A jornalista Inês Serra Lopes abespinhou-se com o que escrevi abaixo acerca de um artigo da mesma no i.
Não bota abaixo o postal mas não gostou da linguagem, tendo porém a frontalidade de responder na caixa de comentários.
Agradeço o facto mas não poderei agraciar do mesmo modo o estilo porque eivado do mesmo idiossincratismo daquilo que costuma escrever.
Não bota abaixo o postal mas não gostou da linguagem, tendo porém a frontalidade de responder na caixa de comentários.
Agradeço o facto mas não poderei agraciar do mesmo modo o estilo porque eivado do mesmo idiossincratismo daquilo que costuma escrever.
Por causa disso vou responder.
Começa por dizer, referindo-me a uma profissão -juiz- que não tenho nem poderia ter, aqui, nos blogs. É sempre a mesma coisa, derivada de um atavismo crónico na sociedade portuguesa. Um juiz, se o for, não pode escrever em blogs. Não tem qualquer valor jurisdicional o que aí escreve. As opiniões pessoais, devem ser livres e a sua expressão garantida por causa dessa liberdade, mas não se confundem com despachos, sentenças ou atitudes judiciais ou para-judiciais.
Um juiz num blog é uma aberração. Não existe enquanto tal. E a pessoa que exerce a função de juiz pode exercer outras que nada tenham a ver com isso. Por exemplo, escrever. Em blogs ou noutro sítio qualquer. E há-os às dúzias. Além disso, um juiz ou outro magistrado, é um profissional do foro, não é um sacerdote ou um oficiante em permanente função.
E por isso, neste caso, a responsabilidade pelo que escreve insere-se na responsabilidade geral de quem escreve em blogs. É grande? Pequena? Assim-assim?
É o que é e ainda nem sequer está bem definida porque os blogs não entram no conceito de media, para a nossa ERC. Et pour cause…
Por causa disso tudo , a enésima menção ao famigerado “anónimo e cobarde”, modos velados de insultar porque consabidamente enviesados para tal efeito, é apenas retórica. Não adianta insistir, porque teria de lhe responder que acho mal que um juiz do STJ, enquanto tal, assuma essa identidade num blog e escreva postais sobre assuntos que lhe podem vir a calhar entre mãos, na respectiva função. E há disso na Rede e nos blogs portugueses.
Portanto, passemos ao substancial.
A jornalista ISL admite um erro, um lapso e uma imprecisão naquilo que escreveu, mas nada de grave…porque segundo a mesma, “Em todo o caso, não engana o público, ao contrário do que o Senhor sustenta. Fará grande diferença para o público – não para os operadores judiciários –, ou para o conteúdo da notícia, que a figura da suspensão provisória do processo seja recente (como eu erradamente escrevi) ou que venha de 1988? “
Não engana o público? Então é a mesma coisa escrever o certo e o errado? O que conta é o essencial? O rigor conta para nada, no jornalismo de factos?
E o que era essencial, afinal, na notícia? Dizer que houve uma opção dos magistrados do processo do Furacão ( digamos assim, para facilitar, porque o processo tem número e designação e com certeza não é essa…) , para suspender provisoriamente o processo.
Mas então, para isso, bastava escrever duas linhas…e não confundir o leitor com elementos falsos que efectivamente enganam e são perniciosos ao rigor factual e até essencial da notícia ( não é o juiz de instrução que manda suspender…por exemplo).
Por causa dessas coisas, em jornalismo mais antigo ou deontologicamente mais estruturado havia os “fact-checkers”, aqueles que liam a notícia antes dela sair e asseguravam que não continha erros do tipo dos publicados.
Quem ler o “All the president´s men”, de Bob Woodard e Carl Bernstein, pode verificar, “checkar” isso mesmo. Por cá, não há disso. Parece que não há dinheiro nem costume para tal. Depois, há destas coisas.
Incidentalmente, depois disso, a jornalista afirma que “Tento não cometer erros. E, sempre que os detecto ou que me são apontados, corrijo-os.”
