El Che
Faz hoje 40 anos que El Comandante, Che Guevara,
morreu, executado por um comando de rangers bolivianos treinados pelos
americanos para perseguir e executar o guerrilheiro, como aconteceu. Em
1967, nos EUA era presidente Lyndon B. Johnson.
O relato da sua morte, em directo e pelo seu executor, fica por aqui, em facsimile, tirado da revista L´Express, de 27.9.2007.
A primeira vez que ouvi falar da morte do Che, foi na revista Selecções do Reader´s Digest, no
final dos anos sessenta. O relato impressionou-me logo pela perspectiva
do vencedor, os americanos, directamente envolvidos e as fotos não
enganavam, porque houve o cuidado de fotografar o morto, para o mostrar
ao mundo e tentar acabar com o mito. Engano. Começou aí mesmo.
Em
5 de Março de 1960, um repórter fotográfico do jornal cubano
Revolución, tirava a chapa que serviria de poster para ser tirado aos
milhões, como estandarte do mito Che Guevara, El Comandante.
Esse
poster, correu mundo e em Portugal, depois de 1974, foi afixado em
muitas paredes. Também tive um, afixado na parede. Porquê?
Porque
Che Guevara, esquerdista e revolucionário, incarnava ainda um espírito
de aventura, na época. Uma libertação individual e uma imagem apelativa
ao empenho social e político, generoso e altruista. Romântico até,
porque apresentado como um cavaleiro andante da libertação de gentes
pobres e humildes. Um Robin dos Bosques moderno. Um cavalheiro da pureza
revolucionária.
Por
outro lado, o comunismo em 1975, em Portugal, era uma força dominante e
o espírito de PREC contagiava muita gente que ainda assim, nada tinha a
ver com projectos revolucionários de deposição do sistema
político-social, pela democracia popular.
Para
além da propaganda e da linguagem completamente dominada pela esquerda,
ninguém falava publicamente nos crimes do comunismo. Crimes, só os do
“fascismo”, propalados, aliás, sem corpo de delito. Os antifascistas não
cometiam crimes e a denúncia da barbárie estalinista surge bem depois e
com força apenas no final dos anos oitenta.
As revelações sobre os crimes do comunismo surgem nessa altura e ainda agora falam e escrevem. Entretanto, o mito do Che, arreigara-se já, bem firme, às paredes e muros, no poster estilizado de Korda.
Ainda
há meia dúzia de anos, num filme bem feito tirado do livro Viagens de
motocicleta, a figura do Che, é apresentada de modo edulcorado e
mistificado. É impossível não simpatizar com a figura do El Comandante
avant la lettre e por extensão, do Che.
E
no entanto, Che Guevara falhou em toda a linha política. O comunismo
porque lutou, soçobrou e em nenhum dos lugares por onde andou e lutou, o
sistema marxista conseguiu implantar um exemplo de sociedade
apresentável ao mundo.
E ainda assim, a imagem perdura. Será um retrato de realismo autêntico ou apenas fantástico?
Pelo que se pode ler ultimamente, a opção é pela perplexidade. Um livro recente, La face cachée du Che, de Jacobo Machover, é uma das publicações de denúncia.
A revista L´Express, de 27.9.2007, foi entrevistar os companheiro do Che, actualmente exilados em Miami e outros lugares. “As suas narrativas provocam frio nas costas”. Porquê?
Segundo
um deles, Huber Matos, um dos comandantes da revolução, preso em 1959,
por ter criticado os excessos revolucionários, nem hesita:
"Acho,definitivamente, que lhe agradava matar gente." As pequenas histórias que alguns deles contam, são efectivamente o reverso do poster romântico do esquerdismo militante.
Che Guevara, lidou com a morte, na prisão de Cabana, para onde foi como comandante do presídio, nomeado por Fidel Castro, em 1959. Às centenas, os presos são enviados ao paredón e muitas das execuções sumárias de pretensos contra-revolucionários, são da própria
autoria do Che, num exercício de crueldade testemunhado pelos antigos
companheiros. Contam-se em número superior a 200 essas execuções, o que
faz do Che, um dos maiores matadores da Revolução, um pouco atrás do
actual líder de Cuba, Raul Castro, responsável por mais do dobro das
mortes.
