tag:blogger.com,1999:blog-6107154.post6992299350778345676..comments2023-11-02T12:46:57.973+00:00Comments on portadaloja: O esquerdismo católico, precursor do actual regimeUnknownnoreply@blogger.comBlogger114125tag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-77132855816203396902017-05-19T19:23:10.229+01:002017-05-19T19:23:10.229+01:00Só ontem li a entrevista de Nogueira Pinto. Gostei...Só ontem li a entrevista de Nogueira Pinto. Gostei bastante. Inteligente e oportuna e chamando os bois pelos nomes, sem contemplações ou vergonha de afirmar alto e bom som ser um homem da direita e nacionalista. Em suma, um patriota. Parabéns e continue essa luta para já inglória, mas com o passar do tempo, que se suplica a Deus Nosso Senhor seja breve, ela dará os seus frutos.Mariahttps://www.blogger.com/profile/09816510001775313921noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-42388792532735991962017-05-19T02:40:32.150+01:002017-05-19T02:40:32.150+01:00Depois desta constatação real e iniludível, faço u...Depois desta constatação real e iniludível, faço uma pergunta legítima: por que motivo os timorenses, um povo com características específicas, considerado "preto" pelos cânones dos brancos, sempre viveu em paz e jamais se insurgiu por estar a ser governado por brancos de um país europeu, no caso Portugal. Nunca se revoltou, nunca pegou em armas para lutar contra os brancos, nunca expulsou do território os brancos que lá vivessem, nunca protestou contra o facto de raramente haver enviados do governo de Lisboa a visitar o território, etc. Também não é de crer que aquele povo bom e pacífico passasse fome enquanto Portugal administrou o território. Se eram pobres? Claro que eram, mas não morriam à fome (como agora acontece em Portugal em número de centenas de milhar, fazendo bichas permanentes à porta da sopa dos pobres e não fora esta e eles morreriam de inanição... a fazer lembrar os milhares de pobres e a respectiva sopa criada para os mesmos por Sidónio pela destrutiva 1ª República), de resto também em Portugal os havia e nem por isso se revoltaram contra o regime do Estado Novo ou contra Salazar, a quem aliás várias vezes agradeceram, como se pode ver nas fotos das manifestações do Terreiro do Paço pejado de gente a saudá-lo vivamente por ter conservado o País em paz e em segurança, sem turbulências políticas ou revoluções sem nexo, as quais, por um ou outro ameaço dos oposicionistas, eram fortemente criticadas e desaprovadas.<br /><br />José, perante estes factos reais e iniludíveis, o que se lhe oferece dizer sobre, por exemplo, este povo maravilhoso (que em sentimento e devoção tem parecenças com o d'Angola, este tinha lá muitos brancos, curiosamente o de Timor não os tinha, o que significaria ter mais uma razão suplementar para se desligar de Portugal) que tanto amor e carinho dedicava ao "seu" Portugal europeu ainda que situado no outro lado do mundo, caso isso tivesse acontecido através de um referendo como o próprio povo tinha sugerido e desejado? Ou seja, poder ter continuado ligado ao nosso País e a ser administrado pelo Estado português? E quem são os culpados disso não ter acontecido, se era o que aquele sinceramente queria?Mariahttps://www.blogger.com/profile/09816510001775313921noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-56087339502914442722017-05-19T02:31:44.801+01:002017-05-19T02:31:44.801+01:00O José disse a determinada altura, sobre o assunto...O José disse a determinada altura, sobre o assunto "África" que temos vindo a debater, que os pretos de Angola e já agora dos restantes territórios portugueses, com o decorrer do tempo nunca iriam aceitar serem governados por brancos e estes a mandarem neles porque consideravam aquelas terras como "suas". Não sei sinceramente se teria sido exactamente assim, eu pessoalmente não o creio, mesmo tendo em conta as tribos a viverem isoladas no mato e longe da civilização, que aliás não os incomodava em absoluto - como acontece no Brasil deste sempre, sem que os índios que vivem isolados no interior da Amazónia, se preocupem uma nesga com o poder em Brasília e com os brancos(?) que os governam; com efeito eles vivem lindamente e em paz nas profundezas da floresta amazónica, criam os filhos à sua maneira e governam-se cmo sabem sem que nada os perturbe