quinta-feira, fevereiro 07, 2019

Mais casos do dia do antigamente ( não era assim tão bom...era diferente)

Os seguintes recortes, de exemplares do Diário Popular dão-nos uma perspectiva da realidade quotidiana de há umas décadas, antes do 25 de Abril de 1974.
Era outro tempo em que o jornalismo não precisava de cursos de Comunicação Social, ministrados nas madrassas habituais, com os seus imans do costume, formados precisamente nesta escola da vida jornalística do Bairro Alto e agora de turbante multicultural e batina em arco-íris.

Uma das coisas mais impressionantes que se topam imediatamente a quem procura notícias de casos do dia nos jornais de então é a quantidade de mortos na estrada, em acidentes de viação. Praticamente todos os dias há notícias dessas tragédias.

Em  Novembro de 1971 o Diário Popular dava umas estatísticas que não sei se ainda existem nos sítios oficiais:


Diário Popular 20.11.1970, notícias das actividades clandestinas da ARA, organização bem conhecida da antiga terrorista Isabel do Carmo, agora convertida a médica de gordos.


Lendo estas notícias fica a perceber-se o que era esta ARA, ligada à esquerda extremista, com apoio tácito do PCP. Extrema-esquerda típica cujos elementos são heróis, para os rapioqueiros de agora que louvam essa coragem de lutar contra o fassismo! "Mesmo matando aqueles que morrendo, vivem a trabalhar"...como cantava outro da mesma laia ( Fausto, cantor).

Vejamos como explica a tal Isabel do Carmo o que sucedeu, no seu livro de 2017, Luta Armada ( assim mesmo!)


Repares-se na desfaçatez de explicar o primeiro atentado da ARA a um barco- Cunene- mas que relativamente ao outro que sabotaram, fazendo explodir um engenho que poderia ter sido na altura em que o mesmo se encontrava já a navegar, passa sobre o assunto como gato fedorento por cima de brasas...

Esta gente andou mais dez anos nestas actividades heróicas e matou mais pessoas inocentes depois disso. As FP25 são uma das suas excrescências, apesar de estes que foram julgados em 1980 se demarcarem dessas actividades. Não tinham nada, mesmo nada a ver com tal coisa...



E para amenizar vejamos como era a vida comum do cidadão médio que numa terça-feira de Outubro de 1971 quisesse divertir-se em Lisboa. As opções eram estas:

O jornal trazia na capa a menção "visado pela comissão de censura"...mas tal não impediu o relato dos feitos de Isabel do Carmo e comparsas, em modo muito mais pormenorizado do que a mesma conta no referido livro. A descrição do corpo do infeliz apanhado na explosão e que lhe provocou a morte de que aquela é responsável material e moral é muito mais perfeita...mesmo com censura. E os efeitos que a bomba destinada ao Niassa que devia partir nessa manhã de 20 de Novembro de 1970 com tropas. Só o mau tempo adiou a partida, porque se assim não fora a explosão dar-se-ia com as tropas lá dentro e os mortos provavelmente contar-se-iam mais do que pelos dedos de uma só mão.

Responsável material e moral por isto? A aludida heroina de rapioqueiros e afins e que agora trata gordos...e que um dia destes vai ao programa do Goucha ou mesmo dos rapioqueiros para contar as proezas da luta contra o fassismo. Em vez de processos na ERC serão louvados pela distinção de term heroínas deste calibre em programas de tv...




E por último uma notícia sobre um "infanticídio". Ainda não havia "monstros" à solta na redacção do DP...como hoje existem na do Correio da Manhã.

DP 30.10.1973


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A obscenidade do jornalismo televisivo