Sousa Tavares tem um programa na SIC. Um directo que começou com o tratamento televisivo do "segredo de justiça".
O que informou sobre o fenómeno são inanidades a não ser num ponto: concluir que a violação do segredo de justiça é imputável a quem detém a guarda do processo, ou seja, os magistrados.
Esta acusação gratuita, sem provas a não ser a do palpite, enferma do mesmo vício deste jornalismo de bolso: ignorância e má-fé.
Prova desta imputação? a primeira e única violação de segredo de justiça no processo Face Oculta está imputada a um advogado de um dos arguidos do processo. A mais grave violação do segredo de justiça neste processo ocorreu para ajudar os suspeitos quando estes se encontravam sob escuta e tinham passado longos meses sem qualquer quebra da parte dos investigadores. O que aliás, se manteve ainda assim, durante meses e num período eleitoral cujo resultado se afigurava incerto.
Este programa de Sousa Tavares, com este rigor jornalístico tem a mesma validade profissional que uma crónica no jornal O Jogo ou A Bola sobre um jogo de futebol: irrelevante.
Nada irrelevante é a entrevista que segue, ao primeiro-ministro José S.
Boas perguntas, directas, explícitas e sem rodeios. Sobre o caso Tagus Park/Figo a pergunta é directa: é lícito que se usem meios públicos para isto?
A resposta de José S. é a habitual: negar tudo, foi tudo um acaso e nada pode ser interpretado nesse sentido. "Nada teve a ver uma coisa com a outra e acho aliás uma infâmia", é a explicação dada por José S.
Perante a insistência na coincidência de factos, ( de manhã Figo fez uma coisa; à tarde resulta outra) José S. continua a negar.
E Sousa Tavares cita as conversas transcritas pelo Sol: "certamente há explicações para elas", diz José S.
E agora vamos à história da putativa compra de um terço da TVI, diz Sousa Tavares.
Nunca teve conhecimento desse plano?- pergunta Sousa Tavares. "Nunca me informaram e nunca dei orientações".
E José S. cita as escutas na parte em que o próprio PGR refere coisas que o ilibam...
O Sousa Tavares insiste- e muito bem- no assunto: alguém o citou a propósito do assunto da venda. José S. renega e volta a negar. Sousa Tavares insiste outra vez no plano e nas conversas em que o nome de José S. é citado como "chefe", como "primeiro" etc. E José S. desvia-se e diz que não costuma ser tratado como "chefe" e se alguém lhe invocou o nome invocou-o abusivamente. Pronto, é este o discurso.
Portanto, Sousa Tavares diz que o que resulta é uma sensação de cansaço. E fala do caso de Rui.Pedro.Soares e do que se passou e até lhe diz que a prova que esse indivíduo é incompetente é o facto de andar a negociar à revelia do próprio José S. Mas este não quer fazer "julgamentos apressados e muitas vezes injustos". E fica nisto.
Sousa Tavares cita os casos que envolvem José S. "Já são muitos", diz. E José S. diz que explicou todos os casos. E volta novamente ás escutas para citar em sua defesa o PGR e o pSTJ.
"A acumulação de casos são o lançamento de suspeições atrás de suspeições" , diz José S. vitimizando-se.
Sobre o Jornal de Sexta, ainda diz que o jornal era "política disfarçada de jornalismo".
É a imprensa que não gosta de si ou V. que não gosta do jornalismo?, pergunta Sousa Tavares. E José S. admirado com a pergunta...
E regressa ao tema das escutas que José S, acha que está a pôr em causa a democracia. E acha que o Estado ( o legislador) tem o dever de impedir que conversas privadas sejam publicadas.
E insiste nas conversas privadas e na intenção de rever a legislação sobre o assunto.
E José S. acha que é uma perversidade esta publicação ser feita em nome da liberdade.
E acha que não deve ser invocada a liberdade para se publicarem essas escutas.
E Sousa Tavares muda de agulha. E fico por aqui.
O que informou sobre o fenómeno são inanidades a não ser num ponto: concluir que a violação do segredo de justiça é imputável a quem detém a guarda do processo, ou seja, os magistrados.
Esta acusação gratuita, sem provas a não ser a do palpite, enferma do mesmo vício deste jornalismo de bolso: ignorância e má-fé.
Prova desta imputação? a primeira e única violação de segredo de justiça no processo Face Oculta está imputada a um advogado de um dos arguidos do processo. A mais grave violação do segredo de justiça neste processo ocorreu para ajudar os suspeitos quando estes se encontravam sob escuta e tinham passado longos meses sem qualquer quebra da parte dos investigadores. O que aliás, se manteve ainda assim, durante meses e num período eleitoral cujo resultado se afigurava incerto.
Este programa de Sousa Tavares, com este rigor jornalístico tem a mesma validade profissional que uma crónica no jornal O Jogo ou A Bola sobre um jogo de futebol: irrelevante.
Nada irrelevante é a entrevista que segue, ao primeiro-ministro José S.
Boas perguntas, directas, explícitas e sem rodeios. Sobre o caso Tagus Park/Figo a pergunta é directa: é lícito que se usem meios públicos para isto?
A resposta de José S. é a habitual: negar tudo, foi tudo um acaso e nada pode ser interpretado nesse sentido. "Nada teve a ver uma coisa com a outra e acho aliás uma infâmia", é a explicação dada por José S.