ou lhes retire o seu muito particular modo de vida. (Salvo, claro está, em que alguns deles já estão a ser ameaçados desde que há democracia no Brasil, por culpa dos madeireiros a soldo das multinacionais norte-americanas que abatem descontroladamente milhões de árvores, muitas delas milenares, sem se preocuparem de estar a invadir espaços habitados por tribos índias desde há séculos, alterando e mesmo destruíndo o seu modo de vida devido ao abate desenfreado e criminoso e sem regras nem supervisão do Estado, de milhões de toneladas de madeira preciosa de que a Amazónia é riquíssima, como se sabe, mais conhecida como o pulmão do Planeta). A verdade é que não tivemos tempo para o verificar, os dois imperialismos não nos deixaram. E isto pode ser considerado um crime de lesa-pátria sem perdão, cometido pelos comunistas da Fetilin a mando de Lisboa - com o traidor do Almeida Santos como interlocutor privilegiado, que chegou a ter a supina lata de dizer, depois de voltar do território e ter dado as respectivas ordens levadas de Lisboa para o movimento de'libertação' comunista (para encetar o quanto antes a luta armada sem reservas) já a actuar em força no terreno, que "nunca pensei ver tanto amor a Portugal por este povo".<br />(cont.)Mariahttps://www.blogger.com/profile/09816510001775313921noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-84410042560038968732017-05-18T03:07:07.091+01:002017-05-18T03:07:07.091+01:00"... só se atingiu em Angola em 74 com a derr..."... só se atingiu em Angola em 74 com a derrota completa dos movimentos. Ainda faltava a Guiné e Moçambique." (Muja)<br /><br />Ora aí está uma verdade inquestionável, aliás confirmada por generais e militares detentores de altos cargos no exército e também por civis com conhecimento suficiente do que se passava no terreno. Afinal, contra a propaganda envenenada propalada pelos oposicionistas em Paris, Argel e etc., a guerra em Angola estava ganha e tinha chegado ao fim. Quando esta realidade constatável chegou ao conhecimento dos comunistas e socialistas - estes bem acantonados nos países ricos da Europa, longe da guerra e do terror que eles próprios haviam ajudado a despoletar e que apoiavam e incentivavam a mando dos dois internacionalismos, para se dedicarem a tempo inteiro e exclusivamente à propaganda contra o Regime e a congeminar actos subversivos com o fim de corroer aquele por dentro - soou o alarme e os comunistas e socialistas, alarmados com tão imprevista quão desanimadora realidade, puseram-se d'imediato em acção ordenando aos grupos terroristas, por eles contratados, desde há muito junto às fronteiras do território mais propícias para a sua penetração mais rápida e segura, para atacaram em força as populações indefesas e exercendo em simultâneo a doutrinação comunista que já vinha de longe, mas agora mais persuasiva e convicente junto dos militares desafectos ao Regime, fazendo o mesmo junto da população mais humilde, ignorante e influenciável, sendo prioritários os ataques imediatos por toda a Angola e só depois nos restantes Territórios, tudo feito com a ajuda no terreno dos pretensos movimentos de libertação aka terroristas (todos propositadamente drogados) já em grande parte e desde há largo tempo infiltrados em terrenos e locais estratégicos do território. <br /><br />Dalí à feroz luta armada e à guerra fratricida foi um pequeno passo. <br /><br />Foi com esta subtileza maquiavélica e traidora que se destruiu uma Nação quase milenar, uma cultura ancestral, um País em paz na Europa e em África, deixando pelo caminho mais de um milhão de mortos, portugueses inocentes que tudo quanto suplicavam aos terroristas-assassinos é que os deixassem continuar portugueses. Terroristas cujos milhentos e horrendos crimes cometidos foram a mando e sob ordens rigorosas dos satânicos Cunhal e Soares, este o braço direito daquele. Mariahttps://www.blogger.com/profile/09816510001775313921noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-90980119404377735152017-05-17T19:43:58.814+01:002017-05-17T19:43:58.814+01:00PJMODM,
