O texto que copiei abaixo, tirado do sítio Mediapart é um compêndio de alguns costumes sociais e políticos do nosso país dos últimos anos. A promiscuidade entre política e negócios e consequente endogamia; a ausência de ética para além da lei; a corrupção endémica nos negócios públicos; o comprometimento profundo da banca e dos banqueiros; o arrivismo político que se enraizou no poder, etc. etc. é mencionado de modo caricatural para nos fazer um retrato que nos devia envergonhar enquanto povo com história antiga como eles têm.
Não somos arrivistas da História como os americanos e merecemos mais respeito por isso. Mas não nos respeitamos enquanto povo e sofremos as consequências do gozo infame e ultrajante com que agora nos brindam.
Devíamos envergonhar-nos destes costumes políticos que tivemos nos últimos trinta e poucos anos, em que admitimos na política uma mão-cheia de arrivistas sem eira nem beira que se aproveitaram da ignorância para se "safarem" e enriquecerem, mesmo de modo pindérico e sem gosto.
Fosse apenas esse pendor de rapina pindérica, ainda vá que não vá. Mas vai muito para além disso. Um povo que tem como líder político de partido de poder, um indivíduo da estirpe de um José S. é um povo sem eira nem beira.
Um povo cuja maioria lhe concede o privilégio de governar, acaparado por uns tantos apparatchiks que apenas buscam lugar de privilégio com esse poder, é um povo moribundo de princípios e valores. Um povo que não se respeita não pode esperar ser respeitado.
Se numa família qualquer, mediana, houver um membro que é aldrabão, mentiroso compulsivo e relapso e ainda por cima mande nos outros elementos, de modo incompetente e que os prejudica, impondo-lhes um modo de vida que os outros podem mudar apenas com uma escolha, porque continuam a escolher o pernicioso que os prejudica?
Qual a razão fundamental para essa escolha singular e irrazoável? Apenas uma já enunciada por um político inglês: é possível enganar muita gente durante algum tempo; pouca durante muito tempo e nenhuma durante o tempo todo.
Ainda estaremos na primeira fase?
Repare-se neste retrato fulminante da revista digital Mediapart:
"Na sua localidade de origem, no extremo norte do país, Armando Vara acedeu à alta finança e à fortuna, através da política. Percurso assaz banal, por sinal, no Portugal contemporâneo onde a endogamia entre o mundo político e o dos negócios é caricatural.
Como Sócrates, Vara faz parte dos jovens lobos socialistas que entram no Parlamento nos anos oitenta, depois de uma breve carreira de apparatichik na província . A parelha vai tornar-se inseparável misturando alegremente carreirismo político e interesses privados. Em 1995, os dois compadres obtêm a primeira carta de alforria no governo de António Guterres.
Se Sócrates então já era objecto de ecos pouco abonatórios à volta da sua actividade de engenheiro ao serviço das municipalidades da Covilhã e depois da Guarda, Vara será acusado de ter utilizado os serviços do Estado para a concepção da sua residência secundária em Montemor-o-Novo, a sul de Lisboa.
É necessário saber que a posse de um "monte" ( quinta) no Alentejo anteriormente "vermelho" ( lugar de ocupação de terras e duma rabortada reforma agrária durante o período revolucionária de 1974-75) e, juntamente com o carrão necessariamente alemão e de cor negra, um elemente essencial do estatudo social do arrivista lusitano."
Se formos a questionar alguns bem-pensantes desta escória política, o que ouviremos dizer? Muito simplesmente que quem assim pensa é por despeito, por um arrivista que subiu na vida a pulso, vindo do lumpen social de uma aldeia transmontana e que o elitismo da grande cidade é igualmente nocivo e atentatório da democracia que proclamam.
Este resquício da "luta de classes" perpassa pelo consciente colectivo dos ocupantes do edifício no Largo do Rato porque é essa a marca de origem.
E é esse resquício que lhes confere a legitimidade de pensarem que podem ganhar eleições mostrando esse espelho ao país.
Com essas eleições ganhas têm feito o que querem. Com os resultados visíveis e sentidos por todos.
Os estrangeiros, esses, gozam connosco porque reconhecem a rasquice em que vivemos por causa desses pindéricos, acaparados por aqueles a quem se habituaram a servir: especuladores da facilidade do consumo corrente e da sangria das balanças de pagamentos; banqueiros sem regras éticas suficientes e rendidos ao lucro selvagem; patos-bravos que formaram empresas à imagem e semelhança dos que "hádem" ver, etc etc.
Esta desgraça maior que nos atinge nem sequer tem diagnóstico consensual, por causa do tal resquício da "luta de classes".
