O jornal inglês de música popular New Musical Express ( NME) vai deixar de se imprimir e passar a formato digital integral.
O jornal, agora revista, provavelmente o mais antigo do mundo dedicado ao tema, não aguentou a mudança de costumes e hábitos de leitura e fecha portas à edição impressa depois de várias décadas ( apareceu em 1952) em publicação semanal e depois periódica.
O jornal foi um caso de grande sucesso nos anos setenta do século que passou apesar de existir desde os nos cinquenta. No fim da década de sessenta esteve quase a desaparecer devido às vendas insuficientes, comparado com o seu directo concorrente, o Melody Maker.
É isso que se escreve no livro The History of the NME, de Pat Long publicado em 2012 pela Portico.
No início da década, inspirado pela Rolling Stone americana e ainda em ideias vindas da Time Out, para além do mais obscuro OZ e IT, uma nova equipa redactorial com destaque para Nick Logan e Roy Carr, mudaram o conteúdo e a partir de 1971-72 deram um impulso decisivo para o que se iria tornar o principal jornal de música popular da Inglaterra, durante os anos setenta.
E como o fizeram? Explica-se assim no tal livro:
Copiaram o estilo do "novo jornalismo" americano e passaram a dar importância aos novos grupos musicais e artistas que surgiram então na ribalta. E foram muitos e bons e os artigos igualmente.
Por mim, apanhei a melhor fase do jornal, logo em Julho de 1974 e tudo por causa da música que ouvia no rádio, no programa Página Um, por exemplo.
Lia então esses jornais porque eram a fonte de informação privilegiada sobre o que se passava no panorama da música rock anglo-saxónica, a par da Rolling Stone e da francesa Rock&Folk. Por cá, os que escreviam nas revistinhas e jornais que se foram editando sobre o assunto, sempre muito pobrezinhas mas honradas, faziam o mesmo e por isso preferia sempre os originais às cópias.
Um dia dei a folhear uma edição que trazia o nome de Maria Muldaur, uma americana de quem se ouvia na altura a canção Midnight at the oasis que era um êxito em todo o lado mas duvido que por cá se mencionasse ou desse notícias sobre quem era.
Na época havia por cá o Musicalissimo e a Mundo da Canção que não ligavam muito a essa música de proveniência norte-americana. Preferiam ouvir "a paz, o pão, habitação, saúde, educação" do Sérgio Godinho e outros que tal do tempo do PREC em que tudo parecia possível.
Mas não foi apenas por causa da Muldaur no oásis à meia-noite. Neil Young era então um artista de referência que andava a descobrir, depois de ouvir Harvest. E em 1974 saíra On the Beach, um disco estranho vindo de algures. No ano seguinte seria ainda mais estranho ( Tonight´s the night) e melhor.
Juntando a isso uma lista de discos publicados, para vender por correspondência e que só através deste meio de informação conheceria, dei os 12$50 ao empregado da Bertrand, no Porto na rua 31 de Janeiro, nesse final de Julho de 1974 e trouxe pela primeira vez o jornal comigo. Ainda cá está...e nos tempos que se seguiram anotei os discos que queria ter...se pudesse. Todos os Crosby Stills Nash & Young, claro. E outros. Alguns ainda não os tenho porque perdi interesse ( Rod Stewart e Smiler; Sailor; Eric Clapton e 451 Ocean Boulevard; Joe Cocker e I can stand a little rain; Melanie, Madrugada.
Nos anos a seguir nessa década prodigiosa, foram vários os números que comprei, sempre que a capa prometia bons artigos.
Em Dezembro de 1974 apreciava ouvir os Bad Company e também os Led Zeppelin, prestes a lançar um novo álbum que seria duplo e um marco musical, em 1975: Physical Graffiti. O jornal ( Nick Kent, o principal artista da escrita) antecipara-se e fazia neste número a recensão do disco, com apreciação de todos os temas. Quando o disco saiu e foi divulgado por cá ( Página Um) já o tinha lido...
Os artigos lá vinham mas a surpresa foi ver este sobre Brian Eno que então passava no rádio no disco June 1, 1974 de um concerto que também tinha Kevin Ayers e John Cale que muito gostava de ouvir na altura ( e agora).
