Segundo o jornal i de hoje, "A Jerónimo Martins anunciou ontem um plano de investimentos de 1700 milhões de euros até 2013. A grande fatia tem como destino a Polónia. Este mercado vai receber 1,3 mil milhões de euros para continuar a expansão da cadeia Biedronka."
António Barreto, o sociólogo que alvitrou já em tempos que "Portugal pode desaparecer" e que agora está à frente da Fundação da Jerónimo Martins, poderia dizer algo sobre isto e principalmente sobre o conceito de patriotismo dos capitalistas portugueses de agora?
tem dinheiro ?
ResponderEliminarentão é merceeiro
Pois é. Tenho-me lembrado desse prognóstico dele.
ResponderEliminarAgora não tuge nem muge.
No que, aliás, está bem acompanhado por vasto leque de peritos amordaçados.
Pois eu vejo as coisas de modo diferente.
ResponderEliminarA capitalista Jerónimo Martins não "ofereceu" 1,3 mil milhões à Polónia, investiu-os.
E como capitalista, investiu-os na mira do "lucro".
Não conheço as linhas com que se cose este negócio, mas parece-me expectável que, em pouco tempo, esteja a lucrar.
E é essa a resposta. É disto que Portugal precisa: semear para colher, já que os negócios de colher sem semear estão difíceis.
Acho óptimo e inteligentíssimo para combater o nosso desemprego.
ResponderEliminarInvistam todos e metam as divisas em ofshores que o que mais precisamos é de capitalistas apátridas.
Se fossem patrióticos era um perigo. Ainda passavamos todos por "facistas".
O capitalismo é por princípio apátrida. Esta constatação não inclui qualquer juízo ético ou de valor. Pensar o contrário é que é ingenuidade.
ResponderEliminarO capitalismo são as pessoas.
ResponderEliminar.
Há pessoas apátridas por ganância. Isso não é o capitalismo- é ganância.
Se lhe derem como horizonte o mundo- a ganância expande-se à escala do mundo.
Isto é globalização e os estes indivíduos nem portugueses são.
Mas a parte engraçada é acreditar-se que um país vive de gente muito rica lá fora.
Internamente serve para baixar as calças aos estrangeiros e ainda assim não chega para dar emprego a uns 20%.
Portanto, imagino que por esta lógica quando o desemprego atingir uns 30% estamos no bom caminho- desde que haja capitalistas a investirem lá fora.
Lamento mas o capitalismo nunca foi sobre pessoas mas sobre lucros ou mais-valias. E´evidente que os hiper-merceeiros quando observam o seu modelo de crescimento que se baseia nas intermediações em mercados internos esgotado optam racionalmente por outros mercados.
ResponderEliminarEntão o que eram os nossos capitalistas que até forneciam casas, creches, escolas às operários?
ResponderEliminarEntão, se assim fosse, como é que a Espanha tinha recuperado da guera?
Ou a Espanha recuperou da guerra, investindo no estrangeiro?
ResponderEliminarNão foi por proteccionismo? qual o país que existe sem investimento interno e defesa do que é seu?
O que o José recordou foi isto- não era assim.
Claro que eu penso que o José tende a minimizar o efeito globalização e UE.
Esses eram poucos e na sua maioria suecos com outra percepção da dimensão humana. Mas também só cá estiveram enquanto as suas industrias (textil e fosforos) deram lucro. Depois deslocalizaram para a China onde se encontra a maioria da indústria sueca. E já não há casas,nem creches para ninguém.
ResponderEliminarO proteccionismo é uma impossibilidade do passado.
ResponderEliminarNão se trata de optar racionalmente. trata-se da fuçanga não ter limite.
ResponderEliminarE trata-se de não existirem políticas de defesa do que é nosso.
Antes pelo contrário- as políticas que existem são precisamente as que eu disse- baixar as calças aos estrangeiros, dar-lhes regalias que mais ninguém tem e ainda andar, ó tio, ó tio a ver se isto fica mais miserável para poderem retirar mais valias.