E vamos continuar a caminhar para o abismo do nada e da irrelevância europeia., com estes pindéricos que descobriram o segredo para irem ao pote sempre que querem.
Motivo de gozo de todos e até da populaça europeia mais ignorante e básica, incluindo agora uma putativa extrema-direita finlandesa, país que em tempos deslumbrou o embasbacado Inenarrável que continuamos a alimentar com ilusões de poder.
Diz a história recente que pouco ou nada adianta denunciar a corrupção e os desmandos na gestão da coisa pública, apontando criminalmente e até julgando alguns políticos. Mesmo com condenações pesadíssimas ( Isaltino Morais é o exemplo) as pessoas que elegem continuam a votar no putativo corrupto e desprezam o critério ético que assim o enquadra legalmente.
Outros exemplos pelo país fora se encontram, em profusão. "São corruptos mas fazem," é a justificação aceitável pela maioria que elege.
É exactamente por causa desta pinderiquice mental que este Inenarrável conta ganhar o poder outra vez. Tem apenas uma preocupação fundamental: iludir o que conduz às derrotas. Não a mentira que é no indivíduo um modo de ser estrutural. Não, porque isso conta nada de nada como já se demonstrou pelo caso Vale e Azevedo.
O máximo que se extrai de crítica social a um comportamento desses é um encolher de ombros simbólico relegado para o costumeiro "são todos iguais" .
Não, o que incomoda o detentor de poder político em cima de eleições, é a desgraça de o votante pensar que vai ser prejudicado na bolsa pelo eleito.
Enquanto o político pindérico conseguir iludir essa realidade e mentir sobre essa verdade futura e previsível, tem o lugar assegurado. E já vimos quem é o Mentiroso mais completo nessa farsa.
Estamos mesmo perdidos.
Não somos arrivistas da História como os americanos e merecemos mais respeito por isso. Mas não nos respeitamos enquanto povo e sofremos as consequências do gozo infame e ultrajante com que agora nos brindam.
Devíamos envergonhar-nos destes costumes políticos que tivemos nos últimos trinta e poucos anos, em que admitimos na política uma mão-cheia de arrivistas sem eira nem beira que se aproveitaram da ignorância para se "safarem" e enriquecerem, mesmo de modo pindérico e sem gosto.
Fosse apenas esse pendor de rapina pindérica, ainda vá que não vá. Mas vai muito para além disso. Um povo que tem como líder político de partido de poder, um indivíduo da estirpe de um José S. é um povo sem eira nem beira.
Um povo cuja maioria lhe concede o privilégio de governar, acaparado por uns tantos apparatchiks que apenas buscam lugar de privilégio com esse poder, é um povo moribundo de princípios e valores. Um povo que não se respeita não pode esperar ser respeitado.
Se numa família qualquer, mediana, houver um membro que é aldrabão, mentiroso compulsivo e relapso e ainda por cima mande nos outros elementos, de modo incompetente e que os prejudica, impondo-lhes um modo de vida que os outros podem mudar apenas com uma escolha, porque continuam a escolher o pernicioso que os prejudica?
Qual a razão fundamental para essa escolha singular e irrazoável? Apenas uma já enunciada por um político inglês: é possível enganar muita gente durante algum tempo; pouca durante muito tempo e nenhuma durante o tempo todo.
Ainda estaremos na primeira fase?
Repare-se neste retrato fulminante da revista digital Mediapart:
"Na sua localidade de origem, no extremo norte do país, Armando Vara acedeu à alta finança e à fortuna, através da política. Percurso assaz banal, por sinal, no Portugal contemporâneo onde a endogamia entre o mundo político e o dos negócios é caricatural.
Como Sócrates, Vara faz parte dos jovens lobos socialistas que entram no Parlamento nos anos oitenta, depois de uma breve carreira de apparatichik na província . A parelha vai tornar-se inseparável misturando alegremente carreirismo político e interesses privados. Em 1995, os dois compadres obtêm a primeira carta de alforria no governo de António Guterres.
Se Sócrates então já era objecto de ecos pouco abonatórios à volta da sua actividade de engenheiro ao serviço das municipalidades da Covilhã e depois da Guarda, Vara será acusado de ter utilizado os serviços do Estado para a concepção da sua residência secundária em Montemor-o-Novo, a sul de Lisboa.
É necessário saber que a posse de um "monte" ( quinta) no Alentejo anteriormente "vermelho" ( lugar de ocupação de terras e duma rabortada reforma agrária durante o período revolucionária de 1974-75) e, juntamente com o carrão necessariamente alemão e de cor negra, um elemente essencial do estatudo social do arrivista lusitano."
