Páginas

terça-feira, julho 14, 2009

Pequenos, pobres e incultos


O jornal i de hoje, publica uma pequena reportagem sobre a altura dos portugueses. Conclusão: somos baixos comparativamente á média europeia dos mais ricos. Corolário: a pobreza tira-nos em altura o que nos dá em frustração. A prova é a foto de Henri-Cartier Bresson, tirada nos anos cinquenta e que atesta a nossa pequenez de altura.
Uma especialista em "motricidade humana", Filomena Vieira, alvitra razões para a nossa baixeza física: "A população viveu durante muito tempo numa ditadura, em pobreza e sem educação. Isso está nos nossos genes".
Portanto, a razão da nossa baixeza, para a motricidade humana, está na pobreza da ditadura e na falta de educação dos pobres que viveram em ditadura.

Curioso, porque vivemos 48 anos em ditadura, de 1926 a 1974. E temos vindo a crescer a uma média de um centímetro por ano, depois desse período obscuro da nossa história pregressa. ´
É de calcular que D. Afonso Henriques, tido como portador de espada valente, fosse pouco mais que anão. A não ser que os genes da Borgonha o ajudassem a respirar altura.

A terceira idade actual, portanto e segundo a tese, nasceu e cresceu em ditadura sem educação e com pobreza endémica. Os filhos cresceram já no dealbar da esperança de enriquecimento e saber, ao ritmo de um centímetro por ano. Faltam-nos dez anos para atingir o cume da riqueza e cultura de topo que é apanágio dos nórdicos.

Estes, como é sabido, sempre foram ricos e cultos. Principalmente, na tal época obscurantista da nossa ditadura apagada, pobre e relapsa no conhecimento que agora desponta em flor.

A maioria dos países nórdicos sempre foi rica e próspera, como é sabido, nomeadamente durante o obscurantismo ditatorial que tivemos durante 48 anos.
Os eslavos, esses, sempre foram riquíssimos, mesmo durante as purgas estalinistas. Por isso são altos.
O Japão, como é sabido, é um pais pobre e sempre foi. Inculto, ainda por cima, uma vez que a média de altura dos seus habitantes quase nem chega aos nossos calcanhares.
Os sul-americanos idem: pobres, incultos, logo, baixos que é para castigo.
No entanto, talvez para contrariar, um português entrevistado pelo i, João Pereira Coutinho, diz que mede 1,88 porque com 18 anos emigrou para o Brasil. Os pais, segundo conta, são de estatura normal. O que o fez crescer para a média dos ricos, foi o "sol do Brasil".


Ora bolas. Lá se vai a teoria: então não foi a riqueza e a educação?

23 comentários:

  1. eeheheh

    O mais engraçado foi o Pereira Coutinho a crescer com o Sol.

    Somos pequenos como raça. Basta ver as fardas do exército do séc. XIX para se perceber que nessa altura eramos quase anões.

    ResponderEliminar
  2. O que gosto de comentar são estas certezas motrizes que atestam a nossa alta educação de nível superior.

    No fundo, acabam por lhe dar inteira razão, mas não sei quanto mede em altura a dita.

    Portanto, temos aqui uma mini-tese de mestrado em antropologia, sociologia e genética.

    É de tomo!

    ResponderEliminar
  3. ahahaha

    Vai ver que depois da defesa da tese ainda crescia uns centímetros.

    ":O))))

    ResponderEliminar
  4. Já vi. Tem uns congressos em Belgrado e Melbourne.

    É pouco. Tem que se esforçar um bocado mais, para ir à Gorenlândia, à Terra do Fogo e a S. Francisco .
    Nem sei porque me lembrei dessa terra...

    ResponderEliminar
  5. O José tem uma paciência assinalável... Mas diga-me uma coisa, a minha "tese" que esse lixómetro impresso é para desaparecer está de pedra e cal, correcto? :) . Ou vai-me dizer que o zé povo da democracia, culto, rico e verdadeiramente alto, o que quer é disto? -- JRF

    ResponderEliminar
  6. Que altura terá a especialista Filomena Vieira? Eu tenho 1,75m, sou minimamente rico, culto e inteligente. E esforço-me todos os dias para chegar ao 1,80m a minha educação de sonho. -- JRF

    ResponderEliminar
  7. O i?

    O i é um bom jornal, afinal.

    Nas alturas certas irá pender para a voz do dono, mas entretanto, faz um bom papel para imprimir notícias, reportagens e entrevistas.

    Gosto e compro.

