"Foi um pedaço de vida que me tiraram e ninguém vai pagar por isso." A revolta está no olhar e a tristeza na voz de Emília Fernandes. Seis anos após a morte da pequena Mariana, devido a um adenovírus que contraiu no Hospital de Guimarães, esta mãe ficou a saber que o inquérito judicial foi arquivado, com a assinatura de Almeida Pereira, procurador alvo de processos disciplinares por atrasos."
Foi desta forma que o Correio da Manhã de Sexta-Feira passada começou a notícia-reportagem de primeira página sobre "Justiça tapa morte de 5 crianças"- "procurador arquiva processo".
Lendo a notícia na página 6, verifica-se que a mesma aparece assinada por Liliana Rodrigues/ Tânia Laranjo e sintetiza numa pequena coluna e meia de texto corrido a declarações de vítimas de um drama maior ( a morte de um filho é uma tragédia que serve sempre este tipo de jornalismo), com acrescentos em relação ao "procurador" que arquivou o processo e "tapou a morte".
O procurador, ao contrário de outros intervenientes, é nomeado: Almeida Pereira, "nomeado por Pinto Monteiro para chefiar a equipa especial de combate ao crime violento".
A notícia serve, aliás, para chamar a atenção para este "procurador", com um título de primeira página que mais não é do que mais um ataque despudorado à Justiça que afinal "tapa a morte de 4 crianças".
"Tapa"? Vamos já ver o que tapa e destapa.
A notícia serve, aliás, para chamar a atenção para este "procurador", com um título de primeira página que mais não é do que mais um ataque despudorado à Justiça que afinal "tapa a morte de 4 crianças".
"Tapa"? Vamos já ver o que tapa e destapa.
Na página interior, a Justiça não só "tapa" como "ignora", mostrando em tons jornalisticamente compungidos a tragédia das famílias de 5 crianças, em casos abertamente classificados como de "negligência médica".
De que negligência médica se trata em concreto? Não se sabe bem, os factos relevantes da negligência estão completamente ausentes da mensagem e a notícia apenas aflora um ou outro pormenor factual, deixando ao exercício adivinhatório e de voluntarismo fácil, os restantes factos acessórios e também os principais. As pessoas envolvidas no caso, a quem se imputa a "negligência" não são ouvidas, para dizerem o que pensam de quem escreve por causa dos "tapa" mortos.
O que se fica a saber logo, sem margem para dúvidas é que a Justiça tapou e ignorou, pressupondo, obviamente, que este tipo de jornalismo destapa e informa com esclarecimento profissional.
Ora é nada disso. A notícia, para além do ataque despudorado e genericamente extensível a toda uma classe, com laivos de atenção particular ao procurador, pouco ou nada informa de concreto, o que é dizer tudo sobre esta espécie de jornalismo de chinela na mão e faca na liga dos últimos
Assim, de que médicos trata a "negligência" e que pessoas envolvem?
Médicos e pessoal do hospital de Guimarães que teriam contribuido para a morte de cinco crianças que lá entraram com "poucos dias de diferença e que contrairam um vírus que se revelou mortal", escreve o jornal. O vírus é um adenovirus. O que é um adenovirus? O jornal não explica ( o jornalismo de chinela no pé é assim mesmo), mas a Wiki, diz o que é preciso e uma das coisas refere-se à sua característica especial de não ser passível de tratamento médico específico, por ser...um virus.
Qual o problema com o procurador Pereira e a Justiça que tapa mortes e até as ignora?
O procurador Pereira arquivou os processos, por ter entendido que a "assistência médica foi correcta e adequada". E fê-lo, segundo escreve o jornal, porque a Inspecção Geral de Saúde escreveu no relatório sobre o caso que "não era obrigatório que os médicos pesquisassem a existência de adenovirus em casos de infecções respiratórias" e ainda que esse adenovirus possa ter sido trazido para o hospital pelo "progenitor de alguma das crianças infectadas".