Se formos a questionar alguns bem-pensantes desta escória política, o que ouviremos dizer? Muito simplesmente que quem assim pensa é por despeito, por um arrivista que subiu na vida a pulso, vindo do lumpen social de uma aldeia transmontana e que o elitismo da grande cidade é igualmente nocivo e atentatório da democracia que proclamam.
Este resquício da "luta de classes" perpassa pelo consciente colectivo dos ocupantes do edifício no Largo do Rato porque é essa a marca de origem.
E é esse resquício que lhes confere a legitimidade de pensarem que podem ganhar eleições mostrando esse espelho ao país.
Com essas eleições ganhas têm feito o que querem. Com os resultados visíveis e sentidos por todos.
Os estrangeiros, esses, gozam connosco porque reconhecem a rasquice em que vivemos por causa desses pindéricos, acaparados por aqueles a quem se habituaram a servir: especuladores da facilidade do consumo corrente e da sangria das balanças de pagamentos; banqueiros sem regras éticas suficientes e rendidos ao lucro selvagem; patos-bravos que formaram empresas à imagem e semelhança dos que "hádem" ver, etc etc.
Esta desgraça maior que nos atinge nem sequer tem diagnóstico consensual, por causa do tal resquício da "luta de classes".
E vamos continuar a caminhar para o abismo do nada e da irrelevância europeia., com estes pindéricos que descobriram o segredo para irem ao pote sempre que querem.
Motivo de gozo de todos e até da populaça europeia mais ignorante e básica, incluindo agora uma putativa extrema-direita finlandesa, país que em tempos deslumbrou o embasbacado Inenarrável que continuamos a alimentar com ilusões de poder.
Diz a história recente que pouco ou nada adianta denunciar a corrupção e os desmandos na gestão da coisa pública, apontando criminalmente e até julgando alguns políticos. Mesmo com condenações pesadíssimas ( Isaltino Morais é o exemplo) as pessoas que elegem continuam a votar no putativo corrupto e desprezam o critério ético que assim o enquadra legalmente.
Outros exemplos pelo país fora se encontram, em profusão. "São corruptos mas fazem," é a justificação aceitável pela maioria que elege.
É exactamente por causa desta pinderiquice mental que este Inenarrável conta ganhar o poder outra vez. Tem apenas uma preocupação fundamental: iludir o que conduz às derrotas. Não a mentira que é no indivíduo um modo de ser estrutural. Não, porque isso conta nada de nada como já se demonstrou pelo caso Vale e Azevedo.
O máximo que se extrai de crítica social a um comportamento desses é um encolher de ombros simbólico relegado para o costumeiro "são todos iguais" .
Não, o que incomoda o detentor de poder político em cima de eleições, é a desgraça de o votante pensar que vai ser prejudicado na bolsa pelo eleito.
Enquanto o político pindérico conseguir iludir essa realidade e mentir sobre essa verdade futura e previsível, tem o lugar assegurado. E já vimos quem é o Mentiroso mais completo nessa farsa.
Estamos mesmo perdidos.
2005 Arquivo Vaticano. disse a uma investigadfora Finlandesa, um franciscano Italiano, a uma freira Mexicana que os politicos eram todos aldrabões. só a freira concordou. acrescentei que a minha pátria é o local onde vivo.
ResponderEliminarCoimbra início dos anos 50 encontrava-se numa parede
«baixa-mar, baixa-mar
no Mar Morto.
bai-chamar, bai-chamar
bai-chamar pai a outro»
Brilhante!!! Clap, clap, clap
ResponderEliminarQuem nos poderá salvar deste coisa que tão mal faz ao País e à saúde de muitos portugueses?
Nem mesmo o FMI, que tinha a obrigação de mudar o paradigma... a esperança esfuma-se http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=17007
Este País, de grande história e de grandes homens, definhou.
ResponderEliminarO poder foi tomado de assalto por meia dúzia de pindéricos que se banqueteiam à custa do erário público.
E, como se concluiu no artigo, "estamos mesmo perdidos".
Por uma ou outra razão, não surge ninguém que consiga dar a volta a isto.
"There's no one we can trust
Our ancients heroes
They are turning to dust"
- Muse, Resistance, United States of Eurasia.
E apesar disto tudo nada de canções de protesto.Em nome da esquerda pode-se fazer tudo até rebentar um país, coloniza-lo com antigos colonizados, com pagamento pelo indigenato do imposto de palhota e em que o "papel passado" de "nacional" vale mais do que no outro tempo...em África!
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