Luciano
Medina, impedido do Comandante, também exilado: " Matava como quem
bebia um copo de água. Nós, a tropa, ficávamos descoroçoados".
Na reportagem ainda há o relato de uma entrevista com Felix Rodrigues, o antigo agente da CIA que prendeu o Che e o mandou directamente fuzilar, sob ordens superiores e de quem ouviu as últimas palavras: "Diz à minha mulher que volte a casar e tente ser feliz".
Aleida, parece que seguiu a recomendação e publica este ano as suas memórias.Na reportagem ainda há o relato de uma entrevista com Felix Rodrigues, o antigo agente da CIA que prendeu o Che e o mandou directamente fuzilar, sob ordens superiores e de quem ouviu as últimas palavras: "Diz à minha mulher que volte a casar e tente ser feliz".
Quem tiver dúvidas sobre este assassino que se transformou em herói revolucionário do comunismo em geral e certos idiotas do Bloco em particular, pode sempre ler aqui relatos da violência extrema desse perverso.
a história do social-fascismo é uma vala comum com cerca de 100 milhões de mortos.
ResponderEliminarconsta que em Portugal o partido tinha um sector destinado a executar os elementos do anti-partido.
ninguém matou mais comunas que o camarada estaline,
che, o homem 'do ano em que não esteve em parte nenhuma' terá estado no ex-Congo Belga
de acordo com ex-companheiros o gajo não passava dum assassino a sangue frio
foi gajo que nunca me interessou, assim como dany, le rouge e outros canalhas.
no pcp ninguém escapa
Comunismo ----> + de 100 milhões de mortos
ResponderEliminarCapitalismo ----> + de 100 Milhões de mortos
Partidos que defendem o capitalismo ou o comunismo deviam ser proibidos pelo constituição.
Os comunistas são normalmente pessoas más e intelectualmente desonestas. Se alguém lhes falar em Salazar explodem de raiva, mas se lhe falarem de Ceausecu encolhem os ombros. Usam muito a velha tácita "Esse desviaram-se da linha do marxismo-Leninismo". Ou seja já houve pelo mundo fora centenas de regimes comunistas assassinos , mas defendem-se sempre dizendo que não implementaram o verdadeiro Marxismo. Mas se pode dizer que Salazar não implementou o verdadeiro Fascismo.
Comunismo e liberalismo são dois venenos mortais. O Comunismo está praticamente morto(excepto o marxismo cultural), agora é rebentar com o capitalismo e com o marximo cultural(ideologia do BE).
Mas quem defende a burguesia exploradora, ou os capangas da banca também não merece qualquer credibilidade.
Como é que as pessoas conseguem ser tão facilmente imbecis.
ResponderEliminarNão dá para entender este slogan de que o "capitalismo" ainda mata mais gente que o comunismo.
Na volta, a mera troca directa é responsável por adoecermos e não sermos imortais.
------------------
Na altura li o Diário dele e era mais que óbvio que matava a torto e a direito os próprios camaradas que se meteram, com ele, naquela aventura da selva.
Estou preocupado. Achava que a esquerda, tinha uma superioridade moral acima de qualquer suspeita.
ResponderEliminarA história deste terrorista, não devia ser contada assim, não dá geito. O que vale, é que o jornalismo de merda,que existe na pocilga, não pega nestas verdades, de certa maneira, compeendo, eles também têm contas para pagar.......
Um assassino, é um assassino a coberto de uma ideologia, religião ou forma de propaganda.
ResponderEliminarEm minha opinião estes "lideres" utilizam a ideologia e a religião para levarem a cabo designios de poder de grupo ou pessoal.
De Che Guevara li "o manual de guerrilha urbana", porque era militar e o homem foi um teórico-prático a esse nível.
