Para que serve um sociólogo, em Portugal? Para quase nada que valha a pena. Talvez sirva para ensinar as mesmas balivérnias que lhe ensinaram enquanto aprendeu na escola e pouco mais. Esse pouco mais é escrever em jornais.
Um dos que ostenta o título de sociólogo para escrever sobre n´importe quoi lhe dê na veneta semanal é um tal Alberto Gonçalves, um anódino que escreve na última página da Sábado e que quase nunca leio porque deixei de comprar a revista. Ontem, para acompanhar uma francesinha, comprei. E li umas considerações avulsas sobre a história do miúdo, Rui Pedro, desaparecido há treze anos em Lousada, em consonância com o teor do editorial da revista, também ele subscrito por um eventual sociólogo, neste caso de pacotilha porque não assina o nome.
A tese sociologicamente apresentada em modo de argumento andante de chaffeur de praça, é a de que a Justiça, essa entidade obscura que vai atenazando a subida consciência sociológica destes cronistas de revista, é uma fraude.
Estes sociólogos formados na praça das opiniões importadas, acham que nesta dúzia de anos a tal Justiça se tornou "cega, surda, muda e paraplégica". Esta é a tese do anódino. A do anónimo ainda vai mais longe: "incompetente".
No alto da sua competência sociológica engendraram a tese abstracta, com os factos que conhecem: os mesmos que o chauffeur de praça, ouvidos no forum da TSF ou lidos na capa do Correio da Manhã. E por isso os argumentos não divergem dos que se poderão ouvir aos taxistas do antigo campo das cebolas.
Em falência notória fica-lhes a realidade que não conhecem mas alardeiam ao leitor ingénuo e complacente e principalmente o bestunto, muito aparentado ao do profissional que passa o dia ao volante e assenta praça a observar os modelos de sociedade que vê à sua volta, sem descortinar subtilezas.
Para o sociólogo português, a investigação deve ser um espécie de galinhola que vive no lodaçal, tal como os maçaricos, à procura de minhoquices.
Por isso a produção teórica sobre fenómenos sociais relevantes é próxima do lodo: obscura e para besuntar doutoramentos.
Como é sabido, em sociologia a construção dos "modelos" ainda não chegou aos calcanhares da economia que abarrota de teóricos do investimento científico que nos conduziu directamente a uma crise financeira sem precedentes e à falência de bancos.
Os sociólogos ao menos, com excepção daqueles que assumem o calibre de um Boaventura Sousa Santos, ainda não atingiram tais cumes de surrealismo e por isso dedicam-se à escrita avulsa sobre temas que não conhecem de todo, mas assumem cátedra de sabedoria de praça.
Temos por isso um Pacheco Pereira, sociólogo nas horas vagas em que ensina e este, agora, na Sábado.
Sobre Justiça, meios de investigação criminal, métodos, estatísticas criminais, eficiência investigatória, direito penal ou processual sabem o mesmo que o que conduz pessoas na praça: inépcias argumentativas. Balivérnias.
Apertece citar um estudioso das ciências, Thomas Khun, que dizia "O que uma pessoa vê depende daquilo que para que olha, mas também daquilo que a sua anterior experiência conceptual e visual lhe ensinou a ver."
Um dos que ostenta o título de sociólogo para escrever sobre n´importe quoi lhe dê na veneta semanal é um tal Alberto Gonçalves, um anódino que escreve na última página da Sábado e que quase nunca leio porque deixei de comprar a revista. Ontem, para acompanhar uma francesinha, comprei. E li umas considerações avulsas sobre a história do miúdo, Rui Pedro, desaparecido há treze anos em Lousada, em consonância com o teor do editorial da revista, também ele subscrito por um eventual sociólogo, neste caso de pacotilha porque não assina o nome.
A tese sociologicamente apresentada em modo de argumento andante de chaffeur de praça, é a de que a Justiça, essa entidade obscura que vai atenazando a subida consciência sociológica destes cronistas de revista, é uma fraude.
Estes sociólogos formados na praça das opiniões importadas, acham que nesta dúzia de anos a tal Justiça se tornou "cega, surda, muda e paraplégica". Esta é a tese do anódino. A do anónimo ainda vai mais longe: "incompetente".
No alto da sua competência sociológica engendraram a tese abstracta, com os factos que conhecem: os mesmos que o chauffeur de praça, ouvidos no forum da TSF ou lidos na capa do Correio da Manhã. E por isso os argumentos não divergem dos que se poderão ouvir aos taxistas do antigo campo das cebolas.
Em falência notória fica-lhes a realidade que não conhecem mas alardeiam ao leitor ingénuo e complacente e principalmente o bestunto, muito aparentado ao do profissional que passa o dia ao volante e assenta praça a observar os modelos de sociedade que vê à sua volta, sem descortinar subtilezas.