Este apego ocasional ao NME durou até ao final dos anos setenta. A partir daí só números especiais e mesmo assim muito espaçados.
Um dos seus principais responsáveis ( Nick Logan) , aliás, saiu para fundar outra revista: Smash Hits, aqui um número de Setembro de 1982, com um das poucas bandas que me despertaram a atenção nessa década: os ABC.
Não satisfeito ainda fundou a seguir a The Face, em Maio de 1980, a revista da moda musical dessa década, aqui num número de Junho de 1982:
Porém, o NME não era o único jornal ou revista dedicado ao assunto da música popular, na Inglaterra.
Havia ainda o Melody Maker que em 1975 trazia na capa Roy Harper e comprei por causa disso:
A seguir veio mais um molho deles, todos dessa década. Os artigos eram jornalísticos, sem mais e sem o aplomb dos que o NME publicava, particularmente os assinados por Nick Kent. Porém, de vez em quando lá surgia um interesse qualquer ( por exemplo os Dire Straits que não eram muito lá da casa do NME):
Antes disso em Julho de 1972 comprara o Disc que trazia na capa o baterista dos Deep Purple, uma banda que me agradava ouvir nessa altura e era também muito popular. Este já era a cores e com um aspecto gráfico muito superior ao daqueles veteranos:
O Record Mirror, igualmente mas num registo mais pop, num número de Março de 1978:
O Zig Zag, intelectualizado em demasia para o assunto em causa, num número de Maio de 1976:
Em 2002 por ocasião do 50º aniversário do NME os então editores ( Ben Knowles, um deles) publicaram um número especial em que reuniam os nomes mais importantes do espectáculo até essa data e consoante as décadas. O nome de David Bowie destacava-se de todos os demais, ao longo dos anos e foi com esse artista que começaram e vender mais exemplares no início dos setentas:
Os anos oitenta são uma década relativamente perdida para mim. Nem um número sequer do NME ou do MM tenho, para mostrar...mas também musicalmente, na Inglaterra, não houve coisas assim muito significativas.
Isso é notório quando se folheiam as páginas do número comemorativo do 60º aniversário, publicado no Outono de 2012. Smiths e Jesus and the Mary Chain, para além dos Guns & Roses, Beastie Boys e Pixies, são os grupos maiores apresentados pela publicação como os mais significativos da década.
É certo que houve Talking Heads, mas já vinham de trás. E Michael Jackson, mas também idem. E Prince não vinha mas é a excepção que confirma a regra. E Joy Division é um mundo à parte e não conta para a década. Em suma: o jornal não me interessou nessa década. Tinha os americanos para ler, da Musician e também da Downbeat que começaram a interessar-me.
Ainda nos anos oitenta, em finais de 1986, os apresentadores de um programa de tv britânico consagrado à música popular- The old grey whistle test- de que há vários ( 4) dvd´s com gravações do programa, todas excelentes e recomendáveis, David Hepworth e Mark Ellen, lançaram uma revista com o nome Q. Era uma novidade e apesar de impressa em papel pesadíssimo, couché até mais não, comprei regularmente apesar de deixar muito a desejar.
Nos dez anos da revista, em Outubro de 1996, aqueles já não eram os principais editores mas apresentaram um número especial, assim:
Nos anos noventa apareceram outras publicações sobre o mesmo assunto e nessa altura já em repescagem dos artistas das décadas passadas, fenómeno que se acentuou com o passar dos anos e se tornou endémico nos últimos tempos.
Na década de oitenta havia já uma Record Collector dedicada aos coleccionadores de discos passados e com indicação das respectivas cotações. A revista passou gradualmente a tratar dos temas habituais, para além das listas e actualmente é uma das mais conceituadas do sector, com artigos sempre interessantes, informados e rigorosos.
Em finais de 1990 surgiu outra que viria a tornar-se um caso sério de qualidade na escrita musical e popular. A Vox, aqui no número 3 de Dezembro de 1990 foi uma lufada de ar fresco ao arrepio do estilo Q. Mais artigos de fundo, melhor grafismo, recensões e críticas discográficas mais consistentes e um suplemento de 30 páginas em todos os números: Record Hunter. Neste número, sobre os Byrds e os 40 anos da etiqueta americana Elektra. Uma revista cross-over com a cultura rock americana.