Mártires de verdade há poucos. Há muitos mártires fabicados pela propaganda.
Há, também muitos homens sérios e impolutos fabricados pela propaganda.
O céu, na zona do Além, continua a vender-se, assim como o céu no Áquem(Terra-idelogias de prazer e bem-estar).
Os comunas e afins colocados a "intelectuais" andam sempre com a "memória" do nosso "fassismo" que passado a pente fino deu 50 mortos(falta ver as circunstâncias) enquanto logo a seguir às libertações que promoveram no ultramar só fuzilamentos ultrapassam os 100000.E não falamos das guerras civis claro...
ResponderEliminarÉ por esse peso na consciência que agora nos colonizam depois de nos terem descolonizado...
E os merdas que nos têm governado vão na cantiga da sereia...
Um revolucionário mata. A brincadeira começou em 1789. Sabem quantos milhares de pessoas foram dizimadas na Vendeia, quantas vilas e aldeias foram literalmente arrasadas? Pierre Chaunu respondeu com estudos fundamentados e não era um zé-ninguém; pelo contrário, um mestre reputadíssimo em toda a parte, menos cá, claro; foi professor da Sorbonne (Paris IV) e membro de l'Institut e historiador insuspeito nesta questão pois era protestante.
ResponderEliminarVoyez-vous à cette époque la possibilité de s'installer, au terme de quelques années de terreur, une société totalitaire -durable comme le régime soviétique ?
- Pour moi il s'est agi de la première société totalitaire et du premier génocide qui est la Vendée. Les Vendéens se soulèvent pour défendre leur liberté de conscience et ils vont être réprimés comme jamais une révolte n'a été réprimée sous l'Ancien Régime. Nous avons les textes, les références, l'ordre du Comité de Salut Public, le texte signé par Carnot demandant de « massacrer les femmes et les enfants » et de « massacrer les bleus et les blancs » parce que le vrai massacre de la Vendée, ce n'est pas son écrasement par I'armée de Kléber. C'est ce qui s'est passé après. C'est l'ordre donné par la Convention en janvier 1794 « d'exterminer la population de la Vendée militaire », c'est-à-dire 680 paroisses soulevées sur un territoire de 10.000 km2 peuplé de 810.000 habitants. L’ordre de la Convention était de brûler le pays, de massacrer la population, en premier lieu les femmes et les enfants. Pour les femmes, « parce qu'elles sont le sillon reproducteur » et pour les enfants, « parce que ce sont de futurs brigands ».Au militaire Turreau, qui fait l'objection qu'il y a 15 à 20% de la population qui sont « de notre côté » on lui répond de tuer les bleus comme les blancs.
C’est vraiment la rage idéologique, on a un modèle de société en tête et on doit couper tout ce qui n'entre pas dans le modèle. C'est le système soviétique, le système qui consiste à développer des kolkhozes et, s'il y a un effondrement de la production, d'en faire porter la faute au Koulaks et d'en faire mourir cinq millions.
Tout prêtre qui a refusé le serment en 1793 est exécuté sur vérification de son identité, voilà la liberté de conscience. Autrement dit, quand on rouvre les églises, on ne peut les rouvrir aux prêtres, on les rouvre aux gens qui se sont déprêtrisés et remariés, ce qui était la condition pour recevoir un salaire, et les prêtres constitutionnels qui au mois de novembre 1793 ont refusé de se déprêtriser ont été arrêtés et un certain nombre exécutés. Les Français bien sûr n'avaient aucun respect pour cette église constitutionnelle formée de lâches sans foi et la seule église qui restait était une église des catacombes.
Esta entrevista está aqui http://bernard.mitjavile.pagesperso-orange.fr/journaliste/articles/Chaunu-Revolution-Francaise.htm
Cá ninguém duvida da bondade da Revolução francesa. Pois foi o começo das matanças em série. É aí que assenta a classe dirigente, a actual, são os herdeiros dos assassinos e dos ladrões. Em Portugal foi mais ou menos a mesma coisa com a diferença de os franceses trouxeram a revolução até cá, nem foi preciso importá-la. A lavagem ao cérebro nas escolas começou muito antes de haver comunistas, caro José.