Para o sociólogo português, a investigação deve ser um espécie de galinhola que vive no lodaçal, tal como os maçaricos, à procura de minhoquices.
Por isso a produção teórica sobre fenómenos sociais relevantes é próxima do lodo: obscura e para besuntar doutoramentos.
Como é sabido, em sociologia a construção dos "modelos" ainda não chegou aos calcanhares da economia que abarrota de teóricos do investimento científico que nos conduziu directamente a uma crise financeira sem precedentes e à falência de bancos.
Os sociólogos ao menos, com excepção daqueles que assumem o calibre de um Boaventura Sousa Santos, ainda não atingiram tais cumes de surrealismo e por isso dedicam-se à escrita avulsa sobre temas que não conhecem de todo, mas assumem cátedra de sabedoria de praça.
Temos por isso um Pacheco Pereira, sociólogo nas horas vagas em que ensina e este, agora, na Sábado.
Sobre Justiça, meios de investigação criminal, métodos, estatísticas criminais, eficiência investigatória, direito penal ou processual sabem o mesmo que o que conduz pessoas na praça: inépcias argumentativas. Balivérnias.
Apertece citar um estudioso das ciências, Thomas Khun, que dizia "O que uma pessoa vê depende daquilo que para que olha, mas também daquilo que a sua anterior experiência conceptual e visual lhe ensinou a ver."
ESTES SOCIÓLOGOS DAS RETRETES DO ISCTE E DO PAPEL HIGIÉNICO BOA VENTURA SÓ SERVEM PARA ESTRAGAR O PRAZER DE COMER UMA BOA FRANCESINHA.
ResponderEliminarEste Gonçalves é um filo-marrano completamente idiota.
ResponderEliminarAquilo que escreveu acerca da Wikileaks foi a maior chungaria que se pode imaginar.
O José acha que é indispensável passar previamente pelo CEJ para se poderem formular críticas sobre o sistema judicial português?
ResponderEliminarAceito que os noronhas do nascimento e os pintos monteiros podem conhecer melhor os códigos que os taxistas mas, no que à ética diz respeito , serão melhores do que o que há de pior dentro dos táxis?
Não, Domingos, não acho nada disso.
ResponderEliminarNo entanto, quem quiser falar ou escrever sobre estes assuntos deve pelo menos perceber do que está a falar.
Perceber quer dizer isso mesmo: saber como se fazem as coisas por dentro e como se podem ou devem fazer.
Estes sociólogos não sabem, não querem saber e julgam que sendo taxistas se safam.
Por mim, não safam.
A sociologia tem nomes interessantes, mas declinam-se em alemão ou inglês.
ResponderEliminarLuhmann é um deles, recente, citado por Costa Andrade.
A Sábado, o Correio da Manhã ou até o Porta da Loja são espaços onde a maioria dos leitores nunca ouviu falar de Luhmann.
ResponderEliminarO teor das análises e dos comentários não responde prioritariamente às regras do conhecimento científico.
O José formula análises e produz comentários extraordinariamente bem fundamentados.
O José tem conhecimentos profundos sobre os assuntos que aborda mas, como deve calcular, muitos dos seus leitores podem ou não concordar com o que escreve, isto apesar de não possuírem o seu nível de conhecimento sobre o sistema jurídico e judicial português.
Por isso aqui se vem ler a opinião de um especialista.
Agora permita-me que afirme que não é preciso ser especialista em leis e muito menos conhecer a obra de Luhmann para se poder criticar o sistema português e em particular o desenvolvimento deste estranho caso do Rui Pedro.
Domingos:
ResponderEliminarPois lá isso pode. Mas o problema é que as críticas que podem ser feitas terão sempre maior consistência se o forem com conhecimento de causa.
Dizer ou escrever que não sabem como é que 13 anos depois dos factos ainda não descobriram como aconteceram os factos é em si mesmo um facto. Mas desconstruir o modo de investigação e criticar em concreto o que se passou só é possível com conhecimento de causa.
Quem não tiver conhecimento de causa critica apenas pela aparência e o mais provável é criticar mal.
É só isso que digo.
A meu ver, um sociólogo tem instrumentos teóricos de análise social que outros não terão.
ResponderEliminarMas neste caso de pouco lhe servem porque precisam antes de tudo, de saber como funciona o sistema, ou seja a realidade. Só com o conhecimento da realidade poderão aventar hipóteses de estudo ou de reflexão ou de opinião.
Se este palermas da sociologia caseira nada sabem dessa realidade nem querem saber, que credibilidade merece o que dizem ou escrevem?
O mesmo que os taxistas: desabafos que podem acertar incidentalmente mas apenas por muita sorte.
