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domingo, janeiro 07, 2018
Os editoriais de Octávio Ribeiro e o mau jornalismo
O editorial de Octávio Ribeiro no Correio da Manhã de hoje aponta dois factos dignos de realce na semana que passou: o primeiro tem a ver com a pouca-vergonha de quem governa e se sente autorizado a usufruir de benesses, por isso mesmo, sendo algumas eticamente indevidas. Um caso de corrupção moral e política, puro e simples que só não tem dimensão criminal, pelo ridículo que comporta ( pedido de favores, com bilhetes de luxo, para um jogo de futebol) e pela ética omitida que nem respeitou o "código de conduta" jacobina que o governo engendrou para evitar situações destas.
O segundo, sendo mais grave é fruto do mesmo ambiente, como destaca o editorialista do CM: não há consenso político para legislar sobre a "delação premiada" nem sobre o enriquecimento ilícito porque algumas forças sociais, neste caso os advogados da ordem do costume não querem tal impecilho ao seu trabalho.
A razão pela qual os advogados se opõem a estas leis de saneamento parecem-me claras: fazem parte da classe política visada por elas e enquanto profissionais do foro, teriam muito a perder, em dinheiro e clientes, caso fossem aprovadas.
As demais razões estilísticas que apresentam, sempre enroupadas nos grandes princípios são apenas a hipocrisia que a classe gasta. Uma grande vergonha. Continuamos a ser um país miserável em que certas classes profissionais apostam em manter como tal porque é isso que lhes garante a vidinha.
Outra notícia do CM de hoje repenica o mau jornalismo que a repórter da casa, à míngua de casos mais suculentos, tem andado a explorar. No outro dia escreveu asneiras, ao dizer que o MºPº tinha "livrado" o advogado Proença de Carvalho. Hoje, depois de ler o Sol de ontem, rectifica apontando o "volte-face" na defesa. Afinal, a "PGR" sente obrigação em investigar...mas continua a escrever " "não querem analisar no julgamento as novas acusações reveladas", insistindo na asneira.
Não sei o que será pior. A notícia do outro dia era uma manipulação de factos verdadeiros para criar um falso ( o procurador do processo apenas se pronunciou sobre um requerimento que entendeu inoportuno nesta fase processual e os factos nele imputados ao tal advogado não constituem necessariamente, para já, matéria criminal); hoje, continua sem perceber que os factos de tal requerimento podem e devem ser apresentados em audiência de julgamento, com uma vantagem: a do contraditório que eventualmente se poderá fazer.
Esta é a parte da notícia que falta e é a mais importante...
O uso dos adjectivos e verbos para escrever estas notícias, por outro lado, releva de um vernáculo digno dos apontamentos de antanho do dr. Varatojo... ou seja, anacrónico. E ridículo, por vezes, infelizmente.
Sobre isto, o editorial de Octávio Ribeiro é omisso...mas entende-se a razão: é que são estes títulos e este vernáculo que entram no subconsciente colectivo de quem passa e lê a linha da notícia. E é isso que dá dinheiro ao jornal que Octávio Ribeiro dirige. Qual a diferença entre isso e aqueles factos que apontou no editorial? Muito ténue...
'o rectângulo virou
ResponderEliminaresculhambação'
Dedicado à minha amiga Zazie
ResponderEliminarhttps://twitter.com/MartinShovel/status/949972501316202496
Porque é que o Ribeiro fala em perigosos conceitos corporativos da União Nacional? Alguém explica? Não sei ou não vejo relação com o assunto.
ResponderEliminarOu é só mais um a querer dar credibilidade ao que escreve por via da pobreza de não querer ser confundido com a "direita"?
Pelo menos o advogado disto tudo começa a aparecer em belas estampas coloridas… é um fraco consolo.
ResponderEliminarEu estou à espera. Sentado, mas à espera.
ResponderEliminarObrigada, Ccz.
ResponderEliminarÉ uma fofa e era engraçado se fosse a própria Sante Foy a espreitar. Delicioso é ter levantado a arquivolta.
Beijocas e bom Ano Novo.
"A razão pela qual os advogados se opõem a estas leis de saneamento parecem-me claras: fazem parte da classe política visada por elas e enquanto profissionais do foro, teriam muito a perder, em dinheiro e clientes, caso fossem aprovadas."
ResponderEliminarComo se as negociações da "delação premiada" pudessem ser feitas sem advogado...
Enfim...
Sim...e os rendimentos das sessões esessões,requerimentos e recursos seriam os mesmos...enfim, de facto.
ResponderEliminarZazie, gostei do último texto da Helena Matos… nem tudo está perdido para mim! Claro que continua bruta e mistura coisas sem nexo, de qualquer modo tem razão. A continuar assim um dia destes estão a ir-nos buscar a casa para nos internar em centros de reeducação.
ResponderEliminarNão li. Vou ver
ResponderEliminarPois está bom, sim.
ResponderEliminarÉ o fenómeno do marxismo rocócó, como lhe chamou o Tom Wolfe.
Na prática dá tacho a uns e põe mais mulheres a aguentarem a família sozinhas.
Se são todos iguais, a cena do certificado é pythoniana.
ResponderEliminar- You're all individuals!
- I'm not!
Hehehe…
ResponderEliminarZazie! Para testar a paciência do José (quer-se dizer, não devo ser pior que os comunas), tenho de fazer uma pergunta… porque estive a ler o fim da discussão anterior.
ResponderEliminarPrimeiro, os humanos terem chegado aqui e ali e atravessado isto e aquilo a maior parte das vezes não é assim tão extraordinário (é, mas não ao ponto de atravessar mar) porque o que hoje está separado antigamente estaria ligado, por terra ou gelo. Os animais fizeram isso ao contrário do que diz.
E depois deu-se o inverso, ficaram isolados e animais que eram os mesmos evoluíram para algo diferente, muitas vezes mesmo muito diferente — e já nem falo das questões anteriores como sair da água para terra, etc. A pergunta é a seguinte: A sua questão com a teoria da evolução das espécies é só com uma espécie ou com todas as espécies?
JRF:
ResponderEliminarNa altura não estava nada ligado. Ágfrica não estava ligada à Europa.
Eles sabem isso por esse motivo ficam à rasca com as datações e agora já dizem que afinal foi outro grupo saído de África e que era outra coisa qualquer, dentro da lista infinita de baptismos latinos dos hominídeos.
Resposta- a minha questão é com os humanos. Não bate certo. Não há o menor indício nem sequer testemunho de ADN
E se já dizem que afinal nem eram apenas os neanderthais que até eram sapiens, eram todos, então a questão é mais que premente- não há etapa alguma entre vários hominídeos a progressivamente serem gente.
Estas coisas têm de partir dos factos.
ResponderEliminarEu peguei nestes- na historieta de termos descendido de primatas simiescos e não há a menor prova dentro do que tem sido encontrado, datado e analizado por ADN.
Zero. As provas que vão conseguindo invalidam a teoria e invalidam as reconstituições paleontológicas.
O próprio Anjo disse que encontrou quem afirme isto dentro da própria comunidade. Não há linhagens, é tudo sapiens.
Alguém fala nisso na escola ou é do conhecimento comum?
Claro que não!
Hmmm… há 11 anos ou 12 (vou-me interessando por tudo!), enviei o meu ADN para o projecto genographics da National Geographic e a jornada foi sair de África, Arábia Saudia, Casaquistão, Rússia e depois atravessar a Europa toda até ao norte da península ibérica. Mas isso (o início) foi há muito pouco tempo, eventualmente uns 50.000 anos.
ResponderEliminarMas ok. Eu não concordo nada com isso do não se sabe nada… E uma coisa que tenho como certa é que se sabe mesmo muito mais do que o que se sabia.
Mas então a Zazie não rejeita a teoria da evolução das espécies per si… Há a vida que apareceu designadamente o Homem, não se sabe como, uns dizem assim outros assado, mas uns e outros têm evoluído até aos dias de hoje. É isso?
Mesmo assim não respondeu à pergunta. Se no caso dos animais a teoria da evolução das espécies se aplica integralmente.
450 mil anos.
