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terça-feira, maio 25, 2010

O saber de Grilo

Marçal Grilo, antigo ministro da Educação ( Guterres) está na Sic Notícias a ser entrevistado por Mário Crespo, a propósito de um livro que agora escreveu: Se não estudas, estás tramado, é o título.

Acaba de dizer algo importante e fundamental: o essencial é que os alunos aprendam, e que saibam. Não é apenas estudar, mas acima de tudo saber.

Isto está certo e nem é o politicamente correcto.

Então, por que razão tudo corre mal nesse campo de saber e da Educação? Grilo apresta-se a apontar algumas razões: há turmas muito grandes, diz. E diz outra coisa que me parece fundamental e essencial: é necessário que os professores do básico saibam muito. E sejam bem formados tecnicamente.

Pois é mesmo assim, no meu entender. E já vão duas ideias básicas que os pedagogos do ministério da Educação não compreendem.

Uma outra ideia, de Marçal Grilo tem a ver com a escola: esta é boa se tiver uma boa liderança e um corpo docente estável e esteja bem inserida no meio em que funciona.
Outra ainda: a escola de valores. Esta é mais complexa, mas aquelas acima indicadas já chegavam para uma revolução no ensino, em Portugal.


19 comentários:

  1. José,
    Como bem diz o nosso povo :

    "Com papas e bolos se enganam os tolos"


    Voltaram os Magalhães


    O que lhes interessa é aparecerem nas notícias.
    Já alguém analisou se foi vantajoso "dar" os computadores aos miudos ?
    Na minha modesta opinião só foi vantajoso para aqueles em que os pais tiveram tempo para trabalhar com os filhos, agora se aquilo serve para aprender ou mais para distrair ... não sei e tenho muitas dúvidas.
    Nestes assuntos da educação tenho como dogma que é em casa que se começa e é em casa que se acompanha, se ajuda e caso seja necessário se castiga. Hoje em dia tudo é permitido e tenta-se passar essa responsabilidade para a escola e para os professores ... e depois admiram-se com os resultados.

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  2. O "expert" esqueceu-se de dizer o essencial. É de cima que vem o exemplo e os exemplos cimeiros são a "chico espertisse" ao mais alto nível e até são da sua "família", "penso eu de que"...
    Depois desses há os mediáticos, começando no futebol e acabando em "Ídolos" e quejandos, onde o exemplo é precisamente o oposto. "Não estudes, que não é preciso. Porreiro, pá"!
    Para além do mais esse sr. já foi responsável pelo ME e não me recordo que tenha tido preocupações com o essencial, como por exemplo o nº alunos/turma.
    São uma CAMBADA de HIPÓCRITAS!!!
    Peço desculpa pelo desabafo :-)

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  3. E vai mais uma que o ex-ministro não referiu e deveria tê-lo feito: aquela linda trampa da chamada "escola inclusiva", inventada nos anos 90 pelas senhoras da 24 de Julho e apoiada pela equipa ministerial!
    Foi a maneira mais esplendorosa e eficaz de acabar com um ensino de qualidade para alunos de qualidade, obrigando estes, em nome de uma democracia de retrete, a acertar o passo pelos mais atrasados, impreparados e desinteressados.

    Foi a maior machadada no ensino e no aproveitamento das competências e das inteligências deste país. Foi o nivelamento por baixo, que ainda hoje se mantém e evolui na continuidade, como se de uma grande medida se tratasse!...
    Foi esta diarreia mental a génese, a mãe de todas as miseráveis condições em que caíu o ensino em Portugal!
    Mas ninguém que falar nisso... ninguém ousa bulir com esta aberracção, certamente com medo de ser apelidado de reaccionário a esta democracia de palhaços! Muito embora todos saibam, ministros, secretários, administradores regionais, professores e pais... todos se calam!

    Quando nos EEUU, na Inglaterra, na Alemanha e na Rússia sempre houve e continua a haver a "escola selectiva", um programa de pesquisa e selecção dos seus melhores cérebros, sem que alguém os apelide de bandidos anti-democratas, só mesmo aqui neste arremedo de democracia de circo patético se haveria de inventar a denominada "escola inclusiva", destinada a chacinar, desde a escola primária, a maioria dos cérebros deste país.
    E eis o que aí temos: um PAÍS DE MEDÍOCRES e de XICO-ESPERTOS! Cada vez mais!

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  4. BEM PREGA O GRILO FALANTE QUE FOI MINISTRO DA EDUCAÇÃO VÁRIOS ANOS E CO-RESPONSÁVEL PELO DESASTRE QUE CONHECEMOS.HOJE NEM O SEU EX-COLEGA PINÓQUIO O OUVE.