A sociologia é uma treta, mesmo em inglês ou alemão. O estado da justiça neste desgraçado país é terminal. Não preciso de 'perceber' porra nenhuma de oncologia para reconhecer um doente terminal. Então quando nos acontece a infelicidade de receber uma cartinha do tribunal o melhor é emigrar, nem que seja para Vigo. Oiço a conversa do José a uma dúzia de amigos que pertencem a essa seita das becas e togas. E tenho pena. O resultado não é bom, para ninguém.
ResponderEliminarEsta conversa como lhe chama tem um sentido: é preciso entendê-lo. POde perceber nada de oncologia e entender que um doente com problemas desses vai bater a bota. Mas se perceber, poderá ajudar a bater a bota melhor. Ou até a deixar de bater a bota, se for a tempo.
ResponderEliminarO estado da Justiça em Portugal tem muitos factores que são imprescindíveis conhecer para melhorar o estado dessa mesma Jutiça.
Se não conhecerem esses factores serão cegos a guiar outros cegos. E de pouco adianta criticar e dizer que está cega surda muda e paraplégica.
e dito isto tudo, quem o vem aqui ler josé ,gostava de compreender que processo investigação/judicial acusa agora passados 13 anos apesar de não terem surgido factos novos?
ResponderEliminaré q sé dificil fazer e provar acusação após tanto tempo, também será dificil aos acusados fazer valer do direito à melhor defesa possivel!!
tb acompanhei este caso desde o inicio e a m reação quando ouvi a noticia foi apenas:"agora?"
a justiça quando chega tarde pode ser mais perigosa p os inocentes do que para os culpados..é q uns terão estado sempre à defesa e prevenidos.os outros não.
José Pacheco Pereira é filósofo e historiador e não sociólogo.
ResponderEliminarO diálogo entre o José e o Domingos (nick que emparelha muito bem com o meu) fez-me lembrar um problema que eu tenho e venho aqui partilhar:
ResponderEliminarEu sei muito bem escolher os sapatos.
Basta-me olhar para eles, vejo logo se são tortos.
Pois tenho um amigo sapateiro, com quem não posso mesmo falar de sapatos: diz-me logo que eu não tenho conhecimentos para afirmar as minhas apreciações sobre sapatos, que só sei balivérnias, que sou uma fraude, que tenho opiniões de taxista, que tenho bestunto que só produz inépcias argumentativas.
Mas continuamos muito amigos.
Desde que eu não fale de sapatos.
Dias Santos:
ResponderEliminarO sapateiro tem razão. O problema é que na discussão entre um sapateiro e um "utente", aquele não deve passar da chinela...
Faço-me entender?
Claro que entendo. Os sapateiros é que sabem de sapatos.
ResponderEliminarA mim só me cabe sofrer horrores nos calos com os sapatos que me impõem.
E ainda por cima tenho que sofrer calado.
Ai as balivérnias
ResponderEliminarQue palavra mais engraçada.
Francesismo, galicismo puro. Mas o tema é interessante e dá pano para mangas de discussão.
ResponderEliminarAté que ponto pode legitimar-se uma discussão sobre um assunto complexo, entre quem percebe um pouco mais do mesmo e outro(s) que perceberá um pouco menos?
Que pontes de entendimento poderão colocar-se?
Quais as premissas básicas para tal discussão?
Que parâmetros essenciais devem respeitar-se?
"Baliverne" é o termo usado pelos colegas franceses requintados do meu amigo sapateiro.
ResponderEliminarOs simples utilizadores de sapatos costumam usar termos mais chãos:
aberração,
absurdez,
absurdeza,
absurdidade,
absurdo,
afronésia,
alheamento,
alheação,
alienação,
alogia,
alucinação
amência,
asneira,
asneirada,
asnice,
babaquice,
baboseira,
basbaquice,
besteira,
bestice,
blasfémia,
bobagem,
bobeira,
bobice,
boboquice,
burrada,
burrice,
cabeçada,
contrassenso,
deliramento,
deliração,
delusão,
delírio,
dementação,
demência,
desacerto,
desatinação,
desatino,
desconchavo,
despautério,
despropósito,
desrazão,
destempero,
destino,
destrambelho,
desvairamento,
desvairo,
dislate,
disparate,
disparidade,
doidaria,
doidice,
erro,
estultice,
estultícia,
estupidez,
extravagância,
frenesi,
frenesim,
gafe,
ilogismo,
insanidade,
insânia,
inépcia,
irracionalidade,
loucura,
louquice,
maluquice,
mania,
necedade,
nescidade,
palermice,
parvalhice,
parvoeira,
parvoíce,
patacoada,
piloura,
porra-louquice,
psicopatia,
quimera,
sem-razão;
toleima,
tolice,
tontice,
tresvario,
vareio,
veneta.
Ainda há muitos outros, mas todos eles fracos para um experto.
