Estas duas imagens são de jornais de 1983 e 1984. Em pano de fundo um desdobrável da propaganda do PS de então, para as eleições de 1983. Anunciava já o que viria sempre a seguir. ou seja, "vamos conseguir!". E nem coloco aqui os cartazes com a figura de Mário S. a sorrir e a dizer sem pudor "comigo, convosco, contra a crise" e ainda "Juntos vamos conseguir". Dali a dois anos foi corrido por indecente e má figura governativa e o sucessor, o sempiterno sempre-em-pé da política nacional, Almeida Santos de seu nome, levou um banho eleitoral histórico. E pedia então a maioria absoluta! No desdobrável em pano, o PS anunciava 100 medidas! Para cem dias. Pouco mais de três meses. Ler algumas delas é uma barrigada de riso,mas esta gente leva-se muito a sério nestas coisas. São elas que lhes garantem a vidinha que têm e levam há dezenas de anos a esta parte com a complacência de quem vota.
Clicar nas imagens para ver melhor. De O jornal de 22.4.1983 ( à direita na imagem), antes das eleições que seriam a 25 desse mês e do mesmo O Jornal de 21.6.1984, já depois de um ano de governo de bloco central em que Sousa Tavares ( pai) era ministro da qualidade de Vida! E anunciava na primeira página que "Há cada vez mais pobres". O FMI já era então notícia nas páginas interiores: " FMI alarga sector público português" por obrigar em carta de intenções, o governo português a incluir no sector público alargado as 53 empresas públicas tuteladas pelo Estado".
Os problemas nessa altura, nem eram bem esses. Eram antes as negociações com vista à entrada na CEE, a emissora pirata TSF( que tivera a sua primeira emissão pirata, uma semana antes, desde os telhados do Lumiar e da Caparica) e principalmente as FP25 e a prisão de Otelo em relação com uma lei de segurança interna que incomodava sobremaneira a esquerda.
Em Abril de 1983 no entanto, o tempo era de mudança, como se pode ler no O Jornal. Ora o que deram essas eleições? Explica o Expresso de 7 de Maio de 1983 ( a meio e em baixo na imagem) que entre 1980 e 1983 houve uma grande abstenção e um deslocamento do eleitorado da direita para a esquerda que beneficiou o PS ( dois milhões de votos em 1983).
E no entanto, no mesmo número aparece a notícia- "Dívida externa: tem a palavra o FMI", num artigo assinado por Jorge Wemans.
E o artigo começa assim: "Nos corredores frequentados por alguns dos mais credenciados economistas do país. quase todos ex-ministros das finanças, a situação é tida como "desastrosa", "grave" ou "difícil" consoante a sua proximidade política ao último governo. João Salgueiro, esse, já não se salva de deixar a governação com o título de "pior gestor das nossas contas com o exterior", ou, segundo Silva Lopes, de "total irresponsabilidade na gestão da dívida externa".
Em finais de 1981, sete grandes empresas públicas eram responsáveis por cerca de 45,8% da dívida externa, enquanto que o Estado apenas se responsabilizava por 22% no total, escreve o Expresso de então.
Estas coisas fazem-nos sorrir de modo amarelo. João Salgueiro é o mesmo que na segunda-feira no Prós & Contras aparecia muito inteligente a zurzir neste governo e de modo credível. Eppure...nos anos a seguir ninguém aprendeu a lição. Nos dez anos gloriosos do cavaquismo foi o que se viu e em 1995 entrou Guterres e o forrobodó do costume nas contas públicas. Em 2005 entrou este Inenarrável e o tempo e as asneiras repetem-se e os eleitores votam sempre nos mesmos. Não aprendem. Nunca aprendem.
Se dermos uma vista de olhos pelos nomes dos políticos envolvidos nestas coisas, são igualmente sempre os mesmos. De há trinta anos a esta parte, são eles quem governam ou legislam. São eles que mandam e estamos como estamos por causa deles. Não por outra razão.
Clicar nas imagens para ver melhor. De O jornal de 22.4.1983 ( à direita na imagem), antes das eleições que seriam a 25 desse mês e do mesmo O Jornal de 21.6.1984, já depois de um ano de governo de bloco central em que Sousa Tavares ( pai) era ministro da qualidade de Vida! E anunciava na primeira página que "Há cada vez mais pobres". O FMI já era então notícia nas páginas interiores: " FMI alarga sector público português" por obrigar em carta de intenções, o governo português a incluir no sector público alargado as 53 empresas públicas tuteladas pelo Estado".
Os problemas nessa altura, nem eram bem esses. Eram antes as negociações com vista à entrada na CEE, a emissora pirata TSF( que tivera a sua primeira emissão pirata, uma semana antes, desde os telhados do Lumiar e da Caparica) e principalmente as FP25 e a prisão de Otelo em relação com uma lei de segurança interna que incomodava sobremaneira a esquerda.
Em Abril de 1983 no entanto, o tempo era de mudança, como se pode ler no O Jornal. Ora o que deram essas eleições? Explica o Expresso de 7 de Maio de 1983 ( a meio e em baixo na imagem) que entre 1980 e 1983 houve uma grande abstenção e um deslocamento do eleitorado da direita para a esquerda que beneficiou o PS ( dois milhões de votos em 1983).
E no entanto, no mesmo número aparece a notícia- "Dívida externa: tem a palavra o FMI", num artigo assinado por Jorge Wemans.
E o artigo começa assim: "Nos corredores frequentados por alguns dos mais credenciados economistas do país. quase todos ex-ministros das finanças, a situação é tida como "desastrosa", "grave" ou "difícil" consoante a sua proximidade política ao último governo. João Salgueiro, esse, já não se salva de deixar a governação com o título de "pior gestor das nossas contas com o exterior", ou, segundo Silva Lopes, de "total irresponsabilidade na gestão da dívida externa".
Em finais de 1981, sete grandes empresas públicas eram responsáveis por cerca de 45,8% da dívida externa, enquanto que o Estado apenas se responsabilizava por 22% no total, escreve o Expresso de então.
Estas coisas fazem-nos sorrir de modo amarelo. João Salgueiro é o mesmo que na segunda-feira no Prós & Contras aparecia muito inteligente a zurzir neste governo e de modo credível. Eppure...nos anos a seguir ninguém aprendeu a lição. Nos dez anos gloriosos do cavaquismo foi o que se viu e em 1995 entrou Guterres e o forrobodó do costume nas contas públicas. Em 2005 entrou este Inenarrável e o tempo e as asneiras repetem-se e os eleitores votam sempre nos mesmos. Não aprendem. Nunca aprendem.
Se dermos uma vista de olhos pelos nomes dos políticos envolvidos nestas coisas, são igualmente sempre os mesmos. De há trinta anos a esta parte, são eles quem governam ou legislam. São eles que mandam e estamos como estamos por causa deles. Não por outra razão.
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