogal do Conselho de Administração liderado por Rui Vilar e da Comissão Executiva, de Paulo Macedo. Esta responsável, que chegou a ser presidente da Euronext, assumiu o cargo em 2017.


Pedro António Pereira Rodrigues Felício, no Conselho Fiscal numa parte do período em análise, é vogal da Caixa BI. Francisco Bandeira, que chegou a ser vice-presidente da CGD e que liderou o BPN, é administrador do Banco Caixa Geral, em Espanha — entretanto vendido ao espanhol Abanca –, de acordo com a lista dos órgãos sociais que é possível consultar na instituição.

Vários dos anteriores executivos da Caixa transitaram também para outros bancos. Vitor Manuel Lopes Fernandes é vogal do Novo Banco para o mandato 2017-2020, tendo ocupado no banco público o mesmo cargo. Jorge Telmo Maria Freire Cardoso é vogal da administração do Novo Banco, para o mesmo mandato.

António Tomás Correia, que recentemente venceu as eleições para continuar à frente dos destinos da Associação Mutualista Montepio, foi também administrador da CGD entre 2000 e 2002.

Álvaro Nascimento, que foi presidente do Conselho de Administração da Caixa (2013-2016), chegou a ser apontado para presidente do Conselho de Administração da Caixa Económica Montepio Geral.

António Manuel da Silva Vila Cova, que era vogal da CGD, é presidente não-executivo Banco Finantia. José Fernando Maia de Araújo e Silva é administrador executivo do Eurobic para mandato o 2016-2019 e responsável pela área de risco na instituição.

No BCP estão os ex-vogais da CGD Pedro Miguel Duarte Rebelo de Sousa, que é presidente da mesa da assembleia-geral do banco liderado por Miguel Maya e João Nuno de Oliveira Jorge Palma, administrador da instituição.

O Banco de Portugal (BdP) conta também com vários destes administradores, começando pelo governador da instituição, Carlos Costa, que lidera o regulador desde 2010. Foi vogal do Conselho de Administração da CGD entre 2004 e 2006.

Ana Cristina de Sousa Leal, diretora do Departamento de Estabilidade Financeira do BdP, foi também administradora da Caixa, responsável pela área de risco. José de Matos, que foi presidente executivo da CGD, gere os fundos de pensões do Banco de Portugal, desde 2017.

A Associação Portuguesa de Bancos (APB) conta nos seus quadros com Faria de Oliveira, que foi presidente da CGD e que lidera a associação desde 2012, com mandato até 2020. Norberto Rosa é também secretário-geral da APB, tendo estado na calha para a administração do BCP.

A concessão de créditos mal fundamentada, a atribuição de bónus aos gestores com resultados negativos, interferência do Estado e ineficiências na gestão de risco são os principais problemas apontados pela EY numa versão da auditoria à CGD a que a Lusa teve acesso, datada de dezembro de 2017.

Hoje, a consultora EY afirmou-se apenas vinculada ao relatório final da auditoria à CGD que emitiu em junho de 2018, pelo que documentos como a versão preliminar divulgada esta semana “não devem ser considerados”.

A estes magníficos nunca aconteceu isto, na versão moderna do alcatrão e penas do antigamente. A imagem tem dez anos e o que aconteceu em Portugal, apesar disto que era público e notório, aconteceu precisamente nestes dez anos a seguir. Não estavam avisados? Não sabiam ler inglês? Não iam a Nova Iorque e não viam isto em todos os quiosques de rua? Não iam lá fazer compras com a famelga?

Se as pessoas em geral soubessem o trem de vida destes magníficos gestores, o modo como gastam o dinheiro que assim ganham, como têm as suas casas, os carros que têm, as aparelhagens de luxo que podem ter, as férias que gozam várias vezes por ano, etc etc etc., estes magníficos tinham um destino bem pior do que este desgraçado que afundou o Lehman Bros.

Tal como diz na capa, o tipo apesar do que fez não compreende a ira de quem lhe põe alcatrão e penas deste modo. Não compreende...tal como os nossos 17 magníficos também não compreenderão e olham de cima da burra quem lhes possa apontar as borradas. Afinal o que são 3 mil milhões quando o Estado assume tudo e tudo paga, com os impostos de todos os que podem pagar, apoiado em figurões como aquele que sua as estopinhas aquando da audição parlamentar?

Por isso o mínimo a fazer é mostrar-lhes as caras para toda a gente ver quem são. O Correio da Manhã não quer fazer uma capa com os 17 magníficos?



E muito menos isto:



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A obscenidade do jornalismo televisivo