Portanto, o problema, para este jornalismo, é a "culpa que morre solteira", porque a Justiça tapa estas mortes, ignorando-as. Por outro lado, estes pregos no caixão da "crise da Justiça" são sempre bem martelados para esconder a verdadeira crise que se alimenta da outra: a do Jornalismo.
É um jornalismo opinativo em que os factos são irrelevantes a não ser que sirvam para ajustar as mensagens. Neste caso, sobre a crise da Justiça...
Tem toda a razão José!
ResponderEliminarTive um cão, que me morreu nos braços com um adenovirus e não pus o Veterinário em tribunal...
Ele há jornalistas e "jornalistas"...
Além de ser gritante a falta de cultura.
Jornalismo Laranjo com sabor a água de Rosas.
ResponderEliminarPois!
ResponderEliminarHá que arregimentar clientela, não importa de que modo nem que danos colaterais possam ser causados.
Não é por acaso que os jornais mais lidos de Portugal, são os piores jornais de Portugal.
O povinho quer sangue e segue quem lho der. A Justiça é uma coisa de "ricos" e de "doutores".
Para esta gente que não entende a Justiça, as regras são outras. Ora, quem poderá ter mais crédito do que aqueles que lhes servem as situações nas categorias e modalidades que pretendem?
Com as explicações do José é que fiquei completamente esclarecido.
ResponderEliminarSegundo o seu douto Wiki ensinamento fiquei a saber
1- um vírus mortal... não tem tratamento médico específico.
2- o vírus entrou no hospital levado por alguém... e eu que pensava que os vírus nasciam de geração espontânea nos hospitais.
Obrigado José
José,
ResponderEliminarNão tenha medo da dupla negação, é forma natural de dizer/escrever nas línguas românicas:
Português - não é nada
Italiano - non è nulla
Francês - ce n'est rien
Castelhano - no es nada
Romeno - nu este nimic
Vital:
ResponderEliminarNada que agradecer.
Não expliquei o que o jornal não conseguiu explicar, mas pelo menos dei uma indicação que a Tânia ( sempre a mesma...) devia ter seguido para se informar e informar melhor os leitores.
Um adenovirus, segundo a Wiki, não tem tratamento específico enquanto vírus- para além do tradicional. As suas manifestações já o podem e devem ser e algumas são as meningites. E estas normalmente podem ser fatais.
No entanto, a essência da minha crítica à Tânia é sempre a mesma: má informação, enviesada e pessoalizada em magistrados.
A moça tem algo contra os magistrados e anda à cata do que encontra a jeito.
Desta vez, encontrou a jeito algo que não tem jeito algum.
Se fosse ao Pereira, não sei o que faria...
Portanto, agradecia que lesse melhor um pouco o que escrevo, se bem o entender.
Pois, mas é mesmo assim que prefiro: uma simples negação sem duplicações desnecessárias.
ResponderEliminarCusta nada e sabe bem a escrever. Soa bem aos meus ouvidos com vírgulas um pouco mais cuidadosas
Os vírus não nascem por geração espontânea, mas têm múltiplas formas de transporte que não necessariamente "alguém". Quando o relatório médico afirma que pode até ter sido levado por um familiar do paciente, também se pode dizer que pode ter sido levado por um familiar do director do hospital, por algum delelgado de propaganda médica, ou até por um pássaro que inadvertidamente tenha pousado perto de qualquer abertura no edifício (janela, respiradouros, ou qualquer outro). Quando entramos no domínio da possibilidade, pode ser quase tudo.
ResponderEliminarSe a wiki é, de facto, uma fonte pouco credível, o artigo de jornal parece-me cinco furos abaixo de cão e três acima de polícia!
Rebel
ResponderEliminarUm adenoviros, é algo de muito complexo e pode regredir, por isso mesmo não pedi ao Veterinário que desse a injecção ao meu cão!