ResponderEliminarEu não rejeito nem deixo de rejeitar.
JRF: eu sou uma pragmática. Pego nos factos. Vejo se batem certo ou se há patranha.
A teoria é um passo demasiado grande para os testemunhos e apenas me interessei por estes humanos.
E interessei-me por isto, já disse- por causa da arte. Por ter lido o De Rerum Natura. Por ter esbarrado com a tradição materialista e sua exemplificação artística. E por causa das fisionomias.
Está redondamente enganado se pensa que foi por causa da religião.
Em relação aos bichos, pelo menos não se aplica aos macacos, já que nas linhagens eles juntam tudo.
Em relação aos outros nunca me interessei. Há quem se interesse e há-de ser também fácil pegar nos testemunhos e depois ver o que provam.
Não merece a pena pegar na narrativa se isto que é factual não tiver sustentação.
450 mil ou 430 mil. Eles é que dataram- no Instituto Max Planck
ResponderEliminarAgora é claro que se sabe muito mais do que se sabia.
ResponderEliminarA investigação serve para isso mesmo. E quando nega uma teoria está a comprovar outra.
Claro que é muito importante.
A descoberta do menino do Lapedo é fantástica.
Mas acho que nem se fala disso como se devia falar.
existe cultura a ciência
ResponderEliminarem ciência existem certezas e teorias ou hipóteses
leio há 60 anos as melhores revistas sobre química orgânica
dos milhões de fósseis encontrados nem um único apresenta sinais de transição
a Gulbenkian publicou hominização de Caria Mendes
por acaso na altura andava na escola em Cro Magnon
Sur le chromosome X des populations asiatiques, australiennes et européennes, on retrouve aujourd'hui des séquences génétiques qui proviendraient de l'Homme de Néandertal. C'est que qu'affirme Damian Labuda, du département de pédiatrie de l'université de Montréal et du Centre de recherche du CHU Sainte-Justine, et ses collègues dans un article récent publié dans Molecular Biology and Evolution. Cette présence serait la preuve d'une hybridation qui aurait eu lieu en Europe quand les deux espèces humaines, Homo sapiens et Homo neanderthalensis, ont cohabité durant des dizaines de milliers d'années.
ResponderEliminarL'idée n'est pas nouvelle. L'hypothèse avait été formulée depuis longtemps mais les premières confirmations ont attendu l'analyse des restes d’ADN dans les os fossilisés. Ces longues molécules résistent mal au temps mais, quand les conditions de conservation ont été excellentes (enfouissement rapide par exemple), des fragments de petites tailles peuvent se trouver encore au sein de l'os. L'extraction est difficile et le plus grand écueil est celui d'une contamination par des ADN venus d'ailleurs : animaux, bactéries mais aussi les découvreurs et les expérimentateurs. En 2006, l'équipe de Catherine Hänni (laboratoire Paléogénomique et évolution moléculaire, à l'ENS de Lyon) parvenait à analyser des restes d'ADN extraits d'une molaire d'un jeune néandertalien. Il s'agissait d'ADN mitochondrial, c'est-à-dire provenant des mitochondries, petits organites cellulaires qui ne se transmettent à la génération suivante que par la mère.
À l'Institut Max Planck (Leipzig, Allemagne), Svante Pääbo a pris le problème à bras-le-corps et parvenait à séquencer une grande partie du génome de l’Homme de Néandertal, donc l'ADN du noyau cette fois. En 2010, les résultats de ce travail, décrit dans Science, faisaient grand bruit, prouvant l'hybridation durant la période de cohabitation en Europe entre les deux espèces, ou sous-espèces si l'on s'en tient stricto sensu à la définition officielle selon laquelle deux organismes d'espèces différentes ne peuvent avoir de descendants fertiles. Les résultats montraient en effet que 2 % du génome de H. neanderthalensis se retrouve aujourd'hui chez les populations d'origine d'Europe et d'Asie, alors qu'aucun gène commun n'a été retrouvé avec les populations d'origine africaine.
Só para complicar mais um pouco...:-) junto aqui mais 3 sites:
ResponderEliminarhttp://shulaveri2bellbeaker.blogs.sapo.pt/
http://r1b2westerneurope.blogs.sapo.pt/
Estes dois são do mesmo autor, que parece ser um investigador, mas creio que não é da área da genética, pelo menos pela troca de comentários que já tive com ele percebi que era mais um curioso e demonstra que no que concerne ao ADN são várias as teorias e cada um tem a sua. Estes remetem sobre a possível origem e trajectória dos R1B2 (Haplogroup R1b) predominante em Portugal.
https://alvor-silves.blogspot.pt/
Quanto a este, é do mais fascinante que já li, pois revê de uma forma critica e bastante curiosa a história humana. Muita desta revisão é feita através da evolução da língua (principalmente da portuguesa) e da forma como esta sido revista e manipulada ao longo dos tempos... São leituras alternativas que na minha modesta opinião (pois não sou investigadora de coisa nenhuma... ;-)) fazem até bastante sentido, pois é feita com base em documentos/factos concretos.
Só para terminar, li com bastante atenção toda esta troca de comentários e agradeço a todos os vários contributos.. isto sim é que é uma discussão na verdadeira acepção da palavra... Gostei muito das questões da Zazie, pois são muito pertinentes e creio que qualquer pessoa minimamente curiosa quando começa a analisar estes assuntos, não pode deixar de questionar tudo isto que é-nos dado como verdade estabelecida... é assim que se avança no conhecimento, certo? Mas também percebo o lado do joserui, a ciência avança, avança, mas depois o que se ensina nas escolas e o que passa para os media é quase sempre mais do mesmo e não reflecte verdadeiramente os vários avanços e discussões que se têm feito...
Deixo apenas umas questões, como o José (autor deste blog) tem demonstrado aqui, e estamos a falar de um período bastante recente, pelos vistos a manipulação e revisão histórica não só é possível (mesmo com toda a documentação disponível e que não é pouca) como é feita de forma descarada e sem receio de contraditório. Se tal é possível para acontecimentos tão recentes, porque não esperar o mesmo para acontecimentos com milhões de anos cujos registos até são escassos?
Estou ler o livro de Tom Wolfe, The Kingdom of Speech e as primeiras oitenta páginas lidam com Darwin e a "origem das espécies".
ResponderEliminarDarwin copiou de Wallace mas este desfez-lhe as teorias, depois disso. Mesmo assim, continua a lenda.
Wolfe faz o paralelo com Kipling. Este escreveu fantasias. Darwin escreveu igualmente fantasias, com uma diferença: acreditava nelas.
Que maravilha.
ResponderEliminarTenho de comprar o livro do Wolfe
Zazie, 50.000 alegadamente, a minha. E eu sou r1b (m343) pelos vistos.
ResponderEliminarDe resto, volto a não perceber. O processo está observado. Que passados centenas de milhares de anos não se tenham encontrado estados de transição que satisfaça certa exigência parece-me natural, tal como é natural que a ciência avance apesar disso. Porque com o mesmo nível de exigência, ainda estaríamos na idade da pedra. A Zazie felizmente só leu um livro que colidiu com esta área de investigação, mas se continuar a ler e tiver tempo, vai arrasar a ciência toda desde o Galileu até hoje. Não vai ficar pedra sobre pedra. Não vai sobrar nada para se ensinar nas escolas.
Porque não se tem nada de partir de factos. Os factos andam pela hora da morte. Para provar os factos de ontem vou-me ver lixado. As coisas têm de partir de hipóteses, passar a teorias e depois a teses. Mas as teses são colocadas em causa por novas hipóteses.
Dentro das hipóteses existem as prováveis e as mirabolantes. Parece-me provável que o Homem tenha evoluído. Parece-me um dado adquirido até, mas que seja só provável. Os animais idem — está observado isso. A genética veio preencher imensas lacunas. Há outras tantas, admito.
