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terça-feira, maio 05, 2009

O tempo dos enganos

Lusa/Sol:


O ex-administrador da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), Manuel Dias Loureiro, defendeu esta manhã na comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN que se limitou a assinar os documentos nos negócios em Porto Rico.
«Se um advogado me apresenta um contrato para assinar e eu confio nas pessoas que trabalham comigo, é natural que assine» sem ter que ler tudo o que consta no documento, afirmou Dias Loureiro.
«Assinei milhares de documentos ao longo da vida e tenho que confiar nas pessoas que têm a competência técnica para elaborá-los»
De facto, à semelhança de outro grande azarento da nossa política e actual PM, a este Dias L. só acontecem azares para lhe dar cabo da vida boa.
Não leu o documento que todos ( os envolvidos no negócio) dizem respeitar a algo que o próprio acompanhou directa, empenhada e pessoalmente. Assinou apenas. De cruz, certamente. Agora, assentam-lhe esta cruz maior de ter de ouvir oficialmente, num inquérito parlamentar, que será mais um...mentiroso.
Aliás, já lho tinham dito antes, de caras, mas por outras palavras. Foi um alto quadro do Banco de Portugal que até o repetiu.
À semelhança do outros, Dias L. deixou de ter memória, a não ser para rejeitar o epíteto.
Obviamente, esta classificação de carácter é desprestigiante e ignominiosa. É-o para um qualquer malabarista de profissão, quanto mais para um político que dirigiu um partido, no campo da recolha de fundos, apoiou candidaturas de topo, presidiu a uma comissão de eleição de um presidente da República, foi ministro, e daí saiu como gestor de empresa de holding, para um sucesso fulgurante no mundo empresarial de alto coturno, assentando depois como conselheiro de Estado, nesta republica sem grande etiqueta.
Por causa disso, o "ex-gestor da SLN mostrou-se «indignado» por ter sido acusado de mentiroso. Defendendo a sua honra, Manuel Dias Loureiro afirmou que «não se falseia um carácter durante 30 anos».
Também acho. Churchil até disse que não era possível enganar a gente toda, o tempo todo. Só durante algum.

8 comentários:

  1. Quantas das gradas figuras dos partidos do centrão estão envolvidos em trafulhices de alto gabarito? Quantos vigaristas lá pululam?

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  2. O homem até acrescentou o exemolo da vida toda como gestor, político e advogado. Podia deixar esta última referência na gaveta. Em Coimbra todos sabem como deixou o sócio pendurado quando deixou o escritório e foi para governador civil. Começou exactamente aqui.

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  3. Depois foi só ir para Lx para sec geral e fazer duas campanhas que deram maioria absoluta; nesses tempos gloriosos o dinheiro entrava nos partidos às malas com o único controle do responsável financeiro das campanhas; agora voltou mais ou menos ao mesmo, mas com o limite de um milhão de euros; ao tempo não havia limite, lembram-se? Boa aprendizagem para começar a ser um grande gestor da treta, como costumo dizer. Declaro que nada disto tem a ver com o Dr. Dias Loureiro. É apenas uma teoria.

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  4. Estranho para mim é que a defesa é toda ela panglóssica. Nada do que ouvi na TV (e ouvi pouco) contém alguma coisa de substancial, são só palavras desprovidas de qualquer conteúdo!
    Como é que este senhor ainda não está de cana é que eu gostava que me explicassem!

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  5. Diogo:
    Desculpe-me a sugestão, mas, por questões de contagem, não seria mais fácil perguntar quantos homens honestos é que lá estão?

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  6. E nós, pobres mortais, vimos aqui para os blogs botar faladura mas não fazemos nada; não passamos duns carneiros que, obedientemente, vão para o matadouro, uns imbecilizados no dizer de Guerra Junqueiro, quando é manifesto que a esmagadora maioria dos nossos políticos são CORRUPTOS...

    E como são eles que estão na AR e no Governo e fazem as leis à medida deles jamais serão punidos e, claro, para o povoléu ouvir, dizem eles A CULPA É DA JUSTIÇA!

    Mas na Justiça não se conseguem fazer milagres...

    Talvez o milagre seja e esteja na Força do Povo que poderá por côbro a tantos escândalos de corrupção...

    É que agora, os biltres já nem tentam fazer as coisas às escondidas, é às claras e sempre a clamarem que são inocentes...

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  7. Olá José, just for the record a última frase que cita no seu post é atribuída a Abraham Lincoln ("You may deceive all the people part of the time, and part of the people all the time, but not all the people all the time").
    Provavelmente Churchil também a terá pronunciado, mas não creio que seja o autor da frase.

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