Por este andar vai ser lindo. É que vai mesmo.
E é estranho como da escardalhada à neotontice a cartilha agora seja esta.
Parece que acreditam que se pode viver do ar ou então do RSI.
E, se o capitalismo tem forçosamente de ser essa mais valia sem pátria (o que é falso e não e assim, de todo o modo em todo o lado, e não era assim quando tínhamos capitalismo) o que será o "anti-capitalismo".
Que raio de "sistema" será esse? Terá pátria ou é a Internacional proletária?
Não é. Acreditar-se nisso é acreditar-se que o curso da História é sempre a eito- sempre em frente, por somatório do estado presente, apontando para o mesmo no futuro.
ResponderEliminarEram poucos?
ResponderEliminarPois então devias aproveitar os levantamentos do José para os contar e comparar com os que temos agora.
Mas ninguém disse que tem de ser o oito ou oitenta, que diabo!
ResponderEliminarNão viveste o capitalismo da ditadura? acaso implicava proibição ou fechar portas a capitalismo estrangeiro?
Não! o que se disse neste post é o panorama de mudança e de desaparecimento de Portugal.
E quem o disse foi o que agora vive lá colado a este capitalista "racionalista de investimento lá fora".
Lembro-me que pensei no assunto na altura mas até o VPV achou que não fazia sentido.
Pois... está à vista...
O que é isso de políticas que defendam o que é nosso?
ResponderEliminarA ver se nos entendemos.
ResponderEliminarSendo a Jerónimo Martins uma empresa portuguesa:
Vender mercearia, ou produtos de supermercado, alguns deles importados, a portugueses, não acrescenta valor a Portugal.
Por outro lado, vender os mesmos produtos (talvez alguns portugueses) a estrangeiros, e ter lucro nisso, acrescenta valor a Portugal.
Mas o que eu estranho é outra coisa- é como aparecem comentários a considerar esta via a boa via para Portugal.
ResponderEliminarEu acho que se destrui a Nação. É isto- os tugas nem alemães são, nem holandeses, nem espanhois nem a puta que os pariu.
Fizeram-lhes crer que podiam ser "amaricanos" - tudo em escala hipermercado.
É é por isso que depois parece que têm nojo ao seu próprio país e já digam que o futuro é entregar isto à macacada e emigrar.
Muito mais grave do que isto é uma empresa exportadora de grandes equipamentos como a EFACEC e presidida por um ex-ministro montar fábricas de greadores elétricos no estado de Nevada. Menos uns M que exportamos.Ou a EDP que até é pública montar várias fábricas num investimento colossal de energia solar e eólica nos EUA.
ResponderEliminarO nosso mercado é diminuto e cada vez mais raquítico. E a alternativa seria uma coisa semelhante à ex-Albânia.
ResponderEliminarE ue vou atirar uma boutade. É mesmo inconsequente e nem sequer muito pensada.
ResponderEliminarMas eu acho que o facto dos tugas abrilistas (os tais filhos da democracia) preferirem este panorama de dissolução do seu país desde que haja riqueza individual lá fora, prende-se com o trauma do "facismo".
O facismo significa o oposto- significa a Pátria, a Nação os valores, em detrimento do neutro, do terraplanado, do estrangeirado.
E as pessoas têm medo desse facismo quando no mundo que temos pela frente nem lugar para verdadeiro fascismo nacionalista existe.
Existe o internacionalismo- a hidra de mil cabeças invisíveis.
Defender-se o que é nosso pode ser o que faz o governo alemão que se reune com os seus empresários para estratégias de defesa conjunta.
ResponderEliminarUm perigo- facismo! o Estado a intervir- a orientar- the horror! the horror! bué de bom é o caos e cada um que se amanhe.
Pois é. De acordo. Vai no espírito do tempo- agora é assim.
