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quarta-feira, setembro 16, 2009

Novas de Itália, ali tão perto

"Há qualquer coisa que os italianos não sabem, mas sobretudo não devem saber, por trás da violência do assalto final de Silvio Berlusconi ao valor com que orwellianamente enche sempre a boca, a liberdade.

A liberdade de informação e de crítica do jornalismo, até a simples liberdade de escolha dos espectadores televisivos. Quer dizer, deve haver uma razão desesperada para o premier, já observado como especial pela opinião pública de meio mundo, em vez de regressar ( ele sim) às fileiras do jogo democrático, continuar a disparar de fora, contra a reserva índia dos que ainda escapam ao seu controlo.
(...)
As denúncias e ameaças contra La Repubblica e Unità ( jornal do antigo partido comunista, acabado e transformado em social-democrata) e até a imprensa estrangeira, o ataque mediático a este ou àquele jornalista, os avisos mafiosos a este ou àquele animador para que se recolha a uma autocensura ou diga adeus ao seu programa, são esses os seus métodos.
Nem se pode dizer que seja uma tramóia oculta. Os objectivos são queridos, declarados, em qualquer caso reivindicados. Berlusconi está a usar todo o seu poder de premier, primeiro editor e homem mais rico de Itália, para estrangular economicamente a imprensa de oposição, depurar os poucos programas de informação dignos de um serviço público (...) enfim destituir o único director de rede televisiva, Paolo Ruffini de Rai Tre, que não obedece às ordens."

Pois, este artigo assinado por Curzio Maltese, foi publicado no La Repubblica de ontem e pode dizer-nos algo sobre o nosso próprio país.
É pena que os jornalistas de cá, não consigam perceber o que os italianos já percebem. E são os de centro-esquerda...

E continua assim o articulista:

"Não sabemos se tudo isto pode definir-se como ´agonia de uma democracia` como escreveu o Le Monde. Mas é certo que se assemelha muitissimo. (...) Ao jornalismo livre compete a obrigação de aclarar o mistério por trás da ofensiva final de Berlusconi contra a liberdade de informação . "

Em Portugal, quantos jornalistas livres existem? Quantos há por aí que se possam ler ou ver o que fazem em prol da liberdade de informação?

As De Sousa? Os Carvalhos? Libera nos, Domine.

4 comentários:

  1. Em Portugal como em Itália por detrás dos dois clones estão as mesmas forças:as grandes organizações criminosas internacionais para quem a Liberdade de Expressão e Informação é um crime sem perdão.

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  2. Há uma escapatória cada vez mais forte: a Internet. Hoje, falamos cada vez mais uns com os outros sem passar pelos bypasses controlados pelo dinheiro. Não é por acaso que as televisões e jornais estão em crise.

    Qualquer dia, a Internet permitirá fazer um bypass aos aparelhos partidários.

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  3. Um bom indício de alguma mudança será (seria?...) a publicação deste livro:
    http://www.rcpedicoes.com/ver_Jose-Socrates---O-homem-e-o-lider-(Biografia-nao-autorizada).htm
    Via:
    http://tomarpartido.blogs.sapo.pt/1577064.html

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  4. Pelos menos até às eleições, voltarei a brindar o nosso adorado líder...

    http://socratinice.blogspot.com/

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