Neste artigo publicado no Wall Street Journal, Timo Soini do partido dos "Verdadeiros Finlandeses" apresenta a sua versão sobre o "resgate". E o que escreve é simples de entender: estamos a ser aldrabados e vamos pagar com língua de palmo o que estes governos nos fizeram.
"The official wisdom is that Greece, Ireland and Portugal have been hit by a liquidity crisis, so they needed a momentary infusion of capital, after which everything would return to normal. But this official version is a lie, one that takes the ordinary people of Europe for idiots. They deserve better from politics and their leaders."
Vale a pena ler o que escreve Timo Soini para percebermos bem a desgraça que este Inenarrável primeiro-ministro atraiu sobre nós.
Onde está o partido dos verdadeiros portugueses? Ah é de direita... isso cá não dá votos. O português prefere a esquerda e gosta muito. Os resultados também são bons, mais vale não mexer. -- JRF
ResponderEliminarEntão, o que é que eu dizia?
ResponderEliminarSe a versão oficial fosse verdadeira onde já estaria a Inglaterra com a sua dívida externa de 427% do PIB...
ResponderEliminarZazie, posso estar enganado, mas os bancos portugueses não sofrem do mesmo mal dos ingleses, irlandeses ou islandeses. Os que sofrem são o BPP e BPN, que na minha modesta opinião deviam ter falido, para isso é que a economia é de mercado. O único "unsound investment" que os grandes bancos portugueses fizeram foi em jogadas do Estado e no caso da CGD, acresce o BPN.
ResponderEliminarA Grécia, não faço ideia, parece que já passou para lá de república das bananas. Mas entre nós, Irlanda, Islândia, GB e outros, o nosso caso ainda é mais triste. Porque não foi o ganancioso do banqueiro a arruinar o país, foi o nosso próprio governo -- votado livremente duas vezes. Com decisões e políticas que estão bem identificadas.
Pelo que percebi, ainda hoje o aldrabão reafirmou o TGV porque "está convencido que é essencial para a economia do país". Com um desindivíduo deste jaez, não há nada a fazer. Legalmente, pelo menos... --- JRF
Se os nossos bancos tivessem liquidez compravam a dívida pública e conseguiam crédito no BCE.
ResponderEliminarMas, para isso era preciso controlar a dívida, baixando a moeda. Como faz quem não tem o euro.
Como não podem e estão sem crédito perante o BCE para o Estado controlar o pagamento dos juros, existe operação à bernanke onde se injecta dinheiro nos bancos, para depois o Estado lhes pedir emprestaqdo de novo e voltar a sair tudo com juro para os cobradores.
Ora isto implica aumentar o valor do que injectado nos bancos para, no mínimo, o dobro. Foi isto que eu expliquei.
Quanto a Inglaterra deves estar a brincar. O soros rebentou com a libra. Eles conseguem engenharias financeiras porque a City é que sustenta aquilo. E os ingleses podem desvalorizar a libra.
Desvalorizaram-na, aliás, quando o crash rebentou. Nós, não.
Vêm os agiotas aproveitar a ocasião.
E mete na cabeça uma coisa- isso que se chama lixo tóxico nos bancos, é o produto de grandes operações financeiras e lançado pelos maiores bancos. E nunca um país conseguiu caçá-los porque até são eles que mandam no Senado Americano e conseguem engrominar e receber o bailout. Quanto mais em nós.
Se a FED enganou o senado e a Goldman Sachs jogou com a Grécia, qual é a tua admiração para que por cá a banca não tenha apanhado com nada?
ResponderEliminarÉ que a treta da historieta dos pretos que casas ao desbarato e depois as seguradoras enganaram-se no valor delas e aconteceu apenas o subprime, é uma historieta muito mal contada.
O governo andou a engrominar as contas a meias com os bancos. Só pode ter sido isso. E o resto é o que sabemos de há 37 anos a esta parte.
ResponderEliminarAs irresponsabilidades internas não invalidam a agiotagem dos cobradores e vice versa.
Há que entender as coisas e ser-se realista.
O caso do BPN é caso de polícia. Devia ter sido tudo investigado, incluindo o Presidente do Banco de Portugal.
ResponderEliminarO resto há-de ser produto até da contracção da economia.
Claro que num país onde há riqueza os bancos têm sempre que lá vá deixar e lá arrebitam, ou são anexados pelos tubarões maiores.
Cá não há riqueza base de economia. Portanto, vivem do encosto a obras públicas, como tudo o resto que pode.
Depois até acho outra coisa- o que eles querem é desvalorizar ainda mais a mão-de-obra para poderem vir cá aproveitar porque não é a Alemanha ou a França que o vai fazer.
