Páginas

domingo, agosto 08, 2010

Fernanda Palma, a permanente defensora do vínculo

Fernanda Palma no Correio da Manhã de hoje não perdeu o ensejo de se pronunciar sobre o fenómeno da autonomia do MP. A "Professora Catedrática de Direito Penal" ( de Lisboa) acha que o PGR foi agredido, insultado e vilipendiado pelo sindicato do MP, na resposta a uma entrevista do PGR ao DN. O contrário nem sequer lhe ocorreu, ou seja, dizer que um sindicalista é um político disfarçado que procura interesses pessoais, não confere qualidade de insulto, a Fernanda Palma.
E por isso mesmo, respalda o PGR na sua pretensão aparente: o reforço dos poderes hierárquicos. Fernanda Palma no artiguito de três colunitas com imagem incluida, não explica porquê. Apenas escreve porque sim e elenca as escolhas possíveis que são duas: ou o poder autocrata do PGR ou o colectivo do CSMP. Fernanda Palma escolhe o primeiro sem dizer porquê. Mas defende a honra deste PGR tal como o fizeram os colegas de partido ideológico-governativo. É, em suma, um "beirão honesto". Um exemplo a seguir, com carreira de uma vida inteira de "isenção, dedicação e competência". E por isso não pode ser insultado, embora pelos vistos possa perfeitamente insultar...sem que mereça resposta.

A defesa de Fernanda Palma sabe demasiado a enfeudamente político-partidário, ligado umbilicalmente à ausência de isenção e independência que deveria ser o apanágio de um qualquer professor, a merecer esse título, ainda por cima catedrático.

Fernanda Palma aproveita todos os recantos da sua colunita do CM para defender o vínculo estes apaniguados do poder político que está. Será legítimo? Claro que é. Mas diminui totalmente a credibilidade que um escrito de outra natureza poderia conferir às propostas que apresenta, sempre em defesa dos mesmos e do partido a que se ligou, com sede no Largo do Rato.
O que Fernanda Palma escreve sem fundamentar vale quase nada e os fundamentos que por vezes ( poucas) apresenta, valem um tostão furado no mercado das ideias políticas sérias e respeitáveis. Ou seja, vale o poder de instrumentalizar consciências ingénuas sobre o valor ideológico de propostas gastas em práticas falhadas.

2 comentários:

  1. Esta senhora não é também juiza no Tribunal Constitucional, aquele comité de arbitragem cujo principal passatempo consiste em anular decisões dos tribunais judiciais?

    ResponderEliminar
  2. Foi. E é fácil de ver que isenção e independência tinha na função.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.