ResponderEliminarFoi isso que eu disse- aceita-se por trauma do passado e por os tugas terem perdido a sua identidade.
É mesmo uma boutade porque a economia global a hidra é irrefutável.
ResponderEliminarA não ser que uma crise global nos faça regressar à autarcia.
ResponderEliminarÉ raquítico porque o mataram! É iso que o José diz.
ResponderEliminarEu só tenho umas pequenas divergências porque penso que a puta da globalização e da UE fizeram o resto.
É pegar na História da Jerónimo Martins que é uma mini-lição:
ResponderEliminarhttp://www.jeronimomartins.com/pt/grupo/historia_grupo_1944.html
é irrefutável como? Nunca existiram civilizações a ir à vida? é isso?
ResponderEliminarEstamos numa napoleónica? atingimos o topo da pirâmide e agora só resta fazer o mundo todo igual?
Dá-me ideia que essa noção de História anda muito napoleónica, mesmo. Sempre em frente, nada mudo, tudo se aponta para o Fim da História e vai ser por esta via, porque sim.
Porque é a experiência do presentinho de cada um, esquecendo até grande parte da vida passada. É a História feita jornalismo diário.
Tem calma. Também há o inverso da questão: 14% do PIB português é representado por uma fábrica alemã a Autoeuropa. Muitas parcelas agrícolas do território nacional têm sido valorizados por holandeses, etc.
ResponderEliminarNo limite se não fossem os franceses Portugal não teria existido.
Que engraçado. E nem há sombras de crise global.
ResponderEliminarCadê a crise... só vejo o Paraíso ao dobrar da esquina...
O que quero dizer é que já não há lugar para economias fechadas. Nem gosto nada do Fukuyama.
ResponderEliminarPois. E essa puta da autoeuropa entrou cá com que privilégios?
ResponderEliminarFoi exactamente isso que eu disse- vendeu-se a pátria aos colonialistas do Império a troco de missangas.
E vai vender-se mais. Vai ser mesmo a abertura da época de saldos.
ResponderEliminarE só facilidades para ver se vêm muitos.
Se for preciso até se exportam tugas para Angola, para a baía de Luanda, para fazerem companhia à escravatura chinoca.
Em troca de eles virem "desenvolver a Nação".
Pois a crise é a interrogação que está no horizonte. Pode ser ser global e financeira duma dimensão tal que trave este impeto globalizador. Mas só temporariamente.
ResponderEliminarJá não há lugar até deixar de haver lugar para muitos e por aí só me cheira a abates.
ResponderEliminarVai ser cada abate que faz favor. É no que dão os mitos das irmandades- tudo o que se quer misturar em excesso provoca reacção contrária.
Zazie,
ResponderEliminarA puta da Auto europa dá emprego directo e indirecto a muita gente e com salários decentes. Muito melhor do que o patrão luso-bronco condutor de escravos. E contribui para a riqueza nacional.
O partido do Timo Soini, já agora, como é que se enquadra nessa visão em que nada muda?
ResponderEliminarViessem muitas auto europas e país estaria bem.
ResponderEliminarUm exemplo do contrário disso era o paradigma de Sócrates:
ResponderEliminarDinheiro pedido emprestado ao estrangeiro, investido em autoestradas supérfluas e obras megalómanas, que valor acrescentava a Portugal?
Emprego, é verdade, e infraestruturas de valor mais que duvidoso, como o famoso aeroporto de Beja.
O valor do investimento mais os respectivos juros valem isso?
Voltando ao caso JM: do ponto de vista nacional, vender bens de consumo a portugueses é tirar de uns bolsos portugueses e meter noutros bolsos portugueses.
Vender bens de consumo -e ter lucro- na Polónia ,é tirar de bolsos polacos e meter em bolsos portugueses.
Não. O patrão luso não tem de ser bronco nem tem de ter condições inferiores aos privilégios estrangeiros.