A Vox que acabou em 1998 tinha como editor Roy Carr que tinha sido jornalista no NME e também no Melody Maker, para além de autor de alguns livros sobre o assunto da música popular ( por exemplo co-autor do dos Beatles, An Illustrated Record, com artigos cronológicos e as capas de todos os discos em tamanho real, editado em 1975).
Em Novembro de 1993 apareceu a Mojo. Aqui o primeiro número, que prenunciava grandes mudanças no estilo de informação musical e reportagem do género.
A revista foi o grande salto em frente nesse tipo de publicações. De tal modo que fiquei sem vontade de continuar a ler a Q ou mesmo a Rolling Stone que fui comprando de modo cada vez mais esparso.
A Mojo tinha um corpo redactorial novo -Paul du Noyer era o director- mas integrou logo a seguir Charles Shaar Murray e Nick Kent que foram do NME, e outros. Até hoje, uma das melhores revistas do género no mundo inteiro. Desde 1993 já passaram quase 25 anos, ou seja, mais de 250 números. Tirando algumas dezenas, poucas, tenho-os na esmagadora maioria. O primeiro que comprei foi na extinta loja Virgin, no Porto e tornou-se uma revista de culto rapidamente, tal como a Rolling Stone o tinha sido na década de setenta.
Alguns anos depois surgiu outra que agora compete directamente com a Mojo: a Uncut, publicada pela primeira vez em Junho de 1997, com este primeiro número, tendo como editor principal Allan Jones que saiu em 2014.
A Uncut, em 2012 passou a publicar entrevistas e artigos do acervo arquivístico do New Musical Express e também do Melody Maker e ao longo dos últimos anos tem publicado regularmente, tal como a Mojo, números especiais sobre diversos artistas e grupos.
Há poucos anos iniciou a publicação regular e mensal de volumes sobre A History of Rock, cobrindo os anos de 1965 em diante, tudo com recurso a artigos e fotos já publicados e acrescentados, vindos daquele acervo arquivístico.
Em Fevereiro de 2003 apareceu uma outra, mais palavrosa e intelectual, The Word ( aqui o número de Julho de 2011) dirigida por David Hepworth ( um dos autores do old grey whistle test) e que já acabou, em Junho de 2012, por falta de discurso sobre os assuntos em causa ( está tudo dito ao longo destas décadas, mas continuam a publicar-se repetindo os temas e por vezes as fotos). Este número tem a ilustração da capa da autoria de André Carrilho:
Nos últimos anos as publicações diversificaram-se um pouco e especializaram-se como esta Classic Rock, de Maio de 2010 embrulhada em cartão ilustrado ( a que o scanner não consegue captar o brilho prateado) , melhor que a capa do disco propriamente dito. Por isso comprei... mas raramente caí noutra:
E pronto. Essencialmente é isto no que se refere às inglesinhas. Falta-me a Sounds, mas nunca vi e nunca comprei.
De resto ainda faltam as americanas, as francesas, alemãs e espanholas. Todas capitosas a dignas de serem vistas. Um dia destes, talvez as mostre...
Por enquanto e para me certificar que isto não é uma maluqueira acabada e exclusiva apresento malucos em grau mais avançado.
Por exemplo este que é o meu ídolo nesta maluqueira: Colin Larkin, o autor de uma enciclopédia da música rock e que começou a coleccionar o NME desde 1961 e "nunca deitou um número fora". Tal como então escrevi, em 24 de Agosto de 2007, com imagens da Record Collector de Setembro de 2005:
Colin guarda 3000 LP´s; 2000 singles em vinil; 30 000 cd´s; 4000 livros sobre a música popular e ainda comics ( não deve ter nada da bd franco-belga…), suplementos dominicais do Observer e do Sunday TImes, apanhando os anos sessenta e setenta e, cerejas reais no topo deste bolo fabuloso: colecções completas ou quase, de todas as publicações dedicadas à música, desde 1961: cerca de 15 000, com títulos míticos como Sounds, Zig-Zag, Disc and Musica Echo, Record Mirror, Beatles Monthly e os mais correntes New Musical Express, Melody Maker e Rolling Stone. Faltam-lhe, claro, as francesinha Rock & Folk e Best e ainda as alemãs PoP e Musikal Express ( o que não é garantido, porque Larkin, começou a escrever sobre música para uma revista alemã...) e também não li nada sobre a Crawdaddy americana, a primeira revista a sair a público, em 1966, sobre a música popular, (não contando como os jornalinhos que já então saíam periodicamente, num e noutro lado do Atlântico, como Billboard e Melody Maker).