Perante a insistência na coincidência de factos, ( de manhã Figo fez uma coisa; à tarde resulta outra) José S. continua a negar.
E Sousa Tavares cita as conversas transcritas pelo Sol: "certamente há explicações para elas", diz José S.
E agora vamos à história da putativa compra de um terço da TVI, diz Sousa Tavares.
Nunca teve conhecimento desse plano?- pergunta Sousa Tavares. "Nunca me informaram e nunca dei orientações".
E José S. cita as escutas na parte em que o próprio PGR refere coisas que o ilibam...
O Sousa Tavares insiste- e muito bem- no assunto: alguém o citou a propósito do assunto da venda. José S. renega e volta a negar. Sousa Tavares insiste outra vez no plano e nas conversas em que o nome de José S. é citado como "chefe", como "primeiro" etc. E José S. desvia-se e diz que não costuma ser tratado como "chefe" e se alguém lhe invocou o nome invocou-o abusivamente. Pronto, é este o discurso.
Portanto, Sousa Tavares diz que o que resulta é uma sensação de cansaço. E fala do caso de Rui.Pedro.Soares e do que se passou e até lhe diz que a prova que esse indivíduo é incompetente é o facto de andar a negociar à revelia do próprio José S. Mas este não quer fazer "julgamentos apressados e muitas vezes injustos". E fica nisto.
Sousa Tavares cita os casos que envolvem José S. "Já são muitos", diz. E José S. diz que explicou todos os casos. E volta novamente ás escutas para citar em sua defesa o PGR e o pSTJ.
"A acumulação de casos são o lançamento de suspeições atrás de suspeições" , diz José S. vitimizando-se.
Sobre o Jornal de Sexta, ainda diz que o jornal era "política disfarçada de jornalismo".
É a imprensa que não gosta de si ou V. que não gosta do jornalismo?, pergunta Sousa Tavares. E José S. admirado com a pergunta...
E regressa ao tema das escutas que José S, acha que está a pôr em causa a democracia. E acha que o Estado ( o legislador) tem o dever de impedir que conversas privadas sejam publicadas.
E insiste nas conversas privadas e na intenção de rever a legislação sobre o assunto.
E José S. acha que é uma perversidade esta publicação ser feita em nome da liberdade.
E acha que não deve ser invocada a liberdade para se publicarem essas escutas.
E Sousa Tavares muda de agulha. E fico por aqui.
Também sou adepto de programas cómicos. E achei muito conseguido aquele momento em que o farsante com ar compuncto acaba afirmando que só a lei liberta. Parecia um Monty Python vestido de fritz a gozar com o arbeit macht frei. Mashá que reconhecer que é muito instrutivo ouvir um patego a desconversar com outro patego.
ResponderEliminarNão me acredito neste Sousa Tavares. Isto não passa de uma coreografia. Mudei de canal. E agora noto o indivíduo em extracto no prós e prós. Isto é mais uma operação de limpeza. Mas já nem com Tide.
ResponderEliminarAgora já me faz lembrar os X-Files: "deny everything", "believe to undertand", "the truth is out there"... Já não há paciência. -- JRF
Já não vejo o compulsivo. Mas se ele disse que quer rever leis, o melhor é afastá-lo o mais rapidamente possível, porque as leis com ele são à medida do legislador ou de quem nele manda.
ResponderEliminarA repulsa ao ver e ouvir Sócrates decorre do efeito de retorno que o personagem devolve quando reage a qualquer pergunta incómoda: mente como respira, tão natural, genuína e fluentemente que a verdade só não se torna uma total inutilidade ou capricho perigoso se se misturar com o contrário dela. Daí o fascínio, a repugnância e (ainda) a incredulidade perante a ousadia: ele é o espelho hiper real do Regime (e da própria socidedade portuguesa) que capturou definitivamente a maioria dos Portugueses. Não há remédio para isto.
ResponderEliminar"a justiça investiga tudo, até os maiores insultos" ou "infâmias".
ResponderEliminarBy PM Eng. Pinto de Sousa
Gostou José?!!!
Definitivamente, um grande artista. Porque devemos temer?! Siga o "folclore transmontano" (existe?).
ResponderEliminarO Sócrates tem andado a receber lições de teatro.Por mestre encartado.Quem será?
ResponderEliminarDe qualquer das maneiras pobre do país que tal tipo de dirigentes tem.Tem muitas tempestades madeirenses pela frente...
Gostava de perceber melhor esse conceito de "conversas privadas".
ResponderEliminarSerá preciso que as conversas a combinar a vigarice sejam tidas em acto oficial, ou escritas em papel selado com reconhecimento notarial para que se possam ser denunciadas?
Não será que "todas" as vigarices são combinadas em conversa privada?
Poderei chamar gatuno ao tipo que me rouba a carteira enquanto me abraça? Denunciar esse roubo será denunciar um acto privado?
Depois do rescaldo, este pontapé na Constituição da República Portuguesa: "com o primeiro-ministro tenho de exigir mais na prova" (Cândida Almeida). E por que não com militantes de um determinado partido ou conforme a raça, religião, posição na hierarquia do Estado ou de uma empresa?
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