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  5. Mau! Outro dia sem nada contra o Sócrates. Não está bem... Pelo menos temos o palhaço do Crespo.

    GM

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  6. «Grilo apresta-se a apontar algumas razões: há turmas muito grandes, diz»

    Não. O que ele disse foi que há pessoas que se desculpam do mau ensino dizendo que as turmas são muito grandes. Depois, Grilo adiantou que há professores bons com turmas de mais de 20 alunos, e professores maus com turmas de 13 ou até de 12.

    --

    Uma nota: quando eu andava a estudar, as turmas dos primeiros anos do ensino secundário tinham, TODAS, pelo menos 40 alunos. E o ensino era a sério.

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  7. Quando o ensino entra em decadência prolongada ao ponto de os professores das gerações seguintes serem já o fruto dessa decadência, dificilmente tem solução. No limite, quando a decadência é total, o chefe máximo da educação pode até ser um senhor passado à pressão num domingo qualquer por um "amigo" qualquer.

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  8. Carlos Medina Ribeiro:

    Obrigado pela correcção. Ouvi na hora e em cima do que Marçal Grilo disse escrevi. Não me dei conta do erro de interpretação.

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  9. Por acaso também me lembro das turmas no colégio que tinham entre 36 a 40 alunos.
    Da forma que o ensino está, nem com um professor por aluno... -- JRF

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  10. Também me lembro eu era o 36 eheh

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  11. E nada contra o Sócrates? Mau, mau, estão a perder qualidades!

    GM

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  12. O tamanho das turmas depende dos alunos que se tem e do que se pretende.

    Se for o professor a dar a aula, limitando-se os alunos a ouvir, estes podiam ser 50 ou até 100, se coubessem na sala. Antigamente era assim: quem queria aprendia, quem não queria ou não conseguia deixava a escola e ia trabalhar.

    O problema é que hoje a escola não pode mandar ninguém embora antes dos 18 anos, e muitos alunos pura e simplesmente não aprendem nessas condições.

    Se pretendermos que o professor apoie individualmente cada aluno, que todos participem, etc, acho que é fácil perceber que isso implica turmas mais pequenas.

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  13. Off topic:
    Ouvi agora o Sr. Procurador Minto Ponteiro dizer que em Portugal não há muita corrupção. Gostava de saber onde é que ele foi buscar infirmações para tal informação. Será que também faz uma perninha no INE?

    Enquanto ouvia Pinto Monteiro lembrei-me do meu primo C., cego de nascença, afirmar que o golo do Benfica não tinha sido marcado fora de jogo. Quando lhe chamei a atenção que ele não podia ter visto, respondeu-me que quem não vê somos nós.
    E se calhar tinha razão.

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  14. Silveira
    Quando abri o Sol online estatelei-me a rir.
    Mas o melhor está na caixa de comentários eheheheheh

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  15. Agora é que o Sol vai à falência! O crime não compensa!

    AR

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  16. Caro José:

    Quando Marçal Grilo foi ministro eu era um jovem jornalista de O INDEPENDENTE e fazia umas notícias muito modestas sobre educação.

    Não vi, infelizmente, a entrevista ao Mário Crespo, mas não posso estar mais de acordo: é fundamental que os professores do ensino básico (a começar pelos do primeiro ciclo, a antiga "escola primária", saibam, já nem digo muito).

    Por isso, lembrei-me de partilhar aqui a minha memória de notícias que publiquei nessa altura:

    - Marçal Grilo queria a nota mínima 10 de acesso ao ensino superior mas o projecto foi chumbado em Conselho de Ministros, com a participação activa de ministros ligados a universidades privadas;

    - os reitores da universidades públicas anunciaram a nota mínima 10 para o ensino público, mas é falso: no regulamento do CRUP há uma regra (o "percentil") que permite colocar sempre 75% dos candicatos a cada curso, independentemente das notas;

    - relatório nunca divulgado da Inspecção-Geral da Educação revela que entram nos cursos de professores do primeiro ciclo alunos com negativa a Português e a Matemática (7 e coisas assim);

    Como dizia, então, o Guterres, é a vida.

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  17. Olha que "jornalista", afilhado da Bocas!

    GM

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  18. Eduardo Marçal Grilo foi a personalidade que Guterres escolheu para materializar a sua "paixão". Permaneceu na 5 de Outubro durante 4 anos.

    Desse consulado, a minha memória retém algo de semelhante ao do comentador Carlos Enes. Falta acrescentar algo que bem caracterizou os seu mandato: a promoção da falácia de que "mais dinheiro => melhor educação".

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