ResponderEliminarO que me parece uma hipótese improvável é o Homem ter aparecido tal e qual. Ou então a partir do seu próprio protozoário, na sua própria poça de água quente (evoluindo em paralelo com os outros, durante milhões de anos). E a questão da linguagem, tendo em conta o que implica de desenvolvimento e cérebro, deixa-me perplexo. Por um lado, porque apesar de não haver gravadores sabe-se que os diversos idiomas (porquê idiomas?) não nasceram assim; mas admitamos que o Homem sempre teve uma linguagem, não percebo o que fez ao tempo. Descendemos todos dos maiores manguelas que Deus colocou no Universo! Porque não é possível passarem tantos milhares de anos para isto. Para este atraso inacreditável.
Outra questão que me parece pertinente é que não adianta muito dezenas, centenas, milhares de investigadores e cientistas estudarem o que quer que seja. Qualquer um debita bacoradas na tv, qualquer um escreve um livro e diz o que lhe apetece — já o Céline na fuga de França o lamentou, felizmente não sobreviveu para ver isto. E vai sempre de encontro às expectativas de alguém e é sempre mais credível. Tenho observado isso em várias áreas. É uma frente anti-ciência que pessoalmente acho preocupante.
ResponderEliminarE para mim a ciência não é sagrada, longe disso. Se a genética por um lado permitiu incríveis avanços por exemplo, a manipulação genética acho uma abominação aos olhos de Deus e dos homens!
E não sei que teorias o Wallace desfez. Publicou em conjunto com Darwin. O que ele tinha era uma costela religiosa e espiritual que se calhar não lhe permitiu ir mais além. É outra hipótese.
ResponderEliminarMas se o Tom Wolfe diz, quem sou eu para debitar bacoradas aqui?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar430 mil. Está enganado. Confirme
ResponderEliminarTem-se tempo e mais que tempo para partir dos testemunhos encontrados.
ResponderEliminarSe são testeunhos, são factuais.
V.s lêem a teoria mas depois não verificam os testemunhos que se vão encontrando.
Eu comecei a ver os testemunhos e noto que nem eles são actualizados como informação.
V. repete testemunhos que já eram.
430 mil é o ADN mais antigo encontrado.
Fósseis é outra coisa. Esses até têm 10 milhões de anos - o tal tchadensis. E há quem diga que era de gorila.
O mais pertinente foram os crãnios da Geórgia. Os Dmanini. Todos diferente e todos de homo herectus (como lhe chamam) com 1.8 milhões de anos.
Isso de só se ter aprendido a falar há 50 mil anos é a maior treta que já nem se diz.
O que é que está observado?
ResponderEliminarQue raio de animal se viu a evoluir?
Leia as metamorfoses de Ovídeo
ehehehe
E eu não li nenhum livro que colidiu contra a teoria da evolução.
ResponderEliminarEu li a fonte do século I aC onde eles a foram buscar.
Era moda no século XIX toda a gente moderna ler o Lucrécio.
As teses não são colocadas em causa por novas teses.
ResponderEliminarAs teorias são invenções- São ideias acerca de uma questão.
Depois, o estudo tem de partir de fenómenos plausíveis de a validarem.
E só depois de haver muitos fenómenos que a corroboram ela pode ser tornada lei (ainda que provisória, já que tem de ser sufcientemente abrangente para poder ser negada por outros fenómenos à tabela que nela estejam englobados.
Isso de teoria a mudar para outra teoria é literatura. Não é sequer trabalho académico.
Quando não há possibilidade de se observar tem de haver coer~encia em teoria matemática e esperar-se por testes que a simulem e corroborem.
Agora o que não existe é o que v. diz- inventar-se e mudar-se de ideias e inventar-se outra coisa e chamar-se a isso progresso porque depois dizem que é sustentada por provas irrefutáveis de técnicas novas como as das datações e da genética.
Ora bem- têm sido precisamente essas técnicas a invalidar a teoria.
Não foram os pastores evangélicos no youtube.
Nem na micro e macro física se admitem como teorias historietas sem pé para andarem.
ResponderEliminarA que título ia agora a biologia que é ciência bem mais concreta e observável ter estatuto mais nebuloso e fantasioso que a do átomo ou do espaço?
Eles escavam, encontram, datam, analizam e fazem reconstituições.
Isso pode ser perfeitamente acessível até na net. Não há nisso mistério algum nem dificulfade alguma de confirmar e são factos.
Os factos permanecem. As explicações para eles é que são mais difíceis de se encontrar, dado a impossibilidade de se viajar no tempo ou de simular seres humanos em laboratório.
Com os animais é o mesmo. A cena da mosca do vinagre mostra é que o ADN degenera.
Isso é uma coisa- outra é de misturas de mais exemplares, de "raças" possibiltarem maior variedade e mais resistência.
isto é tão básico que o tabu do inisto existia precisamente para evitar a degenerescência da endogamia.
Um cão rafeiro é mais saudável e inteligente que um de raça.
mas nenhum deles é fruto de mutação genética. É fruto de combinação de vários genes.
errata: tabu do incesto
ResponderEliminar50.000 anos é o meu…
ResponderEliminar"Que raio de animal se viu a evoluir?"
O rato de nova iorque :) .
Portanto, actualizo novamente: a Zazie nega a teoria da evolução das espécies per si. Tudo o que existe e está vivo, apareceu tal e qual. Acertei desta vez?
Discordo.
E mantenho a mesma ideia e mais uma ou outra: O que a Zazie aqui faz e julga que é uma deconstrução bestial de mitos e lendas, e quem sabe, conspirações darwinianas, pode fazer-se para praticamente todos os ramos da ciência. E parte sempre de leigos iluminados do calibre de um Tom Wolfe (aliás dos exemplos do artigo que o Muja linkou, o primeiro era "professor de leis"). Tem o dom da escrita e julga que se atravessar o Atlântica às costas de uma tartaruga descobre a Europa.
Mas peço imensa desculpa, por dar mais crédito a quem estuda os fenómenos. Sempre foi assim e sempre será.
O que não quer dizer que não pense em possibilidade ou hipóteses. Por exemplo o Homem apareceu tal e qual e fundou imensas civilizações desconhecidas, que por algum motivo não aparecem em lado nenhum. Eu próprio, na adolescência, fui ávido leitor de tudo o que era teoria atlântida… mas agora já não me parece provável. Agora, se um lunático como um amigo meu, vê imagens na Índia de uns indivíduos com uns braceletes redondos e diz que aquilo tem milhares de anos e já na altura tinham relógios, vai de cada um.
ResponderEliminarNa wikipedia sobre este livro: "In The Guardian, Steven Poole criticises Wolfe's whole approach to Darwin and dismisses his suggestion that Darwin had no evidence for his theory of evolution, saying that Darwin 'adduced a lot of evidence at the time, including the geographical distribution of species, comparative anatomy, fossils and the existence of vestigial organs. Today, of course, evolution is observed in real time in the laboratory, among microbes or insects'."
ResponderEliminar"In The Washington Post, Jerry Coyne agrees that Wolfe 'grossly distorts the theory of evolution'."
"Is observed"
"grossly distorts"
O Tom Wolfe também fala na teoria do "big bang" — "the nuttiest theory I've ever heard."
ResponderEliminarE eu entendo melhor, porque de facto é uma teoria fantástica… muito mais que a da evolução das espécies.
Comecei a ler o Tom wolfe.
ResponderEliminarVá ao Amazon e compre em versão kindle. É barato
Por 7 euros tira todas as dúvidas
ResponderEliminarHehe… só leio livros em papel, tirando os técnicos. Mas neste caso, passo. Tenho de gastar o meu tempo criteriosamente. :)
ResponderEliminarEstive a ler mais sobre o Wallace e não percebo onde Darwin copiou e onde Wallace destruiu. Pelo contrário aquilo que transparece é um grande respeito entre os dois. Darwin considerava Wallace um naturalista cujas ideias eram de ter em conta e de forma nenhuma ignoradas "Wallace is the most-cited naturalist in Darwin's Descent of Man, occasionally in strong disagreement." Colaboraram activamente durante um longo período.
