Em Janeiro de 1972 a revista Observador que então se publicava em Portugal, símbolo do marcelismo, publicou uma extensa reportagem sobre a nossa economia de então. Percorrer as páginas da revista e ler o que lá se escreve é um sacrifício porque a ideia-força que lá vem é a de um país em construção e com uma pujança económica em expansão e coerência, apesar do nosso atraso de então, comparativamente a outros países europeus.
Não obstante, o espírito da época era de confiança. E assim era porque a taxa de crescimento do nosso PIB, na altura, era de 6,3 % nos cinco anos de 1964 a 1969. Números destes, actualmente só no Brasil e China e pouco mais.
Ainda assim, outros países ocidentais ultrapassavam esses valores de crescimento. Até a Grécia e a Turquia...como se pode ver pelo último quadro da imagem abaixo (clicar para ver melhor).
Na época tínhamos siderurgia, indústria mineira, química, de energia, petróleo e medicamentos. Que temos hoje, depois das nacionalizações de 11 de Março de 1975 e da nossa entrega à U. E em troca das "fundos estruturais"? Pouco e cada vez menos?
O que aconteceu nestes últimos 40 anos para chegarmos a esta miséria em que nos colocaram aqueles que mandam?
Ando a tentar perceber. E vou continuar a procurar razões. Para já ficam estes documentos.
A resposta não é difícil. No essencial resulta do crescimento monstruoso do Estado "social".
ResponderEliminarEste Eduardo F., sempre a dar-lhe. São as renováveis, o estado social e outras profanidades de estimação dos fanáticos do liberalismo que nesta crise não aprenderam nada graças a Deus. E continuam sem aprender. Quando o estado social é para dar a mão à "iniciativa privada" já gostam.
ResponderEliminarBom, após a introdução, a minha contribuição: o indivíduo Júdice numa coisa tem razão, Cavaco Silva foi péssimo. Há duas formas de analisar isso — a primeira é por comparação e então lá surgem os rasgados elogios face à miséria anterior e posterior, comparando, foi um bom primeiro ministro.
Mas, depois do 25A, foi com Cavaco Silva e a comandita dele que começou. Que começou a gatunagem que deixou o país como está hoje. Porque antes foi a bandalheira e não existiram condições para os gatunos se organizarem. Com Cavaco Silva começaram a entrar milhares de milhões e o crime começou a ser organizado. E ele não soube, não quis ou não pôde ver isso. E é de crime organizado que se fala, como se tem visto a cada passo.
Chegando ao cúmulo de termos a cúpula dessa organização, hoje e de facto, a governar o país. -- JRF
Para os actuais "politiqueiros" se encherem de vergonha... coisa que, infelizmente, não têm.
ResponderEliminarGrande post, José. Já linkei e recomendei. Disto é que ninguém fala. Continua a ser tabu.
ResponderEliminarE depois ainda existem estes peluches neotontos com a imbecilidade de dizerem que era o "Estado Social". Cambada de grunhos analfabetos, filhos todos da mesma utopia.
Filhos de Abril com complexos que só sabem papaguear cartilhas e que andam agora a combater o fantasma do passado.
ResponderEliminarRais parta estes dogmáticos que é devido a tanta cartilha mal copiada que Portugal está como está.
zazie
ResponderEliminarO Eduardo F tem razão!
Tem razão em quê? acaso ele disse alguma coisa?
ResponderEliminarEle é um bom papagaio; nisso ninguém lhe tira o mérito. Mete inveja a muito declamador de poesia.
Agora pergunte-lhe em que consiste a virtude do Ocidente se sem Estado Social vivem os terceiro-mundistas e até se consegue melhor recuando à Pré-História.
ResponderEliminarO mito neotonto é um "progresso às arrecuas". Excepto para os que se aproveitam dele.
Não quero abusar da paciência do José. Mas o paleio deles é estandartizado e os Monty Python já o tinham retratado na famosa rábula dos 4 Yorkshiremen
ResponderEliminarZazie
ResponderEliminarEntão o meu rapaz,também é um bom papagaio!
Ando aqui com o Hobbes e isto tem muita piada ir-se às origens.
ResponderEliminarPor isso é que o bacano do Ricciardi mandou a boca certeira de chamar ao neotontismo um "socialismo in progress". Tipo: agora sacas tu; agora saco eu". É o equilíbrio do saque de todos contra todos.
Eu não sei o que diz o seu rapaz mas duvido que diga as imbecilidades do Peluche.
ResponderEliminarO José anda aqui a oferecer material para quem quer pensar. E, em pensando, nada se pode depreender que só possa existir socialismo ou liberalismo. É mentira- o marcelismo é a melhor prova que é possível desenvolvimento económico sem ser esta patranha neotonta que agora está na moda.
E Estado Social é que todo o mundo civilizado tem e quer. Acaso o seu filho teoriza as virtudes da Somália?
Então o imbecil escreveu aí que o desenvolvimento de Portugal foi travado pelo Estado Social que se traduziu por se querer implantar uma Cuba na Europa e isto tem ponta por onde se pegue?