    ResponderEliminar
  8. Eu sei! Mas eu sou um exagerado... Eu não compro jornais porque não lhes sou fiel, não por falta de qualidade (que por acaso também considero que falta). Se comprar, fica 9/10 por ler. E entretanto sai outro.
    Mesmo o programa do JPP tenho visto na internet, porque não tenho disciplina televisiva para a certa hora ver determinada coisa.
    Enfim, do alto dos meus 175cm, sou uma espécie de consumidor do futuro. E nesse sentido, os jornais são para desaparecer. Hehe. -- JRF

    ResponderEliminar
  9. Se todos fizerem assim, desaparecem mesmo.

    A questão é saber se fazem verdadeiramente falta ou serão já um luxoi desnecessário.

    Haverá outros modos de saber notícias desenvolvidas e reportagens e entrevistas que a tv ou o rádio não susbstituam com proveito?

    Para mim, a essência do bom jornalismo é a escrita com estilo.

    E a opinião que não seja demasiado sectária.

    ResponderEliminar
  10. Os Portugueses pequenotes só no i.
    Falta de cultura,eu tenho 1.70 checa?

    ResponderEliminar
  11. Muito interessante esta relação estabelecida nesta matéria por Filomena Vieira.
    É assim como a relação entre o -- e as calças...
    Finalmente encontro base científica para ela. Vou daqui reconfortada.
    Quanto a João Pereira Coutinho às vezes realmente já me indiciava ter apanhado algum sol na moleirinha...
    Mas, fez-lhe bem.
    E depois, bem sabemos que não é o único homem na terra a defender com unhas e dentes a ideia de que naquele país abençoado e irmão, tudo cresce .

    ResponderEliminar
  12. ahahahah que grande boca, Maria.

    ":O))))

    ResponderEliminar
  13. Um beijinho Zazie. Obrigado.

    ResponderEliminar
  14. Se todos fizerem assim, desaparecem mesmo.
    Eu acho que vão desaparecer. Mesmo quem tem essa consciência no meio ainda não tem exactamente soluções em termos de continuar a facturar (ex: New York Times).
    Não me choca pagar por bom conteúdo na internet. Mas para esse modelo o problema é que no meio do lixo vai continuar a existir muito bom conteúdo grátis e nós podemos consumir uma quantidade limitada de informação.
    Que os jornais vão sofrer, não tenho dúvidas. Mas que não têm soluções e qualidade para se manterem, também não. -- JRF

    ResponderEliminar
  15. A Business Week ?
    Uma das minhas preferidas americanas de papel.

    Tenho montes delas por aí guardadas ao longo dos anos.

    ResponderEliminar
  16. Viva, José!

    Ora bolas! Estava para escrever sobre o assunto.

    Vim aqui. Já não escrevo. Está dito. Para quê repetir?

    Abraço

    Ruben

    ResponderEliminar
  17. Só mais uma nota sobre comparações com o antigo regime. Já reparou como em termos económicos se limita sempre a comparação a 1975 no máximo? No Jornal de Negócios:
    "o PIB nacional vai contrair-se mais 0,6% em 2010, depois de este ano ser castigado com uma contracção de 3,5% (previsão que se mantém), um valor sem paralelo desde 1975."
    Mas a verdade é que teríamos de recuar uns 80 anos ou mais. E nem me acredito nestes valores do senhor Constâncio. Ando mais inclinado para os 5% este ano e talvez 2% em 2010. -- JRF

    ResponderEliminar
  18. Olá José!...

    Ora, imagina, eu com 1,62m devo ser muito burro mesmo... Pobre sou, segundo as estatísticas, mas consigo viver com o pouco que ganho. Também, confesso, não me mato muito a trabalhar... Pouco, mas bem... eh eh eh e isto é inteligência...
    Mas escrevo aqui sobretudo para te dizer que apreciei o teu sentido de humor e que é sinal de inteligência também e, porventura, um dos sinais que também ainda me restam depois de tantos pontapés que a vida me tem dado, como sabes.

    ResponderEliminar
  19. Viva, José!

    Não obstante ter dito o que disse atrás, ou seja, que já não escreveria sobre o assunto, não resisto a um curto apontamento:

    Na maior parte das vezes, os nossos especialiustas dizem coisas derstras por absoluta falta de cultura, conhecimentos e vivências.

    Neste caso, a título de exemplo, ter-lhes-ia bastado uma semanita de férias em Riga, mas também em toda a Letónia - e bem assim na Estónia e na Lituânia, mas mais na Letónia.

    Quando se vissem confrontados com 1,80m de altura média das letãs, de imediato se coibiriam, por vergonhita, de dizer tais palermices.

    Falta de férias fora das praias por aí, é o que é...

    E os alemães?! Reparou no que minguaram durante o consulado do Adolfo?!

    Abraço

    Ruben

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.