O Público de hoje, repesca novamente o assunto dos projectos de casas, assinados por José S. ainda na década de oitenta do século que passou.
O caso teve repercussão em 2007, depois do escândalo verdadeiramente importante da licenciatura "marada" denunciado em primeira mão pelo blogger António Caldeira, Do Portugal Profundo e que a propósito escreveu um "livro maldito". Maldito porque sendo daqueles extremamente bem documentados, bem escritos e com categoria editorial indesmentível , nenhum editor lhe pegou. O autor teve de ir à Rede, encontrar um editor virtual e publicou-o mesmo assim. Quem o leu, sabe que é um livro bem feito, bem documentado, que deixa a léguas muita reportagem de investigação que se vai publicando com a cadência de um caracol em dias de descanso.
Tudo isso porque o assunto era sensível e os editores sabiam muito bem que o actual primeiro-ministro, se lhes pudesse ser bom, não se rogaria a tal. E as pessoas têm medo disso que se pelam. Um medo atávico derivado de um respeitinho difuso mas também de um sentimento concreto de hostilidade que estraga negócios e adia oportunidades. O que aliás se confirmou depois, com o que se conhece do Face Oculta.
No Público de hoje, assina a reportagem José António Cerejo que já foi referido por aquele mesmo personagem da nossa vida pública como o "jornalista bem conhecido", com um carácter de insinuação negativa insofismável.
José António Cerejo por ser dos poucos que se atreve a publicar algo que mostra o que temos como governante é isolado, vilipendiado e desmontado numa coragem que não é emulada por quase ninguém no jornalismo português actual.
Em Itália, ainda há vários jornalistas que se atrevem a mostrar o lado real do presidente de Conselho que por lá têm; aqui, é um deserto de jornalismo crítico e denunciador de desmandos deste primeiro-ministro. Quem se atreve a criticar de modo efectivo e proficiente, é processado, denegrido profissionalmente e substituído em redacções ou no trabalho habitual. Manuela Moura Guedes, Mário Crespo, João Miguel Tavares e outros são apenas o exemplo do tipo de reacção desfasada que mostra a ameaça que muitos outros não podem suportar porque precisam de trabalhar para viver.
Apesar de a reportagem do Público, em três páginas mais a capa, é no editorial que se explica e resume o assunto. Assim:
" Em finais de 2007, contactado pelo Público, o já então primeiro-ministro José Sócrates foi eleito deputado em Julho de 1987, passando em Outubro de 1988 ao regime de exclusividade no Parlamento, com o respectivo subsídio, regime esse que o impedia legalmente de desempenhar, segundo parecer posterior da PGR, "qualquer actividade profissional, pública ou privada, incluindo o exercício de profissão liberal."
Nessa altura, José Sócrates foi confrontado com a existência de quatro projectos em concreto. Mas o Público tinha já informações da existência de vários outros, o que, não sendo da altura fácil de comprovar, não era impossível a médio prazo. A Câmara da Guarda, que numa primeira fase negou o acesso aos processos, acabou por, intimada judicialmente, facultar a sua consulta. E foi nessa busca, demorada, que se verificou a existência de, pelo menos, mais 17 projectos assinados por José Sócrates já durante o seu regime de exclusividade como deputado eleito pelo PS, tendo o arquivo registado os seguintes: 4 de 1985, 8 de 1986, 3 de 1987, 9 de 1988 e 5 de 1990. Os últimos 21 foram assinados já durante o regime de exclusividade."
Estes factos, novos apenas na extensão comprovada, já não admiram ninguém e sendo indesmentíveis por serem exactamente isso, factos, foram comentados pelo actual primeiro-ministro, através do seu gabinete, do modo mais desarmante possível. Não os desmentindo porque tarefa impossível, desvaloriza-os na componente de censura ético-jurídica. Com toda a naturalidade de uma verdade a que nos habituou, José S. simplesmente esclarece que todos esses projectos foram para "amigos" e portanto, graciosamente e a seco. E está o assunto arrumado.