vou responder dissecando o seu comentário...PJMODM,<br /><br />vou responder dissecando o seu comentário.<br /><br /><i>Sem dúvida que o referido bloco de interesses foi uma realidade, todos o sabemos, o que se me afigura irrealista é a utopia de que essa era uma solução de médio / longo prazo contra todas as potenciais mundiais e uma parte considerável das populações autóctones.</i><br /><br />A "parte considerável das populações autóctones" requer fundamento. Não é uma verdade evidente. As potências mundiais também alteram a sua política e, geralmente, abusam sobretudo de quem se deixa abusar. <br /><br /><i>Acrescente-se que os notáveis esforços e vitórias militares conseguidos entre 1961 e 1974 mereciam ser acompanhados de uma solução política a partir de uma posição de força, em vez de deixar levar a um arrastamento </i><br /><br />Cá vem novamente a solução mágica. Qual era a solução?<br /><br />Quanto a posição de força, era esse um dos objectivos da nossa defesa. E tal só se atingiu em Angola em 74 com a derrota completa dos movimentos. Ainda faltava a Guiné e Moçambique. <br /><br />A nossa vitória ou a impossibilidade ou extremo custo da nossa derrota para quem nos ataca é que são posições de força. Negociar porque se não quer a guerra ou se está farto dela não é nenhuma posição de força - é posição de fraqueza!<br /><br />O arrastamento era inevitável porque próprio do tipo de guerra. Tinha-se disso plena consciência quando se decidiu combater. Mais uma vez: negociar para evitar o arrastamento não é posição de força, é posição de fraqueza!<br /><br /><i>em que as várias gerações convocadas para o esforço de guerra (em particular as aculturadas num mundo ocidental em mudança e vivendo um dos seus maiores períodos de decadência nos anos 60/70) o tornariam dificilmente sustentável por muitos mais anos (mesmo que muitas coisas corressem bem nas frentes haveria sempre problemas na retaguarda que tinha de alimentar aquela frentes).</i><br /><br />Era, efectivamente, um problema. Porém, estava, em parte, resolvido ou vias de resolver-se, através do recrutamento local; a outra parte era a mais complicada, que era arranjar oficiais. <br /><br />Aí não posso dizer grande coisa. Era o que era. Não sei se teria podido fazer melhor, se não. <br /><br />Mas também não atiro soluções mágicas para esse problema! Talvez fosse irresolúvel, talvez não. <br /><br />Porém, no meu entender, não se perseverou o suficiente. Não justificava abandonar.mujahttps://www.blogger.com/profile/17973066632824842337noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-51286549288533139692017-05-17T14:50:07.147+01:002017-05-17T14:50:07.147+01:00Apenas mais um considerando com a máxima cordialid...Apenas mais um considerando com a máxima cordialidade (até porque também considero que a saída portuguesa de África em 1975 foi uma das maiores vergonhas da nossa história, com vários atos criminosos e uma delinquência de Estado que então se instalou e continuou a produzir destruição de valor em vários outros campos, a minha questão é que durante o marcelismo se devia ter aberto uma via própria de transição que implicaria no médio prazo a independência desses territórios, permitindo no mesmo passo uma transição para um regime liberal no Portugal europeu).<br /><br />Muja:<br />«"parece-me irrealista a tese de uma Angola, Moçambique e Guiné dirigidas por portugueses brancos em forte união com a Rodésia e a África do Sul etc"<br />Insisto: como é que uma realidade pode ser irrealista?!<br />Enfim, excluamos a Guiné, para simplificar. <br />Mas isto era a realidade em 74!<br />Angola, Moçambique, Rodésia e África do Sul constituíam já, na prática, um bloco de interesses comuns na África Austral.»<br /><br />Sem dúvida que o referido bloco de interesses foi uma realidade, todos o sabemos, o que se me afigura irrealista é a utopia de que essa era uma solução de médio / longo prazo contra todas as potenciais mundiais e uma parte considerável das populações autóctones.<br />Acrescente-se que os notáveis esforços e vitórias militares conseguidos entre 1961 e 1974 mereciam ser acompanhados de uma solução política a partir de uma posição de força, em vez de deixar levar a um arrastamento em que as várias gerações convocadas para o esforço de guerra (em particular as aculturadas num mundo ocidental em mudança e vivendo um dos seus maiores períodos de decadência nos anos 60/70) o tornariam dificilmente sustentável por muitos mais anos (mesmo que muitas coisas corressem bem nas frentes haveria sempre problemas na retaguarda que tinha de alimentar aquela frentes).