ResponderEliminarAcaso a destruição do capitalismo tem alguma merda a ver com Estado Social que a Alemanha já conhecia no século XIX?
Zazie
ResponderEliminarÉ só ir ao blog do rapaz!
A pergunta inteligente era outra. Será possível existirem países com democracias sociais num mundo globalizado?
ResponderEliminarOu seja- a pequena escala aguenta o choque da globalização sem perder conquistas sociais ou independência nacional que as aguente?
Para essa pergunta não tenho resposta.
ResponderEliminarAgora que face a essa ameaça podíamos estar muito melhor se se tivesse continuado o modelo marcelista, sim.
Creio que é acerca disso que se interroga o José.
Ninguém aqui acredita que a Somália ou a China são modelos de alguma coisa civilizada.
Os peluches é que andam agora nessa por bruta ignorância.
Fui lá umas vezes mas nunca li imbecilidades de cartilha.
ResponderEliminarE do que estamos a falar é de História do nosso país. E, para isso, estes posts do José são deliciosos.
Não se encontra em mais parte alguma nada semelhante. Não há um único jornalista que se lembre de repescar estas memórias factuais e fazer pensar em torno delas.
E é claro que para isto é preciso maturidade. A começar pela da idade.
Sem essa vivência pode ser-se muito inteligente noutras questões mas não se tem este feedback vivido.
Triste é quem tem idade para o ter- caso do imbecil do Peluche- e nem o que viveu entendeu até hoje.
Eu até digo mais- conheço um grande bacano que é historiador que uma vez chamou à economia do marcelismo: capitalismo monopolista de Estado.
ResponderEliminarAssim, chapado. E porquê? como é possível até uma pessoa que é inteligente papaguear uma anormalidade dessas?
Se calhar precisamente por esse passado ser tabu. E o José recorda-o factualmente. Sem tretas ideológicas, sem cartilhas. Apenas para se pensar.
Olhe, eu digo-lhe é no que dão os lobbies dos pencudos que conseguem impingir estas tretas no Poder e para que servem.
ResponderEliminarDou-lhe já um exemplo- nesta boa Supremacia Ocidental já se consegue ter pessoas a trabalharem 13 e 14 horas por dia em nome do progresso. Chamam a isso "liberdade contratual". E o resultado é ter escravos que vão sendo descartados por já estarem velhos para esse ritmo aos 30 e poucos anos.
E isto é a política dos grandes bancos, igualzinha à dos comunas chineses que fazem o mesmo com os proletas- para os tirar da miséria. Não morrem da doença; morrem da caridade da cura que lhes oferecem.
E depois vem o resto. Do excesso de barriguismo que a escardalhada andou a cultivar pelas famosas "terceiras vias"- cai-se na selvajaria terceiro mundista em nome da expansão da riqueza a todos os selvagens do planeta.
ResponderEliminarE, para isso, é preciso escravos que sustentem quem manda nos que deviam mandar e governar.
E quem é que enriquece a 500 à hora com esta mentira? quem?
Junte-se a selvajaria amarela- que conseguiu juntar o pior dos dois modelos, à fuçanga da ganância pencuda e tem o horizonte vermelho que estes neotontos replicam.
ResponderEliminarPara terminar o exemplo: Este "liberalismo contratual" é o praticado por uma Goldman Sachs ou Morgan Stanley ou outros idênticos.
ResponderEliminarPois bem- contando o caso a um "liberal tuga"- daqueles que são médicos pela parte do Estado e liberais pela parte da clínica privada em nome dos filhos, a pergunta dele foi esta: "mas a lei não permite essa sobrecarga horária; é melhor procurarem as cláusulas.
ehehehe Não sabia que era assim numa social democracia moderna. Mas é liberal de cartilha- cá.
Vai mais uma dose...e ainda tenho mais para mostrar. A revista é uma delícia de informações factuais e artigos de fundo como não vejo agora serem escritos.
ResponderEliminarEstes artigos percebem-se bem no que dizem. Os dos economistas actuais são cifrados para ninguém perceber que eles também não entendem patavina do que escrevem.
Só para que conste: eu não sou a favor do Estado Social que temos. Longe disso. E não vou elencar.
ResponderEliminarMas imbecilidade e fanatismo (gostam muito de chamar talibãs e fundamentalistas a tudo e a todos, mas é o que se vê) do outro lado? Venha o diabo e escolha.
Depois do que se passou (e continua) com o imobiliário, com os bancos e com o dinheiro feito de ar e vento, vir falar de estado social, só lavando a boca com sabão. Também foi o estado social que deixou os EUA como estão e vão estar. A Zazie disse tudo. -- JRF
Mas que Estado Social é que temos?
ResponderEliminarNem dentista existe no SNS. E eu até acho que é bom.
Chama-se "Estado SocialW" a outra coisa- ao sustento dos marginais que foram ultrapassados pela concorrência das multinacionais. A ciganada que vive à conta do RSI
":O)))))
É a isto que se chama "Estado Social" sem o querer dizer às claras. Não é aos cuidados mínimos de saúde ou até à escolaridade mais básica da população.
