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terça-feira, janeiro 25, 2011

Os spinners querem estatuto público

Lê-se e não se acredita: uma jovem ( só pode ser porque não pensa...) da LPM, uma agência de imagem, escreve assim, em nome de todos os spinners que o poder recruta para lhe manter a face oculta da mentira permanente:

"A defesa jurídica é inquestionável, de força suprema e absoluta. Nem necessitamos de pensar em casos desta dimensão. A lei assegura que o Estado atribui gratuitamente um advogado a qualquer cidadão que dele necessite. Esta defesa, a jurídica, cabe a este profissional, que se constitui porta-voz dos seus clientes, dentro e fora do tribunal. Comunica para públicos específicos, no reconhecimento da sua independência no exercício da profissão. Assume-se, pois, como mediador entre a justiça e a sociedade, através de diferentes suportes de comunicação.

E a defesa da imagem fica a cargo de quem? A defesa do bom nome, da reputação e da imagem que nos é concedida pela Constituição da República Portuguesa (1)?

Não me parece que os consultores de comunicação sejam reconhecidos porta-vozes tão fiáveis, credíveis e isentos como os advogados, que “têm a obrigação de agir sempre em defesa dos interesses legítimos do seu cliente, em primazia sobre os seus próprios interesses…”, conforme dita o Código de Deontologia dos Advogados Europeus. "
E tudo isso para quê, afinal? Ora, a equiparação aos defensores oficiosos pagos pelo Estado para as "oficiosas" da praxe, em defesa de suspeitos, acusados e julgados. De crimes, entenda-se.
Os consultores de imagem reivindicam, através de Catarina Vasconcelos da LPM, o seu direito de cidadania como defensores de vínculos, geralmente do poder. É o mundo ao contrário.
Os "spinners", aqueles que pôem a girar a imagem que convém a quem os contrata, numa profissão de fé de um cinismo inabalável, querem equiparação aos defensores de arguidos que por carecerem de meios o Estado assegura e paga, por se entender na comunidade que ninguém deve ser privado de defesa e de uma eventual condenação injusta. Só isso, porque o dever de um defensor oficioso não implica a objurgação dos códios de ética e legais, passando as finalidades de absolvição a valer todos os meios.
Os defensores do vínculo do poder pretendem assim que o Estado lhes assegure os meios para defenderem por todos os meios disponíveis ao encobrimento de malfeitorias, a imagem impoluta de quem dá sobejas provas de podridão moral, ética e política, até.
"Verdade", "justiça" e "reputação" confundem-se com "imagem", fundindo-se numa amálgama de conceitos relativos que nem o melhor Maquiavel conseguiria propor.
Fantástico!
PS: Provavelmente, a reivindicação sente a próxima revoada de mudança política. Mas nunca se esqueçam do dito antigo: Roma não paga a traidores e quem fez tudo por tudo para salvar a imagem político de corruptos e salafrários merece o pagamento apropriado: o cinismo em dobro.

9 comentários:

  1. José,

    Deixe lá a pobre senhora em paz, porque quando ela souber quanto e quando paga o Estado aos defensores oficiosos...

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  2. Fresquinha!...

    Após mais de 48h de sono, o ministro da AI, veio pedir desculpa, numa clara manobra para evitar ser ex.

    Ruuaaaa!

    C.S.

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  3. Eu vejo muita gente preocupada com Portugal, com a justiça e com a corrupção a discutir os assuntos todos e a assinar petições mas, se reparar bem, o caso (que por acaso mete novamente um tio do dito cujo) com ameaças de morte ao denunciante passou há quase 24 horas na TVI e nada. Tudo limpinho. E neste caso o problema nem mete o PM porque o Governo até despachou o processo para quem entendeu competente.

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  4. Será que o soberano tem imagem? E que aplica as suas leis para a reposição do direito e se faça justiça, que imagem terá? Como construir um estado de direito e uma demcracia um povo com uma elite destas.
    Com o caos crescente, começo já a pensar que o «Botas» tinha as suas razões.

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  5. Que grande lata.

    E não é que eu, com a minha habitual dislexia, li os snipers, em vez de spinners.

    Fogo neles!

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  6. O comentador Portlaw está com pena dos defensores oficiosos...

    Não tenha, que eles andam bem abonados...
    Serviço não lhes falta.

    Queira saber que num processo de promoção e protecção - que trata de crianças em risco - os menores têm direito a que lhes seja nomeado um advogado...pago pelo Estado, claro.
    E para quê, se no processo está um representante do Ministério Público, que tem por Lei o dever de defender os interesses dos menores?

    Queira saber também que se nesse processo estiverem em causa dois, três ou 4 irmãos serão nomeados, respectivamente, 2, 3 ou 4 advogados... Um para cada menor. Além do Ministério Público.
    E pagos pelo Estado, claro.

    E o mais curioso é que a esmagadora maioria deles não tem formação em Direito de Família e Menores e particularmente nesta área tão específica das Crianças e Jovens em Perigo.

    E queira saber também que se os pais, casados e a viverem juntos, pedirem nesse processo a nomeação de um advogado à Segurança Social - e podem fazê-lo se tiverem poucos recursos económicos - recebem... DOIS ADVOGADOS!
    Um para cada um!
    E quem paga?
    O Estado, claro.
    Ou seja, nós!

    Portanto, num simples processo de "crianças em risco" com dois menores, temos o Estado a pagar os serviços de 4 "defensores oficiosos"!

    Recebem tarde e a más horas?
    Acredito, mas, assim, serviço não lhes falta.

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  7. Para quem não viu a Reportagem da TVI referida por Flash Gordo aqui vai o Link
    http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/reporter-tvi-abutres-reportagem-rui-araujo-corrupcao/1228322-4071.html

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  8. Hehe... isto é uma anedota? Este 2011 ainda agora vai no adro, mas já promete muito. Vamos descer a profundidades nunca antes huh... descidas. Vai ser uma viagem ao centro na Terra! -- JRF

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  9. joserui

    Plenamente de acordo, alias o Carnaval começou mais cedo este ano!

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