Esta colecção de Colin Larkin é o sonho de qualquer amador de música popular e das imagens e textos associados.
E outro, tirado daquela Word. Precisamente Bob Harris um dos co-autores do programa de tv acima apontado ( The old grey whistle test, cujos dvd´s, já antigos, se recomendam) :
Bom texto gostei de ler, menos uma coisa, previsivelmente :) .
ResponderEliminarSobre o fim do NME, infelizmente é o futuro. O modelo de negócio principalmente do Facebook e Google é destruir todas as publicações, por muito embrulhado em retórica que esteja, de ajuda a editores e outra tretas. Mesmo a Amazon tem esse modelo. Se pudesse destruir tudo, assumindo a edição directa para Kindle já o tinha feito. A Amazon se tivesse um algoritmo que escrevesse, dispensava também os autores, escritores e toda a gente ligada à antiga industria da edição. É um futuro escabroso.
Nas revistas, que não conheço metade, faltou a Wire, mas suponho que seja por questões de gosto (musical). A que gosto mais francesa é a Inrockuptibles. A The Face teve um visual espantoso porque teve um designer espantoso: Neville Brody. Nick Logan também criou a Arena. Visualmente estão a léguas de qualquer coisas feita cá na época até hoje. Houve muitas imitações e muita coisa saiu cá requentada, mas nunca comprei imitações tendo acesso aos originais.
A K portuguesa, considerada um portento na época, é um imitação pobrezinha dessas tendências.
ResponderEliminarAinda assim nunca mais houve nada.
O que não gostei e na minha opinião não corresponde minimamente à realidade é a década de 80 ser pouco significativa musicalmente em Inglaterra. Comparado com quê os Beatles? Mas os Beatles e esse fenómeno Rock and Roll, poderia ser repetido em qualquer outra época? A excitação e histerismo de algo completamente novo (para quem ouvia, porque houve sempre alguém atrás). Em termos pop, a década de 80 até me desgosta, chega a ser mau gosto. Mas teve a New Wave, com B-52's sendo uma banda que me iniciou na música moderna de qualidade. Esses ABC nem aos calcanhares lhes chegam. Depois há principalmente as bandas pós-punk, ou na altura vanguarda, ou som da frente (por causa do António Sérgio). Há bandas nessa lista de uma originalidade absoluta. Falou em Joy Division, só as letras, estão ao nível do Nobel do Bob Dylan e não sei se chegam a 30 no total. Bauhaus, Siouxie and the Banshees, Birthday Party (do Nick Cave), Cabaret Voltaire, Chameleons, Cocteau Twins, toda a 4AD, toda a Beggars Banquet, Raincoats, Red Lorry Yellow Lorry, Psychedelic Furs… My Bloody Valentine… imensas, são bandas que colocando um disco hoje e não as conhecendo, será impossível precisar uma data. Coloca o "In the Flat Field" dos Bauhaus hoje no gira-discos e primeiro, nunca ouviu nada igual nem parecido; segundo, parece que foi gravado hoje de tarde (é de 1980, 38 anos!). Isso para mim é uma qualidade praticamente única e irrepetível. Que sinto por exemplo com uma única música dos Beatles — "Tomorrow Never Knows".
ResponderEliminarTodas as bandas da sua predilecção não têm essa qualidade, ou pelo menos eu não a reconheço. Não estou a dizer que é o único critério de importância, praticamente tudo o que tem falado é importante. Mas, eu hoje ir ao Norte Shopping e estar a passar o que eu ouvia há 30-35 anos é inexplicável; toda a casta de filmes e séries utiliza essas músicas (sendo notória a Sofia Coppola pelas excelentes bandas sonoras dos seus filmes). São músicas à frente do seu tempo.