Esses têm o Estado Social e a qualidade de vida e ainda a crise e o problema da imigração- E não vão mandar meio mundo para o desemprego nem leiloar o país por causa da tal boa de irmandade que nunca existiu.
Como também já têm problemas que baste e o dólar a atacar, não vai ser a UE nem o BCE a salvarem os tais PIGGS.
Sacam. Da Grécia ainda queriam levar as ilhas, de cá querem o ouro e as empresas. Porque, apesar de tudo, a auto-europa sempre fica mais em caminho aqui que na China.
Isto até é outra coisa que se pode compreender dando uma volta pelo país.
ResponderEliminarQual é a principal "indústria" portuguesa de há para aí 15 ou 20 anos?
Tu ias a qualquer capital europeia e nem tinhas caixas multi-banco a granel como cá.
Agências bancárias era mais que cafés. Eram a magote.
O resto eram e são serviços estatais e empresas pequenas e familiares ou grandes estrangeiras que abandonam e vão para onde há mão-de-obra mais barata.
Acreditas que são as empresas inteligentes e de qualidade mas em dimensão familiar que podem aguentar um pais com a população que nós temos e com as fronteiras abertas a tudo, à concorrência da pechincha chinesa?
O desemprego é o grande problema e esse não vai ter saída assim. Vai mas é aumentar.
ResponderEliminarE, se das empresas estatais se criarem monopólios, eu quero ver a nacionalidade.
ResponderEliminarPorque ainda vai muita gente recordar-se dos velhos tempos desse famigerado "capitalista monopolista de estado" da ditadura e ter saudades.
É que nem os ingleses que por cá introduziram as telecomunicações tiveram privilégios como agora tem quem vem cria monopólios.
Eu acho importante, para além do desassombro e clareza com que o homem fala sobre a verdadeira corrupção que existe aos mais altos níveis, e que passa completamente despercebida ao comum dos mortais, tão envolvidos e formatados nas guerrinhas partidárias tradicionais, o facto de ser um homem da direita (deles) a dizer o que por cá vão dizendo, pela rama, os da esquerda (nossa).
ResponderEliminarObviamente, não é o facto de concordar com o sr. Timo (nós por cá temos um Tino...) que me fará correr a apoiar a dita esquerda; nem só destas constatações se faz o mundo, e as soluções que propõe não são solução. Mas não deixa de ser verdade que a direita, onde estariam porventura soluções mais equilibradas, parece passar completamente ao lado desta mensagem, e apoiar incondicionalmente o sistema corrompido vigente.
Quando leio e ouço pessoas que considero inteligentes e íntegras regozijarem-se pelo acordo com a Troika, não posso deixar de sentir um gosto muito amargo; se é certo que aquele documento é uma coisa nunca vista nestas quase quatro décadas de "democracia", pelo carácter organizado e metódico, pela objectividade e clareza de metas, pelo aparente rigor das verificações, certo é que foi assim feito essencialmente com um objectivo: realizar capital de forma rápida e assegurada, por forma a pagar, com juros, os empréstimos (este mesmo incluído). E isto é um memorando de acordo; estou curiosíssimo para ver se, no documento final, estarão cláusulas onde é dito que, em caso de incumprimento, os credores podem apossar-se de coisas como património, riquezas naturais, etc. (como no caso dos Gregos, daí a conversa sobre as ilhas).
«Quando leio e ouço pessoas que considero inteligentes e íntegras regozijarem-se pelo acordo com a Troika, não posso deixar de sentir um gosto muito amargo; se é certo que aquele documento é uma coisa nunca vista nestas quase quatro décadas de "democracia",»
ResponderEliminarAssino por baixo! E diria que nunca vista em séculos!
Até no blogosfera os tenho provocado. Aos que estão cheios de doutoramentos e pós doutoramentos na América e em Oxford a ver se abrem o bico.
Mas nada. Nem uma se descose. E sabem o que lá está escrito.
Por isso é que eu não acredito em quem anda em campanha.
Pois é isso mesmo. Queriam levar as ilhas gregas e de cá vamos a ver.
ResponderEliminarVou ver se tiro tempo para ler a versão traduzida e fazer mais uns posts só para chatear.
Não há direita. Mas também não existe outra coisa mais importante que não tem nome ideológico- patriotas.
ResponderEliminarPolíticos patriotas que defendam Portugal.
Eu também ainda não li a totalidade. Li na diagonal a versão inglesa, vou ler agora mais calmamente a versão portuguesa.
ResponderEliminar(Modéstia à parte, foi por achar que este documento deve ser lido pelo maior número de pessoas possíveis, a ver se, pelo menos por força dos números, começam a haver mais pessoas a pensar, que colaborei com o pessoal do Aventar, na conversão do documento para formato ePub, a ver se a coisa começa a "rodar" por e-readers e iPhones e iPads e tal:) )
Mas não tenho ilusões: a coisa é de tal modo monstruosa e enorme, que qualquer pessoa que tente sequer começar a explicar, leva logo com rótulo de maluquinho da conspiração.
Eu entendo os vossos argumentos, mas não computa... tenho seguido de perto os jornais económicos de cá e de lá, antes do PEC IV, eram 1.000 milhões a entrar dia sim dia sim; e cada dia mais caros; com valores incomportáveis. O aldrabão enterrava todos os dias o país e ninguém o apeou, para dizer o mínimo. Tudo calado, uns joguitos florais na AR e foi tudo.
ResponderEliminarEste documento para a governação dos próximos 3 anos, não se compara ao que tínhamos. Quer facturar, não percebo porque não, uma vez que nos endividamos de livre vontade (e não Zazie, eu também não me endividei, mas parece que são as regras do regime onde vivemos... aparece um aldrabão, o povo gosta e nós pagamos).
Os bancos portugueses têm crédito do BCE, o problema é ser o único sítio onde o têm. Se não fosse isso já há muito que estavam de barriga para cima. Ainda o mês passado receberam 9MM. O problema é que só a comprar dívida, a economia continua estagnada. -- JRF
Zazie
ResponderEliminarHá um tal luckylucke que no Cachimbo de Magritte se atira para cima de ti...
Caro joserui,
ResponderEliminarMas não lhe faz impressão tantos biliões de biliões a andar por aí de um lado pro outro? Onde é que eles "realmente" existem? Nos balanços dos bancos?
Existe efectivamente "riqueza" correspondente ao dinheiro que nos está a ser "emprestado", e que vai no fim inevitavelmente "gerar" mais dinheiro, por via dos juros? É sabido que os bancos só são "obrigados" a ter efectivamente uma percentagem muito baixa do dinheiro que emprestam, para por as coisas de forma simples.
Agora, é pegar nesta simplicidade e escalar. Empresta-se os biliões que não se tem, excepto algures num registo imaterial, e espera-se um anos para receber em divisa ou em género, com juros.
Isto não lhe faz a mínima impressão?
"Há um tal luckylucke que no Cachimbo de Magritte se atira para cima de ti..."
ResponderEliminarHe lá. Deve ser um lucklucky ou lá que é.
Faz muita impressão. Mas não é de hoje, nem relativamente ao nosso caso. Apercebi-me disso em 2007. Não há dinheiro, é tudo virtual. A grande maior parte da massa monetária é virtual. Eu, ignorante, não fazia ideia por exemplo que as reservas dos bancos fossem tão baixas e em alguns casos zero (ou seja de 1000€ que lá meto, ficam hoje 80€ ou lá que é, o resto anda por aí a voar).
Não existe a riqueza, mas existem bens materiais e "civilização". A utopia liberal diz que isto vai crescer para sempre; vamos consumir mais energia, mais recursos, produzir mais de tudo até ao infinito, tudo igual, globalizado. Ora eu, vejo um planeta a encolher a passos largos e não tenho dúvidas que não vai chegar para todos. Temos uma China a consumir já metade de alguns recursos do total do planeta. Mas, hei, é tudo bom! Todos aqueles chinesinhos saídos dos campos. Nas sweatshops tão felizes! E nós aqui a consumir o que precisamos e o que não precisamos.
Mas a Europa que se prepare, porque a este ritmo de decadência, isto vai ser pior que a queda do império romano. -- JRF
Pois, joserui. Por isso é que acho o nosso presente caso, mas ainda mais o dos gregos, como um "bom" exemplo. Parece aqueles "memes" típicos de foruns como o slashdot:
ResponderEliminar1 - Emprestar dinheiro virtual que não existe
2 - Esperar que os juros sobre o dinheiro inexistente gerem MAIS dinheiro inexistente a favor
3 - Na altura do inevitável incumprimento, fazer de conta que existiu alguma vez riqueza real, e cobrar o equivalente em género e património (tipo ilhas gregas)
4 - ...
5 - Profit!
Vamos ver quando é que a parte final da coisa vai acontecer. Até lá, é basicamente manter o tal Ponzi que o senhor Timo (da Finlândia) menciona. Enquanto der, este estado de coisas vai ser mantido e inflaccionado até não poder mais.
E depois?
O Luck é quadrado, nem vou perder tempo.
ResponderEliminarÉ um comuna às avessas. O anaclatinho dos neotontos.
Mas é de tal modo que até lhes moça.
Eu queria é que os doutorados e tal e coisa respondessem.
Agora esse Luck, nem conta. O tipo diz que Portugal viveu 800 anos de ditadura.
ehehehehhe
E a simples existência de Estado é fascismo. E todo o mundo podia trabalhar apenas 4 horas por semana se se entregasse ao mercado os países e os governos fossem extintos.