Fica aqui, integralmente, um pequeno interlúdio cultural, em glosa ao que tem passado na SIC, à guiza de propaganda gizada por assessores (amadores) e saído da escrita de Francisco Santos, no blog 5 dias:
"José Sócrates como nunca o viu à SIC (mas já o vimos assim, sim senhor, já vimos muito deste vazio noutras ocasiões):
“Gosto muito da ode do Ricardo Reis, principalmente aquela que fala da Noite, aquela parte em que ele fala dos Portugueses falando de si…….[récita e tal]…..Essa vocação universalista portuguesa tão bem descrita por esse poeta nesse trevo de quatro folhas [certamente passou-se] em que parte de nós atiram aos quatro pontos cardeais é muito próprio da alma portuguesa…ode de Ricardo Reis…fim de citação [Está a ouvir Alexandra? Vá ler poesia, que ele certamente tem lido bastante: ode de Ricardo Reis]
(…)
Uma folha de mim lança para o Norte,
Onde estão as cidades de Hoje que eu tanto amei;
Outra folha de mim lança para o Sul,
Onde estão os mares que os Navegadores abriram;
Outra folha minha atira ao Ocidente,
Onde arde ao rubro tudo o que talvez seja o Futuro,
Que eu sem conhecer adoro;
E a outra, as outras, o resto de mim
Atira ao Oriente,
Ao Oriente donde vem tudo, o dia e a fé,
Ao Oriente pomposo e fanático e quente,
Ao Oriente excessivo que eu nunca verei,
Ao Oriente budista, bramânico, sintoísta,
Ao Oriente que tudo o que nós não temos,
Que tudo o que nós não somos, (…)
ÁLVARO DE CAMPOS *
* Oh fatalidade! Logo lhe havia de saír o heterónimo que no Opiário diz: “Eu fingi que estudei engenharia…” "No mesmo programa, o mesmíssimo candidato comentou ainda outra poesia de Fernando Pessoa ( o único que enunciou depois de dizer que adora ler poesia, o que todos deviam fazer todos os dias...) na figura de ortónimo e com o verso "Eu sinto com a imaginação" .
Poderia acrescentar a seguir o sentido do poema: "Eu simplesmente sinto Com a imaginação . Não uso o coração" .
É a racionalidade feita desejo que afasta o sentimento maldito. Nada mau como retrato...cujo perfil completo ficaria melhor assim, com mais um acrescento ortónimo do poeta:
“Há entre mim e o real um véu
à própria concepção impenetrável”
Porém, nesta temática, adivinha-se-lhe o poema preferido: O poeta é um fingidor. Finge completamente...
Fartei-me de rir... Só lhe digo uma coisa, ainda bem que não vejo nada disso. -- JRF
ResponderEliminarJoserui
ResponderEliminarAinda não parei ahahahahahahahahahah!
Também não vejo
Obrigada José
ahahahah
ResponderEliminarUm trevo de quatro folhas
":O))))))
Mas ele disse isto mesmo e ela não se riu? O Ricardo Reis do trevo de 4 folhas
ResponderEliminarahahahahahahahaha
zazie
ResponderEliminarNão pode perder o tacho e, não se esqueça que estava a falar com o 6º mais elegante.
Se calhar, penso eu de que...estão os dois à espera de Gogod.
Vai na volta e pensam que é um cão!
Eu propunha que este "incidente" se passasse a chamar os violinos de Sócrates...
ResponderEliminarCaro José,
ResponderEliminarMais uma tirada daqui: http://abrupto.blogspot.com/2009/09/lendo-vendo-ouvindo-atomos-e-bits-de-13.html
«A certa altura, Sócrates citou uma frase de Abel Salazar, que está no pórtico da Faculdade de Medicina do Porto: «Um médico que só saiba de medicina não é bom médico». Há só uns detalhezinhos a apontar:
1) a frase não está no pórtico, mas sim no átrio;
2) não está na Faculdade de Medicina, mas sim no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar;
3) a frase correcta é «Um médico que só saiba de medicina nem de medicina sabe».
Mas, vá lá, acertou no nome.
(José Carlos Santos)