ResponderEliminarFaz bem em recordar a Revolução Francesa.
ResponderEliminarNão se pode tocar nela. Os programas escolares vendem-na como a "Grande Libertação" do Ocidente.
Uma vez, comentei qualquer coisa acerca dessa matança e imediatamente tinha a assistência toda a sussurrar e alguns muito abespinhados pelo facto.
E tem razão. O nosso ensino totalitário ainda é herdeiro dessa praga exportada também para cá.
ResponderEliminarFoi com eles que veio o jacobinismo.
E o primeiro a usar o termo e com consciência que deviam ser reprimidos foi o Pina Manique.
E tem razão. O nosso ensino totalitário ainda é herdeiro dessa praga exportada também para cá.
ResponderEliminarFoi com eles que veio o jacobinismo.
E o primeiro a usar o termo e com consciência que deviam ser reprimidos foi o Pina Manique.
"A Revolução come os seus próprios filhos", também é um bordão para justificar a matança de correlegionários que se tornam empecilhos ou incómodos.
ResponderEliminarSobre a Revolução Francesa: sendo verdade, temos que depois dela houve outras revoluções, até por cá com os jacobinos da I República. Também mataram.
Mas há matanças e matanças e homicídios e homicídios. Há guerras e há assassínios puros e duros.
O tema do postal é a circusntância de Che Guevara ser um assassino, para além de revolucionário.
Ninguém diz isso de Fidel Castro que também mandou matar...
A ver se me faço entender.
Um assassino dos que estou a falar é um psicopata que gosta de matar o semelhante.
ResponderEliminarTem prazer nisso e procura isso, a coberto de uma justificação plausível e guerreira.
Há os que fazem sofrer os outros e não tiram prazer disso e há os que procuram isso para ter prazer.
A diferença é de vulto e era isso que os relatos sobre o Che acabaram por desvendar. Talvez não fosse um psicopata alienado e pervertido, mas era um indivíduo que gostava de matar e isso diz tudo.
"A revista L´Express, de 27.9.2007, foi entrevistar os companheiro do Che, actualmente exilados em Miami e outros lugares. “As suas narrativas provocam frio nas costas”. Porquê?
ResponderEliminarSegundo um deles, Huber Matos, um dos comandantes da revolução, preso em 1959, por ter criticado os excessos revolucionários, nem hesita: "Acho,definitivamente, que lhe agradava matar gente."
Uma pessoa destas não é herói de coisa alguma: é apenas um assassino como outros e incidentalmente um revolucionário esquerdista.
Como chegou a esse ponto o Che? Talvez seja preciso saber mais, porém os relatos do seus próprios companheiros ( que também mataram) são muito eloquentes.
E porque é que o comunismo obliterou estas histórias que retiram a aura ao Che? POrque não lhes interessava matar um mito que os ajudava a vencer.
ResponderEliminarA foto de Korda é dos principais ícones revolucionários, como nenhum outro que me lembre.
Por isso é que até eu tive ( e tenho ainda guardado) o poster vermelho com o perfil a negro, do Che.
Até eu embarquei na mitologia. E já sabia quem era o Che. Porém, não sabia que era um puro assassino.
Nem mais, José. A máxima de um dos mnaiores filmes da história do cinema ("O Homem que matou Liberty Valance", de John Ford) diz tudo: "when the legend becomes a fact, print the legend".
ResponderEliminarTambém me lembro bem do efeito dessa fotografia.
ResponderEliminarCheou-se ao ponto de a comparar com o Cristo morto do Mantegna.
O Che era um torcionário e isso sabia-se já na altura, pelos relatos do próprio.
Mas, tenho ideia que a mitologia iconográfica dele foi uma imbecilidade kitshc à Andy Warhol
Eu nunca tive o poster, mas o meu irmão teve.
ResponderEliminarE li o diário dele, que o meu irmão comprou e fiquei logo com a impressão que era um grande sacana.
