Primeiro caso ( Ricardo Costa dixit): o do Estatuto dos Açores. Para o Primeiro-Ministro, não significa qualquer problema no relacionamento institucional inter-órgãos de soberania. Foram só "dois artigos". "As pessoas devem habituar-se a conviver com divergências", diz o PM.
Uma pergunta sobre a crise, com retoma do discurso do PR. "Uma crise destas nunca vem em boa altura. Mas nós estamos bem preparados para a enfrentar", diz o PM.
Gomes Ferreira, aponta-lhe grandes investimentos já previstos e o investimento directo estrangeiro caiu. O PM, aponta uma série de empresas estrangeiras, com investimentos directos em Portugal, com destaque para a...IKEA.
O PM realça o facto de ter posto "as contas públicas em ordem" e é por isso que tudo vai bem, por mérito deste Governo. "Este é o momento para agir e para ajudar as famílias e as empresas".
Ricardo Costa aponta-lhe o fenómeno do gigantesco endividamento externo. OPM diz-lhe que uma grande parte dessa dívida diz respeito à energia. E logo, aponta que a política mais eficiente nesse campo, foi a "das energias renováveis". Foge á questão? Não, enguia a resposta. Fala no hídrico e no vento. "É assim que se responde ao problema do endividamento" , diz o PM.
E nenhum lhe aponta o desvio da direcção do vento. Gomes Ferreira ainda bablucia uma pergunta que é sempre interrompida pelo panegírico das maravilhas políticas energéticas e já vai nas exportações. E Gomes Ferreira faz a pergunta: o snr em Maio anunciou medidas. Depois já anunciou outras medidas para ajudar a banca. E refere que nós estamos a aumentar a dívida pública e a deitar dinheiro em cima dos problemas. A pergunta nem chega a ser feita porque o PM retoma logo o discurso da crise global, de coisa medonha que nunca aconteceu e patati patata.
Gomes Ferreira retoma o fio, mas não chega ao fim, porque o PM pede logo licença para responder à pergunta que nem foi feita: a Rússia, a Alemanha e outros em recessão. Ricardo Costa anuncia a recessão para amanhã em números do INE. E o PM aceita a recessão estatística anunciada. E não responde à questão anterior.
As decisões do Conselho de Ministros para enfrentar a recessão, foram logo tomadas: banda larga, protecção de emprego, através de redução de descontos para a Segurança Social; aumento dos estágios remunerados para jovens e fazer com que 30 mil desempregados sejam empregados pela Segurança Social. São estas as medidas para o desemprego.
Ricardo Costa pergunta-lhe se foi demasiado optimista demasiado tempo. O PM nega tal. Gomes Ferreira aponta-lhe factos ocorridos há meses e o PM não reconhece tal euforia de optimismo e defende-se com a imprevisibilidade da economia. E realça a ocorrência de situação "absolutamente extraordinária", apontando o novo pacote do governo para combate á crise.
Admite baixar os impostos?, pergunta directamente Ricardo Costa. O PM, diz o que fizeram: as contas públicas foram feitas e o PM diz que já baixou os impostos para as empresas, no IRC. Nas previsões do governo "esta é a receita adequada".
Ricardo Costa aponta as obras públicas e fala na bomba-relógio nas obras públicas, por lançar um "cheque pesadíssimo", nas gerações futuras. O PM nega tal efeito. A nossa economia, diz, precisa de relançamento, com o esforço do Estado, nestas alturas de crise. "Estamos a investir na recuperação do parque escolar, na refe energética e nas infra-estruturas rodoviárias".
Gomes Ferreira, aponta uma projecção do que vai ser pago às concessóes rodoviárias, nas parcerias, e que chegaria aos 1400 milhões anuais, tendo havido renegociação, no sentido de a partir de 2013, as responsabilidades passarem para 2000 milhões de euros anuais. O PM não aceita os números e entra a discutir a rede de auto-estradas. Fala em concessões, em auto-estradas, portagens. Gomes Ferreira insiste no aumento tremendo do esforço do Estado nesse sector, mas o PM parece não entender o raciocínio. E justifica com a racionalidade de suavização do esforço financeiro. E reafirma o objectivo de que o Estado deve fazer investimentos.
Ricardo Costa, fala em obras públicas que são duvidosas, como o aeroporto, o TGV e a travessia do Tejo, e o PM nega esse carácter duvidoso e aponta que o reflexo vai sentir-se no futuro e não em 2009. E refere a existência de estudos de custo-benefício que apontam, naturalmente benefícios, Ricardo Costa diz que são estudos altamente optimistas que afinal são resolvidos depois com revisões de custos, para cima.