ResponderEliminarE sobre o mito José, "Both Darwin and Wallace agreed on the importance of natural selection, and some of the factors responsible for it: competition between species and geographical isolation. But Wallace believed that evolution had a purpose ("teleology") in maintaining species' fitness to their environment, whereas Darwin hesitated to attribute any purpose to a random natural process. Scientific discoveries since the 19th century support Darwin's viewpoint". Isto é da Wikipedia. Que é o que tenho vindo a dizer: O progresso científico, muito ou pouco, tem reforçado as teorias de Darwin e não o inverso.
"Wallace remained an ardent defender of natural selection for the rest of his life. By the 1880s, evolution was widely accepted in scientific circles. In 1889, Wallace published the book Darwinism as a response to the scientific critics of natural selection."
Ah, Amélia, eu fui aos sites que indicou, mas como não linka directamente para um artigo específico, não sei que pretendia que se lesse. No entanto li um sobre a linguagem lusitânica que achei deveras interessante. O tal meu amigo lunático, que só aprende ciência via canais de tv de pseudo-ciência, parece-me que já falou vagamente sobre o assunto, mas nunca o levo muito a sério. Uma amiga comum um dia destes ao telefone dizia-me que ele diz que "foi em Portugal que tudo começou!" — nem imagino o quê.
ResponderEliminarPor alguns escritos do josé perpassa - ou assim parece - a ideia de que os advogados enquanto empecilhos altamente remunerados.
ResponderEliminarO josé sabe muito bem que não é essa a realidade portuguesa e, até, mundial. Há advogados que ganham muito dinheiro. Uns com razão, outros com menos, assim como há magistrados que não merecem o que ganham - e aqui, até temos esse aleijão de um sindicato de juízes!...
Mas, indo ao que interessa: advocacacia com poucos poderes e muitos obstáculos é sinónimo de ditadura. E de ditadura mal gizada.
Os advogados "do crime" não têm interesse algum nas leis de "delação premiada" ou do enriquecimento ilícito.
ResponderEliminarA razão já a enunciei: teriam sempre menos clientes e menos dinheiro dos mesmos porque os processos acabariam mais depressa. E nem precisariam de advogados do "crime" em alguns casos.
Qualquer defensor oficioso, estagiário até, seria suficiente...
Quanto à liberdade e à ditadura, estou farto de grandes proclamações sobre tal. Direitos e mais Garantias e depois quem sofre são os pobres e os humildes. Sempre.
Os direitos e garantias são para os "grandes" se safarem melhor. E são capazes de proclamar tal necessidade como se a democracia dependesse disso...
É triste mas é assim.
Quanto aos advogados e advocacia portuguesa tenho respeito pela profissão. Porém, tenho observado que não poucas vezes prejudicam os clientes com as estratégias processuais como as de "não falar".
ResponderEliminarPercebo porquê: ganham mais. É triste dizer isto mas é assim.
Quando os clientes descobrem já é tarde e a cadeia espera-os. E já gastaram milhares de euros que poderiam não ter gasto e com melhores resultados.
ResponderEliminarEsta advocacia é de terceiro mundo e sei do que falo.
JRF: cosmogoniomania
ResponderEliminar«Darwin turned out to be every bit as gun-shy as Chambers, but more than that held him back. As a dedicated naturalist he had an even bigger problem: a huge gap in evidence when it came to language, which set humans far apart from any animal ancestors. It gnawed at him. He could explain man’s opposable thumb, upright stature, and huge cranium, but he couldn’t find one shred of solid evidence that human speech had evolved from animals. Speech seemed to have just popped up into the mouths of human beings from out of nowhere. He thought and thought. And thought…
Wait a minute. What was speech? Vocal communication, right? Well, animals had their forms of vocal communication, too, and some were fairly complex. Vervet monkeys had different cries to warn the troop of the presence of the most dangerous predators. They had one cry for leopards, another for eagles, another for baboons, another for pythons, plus variations of the python cry to indicate a mamba or a cobra. They used certain intonations to indicate that a particular fellow vervet’s reports weren’t altogether reliable. There you had it: monkey semantics. If that wasn’t the equivalent of speech, what was? All right, there was no direct evidence to point to… but it was self-evident, wasn’t it? Animal speech like the vervet’s had evolved into human speech… somehow… and if there was no clear evidence… well, it just meant nobody had looked hard enough, because it had to be there somewhere. But why had to be? Because at that moment, in 1837, Darwin had fallen, without realizing it, into the trap of cosmogonism, the compulsion to find the ever-elusive Theory of Everything, an idea or narrative that reveals everything in the world to be part of a single and suddenly clear pattern.»
Wolfe, Tom. The Kingdom of Speech (p. 20). Little, Brown and Company
Estou a ler precisamente nesse ponto.
ResponderEliminarE o que escreveu sobre o Wallace e os Gentlemen é delicioso. Darwin, um aldrabão, apesar de aparentar outra coisa.
Pois é. E ter tido a ideia dos macacos por ter lidado com os primitivos da Ilha do Fogo
ResponderEliminar":O)))))))
Para um gentleman estava ali a evidência
eheheheh
O Wallace no ensaio seguinte elogiou Darwin, numa página ( 39 a penúltima do ensaio) ms passou as outras 38 a desfazer literalmente a teoria evolucionista de Darwin.
ResponderEliminarGentlemen´s...
O que gosto de ler no Wolfe é a maestria do sarcasmo misturado com ironia subtil. Devastador.
ResponderEliminarJá tinha feito o mesmo com os três stooges que o criticaram no ano 2000.
Já chorei a rir.
ResponderEliminar«Oh, Charlie, Charlie, Charlie… said Lyell, shaking his head. Who was it who warned you two years ago about this fellow Wallace? Who was it who told you you’d better get busy and publish this pet theory of yours?… So why should I even bother, this late in the game?»
This pet theory of yours
":O)))))))))
Não posso ganhar…
ResponderEliminarA minha única esperança neste momento é que esse génio Wolfe (da comédia pelo menos) não pegue na teoria da electricidade… seria maçador ter que se voltar a caçar "sperm wales" para uma criança lhe entrar na cabeça e lhe extrair o óleo… para a iluminação, quero dizer. Se calhar a forma como os electrões fluem e os fotões emitem, não está exactamente segundo o cânone wolfiano… :)
ResponderEliminarO Wolfe apenas escreve com factos e referências, "recortes" de "fontes primárias".
ResponderEliminarQuem quiser pode ler e contestar.
Escarnecer sem mais é que me parece pobre como argumento.
Não é nada José. O meu argumento é num prato da balança Wolfe, escritor conhecido, gostei de ler a fogueira das vaidades, zero que eu saiba curriculum como investigador nas diversas áreas que estudam o problema; no outro prato da balança pessoas de 10 áreas da ciência que dedicam uma vida a estudar o assunto — desde 1859 pelo menos. Acha que é escarnecer sem mais? Não me parece.
ResponderEliminarAinda: Não coloquei citações do Guardian e Washington Post, de pessoas que acabam por ter a mesma opinião que eu e devem ter lido o livro? Porque eu haveria de ler o livro de alguém que considero um farsante?
A minha opinião é sempre baseada em fontes secundárias porque não sou investigador. E se fosse, não conseguiria abarcar tudo. E a vossa opinião também. E se há coisa que falhou nisto tudo foi a tal teoria alternativa (não falhou foi o Muja pedir-me para a apresentar) e o que se deve ensinar nas escolas. Isso é que não aparece em lado nenhum. Se disser ensine-se Tom Wolfe vou ficar triste!
«A later cosmogony was a dead ringer for the Navajos’, dead and unfortunately duller, except for one thing. The creator in this cosmogony was a creature even smaller, even less visible to the naked eye, than a biting midge, namely, a single, undifferentiated cell— or “four or five” of them. “Undifferentiated” means it could evolve into any living thing, vegetable or animal.
ResponderEliminarThis cosmogony was the only one recent enough for people to know the chief storyteller by name: Charles Darwin. “Four or five” is from a scrap of conversation he had with a group of students not long after he told the story publicly. The students had the sort of naive, unbridled, free-floating curiosity most youths unfortunately rein in far too early in life. They wanted to know some small but fundamental details about the moment Evolution got under way and how exactly, physically, it started up— and from what? Darwin had apparently never thought of it quite that way before. Long pause… and finally, “Ohhh,” he said, “probably from four or five cells floating in a warm pool somewhere.” h One student pressed him further. He wanted to know where the cells came from. Who or what put them in the pool? An exasperated Darwin said, in effect, “Well, I don’t know… look, isn’t it enough that I’ve brought you man and all the animals and plants in the world?”»