Dia sim, dia não, lá ia mais um camarada à vida, sob supeita de traição.
Mesmo naquela loucura da selva, completamente isolados, o tipo ia matando quem estava com ele.
Mas as tais trevas facistas não impediram que visse tudo isso, a fotografia e o relato, no Primeiro de Janeiro que o jornaleiro atirava para a varanda, aos fins-de-semana
ResponderEliminarO Primeiro de Janeiro na varanda?
ResponderEliminarO meu pai comprava o Primeiro de Janeiro ao Domingo que vinha do Porto no comboio da manhã.
Como morávamos perto da linha, o "jornalista" como eu lhe chamava, sendo apenas o revisor, atirava o jornal do comboio em andamento e eu lá ia apanhá-lo...teria aí uns quatro, cinco anos.
Por isso é que me lembro das historietas em quadradinhos do Príncipe Valente, do Coração de Julieta ( de Stab Drake) e do Reizinho,( de Soglow) para além de outros.
O suplemento de Domingo do Janeiro era melhor que qualquer suplemento dos semanários de hoje.
Os do Público de tão arty até enjoam. Não leio nunca.
Os do Expresso, tirando os artigos do Calado sobre música erudita não me interessam. E os demais...quase nem existem.
O Jornal de Negócios tem um suplemento interessante à Sexta-Feira, mas muito pobrezinho.
Por isso, se os jornais quiserem ressuscitar pouco mais terão a fazer do que retomar essa veia antiga. Resultará, a meu ver.
Pois era esse mesmo. Há uns bons anos atrás conversámos acerca dessas memórias.
ResponderEliminarE lembro-que foi nesse jornal que líamos em conjunto com o meu pai, que soube do Che e vi a fotografia.
Mas o José apanhava o jornal com 4 ou 5 anos, atirado do comboio?
ResponderEliminarehehehe
Que engraçado.
Nós íamos à disputa à varanda para ver quem via primeiro as histórias aos quadradinhos.
O meu gosto pelo reizinho vem daí.
Que privilegiada a juventude que podia ler o Príncipe Valente nas páginas de um jornal diário...
ResponderEliminarSim atirava-o embrulhado de um modo que hoje em dia tenho pensado muitas vezes como era. Parecia um embrulho origami, do tamanho de um livro. Como o jornal era em broadsheeet( até estes nomes são anglo-saxónicos) vinha dobrado e entrançado de um modo muito curioso que permitia arremessá-lo nuns metros para o longe e não se estragar. Era por isso que sendo tão pequeno eu ou o meu irmão, íamos buscá-lo, à compita. Como o meu irmão é mais novo ano e meio posso presumir que nessa altura já teria uns sete ou oito.
ResponderEliminarEntre o caminho de ferro onde passavam os comboios (lembro-me muito bem daqueles que iam apinhados de tropa para o Ultramar, em meados dos anos sessenta e dos magalas à janela a recolher o apoio da gente que os via passar e lhes dava vivas ou lhes acenava) e a nossa casa havia um ermo de algumas dezenas de metros, para aí cem, que era da CP e tinha relva que usávamos para jogar à bola ou brincar aos cóbois, com os vizinhos.
ResponderEliminarEra para esse ermo que o jornal era arremessado logo pela manhã.
Esses comboios da tropa que me lembro eram ao Domingo à noite e era um acontecimento regular nessa altura, com o comboio ainda a carvão e locomotiva preta a roncar cheia de fumo ( no tempo a anunciar chuva o fumo tinha um cheiro curioso) com uma série infindável de carruagens de madeira com as janelinhas todas abertas e os tropas em algazarra a acenar etc.
ResponderEliminarEra tudo verde e lembro-me de pensar para onde iria aquela gente...
Nessa altura, nas aldeias, em meados dos anos sessenta ( 63, 64, 65) tais coisas eram acontecimentos. Tal como eram por exemplo as passagens da Volta a Portugal, no Verão.
