Henrique Raposo, um cronista do Expresso por aqui já citado, apresenta hoje uma perspectiva interessante de uma esquerda que vive de expedientes, tomando o exemplo de um seu avô comunista que desconfiava dos bancos.
"Este é, aliás, um dos segredos de polichinelo do nosso tempo: sem os "mercados", sem o "capitalismo de casino" , a esquerda não sabe governar. A esquerda tem financiado a sua "justiça social" com o dinheiro da "malévola especulação". A crise de hoje representa o corte deste cordão umbilical omnipresente, mas nunca comentado ( é segredo avô). Sem o acesso às agências de notação, a esquerda está a ficar desorientada, sem bússola. Era por isto que o meu avô não queria a esquerda viciada nos mercados."
Resta dizer o seguinte: para todo o lado onde alguém olhe nos media portugueses há indivíduos a escrever com ligações umbilicais a essa tal esquerda pansocial. Por educação, opção ou herança familiar, os media portugueses estão pejados de ideias de esquerda cuja coerência se fica por uma ideia básica: a indiscutível iguadadezinha social e a rejeição fundamental de um modo de produção de bens e serviços cuja alternativa é inexistente como modo de criação de riqueza.
A incoerência de esquerda é lendária mas os seus cultores nada esqueceram e pouco aprenderam. É por isso que continuam a batalhar pelas mesmas "conquistas" desprezando a essência das coisas e apostando sempre na utopia como cartilha ideológica.
As contradições de tais comportamentos são apenas um problema de lógica mal resolvido.
O articulista intitula a sua crónica como "o meu avô e a esquerda". Se tivesse escrito "o meu avô era de esquerda" ficaria bem melhor como título porque representa um retrato tranquilo e seguro da normalidade da intelligentsia portuguesa.
Para entender isso basta pensar em alguém que se atrevesse a escrever "o meu avô era de direita". Caía-lhe o carmo do politicamente correcto em cima e a trindade santa da liberdade igualdade e fraternidade desconfiaria logo de tal escriba como um infiltrado do fassismo.
A incoerência de esquerda é lendária mas os seus cultores nada esqueceram e pouco aprenderam. É por isso que continuam a batalhar pelas mesmas "conquistas" desprezando a essência das coisas e apostando sempre na utopia como cartilha ideológica.
As contradições de tais comportamentos são apenas um problema de lógica mal resolvido.
O articulista intitula a sua crónica como "o meu avô e a esquerda". Se tivesse escrito "o meu avô era de esquerda" ficaria bem melhor como título porque representa um retrato tranquilo e seguro da normalidade da intelligentsia portuguesa.
Para entender isso basta pensar em alguém que se atrevesse a escrever "o meu avô era de direita". Caía-lhe o carmo do politicamente correcto em cima e a trindade santa da liberdade igualdade e fraternidade desconfiaria logo de tal escriba como um infiltrado do fassismo.
José,
ResponderEliminarLi por aí que no Fórum Novas Ideias para a Esquerda, que o BE realizará em Setembro para se repensar, vai haver uma sessão dedicada às «Narrativas libertadoras no Corão e na Bíblia». LOL!!!
Podiam repensar-se em desaparecer... -- JRF
ResponderEliminarAinda no DN de ontem vinha também à carga, zurzindo "os ricaços que não querem pagar a crise" (deixando-se expropriar, ora essa, que é o que é "igualmente justo") outro desses imbecis com zero de pragmatismo e demasiada leitura na bagagem.
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