O ministro da Economia afirmou hoje, quarta-feira, que usou a expressão "espionagem política" para caracterizar as escutas às conversas do primeiro-ministro com o ex-dirigente socialista Armando Vara, porque se tratou de uma "lamentável violação do segredo de justiça".
Vieira da Silva falava na Assembleia da República, na Comissão de Assuntos Constitucionais, para a qual foi chamado e depor na sequência de um requerimento do PSD, que foi aprovado por todos os partidos da oposição com a abstenção do PS.
Vieira da Silva falava na Assembleia da República, na Comissão de Assuntos Constitucionais, para a qual foi chamado e depor na sequência de um requerimento do PSD, que foi aprovado por todos os partidos da oposição com a abstenção do PS.
Este ministro extraordinário que ajudou a ganhar umas eleições com uma "vitória extraordinária" (?!), disse isto, repetiu e voltou a reafirmar, agora no Parlamento: houve espionagem política no processo Face Oculta. Porquê? Explicou agora: foi por causa da lamentável violação do segredo de justiça.
Se for assim, então a espionagem, deve ser do género inspector Clouseau, personagem cómica de filmes antigos.
Passando ao lado sério da questão assim tratada displicentemente por um ministro, verifica-se que o que se lhe revela ignominioso, é a violação do segredo de justiça que incomoda por dar a conhecer o que os visados não gostam que se saiba e que não prejudicando a investigação, apenas desgastam a imagem de políticos no activo. São essas as únicas violações de segredo com importância par(a)lamentar.
Já não terá qualquer relevância par(a)lamentar, a noticiada violação grave desse segredo, imputável a incertos e ocorrida entre 24 e 25 de Junho de 2009, que levou os suspeitos a trocarem subitamente de telemóvel.
Essa verdadeira violação não tem relevância par(a)lamentar e por isso fica arquivada quanto à indignação dos responsáveis políticos.
Mas em matéria par(a)lamentar não ficam por aqui: já descobriram que afinal a dirigente do partido da oposição fez espionagem política, tomando conhecimento do teor de escutas que eles mesmos não sabem se existem.
Par(a)lamentar? Não. Apenas para lastimar.
A verdade é esta: a pressão criminosa sobre a justiça em violação de todas as regras fundamentais do estado de direito foi dada na forma de entrevista organizada (não foi de ocasião nas galerias de uma praça qualquer), foi transmitida, foi grave, acusou toda a justiça e a pessoa que o praticou ainda é Ministro da Economia no exercício de funções num país da União Europeia.
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarVeja a notícia da Sábado e depois compare como a notícia sobre a notícia sai na SIC, já sem a personagem principal citada na carta. Faz lembrar aquelas pessoas que têm medo de falar do diabo. Está tudo com medo de falir.
Se ...
ResponderEliminarSe um ministro se pode dar ao luxo de classificar impunemente algo como "espionagem política", para mais fundamentado nas razões (?) apontadas, então qualquer pessoa poderá com legitimidade classificar com esse ou outro cognome do género a actividade desse ministro ou desse governo, sem ser acusada de "ofensa ao bom nome" e outras afins.
Que tal "espionagem política (com dolo)", "roubo (através da fiscalidade)", "chantagem (a propósito do subsídio de Natal para aprovação do orçamento redistributivo)", "abuso de poder (por não se cumprir as decisões dos tribunais, como o caso das auto-estradas)", "manipulação da opinião pública (pelo controle dos media)", "tráfico de influências (pelos gestores que nomeia)", "divulgação pública de actos sobre segredo de justiça"; "ditadura (pela pressão sobre a justiça)"; "ocultação do crime (pelas mentiras sobre o real estado da economia)", e outros mimos do género ?
Daria para uma acusação digna de ... cem anos de prisão, uh ? E suspensão imediata de funções, claro.
Cordialmente
É possível que certas aves raras governativas e afins acreditem que há magistrados mancomunados com o PSD a passarem informação para fins políticos.
ResponderEliminarPorque eles próprios seriam capazes de actuar dessa forma sinistra.
Um trambiqueiro acredita sempre que todos os outros são capazes de fazer as trambiqueirices que ele faz.