ResponderEliminarAquelas bicicletas reluzentes com os raios de prata a brilhar e o barulho mecânico da rolagem e pedalada, em silêncio era um espectáculo único. As cores do equipamento ( Sporting, Benfica, Porto e Sangalhos etc) a passar em dezenas e dezenas de ciclistas, precedidos dos carros de apoio com as rodas de bicicleta no tejadilho e pintado de propaganda comercial, alguns a anunciar a chegada iminente dos ciclistas ou a anunciar um fugitivo, era uma experiência para um dia em cheio.
Quando vinha um ciclista do Sporting na frente, então, era uma festa para mim.
Raramente tal sucedia porque havia um tal Fernando Mendes do Benfica que papava tudo. E antes dele, trinha havido o João Roque mas já não era do meu tempo de ver a passagem. Depois apareceu o Firmino Bernardino, o Leonel Miranda e o Joaquim Agostinho. Tudo do Sporting! Maravilha, quando no dia seguinte ia ler o Jornal de Notícias com as classificações da Montanha, camisola azul, por pontos, metas- volantes e tudo isso bem escrutinado.
O futebol, por contraste, pouco me interessava a não ser para jogar com os parceiros na escola.
Os cromos que coleccionava eram do ciclismo. Ainda tenho um desses, do final dos sessenta, com o Joaquim Agostinho. Ainda me lembro do cheiro desses cromos.
ResponderEliminarFinal dos sessenta ou já dos setenta, nem lembro bem.
ResponderEliminarO que eu quis frisar, e pelos vistos não consegui, é que a beatificação de assassinos encartados é antiga, muito antiga. Os romanos fizeram isso, com sucesso. Cipião Emiliano arrasou e dizimou todos os habitantes de Cartago e de Numância (ali ao pé de Soria) e ficou para a história como o estadista ideal, Ciceronis gratia.
ResponderEliminarNa Revolução francesa foi assim. Matava-se por prazer. Na revolução bolchevique nos campos nazis ou soviéticos matava-se por prazer. Che não é caso raro, ponto. É o animal humano sem temor de Deus, nem amor ao próximo. O que é incrível é uma besta dessas ser celebrizada por uma imagem que decalca propositadamente Cristo. E ter havido cristãos que para ele transferiram as suas devoções, de Camilo Torres a qualquer presidente ou presidenta sul-americano de agora.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEstes? :-)
ResponderEliminarhttp://cromos-de-caramelos.blogspot.co.uk/2006/07/17-cromos-de-ciclistas.html
Tendencialmente, sempre tendencioso!
ResponderEliminarE o Peixoto Alves?...Ah, Ah, Ah!...
atrida:
ResponderEliminarSão exactamente esses. O do Sporting até parecia o que tenho...
Conhece o Mercado das Colecções, no Mercado da Ribeira de Lisboa? Aos domingos de manhã pode "perder-se" no meio das mais variadas colecções, de moedas e notas a selos, cromos, revistas, cromos recentes e antigos, livros...
ResponderEliminarConhecer, conheço. O problema é a distância...
ResponderEliminarTalvez na próxima incursão em território mouro...ahahah!
ResponderEliminarhajapachorra:
ResponderEliminarsaltar assim dos romanos para a revolução francesa tem a sua piada, a não ser que os assassinos ali "pelo meio" fossem tementes a Deus? Referia-se apenas a assassinos não tementes a Deus? Assim estamos conversados, senão, para ser honesto, não pode esquecer os assassinos em nome de Deus... começa no século IV...
Nenhum humano vale alguma coisa para julgar seja quem for. Metam isso na cabeça quando estiverem nos vossos exercícios de bondade comparada. Ensina-o o senhor Céline, que estava longe de ser comuna.
O a precisa de juntar mais letras além das do fascista celine. Quais assassinos ali pelo meio? Dê lá um exemplo de genocídio nesse meio. Não, não venha com as cruzadas, nem com a 'conquista' da América e outras fábulas desse teor. É claro que houve assassinos em nome de Deus, mas esses não temiam a Deus... nem temem, pelo contrário, julgam-se eleitos de Deus.