Agora culpar magistrados por isso...
A dupla negação é a forma corrente de escrever uma negação, mas "corrente" não é sinónimo de "correcto". Uma dupla negação é uma afirmação. Ou será que uma incorrecção será tanto mais correcta quanto mais vezes for repetida?
ResponderEliminarA questão essencial do artigo,- se é que se pode chamar artigo a um texto de uma colunita e meia com imagens dramáticas de mães agarradas a quadros com fotos dos filhos que morreram- é o tratamento judiciário dos casos de negligência médica.
ResponderEliminarClaro que o texto do jornal parte do pressuposto que o MP e o procurador Pereira, em concreto, não investigaram aquilo que as jornalistas entendem logo como susceptível de conduzir a uma culpa do hospital e culpa criminal.
É esse o sentido do texto e é isso que me permito criticar à Tânia Laranjo que me parece uma péssima jornalista. Pior profissional que o Almeida Pereira, sem dúvida, para mim.
Não consegue perceber o caso; não quer entender como terão realmente ocorrido as mortes e não escreve nada depois de ouvir as pessoas envolvidas no tratamento hospitalar.
O artigo não tem ponta por onde se pegue a não ser a do ataque pessoal e personalizado ao "procurador", o que não é inédito no CM.
Logo, o director da publicação também é co-responsável deste jornalismo tapa-furos.
Uma primeira página daquelas é assassina da credibilidade da Justiça. Mal ou bem, o que essa gente pretende é arrastar ainda mais a Justiça para a lama.
E quanto a mim, por um reflexo de simples estupidez.
Simples, mas de grande envergadura.
Um estupidez rochosa, impenetrável.
Rebel
ResponderEliminarTem noção que o que está a dizer, foi dito pelo pai da publicidade, " uma mentira dita mil vezes torna-se verdade"...
Karocha
ResponderEliminarMas essas decisões são casuísticas. Não há uma decisão que seja certa para todas elas. Existem tantas variáveis.
Aqui a realidade são textos. É sobre textos que nos debruçamos. Este texto é uma má obra de engenharia com uma finalidade inconfessável.
Pois Rebel, não vale a pena dar voltas, é publicidade e da má!
ResponderEliminarSabe quem foi o pai?
José:
ResponderEliminarEu não chamaria "estupidez" à iniciativa. O texto pode ser estúpido, mas se a inserir num contexto mais vasto, vai er que é só mais uma "pázada" para a construção de um percurso que tem um destino certo.
Substimar um inimigo ou um adversário é um erro capital
Não sei, Karocha. Mas julgo que mo vai dizer!
ResponderEliminarA ideia do mau funcionamento da justiça é uma ideia que vende jornais.
ResponderEliminarAssociada a um acontecimento como a morte, melhor não poderia ser...
Não há informação ou qualquer jornalismo neste tipo de texto e de página. Apenas sensacionalismo!
É um sensacionalismo que vende porque toca a essência humana : o homem sempre desejou dominar e vencer a morte. Castigar a morte.
Contudo e até hoje é a morte que nos vence.
E se isso é triste, importa ponderar que nem sempre é de imputar culposamente a alguém.
Numa situação como esta, para que houvesse culpa teria de se demonstrar que :
- ou era humanamente possível a alguém determinado impedir a contracção do virus
- ou ainda que o não sendo, após a infecção o tratamento era possível por forma a evitar seguramente a morte.
Pensará a senhora jornalista que lamenta mais a morte de uma criança do que a lamenta o magistrado ?
A questão é que provavelmente o médico podia ter evitado tanto essa morte quanto o poderia a própria Tânia Laranjo por muito que o lamente.
Quem pode vencer a morte ?!...
É uma realidade que há que aceitar.
Nem sempre a morte tem culpado certo...
está a falar-me do Gobells?