<br />PJMODMhttps://www.blogger.com/profile/16612323392997305151noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-26106186949074099202017-05-17T08:57:43.934+01:002017-05-17T08:57:43.934+01:00"Deculpe José, mas lendo estas suas afirmaçõe..."Deculpe José, mas lendo estas suas afirmações noto que se contradiz um bocadinho relativamente ao que tem vindo a escrever ùltimamente, neste caso específico indo mais ao encontro da opinião generalizada tecida pelos demais leitores/comentadores"<br /><br />Não há contradição porque tenho escrito e penso que Portugal deveria manter-se no Ultramar durante mais tempo e ter saído de "forma limpa" nem que para isso tivesse, como teria de continuar a guerra.joséhttps://www.blogger.com/profile/08191574005669567167noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-55308822126379243392017-05-17T02:48:52.109+01:002017-05-17T02:48:52.109+01:00"Em que é que Portugal tem agora necessidade ..."Em que é que Portugal tem agora necessidade disso?<br /><br />No tempo do Ultramar tinha e devia ter continuado até conseguir minorar os prejuízos com a saída de África.<br /><br />Mas como alguém já escreveu aqui está por fazer a conta sobre o deve e haver do Ultramar. Quem ganhou mais e como.<br /><br />Os 700 mil retornados custaram-nos muito em dinheiro e socialmente também, durante muitos anos. Para cada um deles, com poucas excepções ( Almeida Santos...) foi uma tragédia pessoal. E isso devia contar para os mários soares que não ligaram a tal coisa." (José)<br /><br /><br />Deculpe José, mas lendo estas suas afirmações noto que se contradiz um bocadinho relativamente ao que tem vindo a escrever ùltimamente, neste caso específico indo mais ao encontro da opinião generalizada tecida pelos demais leitores/comentadores. Estes seus quatro parágrafos estão mais consentâneos com a realidade quanto à questão "África portuguesa" e ao que lhe sucedeu após o abandono da mesma pelo poder em Lisboa e, pior um pouco, pelo apressado e criminoso processo a que foi sujeita. <br /><br />Há também umas opiniões curiosas que o José tece a propósito dos "pretos foram para o Brasil e os brancos para África" achando que são casos completamente diversos porque no primeiro caso a mistura de raças, deu origem aos mulatos e no caso de África nada disso aconteceu. Tem a certeza? Não estará a confundir o modus vivendi da população na África portuguesa com o mesmo na inglesa, em que nesta isso que diz acontecia de facto, salvo algumas excepções?<br />Falarei ainda sobre o povo timorense que não se revoltou nada contra os portugueses, foi forçado isso sim pelos comunistas da Fretilin e sem referendo, a exigir a independência de Portugal sem o querer fazer. <br />E aproveitarei para escrever algo sobre a Índia sob administração inglesa e como este povo era visto pelos ingleses (que tratavam e tratam os indianos por "pretos") comparativamente ao modo como o faziam os brancos em relação aos negros na África portuguesa. <br /><br /><br />Noutra caixa, lá mais abaixo, vou tentar responder a algumas questões/interrogações/constatações deixadas pelo José nos seus pertinentes comentários, sobre este mesmo tema, mas ficará para amanhã se Deus quiser.<br /> <br />Também não quero deixar d'agradecer as amáveis palavras de Severo.Mariahttps://www.blogger.com/profile/09816510001775313921noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-87531458277569465292017-05-16T21:38:50.076+01:002017-05-16T21:38:50.076+01:00Muja,
A estratégia diplomática montada por Salaza...Muja, <br />A estratégia diplomática montada por Salazar, com o apoio importante do Teixeira Sampaio, para o período que vai do início da Guerra Civil de Espanha até ao fim da Segunda Guerra 'e o período de ouro da diplomacia de um Estado. O zelo na defesa dos princípios, a coerência, o equilíbrio, a atenção ao detalhe faz de Salazar um professor entre alunos. A autoridade que lhe reconhecem os outros governos da época reflecte o respeito que a Figura suscitava e reforça enormemente a posição portuguesa no quadro internacional.