E noutras áreas, electrónica por exemplo. Kraftwerk (que estou a ouvir agora), também vinham de trás, mas o que fizeram na década de 80 é extraordinário. Nada menos. O synth-pop belga e francês… A música de dança, onde também encontro algumas coisas muito boas…
ResponderEliminarComo eu dizia, nestas matérias, gostos não se discutem. Nos anos oitenta só me lembro da música pop que passava no rádio e que até gravei. Tenho listas e listas com canções. Esses grupos que indica nada me dizem musicalmente. Os Kraftwerk tem todo a sua principal obra bem situada nos setenta e tenho os discos respectivos. Não preciso dos outros, do Tour de France e assim.
ResponderEliminarOs Joy Division são do início dos oitenta. Os New Order aparecem depois e tenho os discos, Movement, Power Corruption and lies, low life, Brotherhood e Technique. Mas é a excepção que confirma a regra que os oitenta para mim quase não existiram.
Os Cocteau Twins costumava ouvir no programa de rádio de Miguel Esteves Cardoso e outro e que já não me lembro do nome. E até gostava. Tal como outros. Mas era coisa pouca.
ResponderEliminarA grande música para mim ficou toda lá atrás, nos anos anteriores.
Os ABC só me interessaram por causa do disco The Lexicon of Love.
E afinal passei os anos oitenta a ouvir o que não tinha ouvido na década anterior e que era muita coisa, principalmente americana.
Quanto ao resto ouvia no rádio no programa do Adelino Gonçalves: Shalamar, KC and the Sunshine band, Falco, etc etc do mesmo género.
Não é só gosto — diz que não foi significativa a produção musical.
ResponderEliminarKraftwerk tem razão: Eu comprei o Trans-Europe Express que é de 1977, mas é impossível ter sido nessa data porque não tinha idade. O significativo é anos 70. Confundi porque o Computer World que tenho aqui … vou ver … 1981 (terei comprado nessa data) e é prensagem nacional Valentim de Carvalho… acho que é o disco que tenho mais velho, capa, disco e tudo — fui eu que o envelheci. Devo ter gasto uma agulha inteira só neste disco :) . O Trans-Europe Express comprei pouco depois… também VC. "A utilização de emitex preserva este disco protegendo-o da poeira".
Fónix, tenho de lhe dar razão outra vez… Joy Division 1976-1980. é uma banda que associo inteiramente aos 80. Mas agora que me lembro, há imensas do fim dos '70 que de alguma forma nunca considero como tal. Porque o som dos anos 70, para mim, é o que o José gosta e é o que considero o som da época.
ResponderEliminarLembrei-me de Ian Dury, activo desde 1970… só associo aos 80. Por acaso comprei um disco que gosto, do filho Baxter Dury. A Charlotte Gainsbourg que falei no outro dia é filha do Serge Gainsbourg (e Jane Birkin). Há aí uma segunda geração que não é má.
ResponderEliminarEsses Kraftwerk devem ser ouvidos nas edições originais, alemãs. Tinha o Trans Europe Express em edição VdC e há uns anos, em Berlim, comprei o original. Muito melhor. O Radio Activität, idem. O Mensch Machine, de 1978. O Autobhan e os primeiros. Tudo alemão.
ResponderEliminarE por falar em alemão, os Can. Tudo setentas.
Eu dos Kraftwerk tenho CDs também… Também me lembrei dos Can… esses ouço. Tangerine Dream, Faust… também gostava mas não tenho nada. Um pouco de krautrock nunca fez mal a ninguém.
ResponderEliminarBirthday Party de Nick Cave, a partir de 1976… já falta pouco para eu dizer que afinal os 80's sucks… eu é que ouvia nos 80, pelos vistos!
Pois é...os oitenta pouco trouxeram de novo, a não ser a reciclagem habitual e um ou outro digno de nota, mas poucos.
ResponderEliminarNesses oitenta comecei a ouvir Ry Cooder cujos discos dos 70 nem conhecia. Brian Eno, em parte.Nitty Gritty Dirt Band, americanos da Country que sempre gostei porque gosto imenso do som das guitarras acústicas do género da Martin, Guild e outras Gibson. Frank Zappa em grande e já tinha muitos discos, continuando a produzir. Aliás é o meu principal artista dos oitenta.