ResponderEliminarSIm, fiz de facto uma paráfrase desse célebre slogan que também é muito utilizado na prática política dos nossos dias!
Goebles!
ResponderEliminarO ministro da propaganda do Hitler!
Maria:
ResponderEliminarSubscrevendo tudo quanto disse, parece-me ainda que o verdadeiro móbil da notícia não é a morte de alguém. A morte de alguém é o motivo que se arranja para desacreditar a Justiça!
Politica, infelizmente neste momento é publicidade, sei do que falo, foi o meu trabalho de uma vida.
ResponderEliminarA única frase que me deu gozo, foi a do Rangel, ao dizer que vendia políticos como sabonetes! eheheh
Para isso tinha que ser publicitário, coisa que ele não é nem nunca foi.
A mensagem directa do texto da Laranjo é apenas uma: o "procurador" tapou os crimes, ignorando-os.
ResponderEliminarÉ isso que resulta da notícia-reportagem.
É esse o objectivo da primeira página.
E isso é grave, porque é escrito de ânimo leve, sem fundamento explicado.
E isso mesmo que haja alguma razão de fundo no caso das investigações de "negligências médicas".
Mas não é neste ponto que a notícia bate...
Maria
ResponderEliminarNinguém pode evitar a morte, vide a Senhora que não apanhou o avião no Brasil e morreu dois dias depois num desastre de automóvel,em Austria!!!
Pois José tem razão!
ResponderEliminarEu tenho um caso de negligencia médica, mas como não accionei os tribunais!!!!
Os casos de negligência médica são difíceis de investigar por um simples motivo: os magistrados pouco percebem e socorrem-se dos pareceres dos ditos peritos que são médicos que avaliam a actuação de outros médicos.
ResponderEliminarA minha experiência diz-me que não chega e provavelmente as famílias das crianças que morreram pensarão o mesmo.
Ainda assim é preciso muito cuidado em verificar a razão nesse casos.
Para mim, uma investigação do género tem de ser feita com o magistrado a tentar perceber o que aconteceu e a fazer perguntas que todos podem fazer:
O que é um adenovírus?
Como e onde se apanha?
Que efeitos pode ter?
Como se previnem os piores?
De que modo são diagnosticados?
Quem tem o dever e obrigação de o fazer?
Como se pode evitar os piores efeitos?
Etc etc etc.
Claramente. A resposta a essas questões que o José bem enumera poderia trazer alguma luz à questão de saber se " o resultado" morte podia ser evitado de alguma forma e quem incumpriu esse dever.
ResponderEliminarMas essa questão passa ao lado do texto da Laranjo.
Naturalmente , só uma pessoa totalmente insensível não lamenta a morte de uma criança.
Muitos de nós convivemos mais perto ou menos, com casos similares, como já referiu a Karocha e salientou também o Rebel que também aproveito para cumprimentar.
Sabemos todos que quando casos destes sucedem, por vezes a alternativa à morte é a incapacidade mental, a cegueira, uma vida limitada "cravada" a cada dia na alma de quem tem o dever parental ou outro de a seguir de perto.
Ninguém é insensível à dor dos familiares dessa criança.
O que não é decente é "utilizá-la" para juntar mais umas coroas ao jornal.
Quando não se respeita sinceramente a dor associada à morte, também se é um pouco culpado dela...
As minhas saudações a todos, e atenta a hora, até amanhã se Deus quiser.
Maria
Este post está bem na linha do que aconteceu aquando das críticas ao jornalismo de Manuela Moura Guedes.
ResponderEliminarNão podendo desmentir a série de reportagens Freeport, Cova da Beira, etc etc ataca-se o mensageiro: ele é a cara, as expressões, a voz, tudo em MMG.
Aqui, não sendo possível desmentir o péssimo funcionamento da Justiça portuguesa, ele é a Tânia Laranjo, o adenovírus, o método de transporte dos vírus...
Pois.
