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terça-feira, julho 21, 2009

Continua a aldrabice

José S. , ainda primeiro-ministro, disse hoje numa conferência muito bem frequentada pelo gotha da situação, organizada pelo Diário Económico ( um jornal de regime), uma frase supostamente referida por Salazar: " os portugueses devem ser pobres e humildes como a terra que trabalham".

Não sei se Salazar disse um coisa assim. Desconfio que não disse e que é mais uma aldrabice, das do costume na personagem que faz figura de primeiro-ministro. Aliás, a referência à frase foi precedida do "lembro-me que", à semelhança da célebre lembrança acerca de Kennedy e outras do género.

No entanto, o que conta mesmo é lembrar que Salazar, durante muitos anos, amealhou milhões em barras de outro maciço no Banco de Portugal.

Esse, é um facto. A frase, pelo menos no sentido que o citador lhe quer dar, é uma aldrabice.

Mais uma.

7 comentários:

  1. Salazar disse uma frase que seguramente se aplica a José S.:

    "temos de educar o nosso povo para não se deixar enganar por políticos demagogos".

    Infelizmente o analfabetismo mantém quase a mesma taxa de há 30 anos e a iliteracia cresceu tanto como a indignidade dos nossos dirigentes...

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  2. Muito pertinente o comentário anterior. Parabéns ao autor...
    Quanto às aldrabices, Zé, elas vêm desde o princípio, mas, para mim, a maior é a mais recente promessa de subsídios... bolsas, etc...
    Só se compreende num contexto: JS já está convencido de que não vai ter que pagar...

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  3. Sócrates e Guterres são muito diferentes porque este teve a noção do ridículo e arranjou uma desculpa para partir. Sócrates é mais parecido com Salazar: continua a falar como se ainda fosse primeiro ministro, como se não soubesse que os seus amigos estão nas trincheiras de arma apontada e como se não tivesse transformado esta terra num pocilgo onde é rei quem mais chafurda na porcaria, numa humilhação que confunde com humildade e expõe com imbecil orgulho.

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  4. Nem Salazar alguma vez diria que a terra que os portugueses trabalhavam seria pobre e humilde...
    Lembro-me é de ouvir, mais recentemente, em "sessões de esclarecimento" atribuir ao Cardeal Cerejeira uma frase mais ou menos assim: "Devemos manter o povo pobre para que seja humilde e temente a Deus".

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  5. O cardeal Cerejeira foi humilhado pelos comunistas em pleno aeroporto de Lisboa, em 1974 aquando de uma viagem ao Brasil: obrigaram-no a baixar literalmente as calças, sob o pretexto de que escondia divisas na roupa interior...

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  6. José,
    Não foi o Cardeal Cerejeira, mas o D. Francisco Maria da Silva, Arcebispo de Braga que foi obrigado a baixar as calças.
    Mas eles já tiveram a paga disso... a partir dos cem mil em Braga dos incêndios de sedes, e depois o 25 de Novembro...
    Mais sofreu o Cardeal António Ribeiro com o célebre caso Renascença e outros...
    O Cardeal Cerejeira foi, apesar de amigo de Coimbra, um dos mais sérios opositores de Salazar, e a quem a História fará justiça um dia como quando ameaçou o ditador de ir de armas para a rua se ele concretizasse a vontade de aniquilar o escutismo católico absorvendo-o na Mocidade Portuguesa. Ou pensam que foi só e sobretudo o D. António Ferreira Gomes ( do Porto, claro!...) que se opôs ao Salazar?... Essa é a "história" mais barata.
    E quantas histórias morreram com os seus protagonistas, mesmo aqui bem perto de nós: braga... Valença... eh eh eh...

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  7. Tens razão, Barbosa. Já confundo o Cerejeira com o D. Francisco, o arcebispo que nos crismou...

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