<br /><br />Miguel DUnknownhttps://www.blogger.com/profile/17456343949629010362noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-39679782222573842742017-05-16T21:13:31.455+01:002017-05-16T21:13:31.455+01:00O episódio é realmente como um instantâneo da real...O episódio é realmente como um instantâneo da realidade da nossa política externa e do estilo característico da diplomacia do Mestre, que dizia que a única forma que um país pequeno tem de se fazer respeitar é ter sempre razão.<br /><br />Foi mais uma demonstração de como o cumprimento escrupuloso das obrigações pode ser uma arma diplomática de grande eficácia.<br /><br />É lição de que hoje se poderia tirar muito proveito!mujahttps://www.blogger.com/profile/17973066632824842337noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-58730461808420444312017-05-16T20:59:05.958+01:002017-05-16T20:59:05.958+01:00Pois é mesmo assim como escreve o Bic - muito mais...Pois é mesmo assim como escreve o Bic - muito mais rigoroso que eu.<br />mujahttps://www.blogger.com/profile/17973066632824842337noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-25689483951835880342017-05-16T20:32:35.981+01:002017-05-16T20:32:35.981+01:00Muja,
Poucos sabem hoje desse episódio do bloqueio...Muja,<br />Poucos sabem hoje desse episódio do bloqueio da Beira pelos britânicos. Em boa verdade Portugal não anuiu nem deixou de anuir ao embargo. Porque não era produtor, não tinha petróleo para vender à Rodésia ou a quem fosse. A passagem do comércio vital para países sem acesso ao mar é obrigação decorrente do Direito Internacional e ao seu abrigo Portugal permitiu sempre o trânsito. Para a Rodésia e igualmente para o Malawi e para a Zâmbia (esta aliás dependia da própria Rodésia também). A África do Sul foi mais além: não só permitiu o comércio, como tirava do que comprava para si para o ceder deliberadamente à Rodésia. E a Inglaterra, que não reconhecia a independência da Rodésia e lhe promoveu o embargo de petróleo escudada nas Nações Unidas para subjugar Ian Smith? Nada fez contra a África do Sul e decidiu arreganhar os dentes aos portugueses em Moçambique bloqueando-nos o porto da Beira.<br /><br />Esta história é interessante e pouco se recorda. Mas era com isto que nos tínhamos de haver na época. E conseguíamos, perseverando, sempre.<br />Toda esta trama vem muito bem contada no vol. VI de «Salazar», do embaixador Franco Nogueira. Muitos haviam de o ler.Bic Laranjahttps://www.blogger.com/profile/07285966033908580575noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-74274808424531045132017-05-16T20:30:09.585+01:002017-05-16T20:30:09.585+01:00Este comentário foi removido pelo autor.Bic Laranjahttps://www.blogger.com/profile/07285966033908580575noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-79162350343073761872017-05-16T19:25:11.370+01:002017-05-16T19:25:11.370+01:00parece-me irrealista a tese de uma Angola, Moçambi...<i>parece-me irrealista a tese de uma Angola, Moçambique e Guiné dirigidas por portugueses brancos em forte união com a Rodésia e a África do Sul</i> etc<br /><br />Insisto: como é que uma realidade pode ser irrealista?!<br /><br />Enfim, excluamos a Guiné, para simplificar. <br /><br />Mas isto era a realidade em 74!<br /><br />Angola, Moçambique, Rodésia e África do Sul constituíam já, na prática, um bloco de interesses comuns na África Austral.<br /><br />E pode chegar a tal conclusão quem conheça minimamente a questão da crise do bloqueio da Beira por causa do embargo de petróleo à Rodésia por parte da Grã-Bretanha.<br /><br />Chegou a temer-se que os ingleses invadissem Moçambique e ocupassem a Beira. O porto de Beira esteve bloqueado pela Armada Britânica. Foram mobilizadas as defesas portuguesas e havia entendimento com a África do Sul para que viessem em nosso auxílio se tal se verificasse.<br /><br />Éramos acusados pelos ingleses de fornecer petróleo à Rodésia, apesar de termos anuído ao embargo - o que era parcialmente verdade, visto que, apesar de não vendermos petróleo à Rodésia, autorizávamos o trânsito de petróleo fornecido pela África do Sul através de território português, coisa que nunca nos comprometemos a não fazer.<br /><br />Ora, para que um domínio da coroa britânica - embora formalmente o já não fosse - afirmar explicitamente que fornecerá auxílio militar a outro país contra a Grã-Bretanha, independentemente da intenção ser verdadeira ou não, não é coisa despicienda. Nem hoje, quanto mais na altura.