Foi o meu primeiro Guilherme José, não o economista que você conhece, não me devia ter ficado, morto por negligência médica e para ajudar quem não devia, mandou desligar a máquina na Estefânia e eu fiquei-me em depressão e devastada...
ResponderEliminarÓ champô, Vital,
ResponderEliminarMas então não foi a Tânia que fez o mesmo e numa primeira página de jornal?
Afinal em que ficamos?
Acaso a dona Tânia escreveu algo que pudesse exemplificar o tal péssimo funcionamento da justiça, ou inventou um caso meia-bola e força?
ResponderEliminarOs casos da Tânia, desde o processo Casa Pia que jornalisticou com um tal cujo nome não lembro ( Carlos Tomás) que é isto, quase sempre: meia bola e força, chuto contra o muro.
ResponderEliminarO muro é o eterno problema da Tânia. Farta-se de marrar mas sem tino. Por isso apelidei o artigo de fruto da estupidez.
E que não é de agora.
Ela é um niquito trenga, lá isso é.
ResponderEliminarUma vez, por causa de um treta qualquer contra o antigo PGR, até confundiu uma secretária- mobiliário que se tem no escritório, com uma moça de bruços para se escrever em cima.
":O)))))
O que disse foi:
ResponderEliminar1 - Não me interessa nada se MMG é boa ou má jornalista. Interessa-me muito ver, por exemplo, o caso Freeport esclarecido, e não metido debaixo do tapete (onde já esteve durante 4 anos).
2 - Não me interessa nada Tania Laranjo (e quase todos os opinantes da Justiça que tanto apoquentam o José). Interessa-me muito que a Justiça melhore, pelo que a sua administração deve ser bem ventilada.
Quando falamos sobre um assunto (especialmente complexo como este) dizemos, forçosamente, muitas asneiras. Prefiro, de longe, ler algumas asneiras, a que tentem silenciar os opinantes.
E até penso que o José concorda comigo. É por isso que lhe critico esta fixação em apoucar as opiniões de que discorda.
A explicação que dá de que "O procurador Pereira arquivou os processos (...) porque a Inspecção Geral de Saúde escreveu" põe o procurador ao nível de "funcionário de manga de alpaca".
Não estou a dizer que o procurador fez bem ou mal. Digo apenas que tomou uma decisão, e que, ainda que fundamentada, é criticável por qualquer pessoa, mesmo que se chame Tânea Laranjo.
V. está a competir com o principal problema da Tânia e nem digo mais.
ResponderEliminarAdivinhe qual é.
Não se trata de silenciar os opinantes. Para os silenciar, havia uma atitude melhor que era ignorá-los! Não?
ResponderEliminarVital:
ResponderEliminarConcordo com o essencial. Também gosto que os jornalistas apresentem os casos. Mas gosto mais que o façam com factos através dos quais podemos extrair outras conclusões que não apenas a quelas que os mesmos parecem querer que nós tiremos.
Esse é o problema: os jornalistas tipo Tânia, deram em agentes de algo indefinido que prescinde de factos, porque os mesmos tomam partido pelas causas que lhes aparecem ou que procuram deliberadamente.
É o caso da Tânia e outros: tomam partido, à partida. Neste caso, contra quem investiga porque lhes parece que investigou mal.
Se realmente fosse o caso, deveriam então procurar mais fundo e melhor e não apenas fiarem-se em depoimentos de quem legitimamente pode ter queixa das "autoridades".
O caso MMG e desta Tânia é diferente: a MMG tem um estilo que não engana, porque apresenta as notícias mostrando de que lado está e frequentemente não é o do poder.
A Tânia faz o mesmo, mas não mostra os factos que poderiam esclarecer melhor e julgo saber porquê: se os mostrasse não tinha notícia.
É esse o problema: os factos atrapalham as notícias que quer dar e por isso, põe-nos de lado. Tapa-os, ignora-os.
