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segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Prós dos contras do Freeport

Vem agora Saldanha Sanches. Fala na PJ e no descrédito que este caso provoca em si mesmo. Saldanha aponta o excesso de garantias como entrave. Júdice contrapõe que não. Que não há excesso nenhum e aponta com orgulho a intervenção do bastonário Marinho por causa das buscas aos advogados...isto já nem apetece comentar muito.

Saldanha Sanches concede que a investigação criminal está destruida..."mas porque é que isso acontece?" - pergunta. Boa pergunta, de facto. O Governo tira verbas, tira apoios e depois é o que se vê. E deita as culpas ao Governo como fautor dessa destruição.
Entra outro interveniente, Raposo Subtil, advogado que lê amplamente a carta rogatória em segredo de justiça ( e ninguém lhe diz que não pode...). Lê para desfazer na investigação criminal, com indicação concreta de que a carta é um boomerang: foi para lá e veio para cá.
Portanto, não há suspeitos. Se não há, existe difamação, diz o Subtil. Boa lógica. Mas está a ler a rogatória o que já não parece grande lógica. Por isso lhe pergunta a animadora: mas V. acredita na carta? Bem...para o Subtil não há processo. Ponto final. A carta nunca existiu, apetece comentar.

Entra o comentador CAA do Blasfémias. Aponta o que disse Saldanha Sanches para realçar que se calhar já há duas ou três campanhas negras, através do Governo que por corte de medidas, anda a manietar a investigação.
E interpela Saldanha Sanches, por causa da "captura" do MP na província, se não haverá também neste caso uma captura do MP outra vez, depois de ter visto o que se passou com as declarações do MP a propósito deste caso. Boa questão. É esse o problema. CAA realça o facto de a investigação criminal neste país, com poderosos...nada feito.

Saldanha Sanches responde que nesse caso já nem é captura: é muito pior. Perante um caso como este, o que se exige do judicial, é que investigue o primeiro-ministro deste país. E Saldanha Sanches tem dúvida que isso se consiga fazer.
Ora aqui temos o que é preciso dizer publicamente, alto e bom som: esta investigação pode efectivamente comprovar que não é possível fazê-la.
Fim do estado de Direito?
CAA casca agora na Cândida de Almeida, referindo o que a mesma disse e tecendo críticas duríssimas à sua intervenção. Boa intervenção, clara e sem papas na língua.

O Júdice a isto que diz? Que conhece o sistema judicial, conhece os actores. Também acha que Cândida de Almeida esteve infeliz que foi um erro e que foi uma má entrevista. Infeliz?!! Porque é que ela esteve mal? pergunta a animadora. Ora...ela disse que se dissesse onde estava o senhor ele foge...diz Júdice.

Mas Júdice confia na coisa e na autonomia do MP perante o poder político. Já não confia na PJ...

O advogado Subtil, sobre a tal captura do MP e da investigação pelo poder político, volta a falar que paga salários ao PGR e a Cândida de Almeida ( já é a segunda vez que diz que paga salários. Era bom saber se paga também os impostos...). Sobre Cândida de Almeida, critica também. "Derrapou um bocadinho", diz o Subtil. "Mas é preciso enterrar este assunto", diz o Subtil. E começa a entrar na explicação do processo penal sobre a noção de suspeitos e arguidos etc etc. Ainda não percebi este Subtil...

CAA outra vez. Não é para enterrar o assunto, diz, mas para resolver o caso. Seria o mesmo que enterrar um vivo.
Subtil outra vez raposão: esta coisa devia ser arrumada porque já não se justifica. Sinceramente, continuo a não perceber esta subtileza.
CAA, replica dizendo que estas coisas não cairam do céu. Há factos, gravações, conjunto de suspeitas que têm de ser investigadas. E não colocar lápides em cima delas. E cita contradições do MP nas declarações prestadas pelo PGR e pela directora do DCIAP. Duro, outra vez.

Quanto a Júdice, contrapõe que acreditar nas boas intenções deste pressupõe que deve acreditar-se primeiro nos resultados.

10 comentários:

  1. José,
    lembro-me vagamente deste nome(posso estar enganado) mas este Raposão não era Prof. na Universidade do Socras (UNI) ?

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  2. Seria interessante alguém publicar o volume de negócios entre este governo e as grandes sociedades de advogados .... nomeadamente com a sociedade do J.M. Júdice....

    Talvez se compreenda melhor o teor de alguns comentários.

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  3. Eu chateei-me e não consegui. Então aquele cretino do Júdice conseguiu reduzir tudo a uma fantasia de uma carta anónima?

    Ainda por cima, o autor até anda por aí com a cabeça a prémio pelos camaradas xuxas.

    E fala este idiota como se estivesse a comer as papas na cabeça das pessoas- tudo se reduz ao perigo de ser difamado e quiçá escutado pela polícia, à custa de zero- de zero indícios- de uma mera carta anónima.

    E o SS está cada vez mais cínico. Todo aquele barulho redunda em nada.

    Na volta o grande problema é apenas o nome do PM na lama à custa da comunicação social.

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  4. Não, não. O Saldanha desta vez não foi nada cínico: passou um atestado de óbito à autonomia do MP e á independência da Cândida e do PGR face ao governo.

    Assim, claríssimo.

    E andei eu aqui com problemas em escrever isso, preto no branco...

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  5. Ele passou esse atestado para quem percebe. Mas embrulha sempre a boca de favas e deixa passar as pequenas tretas.

    Ele deixou passar ali mentira até dizer chega ao Júdice.

    Como é que foi possível passar por cima da questão política reduzindo-a a um desfecho que vai ser sempre mau sem dizer claramente o que um político deve fazer nestas circunstâncias?

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  6. Ele tocou foi no despedimento do da PJ, isso sim. Mas a coisa passou ao lado.

    Na questão das leis passou como gato sobre as brasas.

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  7. E eu vi intermitentemente. Mas lembro-me do espalhafato com as garantias da lei acabarem por ser retórica porque as garantias e liberdades até são menores.

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  8. E aquela dificuldade de expressão também não ajuda. O Júdice fez um brilharete com a carta na mão a lê-la às avessas. O SS topou, viu logo que a mentira até partia da própria frase e não conseguiu dizer isso claramente.

    Fica sempre tudo embrulhado em pequenos apartes.

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  9. Apoiado Zazie. SS tocou na ferida, dizendo uma coisa gravíssima (v. comentário do José), mas não foi consequente. O relacionamento com o colega do lado (as risotas, os encostos, o trato informal) falam por si. Hoje, o que disse não tem importância.

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  10. EU não vi gravei, vou sentar-me depois do almoço, a ver.
    Afinal a denuncia não foi anónima.
    Obrigada pelo link zazie!

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