Comprei o i de hoje e o de ontem e nada vi dessa tal correcção. É dispensável, neste caso?
Como ler a menção aos “tiques” de Garzón e Di Pietro, como sendo o que agora esclarece, ou seja, que “não estava a referir-me aos posteriores percursos de ambos. Os tiques eram, assim, o voluntarismo e a determinação. E talvez o único tique que a nação teme: o "excesso de protagonismo", que nunca foi para mim um defeito. Sabe porquê? Porque ao contrário da massa dos críticos anónimos, pura e simplesmente não tenho inveja.”
Os “tiques”, afinal são virtuosos. O “voluntarismo e a determinação” de Di Pietro e Garzón reflectem-se em Carlos Alexandre. Com elogios destes, o mesmo não precisa de mais críticas, porque são exactamente essas que lhe fazem...
Continua depois numa toada personalizada em alguém que não conheço, ao dizer: “Tive hoje uma decepção. Cheguei a acreditar que o senhor seria diferente do bluff que se revelou um seu colega que também, há mais de 15 anos, comparei com Garzon e que se revelou persecutório e mal intencionado, utilizando a justiça para as suas vinganças pessoais. “
Mas então, para isso, bastava escrever duas linhas…e não confundir o leitor com elementos falsos que efectivamente enganam e são perniciosos ao rigor factual e até essencial da notícia ( não é o juiz de instrução que manda suspender…por exemplo).
Por causa dessas coisas, em jornalismo mais antigo ou deontologicamente mais estruturado havia os “fact-checkers”, aqueles que liam a notícia antes dela sair e asseguravam que não continha erros do tipo dos publicados.
Quem ler o “All the president´s men”, de Bob Woodard e Carl Bernstein, pode verificar, “checkar” isso mesmo. Por cá, não há disso. Parece que não há dinheiro nem costume para tal. Depois, há destas coisas.
Incidentalmente, depois disso, a jornalista afirma que “Tento não cometer erros. E, sempre que os detecto ou que me são apontados, corrijo-os.”
Comprei o i de hoje e o de ontem e nada vi dessa tal correcção. É dispensável, neste caso?
Como ler a menção aos “tiques” de Garzón e Di Pietro, como sendo o que agora esclarece, ou seja, que “não estava a referir-me aos posteriores percursos de ambos. Os tiques eram, assim, o voluntarismo e a determinação. E talvez o único tique que a nação teme: o "excesso de protagonismo", que nunca foi para mim um defeito. Sabe porquê? Porque ao contrário da massa dos críticos anónimos, pura e simplesmente não tenho inveja.”
Os “tiques”, afinal são virtuosos. O “voluntarismo e a determinação” de Di Pietro e Garzón reflectem-se em Carlos Alexandre. Com elogios destes, o mesmo não precisa de mais críticas, porque são exactamente essas que lhe fazem...
Continua depois numa toada personalizada em alguém que não conheço, ao dizer: “Tive hoje uma decepção. Cheguei a acreditar que o senhor seria diferente do bluff que se revelou um seu colega que também, há mais de 15 anos, comparei com Garzon e que se revelou persecutório e mal intencionado, utilizando a justiça para as suas vinganças pessoais. “
Apetece-me também perguntar: conhece-me naquilo que faço profissionalmente? Não conhecendo, deveria restingir a apreciação aos escritos que aqui produzo, como blogger. E nada mais, porque nada mais é preciso.
Porém, como não me considera “inimigo” ( ufa!), termina com a dúvida sobre se serei bem intencionado ou apenas louco.
Que hei-de dizer sobre isto?
Que de jornalista e de louco todos temos um pouco.
Por isso mesmo não resisto a comentar o artigo de hoje no i, sobre A. Vara. Contém outra asneira ( calculo que não quer que assim lhe chame, mas que quer que eu faça? Que use eufemismos?).
E vou aproveitar para tecer considerações sobre o jornalismo e o anonimato. Logo mais.
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