ResponderEliminarQuem, como eu, leu as obras de Guevara e de Fidel, editadas pela Maspero em França, nos anos 60 XX, ficou vacinado contra estas mitologias. Teve essa sorte. Posteriormente, Castro mandou matar o coronel Ochoa, que servira em Angola, alegadamente por negócios sujos em que se envolvera. Não adiantou pedir clemência. Bastava prendê-lo ou expulsá-lo do país. Mas não.
ResponderEliminarUm recentemente falecido herói português também matou uns poucos e não apenas em acções defensivas mas em assaltos de tropas especiais. Outros o fizeram e fazem. Até alguns dos santos o fizeram antes de o serem...
Humano é humano e muito frágil. Daí a garra e a fortaleza. É o medo a trabalhar e a sua perda.
E houve até quem tivesse sido responsável por mortes de um lado e de outro e depois se abraçasse, feita a hipotética paz. É tudo muito fraco para se poder falar com desassombro de matadores certificados e de certo modo autorizados.
E Mao.
E Ho Chi Min.
E D. Afonso Henriques.
E no Médio Oriente, de ambos os lados.
E em África de múltiplos modos
E o que matou o Bin Laden que anda com aquilo na cabeça ainda.
E Trotzky, menos que quem o mandou matar mas também não teve tempo.
A história não deve ser contada a meninos mas é (naturalmente amputada do realismo que a faz).
Mas vs. não entendem o sentido do que o José questionou.
ResponderEliminarNão estamos aqui a contar heróis torcionários nem mortes na História.
Apenas o exemplo de um que foi mitificado e transformado em herói romântico, ao ponto da juventude, ainda hoje, usar t-shirts e andar com cartazes dele.
algum dos citados teve essa aura?
Cipião Emiliano preenche os requisitos, zazie, foi 'mitificado' como modelo de humanitas. O marquês de Pombal mandou matar directamente milhares de pessoas e insdirectamente muitos milhares mais, e tem a mais alta estátua de Lisboa. Etc.
ResponderEliminar
ResponderEliminarQuem conheceu bem a sensibilidade de Che Guevara foi o cineasta e escritor cubano Henrique Pineda Barnet, que documentou como ninguém os hábitos do “revolucionário”, já que actuou como professor na Sierra Maestra. Muitas fotos desapareceram misteriosamente. Che levava a sério a sua máxima de que o revolucionário tinha de se transformar numa fria máquina de matar, movida pelo ódio. Fazia o gostinho ao dedo quase sempre com a vítima vendada, de mãos atadas, nas costas. Que fique claro, não era o seu estilo matar em combate! Não! Che gostava mesmo era da “camaradagem viril” no coração das trevas, da convivência “testoronica” da macheza revolucionária. Barnet documentara tudo isso. O material foi misteriosamente roubado.
Na famosa foto de Alberto Korda, o assassino aparece com os olhos postos no futuro. Estaria a antever os cadáveres e, por isso, aquele olhar cheio de brilho? Afinal, Régis Debray, o seu “companheiro” de guerrilha na Bolívia, conta que Che executou a sangue frio um guerrilheiro faminto, por ter “roubado” um pedaço de pão. O próprio Che conta os detalhes no seu diário:
««« Acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no (lobo) temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Ao tratar de retirar seus pertences, não consegui soltar o relógio»»»
Che, matou o companheiro e ainda vilipendiou o cadáver, roubando-o. E que precisão técnica do quase-médico a descrever a trajectória da bala! Che defendia o ódio, que “pode transformar o homem numa eficiente máquina de matar”, como um sentimento revolucionário. Esse aspecto da revolução de Fidel Castro permaneceu escondido nas dobras da mistificação.
A mitologia da resistência é uma trapaça ideológica a conferir a homicidas compulsivos a dignidade de utópicos.