<br /><br />Portanto, a ideia de um bloco austral estava longe de ser irrealista. E estavam em curso negociações com a Zâmbia e o Malawi, sobre os quais Portugal tinha ascendente estratégico e contactos influentes com os respectivos presidentes.<br /><br /><br /><br />mujahttps://www.blogger.com/profile/17973066632824842337noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-10529150518528152052017-05-16T18:55:57.008+01:002017-05-16T18:55:57.008+01:00Uma última nota relativamente ao que acima disse (...Uma última nota relativamente ao que acima disse («Concordo com o José no sentido de que a utopia do Portugal ultramarino era irrealista, pela ideia de domínio (económico e político) subjacente de portugueses europeus sobre territórios que tinham populações autóctones com diferenças substantivas e milenares, sendo certo que o Estado multicontinental é irrealista para territórios da dimensão de Angola, Moçambique ou Guiné Bissau.»)<br />Respeitando (mas discordando de) os argumentos em sentido contrário, relembro só que a realidade, além dos aspectos rácicos, culturais, políticos e territoriais que aduzi acima compreende, ainda, um determinado contexto geopolítico numa época específica, o século XX.<br />Respeitando o que digam em sentido contrário parece-me irrealista a tese de uma Angola, Moçambique e Guiné dirigidas por portugueses brancos em forte união com a Rodésia e a África do Sul dirigidos por brancos cujos ascendentes vieram da Europa contra a vontade de todas as potências mundiais da época e uma parte considerável das populações autóctones dominadas. A Rodésia e a África do Sul dominadas por brancos não caíram por causa de Portugal, estavam condenadas a cair quando abandonadas por Inglaterra (e a saída inglesa não foi determinada por comunistas).<br />PJMODMhttps://www.blogger.com/profile/16612323392997305151noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-51794539136584024952017-05-16T14:10:23.065+01:002017-05-16T14:10:23.065+01:00"Além disso, parece também sucumbir implicita..."Além disso, parece também sucumbir implicitamente à noção falaciosa do individualismo histórico, digamos assim. Quero dizer, a noção de que não pode haver projecto humano ou político que transcenda o indivíduo ou a duração de uma vida. "<br /><br />Tem razão nisso, mas nos anos sessenta esse sonho acabou, como cantava alguém ( Gilberto Gil e John Lennon) noutro contexto. <br /><br />E acabou precisamente por causa das razões que aqui estamos a debater.<br /><br /><talvez seja preciso outro sonho, outra utopia mais realista ( ahahaa). O meu seria compreender melhor o que Salazar e Caetano representaram e transformar a sociedade com tal conhecimento.<br /><br /><br />Seria uma quadratura de um círculo fechado e por isso utopia.joséhttps://www.blogger.com/profile/08191574005669567167noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-60676711589902587562017-05-16T10:05:58.126+01:002017-05-16T10:05:58.126+01:00Além disso, parece também sucumbir implicitamente ...Além disso, parece também sucumbir implicitamente à noção falaciosa do individualismo histórico, digamos assim. Quero dizer, a noção de que não pode haver projecto humano ou político que transcenda o indivíduo ou a duração de uma vida. <br /><br />Desse ponto de vista, o propósito de uma nação seria limitado a prover os indivíduos dos bens materiais que necessitem ou eventualmente desejem, e o papel do Governo o administrar estritamente nesse sentido, relegando para o domínio do sonho e da utopia toda a política que procure transcender essa dimensão individual, em que o colectivo não é mais que a soma dos indivíduos.<br /><br />Por outras palavras, o puro republicanismo como domínio máximo da política e os Direitos do Homem como expressão máxima da espiritualidade humana.<br /><br />O Ultramar era sonho e utopia porque não lucrávamos nada com isso - sendo o sujeito da afirmação o conjunto dos indivíduos que na altura viviam.