É isso, agora estou inteiramente de acordo com o José, ne sutor ultra crepidam, senão faz de sapateiro... sociólogo, e olhando a laborinhos, palmas e bonaventurados é isso que vejo (convém recordar qeo o BSS antes de ser sociólogo da treta é sapateiro da FDUC).
ResponderEliminarJá agora uma visão matemática:
ResponderEliminarPor que é que um dirigente político das oligarquias reinantes, mesmo fraco condutor, conduz o seu carro e consegue chegar a tempo ao seu destino porque o sistema de transporte individual é eficaz, enquanto um juiz competente não consegue concluir um processo onde é arguido um tal dirigente político porque o sistema de justiça não é eficaz? A explicação é simples:
Um sistema activo só funciona se comandar o subsistema regulador da acção. O comando do sistema regulador jamais será exterior ao sistema activo nem a regulação da acção poderá superar e anular a acção final. Um líder político escolheria um militante do partido rival ou um rival a dirigente do seu partido, para seu motorista. Sujeitava-se a chegar atrasado porque o sistema regulador estaria sujeito a outra vontade. O Sistema de transporte individual tornar-se-ia ineficaz. Nos sistemas de fiscalização concreta concentrada substitua-se o recurso para o Tribunal Constitucional pelo levantamento de incidente pelos Tribunais Judiciais. Haverá julgamentos e sentenças para todos. O Sistema judicial passará a eficaz. Fácil e barato, como em Espanha.
Caro Dias Santos, de facto a língua portuguesa é óptima para escritores e poetas mas péssima para juristas. Deviam voltar a aprender Latim e Alemão para precisar conceitos
Sofisticações (de sofista?) à parte, apenas quero dizer que para "utente" da justiça agrada-me que a mesma seja como a mulher de César, não basta ser, é preciso também parecer.
ResponderEliminarO que passa para a população para a qual a Justiça servirá para regular as relações interpessoais, é que a Justiça é uma fraude, uma mera peça de teatro encenado e representado por pavões palavrosos que confiam e valorizam, de forma absurda, a palavra, ou melhor, o argumento, em detrimento da verdade, da lógica, da eficiência, do prático. E não parece que seja possível isto negar porque o resultado está à vista. E afirmo isto como um pouco mais que um "taxista", como alguém que tem que viver e trabalhar com tão insignes luminárias do espírito humano.
Subtilezas processuais não justificam (e bem) atrasos nos processos, aos olhos do povo no qual me incluo.
O povo já sabe que não pode contar com a "Justiça". E só deve confiar quem vive alheado de tudo (e não são poucos) ou que por prguiça mental neste problema não quer pensar.
Veremos no que irá dar essa valorização das subtilezas processuais ou "doutrinárias" quando a coisa começar a dar par o torto.
Advogados, jurístas e juízes são parte muito importante do problema e já demonstraram que não fazem parte da solução.
É caso para experimentarem fazer a justiça com cozinheiros, canalizadores e jornalistas, talvez o resultado seja melhor.
ResponderEliminarOu então mudar de povo. Costuma ser uma medida que resulta.
Zazie, não querer reconhecer o problema e pelo menos parte do que digo (que será verdade) é arriscar-se mesmo a isso: à justiça dos cozinheiros, canalizadores.
ResponderEliminarÉ gente muito prática e não está com cantigas.
Quer evitar isso?
Também eu!
De jornalistas não digo, porque também os coloco na mesma estante dos jurístas, economistas, sociólogos e demais gente de pena e verbo geralmente mais cuidado, mas menos dada aos rigores da Verdade.
Pelo menos por uns tempos. Mas esses são bons a pisgarem-se.
«não querer reconhecer o problema e pelo menos parte do que digo»
ResponderEliminarQuem é que não quer reconhecer?
Eu nem sei de que fala.
V. sabe?
":O)))))
Zazie, para 'fazer a justiça', mudava de fazedores de leis, para começar... É que oiço a esses peritos que nos tribunias não se faz justiça, apenas se aplica a lei. Portanto, não seria mal pensado começar por 'experimentar' outros legíferos. Há uns anos estive num debate com um deputado e o rapaz, como estivesse a ficar meio zonzo com a pancada que levava, gritou 'eu sou legislador'. Aí percebi que isto estava tudo desgraçado.
ResponderEliminarPois, hajapachorra. É isso que o josé anda a dizer há anos. O mal está nas leis e elas são feitas por políticos.
ResponderEliminarPortanto, a mudança é sempre a mesma que é necessária. E não é isto que os media vendem à populaça.
O mal está nas leis, mas não só. O José não diz tudo e sabe que não diz tudo. Ele sabe, por exemplo, que o se passa nos conselhos superiores é de bradar aos céus.
ResponderEliminarTambém toca nesses. Com subtileza mas sempre tocou.
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