-> The students had the sort of naive, unbridled, free-floating curiosity most youths unfortunately rein in far too early in life.
ResponderEliminarHehe… isto não vai a meu favor? "“probably from four or five cells floating in a warm pool somewhere.”, eu próprio não diria melhor.
ResponderEliminarE "“Well, I don’t know…", um homem íntegro e honesto. Alguém que eu posso admirar. :)
Um gentleman ":OP
ResponderEliminar«It certainly wasn’t scientific experimentation or observation that finally convinced Darwin that man had no special place in the universe. It was a visit to the London Zoo in the spring of 1838, two years after the voyage of the Beagle. One of the zoo’s most popular attractions was an orangutan named Jenny. Jenny had become so used to being around people that many of her reactions had become absolutely human in nature. Sometimes she wore clothes. Her gestures, her facial expressions, the sounds she made, the way she acted out frustration, mockery, anger, guileless glee, or I-love-you, Help-me! Help-me!, I-want I-want… this last with a whine that made one see how hard she was struggling to put it all into words— it was clear as day! Now Darwin was certain! Jenny was a human being behind the flimsiest of veils. He used his clout as a Gentleman and a leading naturalist to enter Jenny’s cage and study her expressions up close.»
ResponderEliminarHehehe… exacto. Em português, um cavalheiro.
ResponderEliminarJosé, desculpe afastar-me do tema, mas não posso deixar de comentar algo que ando pra fazer há que tempos e a foto da Lili Caneças com a cara encostada à do Ministro das Finanças, vem mesmo a talhe de foice.
ResponderEliminarEsta criatura é do mais irritante que pode haver, ela mete-se em todo o lado desde que sinta que pode vir a ser fotografada ou filmada e se simultâneamente for entrevistada para aparecer nas revistas cor-de-rosa ou nas reportagens das TV's, isso então será o máximo dos máximos e o seu momento de glória. São os tais cinco minutos de fama tão fortemente ambicionados por este género de gente.
Uma vez o João Távora comentou o facto dela aparecer frequentemente num dos ginásios mais conhecidos da Capital, frequentado por gente da sociedade, com o único intuito de se "mostrar" e fazer ver aos restantes frequentadores do espaço que ela "também" fazia parte daquele núcleo de personalidades importantes, algumas das quais de origem nobre, facto este que sobretudo a atraiu e atrai. Personagens com as suas características psicológicas têm quase sempre este alvo em mira.
Frisava o João que estas pessoas (sem citar-lhe o nome, mas percebendo-se perfeitamente a quem se referia) nem se dão conta de quão ridículas são as atitudes que tomam.
Esta criatura começou por aparecer em todo o lado para se tornar conhecida e famosa. Com que exacta finalidade? Não se sabe, mas desconfia-se. Começou por ir a todos os concertos de Marco Paulo (M.P.,imagine-se?!) no início da sua longa procura por fama..., sentando-se nas últimas filas, primeiro em programas de televisão com público presente, depois assistindo aos seus concertos para ir sendo vista e filmada e com isso ir começando a obter a tão desejada fama... Os/as metediços/as conseguem enfiar-se em todo o lado onde não são chamados para ir atingindo os seus fins um tanto esquisitos.
A pouco e pouco, com os contactos que foi arranjando, começou a ser citada por dá cá aquela palha pelo cretino e insuportável Manuel Luís Goucha (que já a conhecia, deduz-se, pelos antros mariconços por onde ele, o Castelo Branco e o Herman se moviam), este fazendo questão de salientar a sua presença e a de mais ninguém, embora naquelas festas houvesse gente muito mais famosa e socialmente muito mais importante do que ela..., tanto em festas e manifestações de partidos políticos, como em inaugurações de Hotéis, Exposições, Estreias, Concertos etc., em que ela aparecesse, fossem festas públicas ou privadas desde que nelas estivessem presentes os ditos fotógrafos, alguns deles convenientemente seus amigalhaços (como um tal Abel Dias que andava sempre atrás dela nas festanças em que fosse o fotógrafo contratado, fazendo-se seu acompanhante ou vice-versa).
É bom lembrar um episódio curioso por ela contado há uns anos. Afirmou que o sucesso de José Castelo Branco no meio social e a sua popularidade como pessoa e como travesti e pouco depois marchand d'art(?), (como ele se designava após ter arranjado trabalho numa galeria onde parece ter conhecido a senhora inglesa com quem mais tarde veio a casar-se) a ela se deveu, pois "tudo o que ele hoje é a mim se deve, fui eu que o fiz". Com este género de amizades está tudo dito.
O parvalhão do Goucha andou anos seguidos a citar esta criatura em todos os seus programas e sempre a despropósito, a ponto de meter nojo.
Certa vez, num programa da TVI em que ele era o apresentador, a dada altura em que se falava da gente famosa que aparecia nessas tais festas, em conversa com a filha de Rosa Lobato Faria, convidada do programa e em que ambos comentavam as pessoas que nas ditas apareciam, por mais que a filha de Rosa quisesse chamar a atenção para várias outras personalidades importantes e reconhecidamente famosas que íam aparecendo em cada uma dessas festas, nos referidos programas que passavam todas as semanas,
(cont.)
o Goucha dizia e repetia o mesmo discurso três ou quatro vezes e sempre com um ar triunfante (mas piroso) de quem acabou de avistar a pessoa do próprio Aga Khan: "repare!, repare!, aquela é a Lili Caneças, não é?!" e "olhe!, olhe!, lá está outra vez a Lili Caneças!). A filha da Lobato Faria, um bocado enjoada com as observações extemporâneas do Goucha e das suas chamadas de atenção exageradas e parvas quanto à personagem visada, mas que se notava não lhe ligar nenhuma, lá ía concordando a muito custo... Claro, não tinha ela outro remédio.
ResponderEliminar(Num pequemo aparte, desde há longos anos que esta TVI tem uma obsecação estranhíssima por este Goucha e não há meio de o largar para sempre. Ele é o apresentador mais disparatado e descontrolado e parvalhão e piroso que algum dia apareceu nas televisões. Pior ou igual a ele, só o ignorante e inútil Malato que é ou era colocado em programas onde a sua prestação era uma autêntica nódoa e como apresentador um pavor, Este já anda mais desaparecido, felizmente. Será que a TVI não passa sem eles por ambos serem homossexuais? Já me disseram que sim. É que o mesmo acontece nas televisões espanholas e nas norte-americanas).
Quanto pagaria esta criatura ao Goucha para durante anos a fio ir obtendo tanta publicidade gratuita sobre a sua pessoa? Tinha que se desconfiar de tanto elogio dado de um à outra e houve muito boa gente que desconfiou. Até que por fim e ainda não vai muito tempo, ele lá se calou quanto aos hossanas à sua idolatrada Lili...
A propósito, esta senhora usa o apelido do ex-marido, mas ela está divorciada do senhor desde há muitos anos, ao que se sabe. Ou seja, o senhor está casado com outra senhora desde há largo tempo e esta usa com todo o direito o apelido do seu actual marido. No entanto a ex-mulher conserva o apelido do ex-marido... embora ele já não lhe pertença há imensos anos.
As duas usam o mesmo apelido, uma do actual marido como é suposto e a outra o do ex-marido sem que ele lhe pertença ou será que por motivos desconhecidos ele ainda lhe pertence? Isto é muito estranho.
(Esta história faz lembrar a da vaidosa, arrogante e destestável Luísa Castel Branco, que levou anos a dizer mal do ex-marido em directo nas televisões, mas nunca, até hoje, largou o apelido do dito...)
(cont.)
A Maria hoje está com insónias… :)
ResponderEliminarNão estou não! O joserui não saberá, porque me abstenho de andar a anunciar os meus problemas de saúde que me retiram o sono. Isto, desde que fui operada já vão alguns anos. Mas as sequelas, estas e outras, felizmente não graves, permanecem.