Certas esquerdas, como sempre, transformou o seu banditismo em heroísmo. A revolução cubana continuou a ser uma máquina de produzir mortos e exilados mesmo depois de vitoriosa. É com esse tipo de “humanismo” que se encantam os esquerdistas. Como essa gente gosta de justificar homicidas, como quem tem um compromisso essencial com a morte.
Por isso adoram os cadáveres dos seus heróis, que, quando vivos, triunfaram sobre uma montanha de outros cadáveres anónimos. É a forma que nelas tomou o amor pelo “povo”.
http://www.youtube.com/watch?v=8FLRJZ_9fgs&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=BNvWlJmbw-g&feature=related
hajapachorra:
ResponderEliminarAcho que há diferenças em que o tempo histórico conta.
Não faz sentido comparar o Cipião e o culto de personalidade, numa época em que até um governante podia ser considerado um deus (sem simbologia, em termos "reais").
E, mesmo o Marquês, faz parte de tempos em que os governantes ainda tinham direito a estátua equestre.
E, nenhum deles o foi, com a aura romântica como o Che. O José tem razão ao dizer que essa aura enganou muita gente.
Porque, de todos os outros sabia-se que matavam, como matavam e eram mitificados sem que isso fosse escondido.
O Che, não. O Che foi o herói romântico, aventureiro, morto como um Cristo do Mantegna e depois feito objecto kitsch, como ainda é.
Morreu novo, era "bonito" e a lenda pegou por aí. Porque ainda é uma boa imagem para t-shirts e agora até para protestos da Intersindical.
Tanto serve para se vender em roupa made in Taiwan de Candem Town e usado por yobs, como por comunistas.
Os outros tiveram culto por serem heróis e vencedores.
ResponderEliminarO culto do Che tem mais a ver com parecer um anti-herói- uma vítima do Imperialismo americano; um aventureiro que foi abatido e não o chefe militar que venceu.
Se não tivesse morrido, da forma como morreu e às mãos da Cia, não tinha culto algum, fora dos fanáticos de Cuba.
O Fidel também não tem.
E, como o José salientou bem no post- aquilo que o Che foi, na realidade, ainda hoje é encoberto e muita gente desconhece.
ResponderEliminarPois é esse encobrimento que queria salientar. O marquês mandou matar famílias inteiras da nobreza e salgar as suas terras, mandou matar milhares no Douro vinhateiro, deu cabo da rede escolar de Portugal, arrasou com as reduções do Paraguai, serviu-se da inquisção e da real mesa censória e... tem uma estátua a maior de Lisboa, mesmo apeado :-), e a dit afoi-lhe erguida muito tempo depois, noutro momento histórico, no nosso, em que comanda a mesmíssima corja dos filhos da viúva... A viúva preocupa-me mutíssimo mais do que a canalha da extrema esquerda, até porque muita desta com o tempo se passa para o colo da viúva.
ResponderEliminarÉ verdade. A idolatria em torno do Marquês é um fenómeno que ainda hoje perdura.
ResponderEliminarO "déspota iluminado"- a mania das grandezas. Deve ser por aí, por essa mania das grandezas que também é bem tuga que pegou.
Quanto à maçonaria e canalha comuna, nem sei.
Sei que há uns anos minimizava os bloquistas. Até tive debates com o Carlos do Queijo Limiano à conta disso.
Também pensava que era mero folclore.
Mas não é e a tara revolucionária e sabotagem por greves tem consequências mais imprevisíveis e com estragos irreparáveis.
Floriano Mongo:
ResponderEliminarForam esses detalhes que eu li no Diário e por isso o Che nunca me convenceu.
E na altura o resto nem se sabia.
Mas a passagem que citou estava lá e por cá, nas trevas facistas, comprava-se facilmente todos os "livros proibidos".
Mas o hajpachorra tem razão que a canalha escardalha facilmente passa a jacobina com mais sucesso.
ResponderEliminarUm dos grandes admiradores dessa besta do Marquês é o Rui Tavares.
E vejo-os a serem orientados por orientadores que os orientam para o grande oriente ;)
ResponderEliminarehehehe
ResponderEliminar