<br />mujahttps://www.blogger.com/profile/17973066632824842337noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-53755234869419485442017-05-16T09:51:37.790+01:002017-05-16T09:51:37.790+01:00De resto, parece-me que o José está a axiomatizar ...De resto, parece-me que o José está a axiomatizar no abstracto aquilo que é do domínio das relações humanas e, portanto, não pode sê-lo. Como tal, parece querer ignorar sistematicamente as realidades históricas e humanas. Por exemplo:<br /><br /><i>Agora esse sonho, essa utopia de sermos mais alguém que europeus e termos uma extensão de território em África como se fosse um apêndice da nossa terra é sonho de quando, efectivamente?</i><br /><br />Do tempo da 2ª Dinastia? Quiçá antes?<br /><br />Porque motivo aquilo que foi realidade durante séculos, haveria de, subitamente, tornar-se, ou melhor, reduzir-se a sonho e utopia?<br /><br /><i>Hoje</i>, talvez não seja mais que isso. Talvez seja ainda menos que isso. Mas em 74, era ainda uma realidade. Não vejo como se possa negar tal coisa.<br /><br />Portanto, a questão, como muito bem a põe o confrade Bic, não é a do cumprirem-se sonhos e utopias mas antes a da conservação de uma realidade.<br />mujahttps://www.blogger.com/profile/17973066632824842337noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-56389783916897276462017-05-16T09:26:27.478+01:002017-05-16T09:26:27.478+01:00O nacionalismo é relacionado com o tribalismo, mas...O nacionalismo é relacionado com o tribalismo, mas não creio que se possa levar muito longe a comparação.<br /><br />São ambos manifestações da mesma característica ou princípio humano, mas de qualidades e graus muito diferentes, situados, aliás, numa hierarquia.<br /><br />Se o tribalismo fosse de algum modo equivalente em grau e valor ao nacionalismo, teríamos uma África próspera como nunca o foi, pois as sociedades africanas funcionam admiravelmente no contexto dos laços familiares e tribais. <br /><br />É no contexto da nação ou equivalente que as coisas se complicam. O que, aliás, é verdadeiro também dos árabes, eventualmente em menor grau, e em qualquer caso esses possuem a religião que lhes fornece o substracto civilizacional que aos os povos africanos falta.<br /><br />Não creio que seja necessária a homogeneidade para criar nações. Facilita o trabalho, é certo, mas não é necessário. A Espanha é desde logo o exemplo mais próximo. Apesar dos problemas, creio que nenhum de nós é tolo o suficiente que pense não ser a Espanha uma nação. A Grã-Bretanha é outro. E antes que me acusem os exemplos de não serem suficientemente heterogéneos, direi já a Rússia. <br /><br />A Rússia não só é uma nação multi-racial e pluri-continental, como é multi-confessional. Aliás, é tanto assim que é sempre difícil saber onde acaba a nação e começa o império. E isto sem prejuízo de reivindicar, informalmente e de facto, e desconfio que em breve formalmente, o título de defensora da Cristandade (não esquecer, ou ficar sabendo, que Vladimir Putin foi à Grécia visitar um conjunto de mosteiros cuja origem remonta, pelo menos, ao séc. IX, e foi-lhe dado o lugar reservado, e assim mantido, ao Imperador Romano - A Rússia é a herdeira de facto do Império Romano do Oriente, ou pretende sê-lo). <br /><br />Não há pretos na Rússia, mas há outras raças, asiáticas, quiçá mais orgulhosas, pois que em tempos, aliás, dominaram regiões à escala continental. Há religiões dadas como incompatíveis no "ocidente" - aliás, a forma como é tratada a questão religiosa na Rússia é um modelo que poderia ser estudado com muito proveito para vários países europeus.<br /><br />A Rússia está longe de ser um país homogéneo excepto eventualmente na cultura e na ideia de si própria.mujahttps://www.blogger.com/profile/17973066632824842337noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-24235664915518830972017-05-16T00:12:50.523+01:002017-05-16T00:12:50.523+01:00E o enquadramento geral é este: os nacionalismos, ...E o enquadramento geral é este: os nacionalismos, os tribalismos são filhos da mesma ideia, de que um povo homogéneo tende a uma hostilidade latente relativamente a outro de natureza diversa.<br /><br />Quanto maiores forem as diferenças maior a hostilidade ou o sentimento de repúdio quanto a uma eventual miscigenação.<br /><br />Alguém contesta a ideia?<br /><br />joséhttps://www.blogger.com/profile/08191574005669567167noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-64642846195262048122017-05-16T00:05:21.386+01:002017-05-16T00:05:21.386+01:00Não entrincheirei nada. Estou livre para falar nes...Não entrincheirei nada. Estou livre para falar nesses assuntos sem me comprometer com nada. <br /><br />E todos os exemplos que dei são-no no contexto que apresentei. <br />Os povos de Espanha são tribos, num sentido lato que poderia englobar a ideia básica: o espírito tribal é a essência do nacionalismo. Ou não será assim?