ResponderEliminarAí tem a explicação das horas tardias em que me dedico à escrita, até vir o sono. E depois só durmo cerca de quatro horas, primeiro porque não consigo dormir mais tempo, depois porque ainda tenho filhos a viver em casa e preciso de lhes dar atenção. E de tratar de dois Yorkshire que adoro.
Já estou como o Prof. Marcelo que também só dorme quatro horas, portanto não sou a única:)
Mas não pense que escrevo sòmente comentários em blogos (na verdade em muito poucos, mas que muito prezo) que me ajudam a preencher estas horas de espertina. Também me dedico à pintura e escrevo poemas desde há muitos anos.
Vá, tome lá mais uma confidência (que ninguém nos está a ouvir ou melhor, a ler), trata-se de poemas cáusticos muito actuais, que um dia penso publicar.
;-)Curiosidade satisfeita?
Maria… longe de mim querer entrar na sua esfera pessoal. Já se sabe que uma boquita nos comentários é sem malícia. Mas eu até acabei por dizer que estava com insónias porque o último ainda tinha um "(cont.)" :)
ResponderEliminarDe resto, tirando os problemas de saúde acho tudo óptimo!
Eu sou o último a poder falar de horários indisciplinados. Nesse dia estive a trabalhar um pouco até às 3h e depois ainda vi um filme Life During Wartime (2009) de Todd Solondz… mas gostava de dormir apenas 4h… mas sou mais do tipo 7h.
Claro que não vejo malícia alguma no seu comentário, longe disso.
ResponderEliminarHavia uma última parte do comentário, pois havia, mas já não vai haver. Volta e meia acontece-me isto, faço copy&paste do comentário para outro espaço para evitar perdê-lo e depois divido-o em duas ou três partes para facilitar a sua leitura. Mas, conforme já me aconteceu inúmeras vezes, a terceira parte deste evaporou-se como o éter.
Quando isto acontece fico com uma raiva ao pc que nem o posso ver à minha frente. Agora não foi o caso, mas às vezes perco partes ou o comentário por inteiro, que reputo de importantes devido a estas manigâncias dos computadores. Gostava de saber quem são os responsáveis que estão por detrás destas interrupções frequentes no sistema internáutico e que hão-de prejudicar milhões de pessoas/utilizadores com sérias responsabilidades no trabalho que executam. Felizmente não é o meu caso, embora já me tenham prejudicado bastante.
Eu costumo dizer aqui em casa que estas completas chatices devem acontecer pela vontade (os motivos reais são pra já obscuros) e a mando daqueles que controlam estas tecnologias a nível global nos Estados Unidos, uma vez que é neste país que todos estes serviços estão instalados. Já me aconteceu por três vezes perder tudo o que o meu pc continha, tudinho: centenas de emails, muitas dezenas de textos, imensa informação obtida através de múltiplas pesquisas, etc., etc.
Sabe-se que a Google está estabelecida em San Pablo, na Califórnia, desde o seu início e que tem jurisdição (controla) sobre os servidores de todo o mundo. Com isto está tudo dito.
Há processos judiciais, porventura centenas de milhares, que têm vindo a ser-lhe movidos - mas também ao Face-Book e na mesma quantidade, mas não só - por particulares de variadíssimos países, dentre eles cidadãos alemães.
Um dos meus filhos diz que as falhas que volta e meia acontecem nos computadores não terão interferência estrangeira. Ele que desconfia de tudo e de todos, tem esta opinião algo contraditória.
Eu, que não sou desconfiada nem sequer um bocadinho, tenho a opinião inversa baseada no que leio em vídeos do youtube da autoria de gente independente e séria que se tem vindo a debruçar sobre esta matéria e que desde há muito tempo que anda a denunciar as frequentes intromissões nos programas/sistemas dos pc's de muitos particulares de outros tantos países (mas só democracias, claro...) e por arrasto em cada computador pessoal.
E note-se sem surpresa que isto acontece a partir dos mesmíssimos Estados Unidos.
Quanto a ver filmes a hora tardia, eu também sou dessas. Não sei se gosta de Ópera, eu gosto. Hoje em dia ouço sobretudo árias de algumas Óperas, daquelas que nunca mais se esquecem.
ResponderEliminarVejo também frequentemente filmes musicais, mas dos muito bons, daqueles que foram feitos nos anos ciquenta e sessenta - nos anos cinquenta era ainda muito miúda mas já ía ver todo o género de filmes porque então não havia classificação por idades, nos anos sessenta e já jovenzita continuei a vê-los ainda em maior número por influência da minha Mãe e Avó, ambas cinéfilas.
A minha Mãe, que era muito bonita, não chegou a entrar em filmes (foi convidada para interpretar um papel no "Camões", por exemplo) porque os meus Avós não o permitiram. Este convite aconteceu por os meus Avós serem amigos de alguns realizadores desse tempo, Leitão de Barros foi um deles. Nesse filme entrou como figurante uma amiga de família da idade de minha Mãe e também muito bonita, que mais tarde veio a ser a madrinha de um irmão meu.
Quando não me ponho a ler e às vezes depois disso, chego a ir ver filmes às duas e três da madrugada, sempre à espera de que o sono apareça. Normalmente musicais, às vezes um ou outro drama, mas sempre dos antigos que eram os melhores. Que filmes? Olhe, pra começar O Grande Caruso, com o meu adorado Mario Lanza que tinha uma voz de sonho e foi um tenor incomparável adorado por milhões.
(Se quiser, qualquer dia conto-lhe como começou esta minha paixão por este tenor/actor lindo, era eu ainda pequenita e como perdurou até hoje, tendo seguido a par e passo toda a sua vida e só não o cheguei a conhecer pessoalmente e podia tê-lo feito, estava eu em Londres com os meus Pais nessa altura, porque não tinha que ser;
Lanza faleceu precocemente em Roma, aos 38 anos, deixando quatro filhos pequeninos e uma mulher que o adorava, vindo ela própria a morrer de desgosto seis meses depois - troquei correspondência com um dos seus filhos até há poucos anos, este também veio a morrer precocemente e os dois outros dois - uma filha e um filho - também morreram precocemente, ainda muito novos, dos quatro só uma filha sobreviveu, a mais velha);
Oklahoma com Gordon MacRae, outro musical com outro meio-tenor com uma voz extraordinária e um filme com um argumento apaixonante mais que não fosse pelas canções; Caroussel, com o mesmo maravilhoso MacRae, um filme lindo pela música mas principalmente pela ternura do argumento; West Side Story, um clássico e outro musical inesquecível do princípio ao fim e a música, de Leonard Bernstein, é um espanto e só por ela vale muito a pena vê-lo e revê-lo, nunca cansa;
South Pacific, outro musical, outra beleza;
The Sound of Music, uma pequena maravilha, levei a minha filha mal tinha feito sete anos a vê-lo, assim como também a levei a ver em pequenina My Fair Lady, um musical muito bonito e só para ouvir o inglês impecável falado por todos os interpretes apetece voltar a vê-lo uma e outra vez; Sete Noivas Para Sete Irmãos, outro musical muito interessante com Howard Keel, um meio-tenor com uma voz lindíssma e pouco aproveitada. A lista nunca mais acabava.
Escusado será dizer, como cinéfila e conservadora nos gostos que sou, que vi muitos mais filmes. Além dos musicais e dos dramas e de algumas comédias, tendia sobretudo para os históricos que adorava. Vi os "Dez Mandamentos" e Ben-Hur umas doze vezes cada um... por estar apaixonada por Charlton Heston, era pequenita e vi os dois quase ao mesmo tempo do Grande Caruso...
Conheci Heston alguns anos mais tarde em Londres, a convite assisti com os meus Pais à estreia mundial de El CID, por ele protagonizado. Não conheci a Sofia Loren porque ela tinha medo de viajar d'avião e por isso não compareceu à estreia do seu próprio filme...