É a esta treta. O resto é mentira. O resto é confundir-se Estado- cúpula de governo com Nação e atribuir os males da Nação à máfia que saca do orçamento.
E agora até já se inventa que "Estado Social" é Contrato Social pois os ricos deviam estar dispensados de pagar impostos para enriquecerem o país.
ResponderEliminarFoi esta imbecilidade que li no Blasfémias (onde estou bloqueada) e que dá direito ao post mais imbecil do ano- como alguém por lá disse.
Por cada 10 pobrezinhos que conseguem algum conforto dos impostos existem 30 apaniguados a sacar tacho à conta da dita benesse do "Estado Social".
ResponderEliminarÉ como os observatórios de droga. Por cada 10 drogados que se alimentam em observação, temos 50 psico-experts a viver das cobaias.
ResponderEliminar"Foi esta imbecilidade que li no Blasfémias (onde estou bloqueada)"
ResponderEliminarHehe. Isso é praticamente um estado permanente.
Onde está esse post?
O estado social que temos? — Também não se pode dizer que não temos. É disfuncional. E não há dúvida que delapida milhões a troco de nada.
Porque eu que nunca tive um dia de baixa e nenhuma despesa tenho dado ao "estado social", agora precisando tenho três hipóteses: vou ao privado ladrão fazer uma ressonância; vou ao estado ladrão fazer uma ressonância (consulta para 31 de Maio de 2011, ressonância um ano depois do evento); tenho connections e resolvo a coisa em tempo útil. Hehe, grande estado social. -- JRF
Está lá bem à vista. São logo dois do Rui A.
ResponderEliminarÉ claro que o Estado Social existe e eu nem me pronunciei acerca de exageros, como é o caso do ensino, por exemplo.
A questão é que não é por existirem reformas, apoio na doença ou estudos básicos para todos que temos a socialização dos meios de produção com a destruição da propriedade privada.
E foi essa a imbecilidade que o Peluche disse e anda meio mundo de neotontos a papaguear.
O problema cá foi outro- foi o dogma da igualdade que contaminou tudo. E é claro que criaram clientelas de vota à custa disso.
Mas qualquer país capitalista tem Estado Social. Eles só podem encontrar exemplos da utopia deles- a revolucionária por extremos- no mundo mais bárbaro.
Eles reduzem o leque de tudo porque vivem de palavras. E agora estão na moda as dicotomias. Ou é socialismo ou liberalismo. Isto é uma imbecilidade e ainda maior quando se diz que temos um regime socialista.
ResponderEliminarTemos é semântica escardalha para enganar.
Estão aí os recortes de jornal para se perceber todas essas diferenças. E um país faz-se por nuances e características próprias. Nunca por cartilhas utópicas.
ResponderEliminarMas o que mais me irrita nem é isto. É esquecer-se que Portugal tem 900 anos de História.
ResponderEliminarVai-se reduzindo o passado à custa de sound byte mediático.
Eu dei o exemplo da inexistência de dentistas no SNS de propósito.
ResponderEliminarE lembrei-me disso no dia em que estes progressistas da ética republicana e laica marcharam em triunfo por Portugal ter entrado no século XXI.
Conseguiu-se essa proeza histórica à custa de oferta de aborto nos hospitais públicos.
"Está lá bem à vista. São logo dois do Rui A."
ResponderEliminarAh ok. Estão à vista para quem vai lá ver. Não ligo pevide ao pasquim. Não queria era andar à procura a ler imbecilidade atrás de imbecilidade. O Rui A. parecia-me mais esperto no PC. Deve ser das companhias. Hehe.
Isto vai ser de proeza histórica em proeza histórica até ao estouro final. 900 anos pelo ralo.
Os liberalóides à portuguesa são uns pândegos. Parecem aquele senhor comunista que não sabe se a Coreia do Norte é uma ditadura. A história está a ser feita à frente dos olhos deles e o primeiro comentário a um post deste é o "estado social" (e esqueceu-se das "renováveis"). Contado ninguém acredita. -- JRF
O detalhe a que mais piada acho nos neotontos é que eles próprios acham que liberalismo é castigo. Na maioria são funcionários públicos que recomendam o ideal a quem faça por eles.
ResponderEliminareheheh
Já que estamos numa de "corte e costura". O mais palerminha de todos., lá do Blasfémias, o carapau de corrida, anda agora a cantar de galo que emigrou e mais não sei quantos e que o Estado português bem que pode esperar sentado que impostos dele nunca mais vê.
ResponderEliminarAs pessoas perguntam-lhe para onde emigrou o liberal que agora conseguiu encontrar um país onde a propriedade privada é tão sagrada que se dispensa IRS.
E ele fecha-se em copas.
Foi para Espanha. Paga-os ao Zapatero
ahahahahahahaha
"Na maioria são funcionários públicos"
ResponderEliminarHehe.
Também conheço um que está em Espanha. É "empreendedor". E recebe subsídios chorudos para empreender. E queixa-se que se fosse cá recebia 10x menos.
E eu digo-lhe: que sorte teres ido para Espanha! -- JRF