Agora sobre a negligência médica:
Para noticiar uma coisa destas é preciso falar com os médicos que viram os casos, com o pessoal de enfermagem, com os peritos da Inspecção Geral de Saúde que fizeram a análise e o relatório, com as pessoas familiares das vítimas, ver os processos de fio a pavio e perceber o que se fez e comos e fez.
É muita areia para a pobre Tânia e por isso, meia bola e força que o que interessa é a primeira página bombástica: "Justiça tapa mortes de crianças".
O título é verdadeiro porque de facto a Justiça não responsabilizou ninguém pelas mortes e por isso ficaram "tapadas" para a verdade material que os familiares pretendiam: a responsabilização dos médicos e do hospital.
No entanto, permanece a questão de fundo: e deveriam?
A essa questão, à Tânia e a este jornalismo não interessa nada indagar mais um pouco.
O problema ainda maior é que estes jornalistas não entendem estas observações que aqui faço e julgam que é corporativismo...
Este jornalismo de Octávio Ribeiro é frequentemente rasca porque prescinde de factos objectivos e depoimentos de quem os poderia explicar.
ResponderEliminarPrescinde porque os mesmos não querem entender todos os factos mas apenas os que lhes parecem apontar no sentido desejado.
Neste caso, o da Justiça que tapa coisas e por isso está em crise. Noutros, vai dar ao mesmo.
É um jornalismo incompetente, malformado, formatado no vício de apresentar notícias sempre mancas de factos e sempre enviesadas no objectivo.
Além disso, este tipo de jornalismo toma-se por arauto de uma ética e moralidade que eles próprios não praticam porque entendem que estão acima disso.
COmo ninguém os critica do mesmo passo e o máximo que têm é a resposta dos visados que eles tratam mal no direito de resposta, vai vicejando.
A Tânia já passou pelo Jornal de Notícias, pelo Público e agora anda no Correio da Manhã.
Quanto a mim, deveria estar a coser meias, se isso fosse emnprego viável.
Como não é, desejo-lhe apenas que tenha um emprego que não prejudique os outros e que contribua mais para o bem estar comum.
Porém, não é com notícias destas que cumpre essa função.
Ainda da Tânia:
ResponderEliminar"Justiça: Disse que lhe roubaram 14 casos de negligência médica
Procurador arrisca pena de demissão
Almeida Pereira, o procurador que durante anos foi o coordenador do crime violento no DIAP do Porto e que chegou a ser indicado para dirigir a Polícia Judiciária na mesma cidade, arrisca agora a pena de demissão, na sequência de vários processos disciplinares que lhe foram instaurados.
O primeiro processo, e único a ter proposta, foi este mês remetido novamente ao instrutor, pela secção disciplinar do Conselho Superior do Ministério Público, para alterar a sanção sugerida inicialmente, transferência, para inactividade por dois anos.
O magistrado foi alvo de uma investigação devido a atrasos nos inquéritos que tutelou, averiguação que foi convertida em processo disciplinar. Outros entretanto foram abertos e o CM sabe que os instrutores admitem a pena de demissão ou de aposentação compulsiva. Há ainda a sugestão de conversão dos casos em processos-crime.
Estão em causa diversas situações. Num dos casos verificados pelos instrutores do MP averiguou--se que Almeida Pereira avocou, em 1999, 14 processos de negligência médica. Eram todas as investigações a este crime que corriam no departamento, tendo Almeida Pereira chamado a si os inquéritos, enquanto coordenador do DIAP.
Anos depois, nenhum dos processos foi dado como concluído. A inspecção feita agora ao magistrado permitiu verificar que em 2006 Almeida Pereira reportou à PJ do Porto um assalto ao seu gabinete. Disse, na altura, que os processos tinham sido roubados. Nada foi recuperado e as investigações morreram.