"Faz sentido durante a crise, manter o mesmo padrão de comportamento"? pergunta Ricardo Costa e a resposta é lapidar: se antes fazia sentido, agora ainda mais faz. Está explicado o entendimento do PM sobre isto e o modo de resolver a crise.
Foi ou não um erro político dizer que em 2009 os portugueses vão viver melhor? pergunta Gomes Ferreira, apontando os factos referidos pelo PM, em tom optimista há umas semanas. O PM nega, e refere que o que disse foi que a prioridade tinha de ser o emprego. E entra nos números dos...empréstimos da banca. "O que eu quis dizer, foi isso". E até se atreve a dizer que o Gomes Ferreira ouviu o discurso todo e não disse nada disso. Pelos vistos, ninguém percebeu o que o PM disse e só ele entende o que disse.
Ricardo Costa: como é que pretende que as pessoas entendam nesta crise, que o governo salve um banco como o BPP e a CGD já gastou mil milhões. Isto é um absurdo, diz Ricardo Costa.
O PM tartamudeia a resposta, pedindo para responder e justifica logo a intervenção: não foi para defender nenhum banqueiro nem nenhum accionista de banco. Foi para defender os portugueses. E cita o Lehman Bros, início da crise.
Nenhum deles lhe lembra o ministro das Finanças. Nenhum lhe fala em Balsemão. Nenhum lhe refere que os portugueses pouco ou nada têm a ver com o BPP. Afinal um deles lá lhe fala no tal risco sistémico nulo e o PM foge do assunto como o diabo da cruz e entra logo pela crise mundial e o problema num banco português.
Ricardo Costa, refere que o PM vai ter necessidade de salvar qualquer banco, depois disso. Não, responde o PM e até refere que "vai para aí uma grande demagogia porque o Estado não está a injectar dinheiro nos bancos". E ao apontarem-lhe que se as coisas correrem mal, vai dar ao mesmo, admite então as situações de falência e nem repara na contradição.
E o assunto BPP já está para trás. Ufa! E o Balsemão, nem sequer é citado, senhores entrevistadores?!
Vem a Qimonda. "Ajudamos a Qimonda porque é o principal exportador português" e é lá que se vão fazer "células foto-voltaicas". "É assim que se lidera.", "Nao é estando do lado de fora", diz o PM, ufano.
E aponta quatro factores de intervenção do Estado:
Estabilizar o sistema financeiro. Apoiar as empresas, no crédito. Reforçar o investimento público ( "devemos fazer o maior investimento público que pudermos"). E retoma a matéria dos estudos ( deve ser por causa dos valores do Orçamento para estudos).
Ricardo Costa, refere o dinheiro no ministério da Agricultura, retido no governo, mais de 800 milhões de euros. O PM refere que em Janeiro vai aprovar mil milhões de euros, "alavancados", para esses investimentos e até está a trabalhar com o ministro nesse sentido.
Viram a página. Educação. Avaliação dos professores. Ricardo Costa, refere uma mudança desde o início. O PM discorda. A avaliação é boa e tem a ver com a assiduidade, o modelo é bom e reconhece três problemas que foram identificados: excesso de trabalho, de burocracia e perfil do avaliador ( este tem de ser da mesma área do avaliado). E mudaram isso. E agora está bem, para o PM. E tem a distinta lata de referir que este sistema modifica algo em trinta anos! Porque para o PM, este modelo é para seguir porque os professores devem ser avaliados. E isto vai continuar em benefício do sitema educativo, realça o PM.
O governo fez tudo bem, neste processo?, pergunta Ricardo Costa. O governo fez bem em não desistir deste processo, diz o PM. Durante trinta anos isto foi ignorado, diz o PM. E refere o ensino profissional no nosso país, com 90 mil alunos. E isso para o PM é um motivo de orgulho. E até refere que "Em Portugal se recuperou, pela primeira vez, o ensino profissional". Será que este PM sabe o que era o ensino técnico-profissional antes de 1974? Terá a mínima noção disso, para falar assim?
Gomes Ferreira, introduz o tema Manuel Alegre. Tem receio que faça um partido político? O PM diz que tem respeito por Manuel Alegre, pelo que ele representa no PS e pelo papel intelectual do mesmo.
E como se adivinha que o resto não interessa, fico por aqui.
Esta entrevista foi fraca, não foi ao fundo das questões, passa pela rama das discussões políticas tipo blogue de grande superfície, de jornal de regime.
O PM, sai desta entrevista melhor do que costuma sair da AR quando lá vai de quinze enm quinze dias. É pena. Se de Ricardo Costa um jornalista-cretino não esperava grande coisa, já de Gomes Ferreira esperava mais.
Não vale a pena esperar nada.
José,
ResponderEliminarparece que os entrevistadores foram escolhidos a dedo ... fraquinhos ....
não sei porquê gostava de ver o sr "inginheiro" a ser entrevistado pela Moura Guedes na Tvi , devia ser de ir ás lágrimas ...