Hot Tuna e Jorma Kaukonen. Foi em 1981 que descobri Quah! que é de 1974 e fiquei logo apaixonado pela sonoridade do country blues. Musicalmente, um dos melhores discos, no top ten pessoal.
Kevin Ayers que conhecia apenas uns temas de Joy of a toy e Shooting at the moon mas não conhecia o resto que é muito e do melhor.
Ora nos oitenta, da época, ouvia o tal Adelino Cardoso no rádio, num programa de que tenho saudades porque era só dedicado às novidades mas em formato de dança de discoteca que nessa altura ainda não era a era do bum bum bum, zumba na caneca das guerras da altura do som. Quanto mais alto melhor, passou a ser o lema depois dos Red Hot Chili Peppers. E tudo se alterou para pior, desde a gravação dos discos que passaram a ocupar o espaço todo do espectro gráfico sonoro, com um som ultra comprimido e todo ele ampliado ao máximo.
A dinâmica e subtileza dos sessenta e setenta perdeu-se completamente. Mesmo os Led Zeppelin soam a banda de garagem abafada comparados com essas gravações de final dos oitenta e em diante.
Repare nos singles de 1983:
Lionel Ritchie, All night long, um suporífero do pior que há.
Genesis de Phil Collins- That´s all.
Rod Stewart- what am i gonna do.
Culture Club_ church of the poison mind.
Yazoo- Nobody´s diary.
KC & the sunshine band- Give it up que gosto bastante, ainda hoje.
Elton John- I guess that´s what they call it the blues.
Dueto Paul MacCarney e Michael jackson- The girl is mine, que também gosto.
Roberta Flack e Peabo Bryson- Toninght i celebrate my love, um dos mais terríveis suporíferos da década.
Para além disso também houve David Bowie- Modern Love e China Girl.
Cure- The love cats.
UB40- Red red wine.
Aztec Camera-Oblivious
Se bem que reconheço as músicas quase todas, em 1983 já tinha deixado esse estilo Pop… já tinha começado o Som da Frente. E antes agora me lembro ouvia um programa de um Luís Filipe de Barros (é possível?), o Rock em Stock. Acho que ambos eram na Comercial.
ResponderEliminarMas também me lembro, é um facto, de ter gostado de ver o Lionel Ritchie na cerimónia de encerramento dos jogos de Los Angeles (1984?)… portanto, posso estar a misturar. Gostava dos Genesis também. Cure já fazia parte do que transitou — acho que tenho os álbuns todos (em CD edição "deluxe"), alguns repetidos em vinil.
Não tenho um único album dos Cure nem espero vir a ter.
ResponderEliminarNos 80´s destacaram-se os U2, REM, Prince e pouco mais. Só gosto de uma canção dos Smiths: 15 minutes with you, começa assim e nem sei o título. Ah! Já me lembro: reel around the fountain. Mais nenhuma.
Os U2 vi-os em Vilar de Mouros em 1982. Nem um disco tenho nem conto vir a ter.
Os REM, gosto de Automatic for the people mas já é de 1992.
Gosto do Thriller do Michael Jackson mas nem tenho o disco.
Dos Human League também há algumas que gosto mas não tenho discos.
Década perdida.
U2 tenho tudo que interessa; Smiths tudo incluindo alguns coleccionáveis e raridades, comprei há pouco uma edição super-boa de The Queen Is Dead numa caixa impecável — grandes valores de produção dos vinis (são 3 ou 4); REM tudo que interessa; incrivelmente também tenho o Thriller edição portuguesa CBS; Human League um ou dois CDs.
ResponderEliminarMais coisas dos 80´s que me interessaram e nem assim comprei os discos, nem compro:
ResponderEliminarPretenders, The Feelies, Squeeze, Simple Minds, Eurythmics.
Coisas que me interessaram e tenho discos:
Kid Creole and the Coconuts ( quase todos).
ABC, o tal The Lexicon of love.
The Stranglers.
Ric Ocasek e os Cars.
ZZ Top
Scritti Politti
Stan Ridgway