E quem quiser que acredite. E quem entender não acreditar que se dane porque o dano político é canja para mentirosos, como o provam as eleições intercalares entre aquele escândalo primitivo e as réplicas que se seguiram e que naturalmente não abalaram a auto-estima de um governante que nos envergonha lá fora ( parece que o Libération a que se refere o link não apareceu por cá...), cá dentro e em todo o lado por onde vai. Até ao Bijan de Los Angeles, cujo gasto e nomeação na montra estão por esclarecer e não ocorreram há mais de vinte anos, mas quando o mesmo já era primeiro-ministro.
Vasco Pulido Valente escreveu neste fim de semana que estes escândalos já cansam o público que se cansou de os entender porque "esta extraordinária abundância de escândalos diminui evidentemente o valor de cada escândalo" e que " o que se tornou habitual não pode por definição ser escandaloso". Temos por isso, actualmente, um escabeche de escândalos que não param de aparecer e com o tempo, pela certa, ainda mais surgirão.
Por isso mesmo, Abílio Curto, o antigo presidente da Câmara da Guarda, local onde se guardam estas preciosidades do gosto arquitectónico desse então desenhador de projectos, a acumular com cargo público de deputado, já comentou em defesa do visado: é mais uma tentativa de denegrir e decapitar o excelso governante dos escândalos.
E Abílio Curto sabe bem do que fala. Foi um dos poucos autarcas condenados efectivamente em prisão, por corrupção. E nunca assumiu a culpa, lançando-a in extremis para o partido. Qual? O PS, evidentemente.
Aquele que tem ganho eleições nos últimos anos...
O caso teve repercussão em 2007, depois do escândalo verdadeiramente importante da licenciatura "marada" denunciado em primeira mão pelo blogger António Caldeira, Do Portugal Profundo e que a propósito escreveu um "livro maldito". Maldito porque sendo daqueles extremamente bem documentados, bem escritos e com categoria editorial indesmentível , nenhum editor lhe pegou. O autor teve de ir à Rede, encontrar um editor virtual e publicou-o mesmo assim. Quem o leu, sabe que é um livro bem feito, bem documentado, que deixa a léguas muita reportagem de investigação que se vai publicando com a cadência de um caracol em dias de descanso.
Tudo isso porque o assunto era sensível e os editores sabiam muito bem que o actual primeiro-ministro, se lhes pudesse ser bom, não se rogaria a tal. E as pessoas têm medo disso que se pelam. Um medo atávico derivado de um respeitinho difuso mas também de um sentimento concreto de hostilidade que estraga negócios e adia oportunidades. O que aliás se confirmou depois, com o que se conhece do Face Oculta.
No Público de hoje, assina a reportagem José António Cerejo que já foi referido por aquele mesmo personagem da nossa vida pública como o "jornalista bem conhecido", com um carácter de insinuação negativa insofismável.
José António Cerejo por ser dos poucos que se atreve a publicar algo que mostra o que temos como governante é isolado, vilipendiado e desmontado numa coragem que não é emulada por quase ninguém no jornalismo português actual.
Em Itália, ainda há vários jornalistas que se atrevem a mostrar o lado real do presidente de Conselho que por lá têm; aqui, é um deserto de jornalismo crítico e denunciador de desmandos deste primeiro-ministro. Quem se atreve a criticar de modo efectivo e proficiente, é processado, denegrido profissionalmente e substituído em redacções ou no trabalho habitual. Manuela Moura Guedes, Mário Crespo, João Miguel Tavares e outros são apenas o exemplo do tipo de reacção desfasada que mostra a ameaça que muitos outros não podem suportar porque precisam de trabalhar para viver.
Apesar de a reportagem do Público, em três páginas mais a capa, é no editorial que se explica e resume o assunto. Assim:
" Em finais de 2007, contactado pelo Público, o já então primeiro-ministro José Sócrates foi eleito deputado em Julho de 1987, passando em Outubro de 1988 ao regime de exclusividade no Parlamento, com o respectivo subsídio, regime esse que o impedia legalmente de desempenhar, segundo parecer posterior da PGR, "qualquer actividade profissional, pública ou privada, incluindo o exercício de profissão liberal."