<br />os ameríndios são o povo que existia nas Américas meridionais. E no Brasil não era diferente. Portugal deu-lhes os pretos e houve mistura. Não seria a mesma coisa em Angola e Moçambique porque o Brasil foi ao contrário. Ou não é assim? <br /><br />Portanto, cada exemplo tem a sua razão de ser e não o vi contrariado validamente. <br /><br />Essencialmente apresentei uma ideia: África é dos africanos e é assim que eles querem e sempre quiseram. Quem pretender o contrário dá com os burrinhos na água. E se Salazar queria, também lhe sucederia o mesmo.<br /><br />Como o tenho por pessoa inteligente julgo que não queria pelas razões que apresentei.<br /><br /><br /><br />joséhttps://www.blogger.com/profile/08191574005669567167noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-34129794333639469392017-05-15T23:55:22.212+01:002017-05-15T23:55:22.212+01:00«[...] como parece que alguns defendem por aqui, c...«[...] como parece que alguns defendem por aqui, como sendo o que Salazar pretendia.» <br /><br />O que Salazar pretendia era conservar o Ultramar. Está sobejamente documentado no disse e no que fez. Não fui nem vou além disto. O José pretende adivinhar-lhe ideias contrárias aos seus (de Salazar) próprios actos e afirmações. Projecta-lhe um nexo de raciocínio não utópico e diz que o faz por respeito à inteligência que lhe reconhece. Pois, mas a conjectura é inteiramente sua, José.<br /><br />Não querendo ser descortês com o anfitrião, sempre me parece que o estimado José a dado passo perdeu-se. Entrincheirou-se e passou a disparar com desnorte: povos da Espanha, ameríndios, negros americanos &c. mais parecem artifícios quando se confunde Kaunda com Mugabe. É que era disto e não daquilo que íamos falando.<br /><br />Espero que me não leva a mal esta franqueza.<br /><br />Cumpts.<br />Bic Laranjahttps://www.blogger.com/profile/07285966033908580575noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-84867036735362607242017-05-15T23:17:34.683+01:002017-05-15T23:17:34.683+01:00Hmmm… isso é uma contradição com outros escritos o...Hmmm… isso é uma contradição com outros escritos ou ideias… porque o poder económico como se tem visto é o poder de facto. Aliás já se disse aqui que Portugal nem independente já é com a dívida colossal. África é diferente porquê? Se for é para pior e mais frágil.joseruihttps://www.blogger.com/profile/15235389690216459568noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-61035934151456680482017-05-15T23:14:50.346+01:002017-05-15T23:14:50.346+01:00E de facto esta colonização chinesa dá razão ao Mu...E de facto esta colonização chinesa dá razão ao Muja que aliás correu com o comuna no comentário acima com essa razão. Sacanas dos comunas, vilipendiam o estado Novo e Salazar em nome do plástico chinês. Os pretos fizeram uma troca de facto muito proveitosa para eles.<br />E já tinha dito uma vez: S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde, não têm uma única razão válida para não serem território português e parte integrante da UE. O que se fez a esses povos foi ainda mais monstruoso que em Angola, Moçambique e Guiné. Os comunas, só por isso, deviam ser persona non grata em todo o país e o partido ilegalizado como monstruosidade anacrónica que é e sempre foi.joseruihttps://www.blogger.com/profile/15235389690216459568noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6107154.post-84016555388313254772017-05-15T23:14:13.350+01:002017-05-15T23:14:13.350+01:00Não quis significar isso literalmente. Quis apenas...Não quis significar isso literalmente. Quis apenas dizer que são negócios apenas. E o poder é outra coisa que vai mais além do que isso.<br /><br />Em Portugal os chineses também fazem negócios. Até têm a edp...e não é apenas mais uma loja de chineses. Mas ainda não mandam no poder político nem estão cá para impor a cultura deles, como aconteceria se mandassem num país africano. <br /><br />É só isso que quis dizer.joséhttps://www.blogger.com/profile/08191574005669567167noreply@blogger.com