Outro caso sob investigação é o processo que teve Narciso Miranda como arguido. O candidato à Câmara de Matosinhos foi investigado por corrupção e o polémico despacho de arquivamento foi assinado por Almeida Pereira. O procurador transitou entretanto para o DIAP do Porto e levou o processo. Disse depois que o mesmo foi roubado.
PORMENORES
TRANSFERIDO
Já depois dos processos terem sido abertos, Almeida Pereira foi transferido. Está no Tribunal de Comércio, em Gaia.
LIGAÇÃO AO FC PORTO
O magistrado foi alvo de um inquérito pela alegada ligação ao FC Porto. Era frequente ir ao estádio e chegou a acompanhar a equipa ao estrangeiro.
SEM COMENTÁRIOS
Contactado pelo ‘CM’, Almeida Pereira não quis fazer comentários, alegando que os processos eram secretos.
Tânia Laranjo / Manuela Teixeira com A.L.N."
Conheço essa notícia do CM e que me parece mais correcta factualmente, mas ainda assim tendenciosa, por este motivo:
ResponderEliminarALmeida Pereira é do Porto e segundo a imagem que deixou projectar ou alguém projectou, estaria de alma e coração com o FCP.
Sabendo que o CM fez uma guerra aberta ao FCP e a quem o apoiou aberta ou tacitamente, nas instâncias de autoridade, temos logo um partis-pris que me parece relevante: estas notícias sobre a negligência médica em Guimarães não se destinam apenas a relatar esses factos, mas também a envolver Almeida Pereira.
E isso parece-me evidente. Por isso mesmo, ainda mais negativo ser torna este jornalismo.
Quanto ao Almeida Pereira também eu fiquei estupefacto com a notícia sobre o procedimento disciplinar. Ainda para cima de quem chegou a ser apontado como eventual responsável pela PJ no Porto...
Além disso, a Tânia deveria fazer uma declaração de interesses acerca de quem no Porto e eventualmente na PJ lhe transmitiu informações, no caso Casa Pia.
ResponderEliminarSó isso.
Zazie,
ResponderEliminarPosso estar a competir com algum dos defeitos de TL. Paciência. Deus também me deu uma boa dose de defeitos inelutáveis.
Ficaria muito mais preocupado se estivesse a competir com os defeitos de Almeida Pereira ou do seu amigo Foge Fatinha da Mota.
meu amigo? quem? a que título. V. agora também já faz processos de intenção à distância?
ResponderEliminarO que v. disse não tem ponta por onde se pegue.
Porque confundiu o trabalho de jornalismo com uma livre opinião de qualquer cidadão- quem manda para a primeira página um artigo destes e é pago por isso, não está a desabafar.
Mas quem é que é meu amigo e de onde foi v. retirar uma treta de uma afirmação dessas?
ResponderEliminarÉ capaz de desenvolver? é que eu limito-me ao que as pessoas escrevem e nunca larguei inventonas por falta de argumentos.
A si, limitei-me a mandar-lhe uma boca porque era pior se explicasse a razão dela.
O que v. escreveu fica-se por conversa de talho- tipo, todos achamos que há coisas que estão mal, logo um jornalista tem toda a liberdade para largar desabafos acerca do que acha que está mal.
ResponderEliminarIsto não tem ponta por onde se pegue- nenhum jornalista é pago para largar desabafos na primeira pagina, à conta de estranhas palpitações que nem quer partilhar com os leitores.
Zazie,
ResponderEliminarSeu dele.
Até os clientes do talho percebem.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarah, ok, não percebi nada do que v. escreveu e nem percebi que raio tinha uma coisa a ver com a outra.
ResponderEliminarMas este também faz parte do grémio do Foge Fatinha?
ResponderEliminarNão sei nada. Não ligo nada a estas historietas. São demasiadas para se poder estar sempre actualizado.
Atenção à fluoxetina...
ResponderEliminarLá vem o Ramiro Marques disfarçado de aluno.