Nessa altura, José Sócrates foi confrontado com a existência de quatro projectos em concreto. Mas o Público tinha já informações da existência de vários outros, o que, não sendo da altura fácil de comprovar, não era impossível a médio prazo. A Câmara da Guarda, que numa primeira fase negou o acesso aos processos, acabou por, intimada judicialmente, facultar a sua consulta. E foi nessa busca, demorada, que se verificou a existência de, pelo menos, mais 17 projectos assinados por José Sócrates já durante o seu regime de exclusividade como deputado eleito pelo PS, tendo o arquivo registado os seguintes: 4 de 1985, 8 de 1986, 3 de 1987, 9 de 1988 e 5 de 1990. Os últimos 21 foram assinados já durante o regime de exclusividade."
Estes factos, novos apenas na extensão comprovada, já não admiram ninguém e sendo indesmentíveis por serem exactamente isso, factos, foram comentados pelo actual primeiro-ministro, através do seu gabinete, do modo mais desarmante possível. Não os desmentindo porque tarefa impossível, desvaloriza-os na componente de censura ético-jurídica. Com toda a naturalidade de uma verdade a que nos habituou, José S. simplesmente esclarece que todos esses projectos foram para "amigos" e portanto, graciosamente e a seco. E está o assunto arrumado.
E quem quiser que acredite. E quem entender não acreditar que se dane porque o dano político é canja para mentirosos, como o provam as eleições intercalares entre aquele escândalo primitivo e as réplicas que se seguiram e que naturalmente não abalaram a auto-estima de um governante que nos envergonha lá fora ( parece que o Libération a que se refere o link não apareceu por cá...), cá dentro e em todo o lado por onde vai. Até ao Bijan de Los Angeles, cujo gasto e nomeação na montra estão por esclarecer e não ocorreram há mais de vinte anos, mas quando o mesmo já era primeiro-ministro.
Vasco Pulido Valente escreveu neste fim de semana que estes escândalos já cansam o público que se cansou de os entender porque "esta extraordinária abundância de escândalos diminui evidentemente o valor de cada escândalo" e que " o que se tornou habitual não pode por definição ser escandaloso". Temos por isso, actualmente, um escabeche de escândalos que não param de aparecer e com o tempo, pela certa, ainda mais surgirão.
Por isso mesmo, Abílio Curto, o antigo presidente da Câmara da Guarda, local onde se guardam estas preciosidades do gosto arquitectónico desse então desenhador de projectos, a acumular com cargo público de deputado, já comentou em defesa do visado: é mais uma tentativa de denegrir e decapitar o excelso governante dos escândalos.
E Abílio Curto sabe bem do que fala. Foi um dos poucos autarcas condenados efectivamente em prisão, por corrupção. E nunca assumiu a culpa, lançando-a in extremis para o partido. Qual? O PS, evidentemente.
Aquele que tem ganho eleições nos últimos anos...
A personagem em causa emite uma nota à comunicação social em que insinua que o contrário do que diz esse parecer da PGR é possível e legal, e que o fez. É a mesma personagem que dá conferências de imprensa na residência oficial decretando a sua inocência, com papéis da mesma justiça na mão, que respeita e quer que seja respeitada. Enfim, uma personagem certinha com um problema de carácter que não consegue disfarçar. Sem dúvidas, este homem é a desgraça do século para Portugal. Vamos pagar caro a habituação aos esquemas e aos chico-espertismos a que este senhor e o seu partido submeteram Portugal. Muitos outros virão que quererão ser filósofos.
ResponderEliminarUma coisa é certa caro José: não acontece nada. E mais, que já antes disse aqui: conheço muito boa gente, que conseguem continuar a defender o indivíduo contra sei lá o quê... uma campanha, "ataques", contra outros piores que ele, etc, etc.
ResponderEliminarA burguesia contemporânea.
O regime está irreformável e já não vai lá com conversa. O indivíduo não conseguia esta proeza sozinho. Tem milhares prontos a defendê-lo a todo custo, para se defenderem a todo o custo. Ele são eles e eles são ele. -- JRF
Entretanto, na SICN aparece um indivíduo a todos os títulos exemplar nestas andançasa das regularidades, defendendo Sócrates dos ataques constantes que lhe movem. Dificilmente poderia ter sido escolhido um cidadão mais adequado para o fazer: Abílio Curto.
ResponderEliminarNADA MELHOR QUE UM CORRUPTO JÁ CONDENADO PARA DEFENDER UM CORRUPTO QUE VIRÁ A SER CONDENADO.TUDO MUITO CURTO!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar