Os jornais de hoje ( Público e i) dão notícia de que "futuros magistrados" foram apanhados em copianço e acabaram por ter 10 valores.
No desenvolvimento dessa notícia conta-se que dos 137 formandos que frequentam o CEJ, " há indícios de que a maioria" , segundo o Público, copiou e a direcção do CEJ decidiu atribuir nota dez a todos os futuros magistrados. O jornal i, mais específico, noticia que "todos os alunos que foram apanhados em copianço" passaram como nota dez.
Obviamente que uma notícia destas está errada. Mas não é só isso que releva neste modo de noticiar e relatar factos. Desde logo faltam factos, referências, explicações contextualizadoras. Coisas tão simples como as de saber quando se fizeram os testes, como se integram na actual orgânica do CEJ e na programação do mesmo, que significado têm no conjunto das provas de avaliação, e como é possível ocorrer uma situação destas num teste "de cruzes" ( segundo o Público).
O jornalismo caseiro, por vezes, deixa muito a desejar para quem quiser saber como é que as coisas se passaram. Quem, o quê, como, quando, onde e porquê, continua a ser o guião básico destas coisas. No entanto, parece que o essencial é encontrar o escândalo presumido que essas perguntas sempre encerram. E descobrindo esse graal está feita a notícia com chamada garantida para a primeira página. O moralismo subjacente é apenas o molho na notícia, o seu leit-motiv. Mas escrever, como o faz o i, que "o castigo dos cábulas foi decidido pela direcção do CEJ" é um atout. Um chouchou. Um laivo de "new journalism", de novidade estilística que enternece. O resto dos factos que se lixe.
Pela leitura dos jornais perguntei a mim mesmo se os testes seriam "intermédios", integrados na própria formação ou se integrariam os de selecção inicial. Como este ano não houve curso nem testes, devo concluir que são "intermédios". Mas não fico a saber isso pelos jornais.
Por outro lado fico a saber que o fenómeno acerca dos indícios de copianço ( Público) ou o da verificação efectiva do copianço (i) ocorreu num teste de "Investigação Criminal e Gestão do Inquérito", o que se torna ainda mais curioso...porque foi precisamente na correcção deste teste que os correctores detectaram os tais indícios da prática do delito. Porém, como não souberam comprovar, para além dos indícios, a prática do facto, eventualmente por carência de meios de investigação ou até mesmo de deficiências na gestão do inquérito sumário para averiguação do facto, despacharam o assunto de modo ainda mais sumário: 10 em comportamento a todos os alunos. Exemplar.
Claro que estes factos são pão para a boca do faminto jornalismo nacional. "Copianço generalizado no CEJ", num teste qualquer, por futuros magistrados é coisa imperdoável! O bastonário Marinho já boquejou a propósito da indignidade de tal gente poder vir a ser magistrado. Bacteriologicamente não servem, como está bom de ver por todos os que alguma vez copiaram na escola ou na faculdade. Até para serem jornalistas...
O jornalismo caseiro em assuntos destes nem pensa duas vezes: "copianço" escolar, como é bom de ver, é indício de carácter desajustado à magistratura ou seja do que for, mesmo jornalismo. Quem copia num teste de CEJ nunca poderá julgar, porque o seu carácter fica ali arrasado. Quem copia num teste escolar, nunca poderá ser jornalista porque se pretende um exemplo de rigor, competência informativa e insenção pessoal.
O jornalismo caseiro anda mal, claro que anda. Mas estes pequenos faits-divers ajudam a distrair o pagode. E um escândalo é um escândalo, seja ele onde for. Mesmo na sala de redacção de um jornal, porque estou certíssimo que todos os dias se passam escândalos nas redacções de jornais que não chegam ao conhecimento público. Por exemplo, no modo como se adquire conhecimento de certas notícias...
Mas esses escândalos são pura e simplesmente subtraídos ao conhecimento público o que confere aos seus autores o sentimento de impunidade mais completo e ao mesmo tempo a noção de que julgar os outros ( os jornalistas julgam factos e intenções) , de modo facilitado e moralizador, sem pensar duas vezes no efeito, é fácil, barato e devia dar milhões. Mas não dá, porque os jornais estão quase todos falidos.
PS. Por aqui esclarece-se um pouco mais: Manuel Soares sublinhou também que se tratou um teste de cruzes (teste americano) numa sala em que os auditores trocaram impressões antes de responder, pois sentiram-se à vontade para isso, sem que "ninguém lhes tivesse advertido para não o fazer".
Parece-me que este fait-divers está a assumir proporções parecidas às do video escolar. Através de um simples acontecimento corriqueiro que denota anormalidade nos comportamentos sociais pretensamente vigentes pretende-se erigir o assunto como modelo de exemplo.
O CEJ terá eventualmente alguns aspectos criticáveis. Um deles será o de não dar resposta satisfatória ao recrutamento de magistrados que evite a selecção de indivíduos que não deveriam integrar a profissão.
Mas o problema não parece ter solução fácil. Analisar e avaliar o carácter de alguém é função de um julgador num tribunal e para tanto carece de elementos que só outras entidades lhe fornecem: assistentes sociais, psicólogos etc etc. e neste etc incluem-se as testemunhas.
Mas o CEJ não é um tribunal e até há pouco tempo a escolha do "perfil" do magistrado dispensava estas consultas de especialistas. Aliás, nem sequer eram aconselháveis, segundo alguns ( Laborinho Lúcio por exemplo).
Portanto, o problema surge em pleno ambiente socialista republicano e laico em que a ética se confunde com a lei...
Copiar em testes não é ético. Logo não serve para magistrado quem copia...mas nem se procura saber como foi o tal copianço e parte-se do pressuposto que o foi como normalmente é: cada aluno estar adstrito a elaboração de um teste, individual, sem recurso a meios de estudo ou outros e sem discussão prévia ou em grupo.
Parece que não foi assim que as coisas se passaram, mas para o jornalismo caseiro da Lusa tanto faz: é tudo igual ao litro desde que cheire a escândalo ou que se possam acrescentar aos factos os pózinhos de escândalo sem se tornar escandaloso o método como o fazem.
PS. às 23:45, e segundo o Económico:
Além desta medida, foi ainda proposto a realização uma averiguação interna e a suspensão dos chamados "testes americanos" (de escolha múltipla) naquela escola, adiantou Bravo Serra ao jornal Público."
Os "powers that be" na magistratura agiram rápido e bem, perante as circunstâncias. Agiram politicamente, se assim se pode dizer porque aceitaram os factos não como eles são mas como eles foram contados pelos media. Atalharam e talvez seja assim que se deve fazer, perante o diletantismo do CEJ nesta matéria. A ASJP precipitou-se ao defender a decisão da directora do CEJ.
Não obstante tudo isso, o jornalismo caseiro mais uma vez sai incólume. Não se sabe como foi veiculada esta não-notícia que rapidamente se transformou num mega-escândalo, com intervenção imediata do bastonário da Ordem dos Advogados em modo muito suspeito. Continua sem se saber que tipo de teste era este com as famigeradas cruzinhas copiadas em massa. Continua sem se saber como é feita a selecção de magistrados durante a frequência do curso e se este método de testar conhecimentos é normal e corrente e qual o valor relativo do mesmo.
Continua tudo em aberto no esclarecimento e tudo ficará por esclarecer como é costume no jornalismo caseiro. Amanhã, o Jornal de Notícias já alinhou outro escândalo de primeira página porque o amigo Joaquim anda a perder muito dinheiro com o jornalismo desportivo que aí se praticava. E pelos vistos continua a praticar, agora imitando o Correio da Manhã...
PS. às 23:45, e segundo o Económico:
"Os magistrados que foram apanhados a copiar vão ter de repetir o exame do Centro de Estudos Judiciários (CEJ).
Esta foi a proposta apresentada pelo vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura (CSM), Bravo Serra, aos directores do CEJ durante o encontro desta tarde.Além desta medida, foi ainda proposto a realização uma averiguação interna e a suspensão dos chamados "testes americanos" (de escolha múltipla) naquela escola, adiantou Bravo Serra ao jornal Público."
Os "powers that be" na magistratura agiram rápido e bem, perante as circunstâncias. Agiram politicamente, se assim se pode dizer porque aceitaram os factos não como eles são mas como eles foram contados pelos media. Atalharam e talvez seja assim que se deve fazer, perante o diletantismo do CEJ nesta matéria. A ASJP precipitou-se ao defender a decisão da directora do CEJ.
Não obstante tudo isso, o jornalismo caseiro mais uma vez sai incólume. Não se sabe como foi veiculada esta não-notícia que rapidamente se transformou num mega-escândalo, com intervenção imediata do bastonário da Ordem dos Advogados em modo muito suspeito. Continua sem se saber que tipo de teste era este com as famigeradas cruzinhas copiadas em massa. Continua sem se saber como é feita a selecção de magistrados durante a frequência do curso e se este método de testar conhecimentos é normal e corrente e qual o valor relativo do mesmo.
Continua tudo em aberto no esclarecimento e tudo ficará por esclarecer como é costume no jornalismo caseiro. Amanhã, o Jornal de Notícias já alinhou outro escândalo de primeira página porque o amigo Joaquim anda a perder muito dinheiro com o jornalismo desportivo que aí se praticava. E pelos vistos continua a praticar, agora imitando o Correio da Manhã...
As Novas Oportunidades chegaram ao CEJ?
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarProvocatóriamente, neste seu "post", tenho dificuldade em discernir onde acaba o "argumentário" e começa o coorporativismo curriqueiro do costume!
Pode pensar que é "corporativismo corriqueiro", mas não é.
ResponderEliminarO CEJ é lugar que não me surpreende nestas coisas, tendo em conta quem lá está.
Mas não faço juizos de valor baseados em testes presumivelmente copiados ou com "indícios de copianço".
Percebe melhor ou preciso de dizer mais?
Aguardemos, pela diferença entre "juízos de valor baseados em testes presumivelmente copiados" e, sentenças sobre "matriz jornalística".
ResponderEliminar"corriqueiro", claro! obrigado.
Ahahahaha!
ResponderEliminarA diferença é de tomo: aqui publica-se opinião...e raramente factos noticiados como escândalos em primeira mão.
José,
ResponderEliminarA opinião sobre "factos noticiados como escândalos em primeira mão", não será uma forma de contra-informação dos factos em segunda mão?
Não se for baseada em factos que se podem comprovar. Os factos que refiro foram os relatados. As perguntas que coloco são as que podem resultar de factos que conheço e são sindicáveis.
ResponderEliminarE no fim de contas há isto:
ResponderEliminarEsta merda merece ser notícia?
Quantos plágios não há em sentenças e acórdãos muito mais graves que isto e ninguém se indigna porque nem conhece ou não sabe conhecer?
Um copianço num teste miserável do CEJ é motivo de escândalo assim?
O escândalo é o teste em si mesmo, a direcção do CEJ ser o que é e quem a pôs lá.
O escândalo é o jornalismo não ser o que deveria ser.
Escândalos muito pior que estes são os que se passam todos os dias nas redacções.
no 'jornalismo' havia
ResponderEliminar'juizos de valor'
agora arranjou 'juizes de valor'
nesta pocilga fascista é tudo feito
'em cima do joelho' ou acima do joelho
1958-1959 lia semanalmente o 'Candido' do Giovanni Guarechi.
na última página havia 3 noticias do mesmo facto em 3 colunas.
visto por um jornal de esquerda, visto por um jornal de direita.
3ª 'quem não perceber leia o facto'
José,
ResponderEliminarSobre o assunto, a Direcção do CEJ emitiu este comunicado:
http://www.cej.mj.pt/cej/home/fich-pdf/COMUNICADO.pdf
Do seu parco conteúdo parecem resultar dois ou três factos:
a) houve indícios de "copianço";
b) o teste foi anulado;
c) sem embargo de b), foi atribuída nota 10 a todos "pelo
propósito de garantir a possível justiça relativa que ao caso seria devida".
Presumo que o propósito da "justiça relativa" fosse não prejudicar os Srs. Auditores que presumivelmente não copiaram. Justiça salomónica? Não me parece.
Convirá que, uma de duas: ou há matéria suficiente para anular a prova e, aí, as únicas soluções congruentes seriam a sua repetição ou a atribuição de zero, ou não há matéria suficiente para anular a prova e mantinha-se a avaliação.
Tem razão quando diz que as notícias sobre o assunto deixam muita coisa por explicar. Mas há-de convir que as explicações do CEJ parecem confirmar o cerne das notícias ("copianço" generalizado e nota 10 para todos, incluindo os cábulas).
Se é verdade que há muitas sentenças plagiadas (afinal, as "chocas" são uma instituição antiga), esse facto não afasta a gravidade do "copianço" que a Direcção do CEJ, bem ou mal, entendeu ter-se verificado (caso contrario, não teria "anulado" a prova - o anulado vai entre aspas pela curiosa consequência retirada da anulação).
Eu acho que são dos caloiros porque eles agora almoçam no mesmo local onde eu trabalho.
ResponderEliminarDaqui a nada já sei quem copiou
ahahahahahahha
Nada que me admire. Bastava olhar para aquela monguice e ouvir as conversetas.
Quase tudo mulherio e os tipos todos atrás dos apontamentos de uma ou duas que seriam as menos burras.
Há meses que ando a morder a cena. E sei que iam ter teste agora porque andavam histéricos com o facto.
Mas eram caloiros. Cheguei a ouvir perguntas acerca de problemas que até eu sabia a resposta e havia quem dissesse anormalidade.
Concordo absolutamente com o seu antepenútimo parágrafo:
ResponderEliminar"copianço" escolar, como é bom de ver, é indício de carácter desajustado à magistratura ou seja do que for, mesmo jornalismo. Quem copia num teste de CEJ nunca poderá julgar, porque o seu carácter fica ali arrasado...
Não me interessa absolutamente nada se o teste era intermédio ou de admissão, se foi de manhã ou de tarde, ou de que côr estavam pintadas as paredes da sala de aula.
Que "Futuros magistrados" tenham sido apanhados a aldrabar é a notícia.
E preocupa-me esta atitude de quem tem, na essência da sua missão, a distinção entre a verdade e a aldrabice.
Até diria que me preocupa mais que o caso do presidente aldrabão de um clube de futebol ou do aldrabão do primeiro ministro.
Aquilo que devem ter copiado servia para caca.
ResponderEliminarEu anda há meses a ouvir as perguntas com resposta de cruz da treta para que tinham de se preparar.
A ideia que tenho é mesmo esta: uma caca de questões; e gente com ar bimbo. Mas isso é como no jornalismo- são fruto da porcaria do ensino em geral e da massificação dos canudos.
Mas é mentira se disserem que foi teste de alunos já avançados ou que isto compromete todo o CEJ.
ResponderEliminarFoi dos caloiros do almoço
aahhahahahahahaha
E hoje vai haver risota e da grande.
Porque a comida é excelente mas o local o mais desajustado possível à função magistral.
":O))))))))))
O problema aqui é não perceber a idiossincrasia do auditor de justiça no CEJ.
ResponderEliminarComo é que se pode pretender que estes auditores sejam a nata em comportamento individual, sem defeitos de carácter, se os testes de selecção não dão conta desses problemas nem sequer procural avaliá-los?
Os testes de selecção são meramente académicos e parece que só agora há muito pouco tempo há testes "psicotécnicos" mas nem sequer lhes chamam isso porque então seria outro ecândalo de jornal.
O problema com o recrutamento de magistrados prende-se também com isso: não se distinguem os que têm mau carácter dos demais e só na prática se detectam, muito depois disso. Alguns chumbam, mas poucos e só aqueles casos mesmo evidentes.
Resultado: há muita anormalidade na magistratura. Mas não mais que noutras profissões...
Portanto, partir de um caso destes em que os auditores como caloiros que são e assim se comportam, copiam, é não perceber minimamente como funciona o recrutamento de magistrados.
E é este o jornalismo que temos que anda sempre em desfasamento com a realidade.
Aparece um caso destes, um mero fait-divers e é erigido como exemplo de algo que não se compreende.
O escândalo é haver o CEJ que há.
O título a recordar o Jean Vigo é que está delicioso.
ResponderEliminarClaro que o aproveitamento jornalístico é imbecil.
ResponderEliminarEles andam assim, pavlovianamente, desde o Caso Casa Pia.
E, por aí, mais valia verem-se ao espelho.
Eles queixavam-se do excesso de tretas para marrar. E eu ouvia-os a fazerem perguntas uns aos outros e era tudo coisa de empinar.
ResponderEliminarMas lá que andavam esgotados, andavam. E na semana passada até a senhora do bar dizia, pronto, mas já falta pouco e daqui a nada vão de férias.
E gostava de morder estes comentários porque as diferenças de idade e até de forma de estar são muito estranhas entre eles.
As marronas todas de tailleur. As mais burras com ar de empregadas de limpeza. E eles, enfarpelados em fato completo, com ar de executivos e ainda mais ignorantes que elas.
Alguns até me pareciam mais velhos que elas. E esses é que andavam todos sempre atrás de 2 que eram as líderes dos testes.
É exactamente esse o sentido do postal, mas vejo que há quem o leve à letra e não com o sentido tongue in cheek que pretendi.
ResponderEliminarEssa semiótica da vestimenta é que
ResponderEliminaré engraçada.
O modelo tailleur é herdado das profs da faculdade. De Direito entenda-se porque as outras não é nada assim. Nas ciências os professores não se distinguem dos campónios de antigamente, alguns. E isso quer dizer nada porque alguns são génios no seu pequeno mundo e não é a vestimenta que lhes induz maior inteligência ou capacidade.
Mas no CEJ é mesmo assim porque os advogados também são assim e os magistrados porventura idem aspas.
Seria interessante fazer a comparação estes anos todos.
Há dias estive no CEJ a visitar aquilo. Está igual ao de há 25 anos atrás, mas as pessoas e o estilo mudaram.
As mulheres mudaram...ahahaha!
O mais engraçado na vestimenta nem é apenas o tailleur a imitar as "magalhoas de antigamente".
ResponderEliminarÉ que depois elas não querem andar de mochila nem de pastinha como eles. E precisam de apanhar o eléctrico que aquilo não é assim tudo beto rico como nas faculdades privadas.
E então, as toinas, andam com os apontamentos dentro de capas de plástico, tudo às 3 pancadas, e para subirem para o carro-eléctrico têm de ser sempre eles com as malas, a empurrá-las lá para cima.
E depois nem conseguem pagar porque não têm mãos onde se agarrar.
A seguir, às quintas-feiras, costumam vir os carteiristas e a cena ainda é mais divertida.
Eu já sei que daí a duas paragens vai haver "camones e cejs aos gritinhos".
O 28 é um mundo...
ResponderEliminarCom esse mulherio todo acho que vou concorrer ao CEJ.
ResponderEliminarChocante mesmo é ler uma calinada gramatical de um senhor magistrado deste jaez: "ninguém lhes tivesse advertido para não o fazer".
ResponderEliminarcalinadas há muita e essa é apenas uma. É capaz de haver mais porque escrevo sem preocupações de maior. Que nem vou corrigir porque isto não é um jornal.
ResponderEliminarAlém disso duvido que a calinada possa ser atribuida a um magistrado, sem mais.Foi a Lusa que repenicou o assunto...
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarDe o teu post assemelha-se ao guarda redes a tentar desviar a bola para canto afim de evitar o golo. Aqui o que está em causa não é a imprensa mas os doutos futuros magistrados e a escola que os forma. Ponto final, data e nome.
Então toma lá disto:
ResponderEliminarOs magistrados que temos são como os demais cidadãos e porventura alguns até são menos que isso porque mal formados de carácter.
Não se pense que um magistrado que entre no CEJ e faça um curso de formação académico porque é apenas isso que conta será uma pessoa com honra inquestionável, isenção a toda a prova e competência sem mácula.
Não se pense porque não é assim. A maioria dos magistrados que conheço são como as demais pessoas só que com maior sentido de responsabilidades.
São pessoas que comem e bebem, alguns mais que o aconselhável e podem ser apanhados a conduzir com álcool. E daí? Será caso para notícia? Não me parece, porque o exemplo não são os magistrados quem tem de o dar. Isso terão na sala de audiências e nos despachos que fazem. Mais nada.
Um magistrado pode ir às putas se o quiser?
Responde lá a esta que é para o saber...e não é porque esteja particularmente interessado, mas apenas para avaliar o teu conceito sobre a magistratura.
A propósito do jornalismo de hoje, não querendo, por forma nenhuma, diminuir a importância do resto, sugiro esta entrevista, dada por um veterano jornalista da PBS ao Jon Stewart.
ResponderEliminarhttp://www.thedailyshow.com/watch/wed-june-1-2011/bill-moyers-pt--1
Pode porque não é esse comportamento penalizado pela lei. Mas não devia porque como diz Kant o imperativo do Direito não gera, como lei moral, um fatum da razão.
ResponderEliminarMas não abstraias dos factos em concreto: Ficou em falta um inquérito, a eventual expulsão dos copiões e a demissão da direcção.
ResponderEliminarE qual a razão concreta para que a moral o impeça de o fazer?
ResponderEliminarPõe lá por escrito que é para se entender melhor...
Ou seja, um magistrado não pode ir às putas por que razão concreta?
Sobre o caso do CEJ encerro já aqui a questão:
ResponderEliminarQuem deve ser demitida é a direcção do CEJ e o Luís Eloy que anda a emendar pior que o soneto.
Anda a deitar gasolina no fogo mediático porque não sabe explicar o óbvio: os testes de que se fala são nada disso.
E o modo como se apuraram responsabilidades é de rir: numa prova sobre Investigação Criminal e Gestão do Inquérito em que se suspeita de plagio, apuram-se responsabilidades pela rama e por mero parecer. Pelo cheiro...
ResponderEliminarOra isso cheira muito mal a quem ensina aquelas coisas porque faz ver perfeitamente que em casa de ferreiro o espeto é de pau.
Eu disse que PODE mas não DEVIA de. Penso eu de que.
ResponderEliminarQuanto aos factos em concreto estás a dar-me razão.
ResponderEliminarMas é isso mesmo: se entender fazê-lo, não deveria porquê?
ResponderEliminarOnde é que reside a imoralidade do acto em si?
Ora isso dava para aqui uma conversa sobre filosofia e ética interminavel.
ResponderEliminarE depois o copianço é um acto claramente sancionável. Não pode ser comparado a prostituição.
ResponderEliminarNão dava não. O que dá é para ver os preconceitos que evidencias...
ResponderEliminarO copianço é um acto claramente sancionável em determinadas circunstâncias. Por exemplo num exame em que é suposto cada um mostrar o que vale por si mesmo e sem ajuda alheia, dentro das regras impostas previamente. Só isso, o que não me parece ser o caso concreto porque não é esse modelo que está em causa.
Os jornalistas é que inventaram o caso.
Parte-se do pressuposto que é um exame tipo carta de condução quando é nada disso.
ResponderEliminarò José, então se não é esse o caso, porque é que a directora do CEJ deu o despacho que deu? Afinal, podia-se ou não copiar no teste? Em que é que ficamos?
ResponderEliminarFicamos no que é costume: o jornalismo português não se preocupa em informar mas em criar casos mediáticos que depois se desenvolvem por si mesmos e tomam outras qualidades que não tinham no início.
ResponderEliminarJá nem se discutem os factos, mas estes dão-se como assentes sem o estarem.
Quem andou no CEJ sabe que estes testes não são o que se supõe serem. Não são testes de admissão nem são testes de formação final ou coisa que o valha que nem existe sequer.
São uns testes que tem um valor quase nulo e que são apenas para aferir competências que podem muito bem ser avaliadas de outro modo. Pelos vistos até são testes de cruz.
Ora explique-me por favor como é que num teste de cruzes se pode detectar copianços de frases completas?
De acordo com o que dizes:
ResponderEliminarNão houve copianço. Os testes não servem para nada. Foi tudo uma inventona da imprensa.
OK. Estamos entendidos.
O essencial da notícia, aquilo em qeu se baseiam para malhar foi inventado. É só isso. Mas não importa muito porque depois de algum tempo a mentira torna-se verdade e o que é preciso desmentir é a própria verdade...
ResponderEliminarDe qualquer forma, o que me parece mais inacreditável no meio desta grande "salgalhada" é o facto dos auditores serem avaliados através de um teste de "cruzinhas", tipo Totobola. É que, se bem me lembro do que aprendi na faculdade de direito e no estágio, para futuros aplicadores do direito tão importante como o resultado deve ser a sua demonstração. A não ser que o CEJ esteja a antecipar uma qualquer reforma da justiça, em que as sentenças narrativas sejam substituídas por formulários onde o juiz apenas tenha que colocar a cruzinha à frente da solução correcta, tipo
ResponderEliminarA. Culpado__ Inocente__ Mais ou menos culpado__ Mais ou menos inocente__
B. Dolo
Muito intenso__ Intenso__ Médio__ Fraco__ Fraquinho__
... e por aí adiante.
Mas o próprio despacho da sra. directora é extraordinário, formal e substancialmente. Um exemplo a seguir pelos futuros magistrados, portanto.
Quanto ao copianço em si, acho que um teste de "cruzinhas" é, em si mesmo, um convite à preguiça e, consequentemente, a copiar.
E, já agora, expliquem-me como é que, havendo muitas cruzinhas iguais, se pode concluir que toda a gente copiou. É que até no Euromilhões, de vez em quando, há três ou quatro que acertam. Será que é por também copiarem a chave uns pelos outros?
Agora que tudo isto é notícia, lá isso é...
Pois. Por lá havia risota mas não havia copiadores. Apenas já se sabia que era exactamente isso- um treta de um teste americano que serve para quase nada.
ResponderEliminarEntretanto os carteiristas voltaram a actuar e à vinda assistir à guarda-freio a anunciar bem alto em estrangeiro:
"Cástale"; xatô; castilho; atención: piquepóquétes!"
Posso assegurar que eram testes de cruz. E ainda vou tentar sacar um deles.
ResponderEliminarComo disse, algumas perguntas que os ouvia treinar até eu era capaz de acertar.
Entretanto, deixo a pergunta, caso o hapjapachorra ande de passagem:
ResponderEliminarE o que se considera chegar-se a professor catedrático tendo um currículo recheado de plágios?
Porque motivo a fraude académica dá tarimba e progressão na carreira e é intocável?
Pela mesma razão que se obtém mestrados e doutoramentos com maços de fotocópias de jornais devidamente encadernados.
ResponderEliminarBom. Mas então isso significa que os principais formadores estão isentos da tal exemplaridade moral.
ResponderEliminarE nunca li no jornal a desmontagem de um currículo académico de catedrático.
Podem ler-se essas fraudes de fotocópias e até venda de licenciaturas, mas ao topo, aos becados da sapiência só se lhes assiste vénias.
Mas que doutoramentos é que já são atribuídos por mono?
ResponderEliminarQue eu saiba esse era expediente para ganhar tempo até ser constituído o júri. Depois trocava-se o mono pela tese.
O que eu referi foi outra coisa- os académicos de topo que chegam ao topo com plágios sobre plágios.
Com pastiche de trabalhos de outros que já morreram, com roubos a outros de cargo inferior e por aí fora.
Nunca vi um catedrático estatelar-se no chão à conta do que toda a gente sabe que fez para chegar a intocável.
Mas já houve doutoramentos feitos com mono. Quanto aos catedráticos talvez por estarem afastados da ribalta mediática, ao contrário dos juizes e afins. Não se vende jornais a desancar catedráticos. Mas a desancar juizes já é outra loiça.
ResponderEliminarPor exemplo quem se interessaria por saber que o João Carlos Espada chegou a Investigador Principal do ICS a copiar livros do Popper? Isso já toda a gente sabe. Não é notícia.
ResponderEliminarehehehe
ResponderEliminarMas estou a ver que o José ainda vai ser desmentido pelo Conselho Pedagógico do CEJ.
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarYou're very wrong,
Assunto a analisar pelo CE do CEJ.
Está em cima da mesa a anulação e repetição do exame dos candidatos a magistrados, depois dos alunos terem conhecido de antemão as respostas do teste.
Não há homens perfeitos e o José também o não é.
ResponderEliminarQuando se trata de bater no PS e defender a magistratura, o José está na primeira linha.
É uma pena porque há gente boa no PS (não gosto de generalizações) e há magistrados sem a mínima vocação e por isso deviam dar o lugar a outros.
E respondendo à pergunta que colocou em cima. Um juiz não pode ir às putas porque no dia em que o fizer passa a ser um mero cidadão comum e a um magistrado é-lhe exigido um carácter e grau de rectidão comportamental que não se compadece com um gajo que vai às putas.
Para que não haja expulsões e para que a direcção do CEJ não seja demitida, de um momento para o outro, fabricou-se o tempo que não havia e que, pela constatação de tal inexistência, forçou à “condenação” geral a uma passagem administrativa bem melhor do que a anulação das provas aos alegados copiões. Ficámos ainda a saber que aqueles a quem o Estado confiará os destinos de multidões são – e deixarão de ser –avaliados através de testes americanos e que um destes testes, saberá Deus como que nunca o revelará, foi conhecido antecipadamente pelos não copiões que não foram expulsos pelos não demitidos pedagogo-directores. Perceberam? Fez-se Justiça na escola da mesma. Este final feliz deixou-me curioso sobre como será avaliar Ética por teste americano.
ResponderEliminarLá vem a que não sabe que nome usar...
ResponderEliminarPhónix, desorelha- v.s foram corridos, bye, bye, até nunca.
Olha, filha, também não deve poder ir à mulher, na volta é como os padres- só pode chegar-se a Deus.
ResponderEliminarConta lá, ó maluca- e v.s, as enfermeiras que podem ter a vida de alguém na mão- vão aos médicos ou ficam virgens a vida inteira?
ResponderEliminarEu, por acaso, gramava que eles fossem lá almoçar amanhã.
ResponderEliminarMas desapareceram. Acho que tinha lata de perguntar a um deles como é que tinha sido a cena.
Até porque ocupam as mesas todas e eu nunca ocupei o CEJ
E comem tudo. Uma coisa tremenda. Se uma pessoa não se apressa, já o CEJ devorou o almoço.
":O))))))
Vi há pouco nos telejornais a preocupação nacional com esta historieta sem pés nem cabeça e fiquei estarrecido: grave, mas mesmo grave, é o facto de, entre aquelas criaturas a que chamam laborinhamente 'auditores de justiça', só se ver um, apenas um, rapaz! Nos hospitais é o mesmo panorama. Estamos condenados à mediania e ainda há uns loucos que querem mais 'igualdade' desta, de 'género', tipo cena socretina. Agora, para algo completamente diferente, o dono da loja escusa de se abespinhar, a calinada detectada era atribuída a um magistrado não identificado e estava entre aspas. Que os magistrados em geral escrevem mal, mas mesmo muito mal, é uma evidência que não nos pode espantar, pois os profes de direito também costumam dar tratos de polé à última flor do Lácio, sobretudo quando presumem íntimo comércio com palavras que nem no elucidário de Viterbo encontram.
ResponderEliminarPois é, hajapachorra- eu já tinha dito, é só mulherio.
ResponderEliminarE os poucos que existem colam-se a elas porque elas é que tiram os apontamentos.
A justiça efeminada é no que dá. Só saem palpitações e nada de investigações.
Mas vocês ainda não repararam noutro copianço este em larga escala que se está a operrar neste momento. Os professores que têm de entregar as fichas de auto-avaliação e não as sabem preencher. Vai dai copiam de duas ou tres disponibilizadas em blogues.Apreciem o regabofe aqui:
ResponderEliminarhttp://profslusos.blogspot.com/2011/06/3-relatorios-de-auto-avaliacao-do.html
Ah, mas isso foi a herança do socretino. A anormalidade da avaliação dos profs.
ResponderEliminarZazie,
ResponderEliminarE tudo o que se passou no CEJ não é herança socretina? Ou esprit du temps?
Eu não sei o que se passou mas, creio que já disse o suficiente para não me surpreender.
ResponderEliminarPor acaso, este ano, tem sido uma espécie de piscar de olhos diário com os meus colegas.
De todo o modo, se há coisas que tenho a certeza que nunca conseguiria fazer, essa é uma delas. A outra, era usar tailleur
":O)))))))))
Aquilo que não era capaz de fazer era ser juíza ou advogado, ou coisa assim.
ResponderEliminarJamé! E médica ou economista, ainda menos.
Mas electricista ou jardineira não me importava.
Quanto a copiar, acontecia-me sempre o inverso. Nunca sabia quando um teste era de consulta e depois fazia tudo de memória, incluindo as citações e notas de rodapé.
ResponderEliminarDas raras vezes em que acertei que seria com consulta, enganei-me no dossier que tinha guardado junto com outras tralhas cá de casa e afinal levei uma colecção do Pato Donald e do Tio Patinhas para um teste de História Contemporânea.
Mas safei-me também- novamente com citações de memória. Ainda que também soubesse outras do Zé Carioca.
O teste mais giro que trocou as voltas a toda a gente foi ideia do bacano do RAF. Consistia numa única questão: "diga o que sabe".
ResponderEliminar":O))))))
Mas vamos lá a ver... há um certo gozo que se retira porque se imagina que são pessoas perante as quais todos tememos ficar nas mãos.
ResponderEliminarÉ como com a polícia. Poder cascar na "autoridade" tem sempre algo de criancice.
Se fossem estudantes de medicina ninguém fazia este chinfrim. Esses decoram mesmo tudo. Tanto faz que seja copiado como não- grande parte daquilo é empinar definições e fazer GPS imaginários do que se passa cá dentro.
Uma vez a grande MHRP começou-me uma oral com uma pergunta desconcertante. para si o que é a beleza? Olhei para ela e não consegui responder.
ResponderEliminarA Maria Helena queria que dissesse que era a Vénus de Milo...e que está no Louvre decepada.
ResponderEliminarAo lado do marido: o Pénis de Kilo.
ResponderEliminarDesculpem. Não pude resistir a esta piada conimbricense.
ResponderEliminarTenho pena de não ter apontado os grafittis nas paredes de espera para os refeitórios, como a de Medicina que ficava lá em cima no 4 ou 5 andar.
ResponderEliminarahahaha
ResponderEliminarJá avacalharam tudo.
O pénis de kilo? Hehe.
ResponderEliminarJosé, o jornalismo é o que é. Se o avião cai, fica a saber que a) caiu; b) morreram 74 pessoas, talvez 76, ou quem sabe 72. O resto, se julga que sabe, anda mal informado (nem precisava de lhe dizer isto).
Aqui não é diferente. Mas por vezes é importante criar o caso. Agora se eram cruzinhas, ou caloiros, ou não sei o quê acaba por ser irrelevante. Eu fiquei a saber que a) o copianço existiu; b) os esforçados foram corridos a 10. Isso é aceitável? Para mim não é aceitável.
Mas agora que está criado o caso, aposto que vai ser aberto um rigoroso inquérito. Portanto, se calhar tem razão: para quê criar os casos? É deixar os burros serem burros. Hoje até já há orgulho nisso. Os resultados têm sido maravilhosos. -- JRF