ResponderEliminarOlha, bem podes esperar sentado que eu não vou autorizar-te como amigo no facebook.
Por isso, desorelha.
ahahah
ResponderEliminarJá tiraste o link para o blogue para que não se saiba.
Agora é tarde, pateta.
":O))))
E aproveita e retira o pedido do facebook que também não vais ter hipótese para cuscar por aí.
zazie: Afianço-te que não sou o Ramiro Marques, que é uma pessoa muito conhecida, nem ousaria fazer-me passar por ele. Sigo o blogue dele. Por outro lado não meti nenhum pedido no facebook. Deve haver confusão.
ResponderEliminarBjs
Bem, já podias ter desmentido há mais tempo.
ResponderEliminarSempre pensei que eras e nunca o negaste e agora até apagaste o link do blogue dele.
E ele tem lá o pedido no facebook.
Por via das dúvidas, é mais um que fica a esperar sentado.
ResponderEliminar":OP
Quem é o Ramiro Marques?
ResponderEliminarSans blague...
Não faço ideia
ResponderEliminarahahaha
É um prof que tem um blogue de profs.
O mais engraçado é que vi agora que ele também diz que escolheu ramiro marques como user name para outro blogue de "quinquilhas e martelecas".
ResponderEliminarNa volta é o famoso Wegie da blogosfera
":O)))))
Vital Sasson:
ResponderEliminarSe se quiser dar ao trabalho de procurar entradas minhas neste blog, terá oportunidade de encontrar umas quantas em que "bato", e a sério, na Justiça portuguesa. Se procurar a primeira e a terceira entradas do meu próprio blog, verá que são inteiramente dedicadas a procuradoras gerais adjuntas que deviam estar caladas e quietas, mas que se fartam de "abanar as caudas". Isto, para lhe demonstrar que não creio que se defenda aqui o indefensável. O José sempre teve o bom-gosto e a elegância de nem sequer comentar algumas coisas onde é patente que os procuradores falham. Vir acusar as pessoas de tentarem lavar aqui a realidade, não me parece nem justo e, por não justo, não correcto!
Por vezes tenho a tentação de defender o quase-indefensável por um motivo: gosto de mostrar o lado que não se vê e que pode ter interesse para analisar a situação. Isso quanto eu próprio o consigo lobrigar, o que nem sempre é o caso.
ResponderEliminarPortanto, às vezes, poucas, faço de advogado do próprio diabo para que se possa reparar no que não é óbvio.
No entanto, para dizer mal de procuradores, seria tão fácil que evito tal coisa, a não ser em casos escandalosos. Por exemplo, o caso do Lopes da Mota...
Uma boa parte dos procuradores que falham, fazem-no por causa do síndrome Constâncio que agora mesmo continua ali a responder na Comissão da AR.
ResponderEliminarÉ sempre a mesma coisa: todos percebem a insuficiência da actuação menos o próprio.
No caso dos procuradores é um pouco isso que acontece: contentam-se com o formalismo, sem mais.
E ás vezes não chega. Foi isso que poderá ter acontecido no caso que o postal refere.
Mas essa, sendo a notícia, devia ser tratada de outra forma mais subtil e eficaz.
Esta Tânia limita-se a marrar contra o muro.
O José que me desculpe por entrar deste modo nesta liça e sabendo que não me constituiu seu procurador para o que fosse. Mas há intervenções que me parecem tão a despropósito que antes de pensar nessa perspectiva, já a resposta estava postada.
ResponderEliminarPara informação aqui vai o link:Ramiro Marques
ResponderEliminarSou um simples comentador acidental.
Talvez com Cipralex a coisa melhore...
ResponderEliminarJá vi o blog do Ramiro Marques. A caricatura é da sua autoria?
ResponderEliminarNão faço a mínima ideia.
ResponderEliminarPorquê?
ResponderEliminarBem feita.
ResponderEliminar