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segunda-feira, junho 27, 2022

PRP/BR: finalmente a história nua e crua de roubos e homicídios

 Manuel Castelo-Branco é o autor de um artigo extenso no Observador acerca do grupelho de extrema-esquerda PRP/BR que nos anos setenta do século que passou espalhou morte, destruição e roubou milhões ao erário público, em nome de uma utópica revolução socialista. 

Os seus responsáveis mais directos foram um tal Carlos Antunes, já falecido e uma certa Isabel do Carmo, por aqui já mencionada várias vezes e que ainda anda por aí, até nas televisões a contar a versão dela que tem muito que se lhe diga e este artigo diz. Muito e arrasador. 


O artigo tem esta conclusão:





O autor compilou um quadro que resume as acções deste grupelho de extrema-esquerda e que em poucos anos, no final dos setenta, amealhou uma maquia superior a sete milhões de euros, em roubos. O destino desse dinheiro não é claro, como o autor refere, mas a tal Isabel do Carmo sabe muito bem o que lhe fizeram.














sábado, junho 25, 2022

As aguarelas inglesas

 Há muitos anos topei que o Sunday Times de vez em quando publicava uns artigos ilustrados por aguarelas notáveis e de qualidade excepcional que me encantavam. E nem sequer vinham assinadas.


Algum tempo depois, já em 1997, uma ilustração de uma casa comercial do Porto deu-me o nome do ilustrador: Matthew Cook. Fantástico, simplesmente, a técnica, a mestria, a escolha do tema e do ângulo do esquisso, a economia das pinceladas, as cores vibrantes pelo contraste e ao mesmo tempo subtis, das tintas, etc. etc: 




sexta-feira, junho 24, 2022

O Expresso a malhar como se fora em centeio verde

 Expresso de hoje, crónica de Miguel Sousa Tavares, arrasadora para o governo de A. Costa:



E o cartoon de Nuno Saraiva, oportuno: 




quinta-feira, junho 23, 2022

O Clube de Roma e a prognose póstuma do ambientalismo

 Esta edição do Diário de Lisboa de 8 de Outubro de 1972 trazia um artigo de fundo sobre um anunciado apocalipse para o ano 2000, baseado num estudo do Clube de Roma




Foi esse o primeiro estudo publicado pelo Clube de Roma, uma ideia do italiano Aurelio Peccei, um industrial da Fiat e da Olivetti. 

A intenção do fundador era o estudo, através de métodos científicos, do ecosistema que se chama Terra e a criação de um modelo aplicável e passível de análise científica. 

Reuniu alguns especialistas da época, americanos, ingleses, franceses,  japoneses e outros, que em 1972 apresentaram esse primeiro estudo em que anunciavam para o ano 2000 o apocalipse e que chamaram Limites do Crescimento. 

Em 1974 surgiu o segundo estudo, a que chamaram Estratégia para o amanhã. Em Dezembro desse ano a revista francesa L´Express publicou um artigo extenso sobre o assunto, com entrevistas a responsáveis pelo mesmo. 

O número era imperdível porque trazia, além disso, um desenho de Folon que já conhecia da revista Pilote, da banda desenhada. 














Foi esta a primeira vez que estes problemas se colocaram, para mim. Se o primeiro artigo do jornal Diário de Lisboa aparecia como sensacionalista, a reportagem da L´Express tinha outro peso e revelava  de modo mais consistente a natureza dos temas ecológicos fundamentais. 
50 anos depois as profecias apocalípticas não se concretizaram mas em prognose póstuma há quem garanta que é apenas uma questão de tempo...
Lembrei-me disto hoje porque é véspera de S. João e conheço o velho ditado que assegurava aos cépticos que "ande o Verão por onde andar, ao S. João cá vem parar". 
Pode vir, mas não será no S. João...

Educação: o problema francês é também o nosso...

 Marianne desta semana:


Os problemas estão identificados: 


As causas também...


Em Portugal, para além da tecno-estrutura educativa que perdura há décadas, atravessando governos e mais governos, há ainda os isctes que alimentam a máquina monstruosa. 

Portanto, não teremos solução tão cedo e se se questionar o "sistema", o mesmo dirá que "tout va bien, madame la marquise..."

Como pequeno exemplo: quantas pessoas serão capazes de ler o que acima está escrito em francês, actualmente e em comparação com o que sucedia, por exemplo ainda há trinta anos?

segunda-feira, junho 20, 2022

O remédio para a doença é a aldrabice e a demagogia...

 Observador:


Tem sido um remédio fácil, barato e dá milhões de votos...para se continuar a ministrar a receita.

domingo, junho 19, 2022

Salazar, Marcello Caetano e a "depuração" de 1947

 No livro autobiográfico de Jorge Calado ( Mocidade Portuguesa) que ando a ler e quase a chegar ao fim, o autor não perde ocasião em denegrir o tempo de Salazar, a quem chama repetidamente "ditador", ao mesmo tempo que celebra o seu tempo de mocidade nesse mesmo  Estado Novo, que afinal tinha coisas de que o autor só diz bem...num exercício curioso de flagelação intelectual paradoxal. 

Em várias passagens refere a existência de uma "depuração" política ocorrida em 1947 que o regime promoveu, nos meios académicos e não só, não explicando qualquer contexto susceptível de permitir o entendimento do que se passou. Eram tudo coisas do "ditador" e fica assim arrumado, para o cientista que gostava da simplicidade do belo e que apreciava as ciências e as artes mais a poesia imanente e o seu rigor metafísico. O "ditador" é que lhe estragava os enlevos...mas gostava da obra que o mesmo deixou e esportula generosamente ao longo do livro provas sobejas do paradoxo. Enfim, perdoa-se pelo conteúdo do livro, rico em referências e em exemplos do que era esse tempo do "ditador".

Sobre a "depuração" ocorrida em 1947 fui procurar uma fonte capaz de explicar a perspectiva do regime de então e nada melhor do que Marcello Caetano, no seu livro de 1977,  Minhas memórias de Salazar.

Aqui ficam considerações interessantes sobre o "ditador" que estava farto de o ser em 1947 e que até pensava em desistir perante o isolamento a que assistia e ao mesmo tempo considerações sobre a natureza do regime "ditatorial", os partidos políticos e a tal depuração, comparando-a com o que sucedera em França na mesma altura, apesar desse país não ser dirigido por um "ditador" mas por um De Gaulle. Enfim, mais uma vez. 










O "ditador" afinal tinha muito que se lhe dissesse e é pena que indivíduos como Jorge Calado, tão dado ao rigor da simplicidade analítica das coisas, não procure a verdade onde ela pode residir e dê guarida a ressentimentos ideológicos antigos e enquistados.