Já agora em relação à educação, conhece aquela do "Quando se dá uma bolacha a um rato ele a seguir quer um copo de leite!", não ?
então leia o que eles dizem aos professores (e professores socialistas por sinal...)
http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/2008/12/reunio-do-secretrio-de-estado-jorge_24.html
cumprimentos,
"- Todos os professores têm formação média, superior ou equiparada, alguns têm mestrado, outros têm doutoramento. Fizeram profissionalização dentro dos moldes estipulados superiormente. Fazem acções de formação e actualização com regularidade. Como nos podem atirar também isso à cara? Lembro que mais de 90% dos professores têm habilitações académicas superiores às do primeiro-ministro.
ResponderEliminarAí é que foram elas! Não se podia falar mal do ai-jesus de todos eles, ali. Pateadas da mesa e de muitos dos presentes na plateia. Ainda perguntei, por duas vezes:
- Estou a dizer alguma mentira?
Ninguém me disse que não. Sentei-me. Ninguém bateu palmas. Ouvi atentamente as intervenções seguintes. Um psicólogo referiu que a ministra tem, à partida, qualquer coisa contra os professores e que isso é notório nas suas intervenções."
Boa!
Há mais alunos a frequentar curos profissionais e técnico-profissionais porque acabam o 9.º ano e mal sabem ler.
ResponderEliminarE como reprovam no 10.º ano metade deles, decidem ir para o ensino profissional.
Este imbecil que faz de PM gaba-se disso...
O que vale é que a imbecilidade não paga imposto...
O engenheiro a falar de «avaliação séria e credível».
ResponderEliminarEstava a falar certamente do método de avaliação da Universidade Independente...
A maior diferença entre Sócrates e Guterres é que este último tinha a noção do ridículo e foi-se embora pelo próprio pé. Sócrates só pára quando levar a economia à falência e destruir Portugal com as suas experiências à base de impostos, que funcionam sempre muito bem nos primeiros anos. O Gomes Ferreira, como muitos outros, continua a pensar que Sócrates está a resolver o problema do défice. Não vê para além das colunas do débito e do crédito, nem vai ver.
ResponderEliminarEste primeiro ministro é o pior ministro que Portugal jamais teve.
ResponderEliminarTodas as reformas, sem excepção, são logros. Aparecem como grandes reformas, mas são nada. São apenas mudanças de fachada para compor estatísticas e pouco mais.
O que me espanta é que haja pessoas tipo Vital Moreira, que anuncia publicamente que são reformas fantásticas, como se acreditasse nisso.
Será que acredita mesmo?
Engraçado como a africanização do país mercê das leis Socráticas de imigração e nacionalidade não mereceu sequer uma nota de rodapé.A importação da pobreza dos outros a cair sobre os ombros dos poucos contribuintes indígenas não preocupa ninguém.É dar uma volta pelos arredores das grandes cidades, principalmente aqui a sul e ver os bairros de lata que continuam a crescer como cogumelos.Donde depois sai a guerrilha a que estão submetidos os Portugueses.Escusadamente.Por não terem com a pior economia arcaboiço financeiro para pagar o 2º melhor acolhimento da Europa.
ResponderEliminarSe mostrassem todos os beneficiários das instituições de solidariedade social desde jovens a velhos, quem é que anda nos centros de reeducação e está nas prisões talvez os Portugueses acordassem para a imensa campanha de propaganda e africanização a que estão sujeitos, desnecessáriamente e à revelia da história.Só por isto o Sócrates merece ser afastado do Governo.Por tomar medidas irrealistas e nos afundar desnecessariamente.Pena que a dita direita(PSDe CDS) só muito medo é que abordam o assunto, embora tenham sido cumplices na aprovação da referida legislação.De forma competitiva como aconteceu ao tempo do SMilitar Obrigatório que servia as juventudes partidárias nos actos eleitorais.Com "estadistas" destes portugal está de facto ameaçado de perda de independência, de divisão entre grupos sociais que cá estão e do empobrecimento geral por ser a prazo ingovernavel.
O Vital é uma caso patológico perdido.
ResponderEliminarAinda se atreveu a acrescentar à entrevista do engenheiro a ideia de que o TVG será financiado por privados, será lucrativo e benéfico para as gerações futuras.
E já vislumbra o fim da recessão por nos EUA se acreditar na valorização da bolsa em 2009.
Não sabe grande coisa de economia. Em contrapartida não lhe falta vergonha...
Se esta corja acredita mesmo nisso, porque é que não fazem todos esses "investimentos" com o dinheiro deles e depois recolhem os lucros. O País não se importará em dar-lhes esses magníficos lucros...