Maria, eu vejo as coisas um pouco ao contrário informaticamente falando. Apesar de me poder considerar da área, por vezes dou por mim a pensar como é extraordinário como tudo funciona e as coisas que vi acontecer, desde que vi um ZX81 pela primeira em 1981 e tive depois um ZX Spectrum em 1982.
ResponderEliminarHá perigos reais na internet e na quantidade de informação que está constantemente a ser recolhida é um deles. Mas relativamente ao que diz do PC não se acredite em conspirações. A única que existe é a da falta de qualidade. Só lhe posso aconselhar a mudar para um Macintosh e mesmo assim a manter backups de rigorosamente tudo. E um backup é uma cópia exacta de tudo ou mais que uma. Um sistema desses só funciona se for automático.
E mesmo assim… tenho tudo o que fiz nos últimos 25 anos em dois discos duros externos. Há um ano a fonte de alimentação de um deles que é externa avariou; agora chego à casa nova e verifico que a fonte de alimentação do segundo também avariou. Ainda tenho uma terceira cópia parcial, mas se precisasse de consultar alguma coisa desses discos hoje, não podia. Já localizei e encomendei fontes de alimentação novas, mas é sempre um susto.
E ainda mais: Antes deste sistema tinha também cópia de tudo em CD… uma cópia no escritório, outra em casa dos meus pais. Ao fim de 25 anos, os CDs estão bons para espantar pássaros na horta. Se não tinha as cópias dos discos tinha perdido tudo.
Quanto a ópera não sou apreciador, ao ponto de estar a ouvir. Posso ver uma ou outra.
ResponderEliminarDesde que o José não se importe :) , pode contar do Mario Lanza quando quiser.
Lembro-me de ter ido ver Sete Noivas Para Sete Irmãos ao cinema Foco no Porto, hoje ao abandono. Tinha umas cadeiras que desciam com o nosso peso. Não sou grande apreciador de musicais. Mas The Sound of Music ou My Fair Lady sim. São os escolhidos a dedo. Mas por exemplo o recente La La Land não me atraiu para ver e toda a gente diz que é belo filme.
Vejo bastantes filmes antigos e ainda esta semana vi "You Only Live Once" com o Henry Fonda de 1937. E pensei que hoje o cinema americano de Hollywood é uma anedota… é o moralismo insuportável, é proibido acabar mal, etc. Este "You Only Live Once" não pode acabar pior… É do Fritz Lang, mas apesar de alemão, não deixa de ser Hollywood. E todas aquelas adaptações das peças de Tenesse Williams são filmes brutalmente bons, não há nada igual nem parecido agora.
Mesmo assim, gosto do cinema independente americano… este ano vi dois que considerei muito bons: "Manchester By the Sea" e "Paterson".
jose,
ResponderEliminarLembro-me de ler que Aquilino, interrogado por um delegado do ministério aquando da publicação do "Andam faunos pelos bosques" sobre se ainda se considerava português, se lamentou sempre por não ter dado um par de estalos ao magistrado - que, aliás, acabou, depois do 25 de Abril, juiz do supremo...
Assim se fica a saber onde onde estiveram nos regimes ditatoriais (alguns) magistrados do ministério público - do Estado Novo (ou na ditadura cubana, ou em qualquer que seja...) quando os advogados, muitas vezes, seguiam e seguem os seus defendidos no caminho da cadeia.
Sobre a estratégia de não falar: não falar o réu é a regra nos países que nunca conheceram a ditadura, nem a idolatria estatista! A ideia é de que o arguido está tão sereno quanto os magistrados ou mesmo, os advogados... Como se alguém acusado - e, pior ainda se inocente - possa estar isento de emoções, a responder a perguntas de que pode resultar o seu destino! E como se o ministério público estivesse apenas interessado na pura prossecução da justiça, quando, desde logo, ao formular uma acusação o autor dela se torna, muito humanamente, aliás, parte interessada.... Como se as convicções, mesmo se erróneas não contassem! Como se a vaidade não existisse! Que cegueira! É uma crença do positivismo, que como muito mais se traduziu aqui estreitamente do francês - e que perdura entre nós, onde a literacia é o que é...
Quanto ao bastar um advogados oficioso: quando os testes de ADN se vulgarizaram e se tornaram mais acessíveis, vários condenados à morte nos Estados Unidos foram então declarados inocentes... Um deles tinha confessado o crime, que não podia ter cometido: o seu advogado, um jovem advogado oficioso tinha sido ludibriado por um ardiloso e treinado acusador público, que não terá respeitado o acordo firmado...
Faz-me lembrar os pais ou os tios do SNS (ou mesmo alguns professores da faculdade) que à mais leve suspeita de maleita grave se metem no avião e só param em Londres ou nos States...
CM:
ResponderEliminarUm arguido com o processo penal que temos, se as provas existentes forem razoáveis ( podendo portanto vir a ser condenados) só tem vantagens em falar e confessar.
Os advogados é que muitas vezes não deixam...e percebe-se porquê: ganham mais.
Não é preciso vir com filosofias.
Se há questão em que as concepções filosóficas e políticas influenciam o ordenamento jurídico é no direito penal e no processo crime.
ResponderEliminarEste código de processo penal, cruzamento do socialismo real (foi louvado na Bulgária socialista) e da tradição inquisitorial portuguesa, é de facto, feito para "só te[r] vantagens em falar e confessar."
Uma frase que é todo um programa.
Não é preciso vir com filosofias? Aí é que o josé se engana: em Portugal pensa-se muito pouco, e pensa-se mal. E o analfabetismo e a iliteracia que nos marcam nao se têm atenuado.
joserui, com a permissão do José, mais logo conto-lhe esta história verídica, mas tão trágica que ainda hoje faz doer o coração a quem, ainda que de longe, a viveu. Mario Lanza passou de ter alcançado um sucesso estrondoso da noite para o dia e a ser adorado por milhões - o seu disco com as árias do filme O Grande Caruso vendeu um milhão de cópias em poucos dias - a um fim tão trágico e doloroso quanto o são as personagens centrais de algumas Óperas que ele tão bem conhecia e que tanto ambicionava representar.
ResponderEliminarO seu sucesso a nível mundial foi tão enorme e a sua voz era tão extraordinária que, já a residir em Itália desde 1957, fora convidado pelo prestigiadíssimo Scala de Milão para inaugurar a Época com uma dessas Óperas, em Dezembro de 1959 - o seu último ano de vida. Ele aceitou, orgulhoso e grato pelo honroso convite. A sua morte prematura, em Outubro desse mesmo ano, não lhe permitiu realizar o sonho de uma vida e que acalentava desde a juventude.
Então é assim, joserui.
ResponderEliminarPara lhe contar a origem da minha adoração por este tenor/actor, que começou pelos nove anitos e foi aumentando à medida que ía crescendo tendo atingido o ponto máximo na idade adulta sem nunca esmorecer, foi quando, após ter visto primeiro o Grande Caruso e um tempo depois O Príncipe Estudante (neste filme só a sua lindíssima voz se ouve, não o interpretou porque se zangou com o produtor e recusou-se a fazê-lo - o que foi um terrível desgosto para ele próprio e que o fez entrar numa depressão profunda, mas também para milhões de admiradoras - por causas muito graves que o faziam sentir-se extremamente mal tratado pelo produtor e realizador), comecei a coleccionar todas as revistas de cinema, quase todas editadas em Hollywood, sempre à espera que nelas aparecesse Lanza.
A partir da leitura de tantas revistas, compradas primeiro às dezenas em Lisboa e depois em Londres às centenas (a sério!), comecei a tomar conhecimento dos seus espectáculos, da participação numa Ópera (Madame Butterfly) e de outras actuações pelos Estados Unidos, isto antes dele ter partido para Hollywood a convite de Louis B. Mayer (a história deste produtor com Lanza merece um capítulo), para entrar em filmes.
O tempo foi passando e quando atingi a idade de poder ir viver uns tempos para Londres sózinha (já tinha lá uma prima) depois de ter lá estado por diversas vezes com os meus Pais, embora comprasse revistas de cinema deixei de saber o que se passava com Lanza.
Antes de ir para Londres, ainda em Portugal, também nada se lia ou sabia sobre os actores de Hollywood. As notícias nos nossos jornais não o referiam, mas mesmo que o fizessem, nessa altura eu não tinha tempo nem paciência para ler jornais. Muitos anos depois vim a saber que tinha sido exactamente nesse intervalo de tempo em que eu nada tinha sabido das suas andanças, que Lanza tinha ido viver para Itália (para fugir de Hollywood e dos assédios dos produtores, a palavra está na moda...), nos primeiros meses de 1957, país onde iria permanecer alguns anos para curar a depressão e afastar-se por uns bons anos dos Estúdios e dos produtores mandões.
Ora, estando eu nessa altura em Lisboam embora under-age e mesmo depois em Londres, ter-me-ía sido facílimo ir vê-lo a Roma. De Lisboa a Roma eram duas horas de viagem. Antes dos dezoito anos os meus Pais não me teriam deixado ir sózinha, mas com eles tê-lo-ía feito. Mas já com dezoito teria ido sem problemas. O problema é que eu tanto em Lisboa como mais tarde em Londres não sabia de todo que ele já vivia em Roma. Só por esta ausência de notícias perdi, para meu eterno desgosto, a oportunidade de o conhecer pessoalmente.
(cont.)
Vim a saber muito mais tarde, depois de ter regressado definitivamente a Portugal, que no fim de 57 e no princípio de 58 e nos meses seguintes, Lanza tinha feito vários espectáculos em Inglaterra, na Irlanda e noutros países europeus e por mais do que uma vez.
ResponderEliminarAquando da sua morte inesperada eu nada vi ou ouvi nas notícias da TV ou nos jornais sobre o trágico acontecimento. Mais tarde, quando estive em Roma, tive oportunidade de saber todos os pormenores desse dia trágico. Ao ler toda aquela informação, foi de chorar copiosamente ao perante tão terrível fim de um homem, filho, mnarido e pai maravilhoso. E conforme se disse então nos Estados Unidos, a perda irreparável de um segundo Caruso.
Ele encontrava-se internado numa Clínica onde seguia um tratamento de emagrecimento (que tinha iniciado numa cidade do Sul da Alemanha uns meses antes) a conselho dos produtores, sempre os produtores a mandarem nele. Ao fim da manhã do dia 7 de Outubro de 59, enquanto lia o jornal e depois de exercitar a garganta entoando algumas árias e canções (segundo um dos seus médicos "o seu quarto era no terceiro piso mas a sua potente voz ouvia-se perfeitamente no piso térreo"), de repente o pessoal que o atendia deixou de o ouvir e foi ver o que se passava.
Encontrou-o sentado no sofá, ligeiramente tombado sobre o braço esquerdo e já sem vida. Tentaram reanimá-lo durante algumas horas sem sucesso. Nem sequer o levaram de imediato a um Hospital Universitário que ficava a dois passos da Clínica, onde poderiam tê-lo salvo. Os médicos que o atenderam foram muito criticados e durante anos por este facto imperdoável. Lanza teve um funeral com honras de Estado, acompanhado por milhares de pessoas.
Teve mais dois funerais porque os admiradores nos E.U. assim o exigiram, um em Filadélfia onde nasceu e outro em Hollywood onde trabalhou e viveu poucos anos e onde disfrutou de um enorme sucesso, mas também de um terrível sofrimento espiritual, podendo dizer-se que foi aí o princípio do fim.
Tenho muita e preciosa documentação sobre Lanza: biografias, vídeos, CD's, gravações de espectáculos, fotos dele e da família, muita da qual enviada por pessoas chegadas à família e também do filho Damon. E muita memorabilia enviada por um amor de uma senhora inglesa que cheguei a conhecer por ser uma fã incondicional de Lanza, infelizmente já falecida, que foi durante muitos anos presidente de um dos seus dois clubes de fãs que havia em Londres.
O "quê" e exactamente "quem" fez a vida negra a Lanza nos poucos anos que viveu em Hollywood, dando-lhe cabo da saúde física e mental e apressando o seu fim, merece ser contado. Deixo só um dos motivos, mas ha vários: a inveja doentia que os produtores de Hollywood, então todos judeus, tinham da sua potente voz, do seu sucesso repentino, do seu imenso carisma e da sua beleza como homem mas nada efeminado (há neste particular muito que se lhe diga) e da sua personalidade vincada que a nada cedia desde que não lhe agradasse e isso em Hollywood era (e parece que ainda é) crime.
O mesmo aconteceu sensìvelmente da mesma maneira e pelos mesmos motivos ao maravilhoso, lindo como rapaz mas nada efeminado (este é outro crime em Hollywood) e talentosíssimo James Dean, que morreu num desatre de viação (provocado e nunca investigado) com apenas vinte e oito anos, após ter protagonizado ùnicamente três filmes, todos enormíssimos sucessos de bilheteira.
joserui, tire as suas conclusões. Se tiver interesse em saber o que os malditos produtores de Hollywood (e a imprensa falada e escrita, tal como hoje, quase toda controlada pelos mesmos) o fizeram sofrer, quanto o rebaixaram (sempre a inveja), sobre as personagens estranhíssimas que os produtores exigiam que ele interpretasse e sempre sem sucesso, faça favor de dizer. Não leva muito tempo a contar.
James Dean morreu num desastre de viação com vinte e quatro anos e não com vinte e oito, como por lapso escrevi.
ResponderEliminarJá li… pode contar mais se quiser. Eu não sou adepto de teorias da conspiração. Ao longo da vida (em questões pessoais) tenho verificado que as explicações mais simples são frequentemente as verdadeiras, noutras questões não deve andar longe.
ResponderEliminarJá muito se tem escrito sobre a vida de sucesso e glamour, e o preço que se paga. Mas ninguém obriga ninguém a ser actor, cantor ou figura pública. Eu não vejo nada de estranho na morte de James Dean por exemplo — vejo um rapaz de 24 anos e um Porsche.
Confesso que nunca tive esse tipo de paixão por actores ao ponto de coleccionar coisas, ver tudo, etc. A actriz que mais se aproxima e considero de uma beleza inaudita (além de gostar do percurso posterior) é a Brigitte Bardot.
O joserui é céptico até dizer basta e nota-se:)
ResponderEliminarA Brigitte era engraçadinha e muito feminina, mas os seus filmitos nunca foram nada de especial. Conforme ela chegou a confessar há muitos anos, foi a Roger Vadim que se ficou a dever toda a sua "imagem". Foi ele que a "fez" e a ele se ficou a dever o sucesso que alcançou em França e no mundo inteiro.
As colegas da altura, quase todas a quiseram imitar nas 'boquinhas' estudadas, no penteado (aliás muito engraçado) e até, imagine-se!, no casamento..., com aquele que a lançou! A Catherine Deneuve imitou-a na imagem, no modo de representar, em tudo, sem grande sucesso diga-se de passagem.
Jane Fonda, invejosa ao máximo da imagem e da fama alcançada por Brigitte, resolveu mudar-se para Paris com o intuito de conseguir obter o sucesso mundial da outra. Imitou-a até ao inacreditável, inclusivamente casando com o ex-marido para tentar que ele fizesse dela a Bardot americana...
Jane Fonda nunca conseguiu o sucesso de Bardot e foi sempre uma nulidade como actriz. Nunca gostei dela, era demasiado afectada para o meu gosto e má actriz. Chegou a afirmar nunca ter tirado qualquer curso de arte dramática. Notava-se.
E para piorar as coisas, a determinada altura, já depois da faceta "Brigitte" e perdida a esperança de se tornar numa segunda Bardot, de regresso aos E.U. resolver fundar um movimento esquerdista com mais umas feministas radicais (as inglesas Julie Christie e Vanessa Redgrave e mais algumas actrizes parvas como ela), mas que não deu em nada, tendo-se desfeito alguns anos depois.
Uma tristeza.
Esqueci-me de acrescentar que a Deneuve, embora nunca tenha casado com Vadim, teve um filho dele. Claro que o desejo dela era que ele a transformasse noutra Bardot. Nunca conseguiu, claro está. Mais outra idealista a juntar-se à Fonda...
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