ResponderEliminarOu o mito do patrão luso ainda é esse do programa do MFA e que levou o Vasco Gonçalves a dizer lá fora que estávamos no bom caminho porque estávamos a exterminar os capitalistas?
Não conheço bem as propostas do Timo Soini. Sei que é um nacionalista. E forte crítico do papel da finança.
ResponderEliminarA propósito sabes qual é o banco europeu mais exposto à dívida grega? O BCP.
Mas alguém acredita que o Sócrates alguma vez teve paradigma para Portugal?
ResponderEliminarPor favor... juizinho na cabeça.
Paradigma. Essa é anedota. Já lhe ouvi chamar muitos nomes, agora paradiga é que nunca.
É o paradigma ciganagem e sacar enquanto se pode. É c+a um paradigma macro-económico e filosófico que faz favor...
Wegie, a fábrica de transformadores da EFACEC é na Georgia. Também estiveram em grande na China, mas sairam, com resultados bem duvidosos.
ResponderEliminarO Dias Santos explicou bem aquilo que parece um paradoxo. De qualquer forma as cadeias portugueses de hipers esgotaram a sua margem de crescimento em Portugal. Só a Lidl está em condições de aumentar a sua quota.
ResponderEliminarE o exemplo que o Dias Santos deu nem foi inventado pelo Sócrates- Isso de se trocar a economia por fundos comunitários e auto-estradas foi o cavaquismo.
ResponderEliminarPara sermos rigorosos.
Concordo, Zazie. Paradigma é demais. Essa abécula não merece tanto.
ResponderEliminarPois. Por isso é que eu disse que tenho umas ligeiras divergências com o José por me parecer que a UE e a globalização deram uma bruta forcinha.
ResponderEliminarCom Sócrates não foram fundos comunitários. Foi dinheiro emprestado mesmo.
ResponderEliminarNa Geórgia pois. E a EFACEC também recebeu privilégios para instalar a fábrica como é normal.
ResponderEliminarFoi atirar ao ar entre a máfia e ver quem agarra.
ResponderEliminarNem em África se faz assim. Esses ainda têm lá umas cenas de investir nuns tipos com mais QI para depois voltarem e tal e coisa...
Nem os sobas africanos se portaram como os nossos.
E as autoestradas do Cavaco, pelo menos são usadas. E antes delas havia estradas esburacadas.
ResponderEliminarSócrates fez autoestradas ao lado das já existentes e faria muito mais se o deixassem.
O melhor é não falar de coisas tristes que esperemos que passem à história. Mais interessante o que se segue e as alternativas.
ResponderEliminarPois o Lidl.
ResponderEliminarOs lucros a correrem para a Alemanha, coitadinha
Hoje estive a ler um livro muito elucidativo : O Estado Gordo de João Caupers. Fiquei a saber por exemplo que temos seis 6 polícias secretas. Um país assim não pode sobreviver.
ResponderEliminarSão usadas pelos carros que os alemães impigiram para cá.
ResponderEliminarE estão às moscas e com PPPs de saque.
É tão grande utilidade que os boches, antes do empréstimo, já faziam filmes para doutrinar a população, mostrando as estradas tugas vazias e os estádios de futebol sem ninguém.
E isto na tv. Para se baldarem a empréstimo. Nunca se lembraram foi de filmar as marcas dos carros.
Exacto Dias Santos: Mas o Lidl já liquidou o Walmart em toda a Europa e tem margens com as quais as cadeias portuguesas não conseguirão competir. O dinheiro lá escorrerá para a Alemanha.
ResponderEliminar6 polícias secretas? como assim? eeheh se nem temos chuis de giro para o que é preciso.
ResponderEliminarDevem ser os guarda-nocturnos que passaram à clandestinidade.
Nunca minimizar o espírito clandestino da nossa democracia-
Até os governos da oposição nem a sombra chegam- ficam sempre escondidos na clandestinidade para só se votar o mais possível de cruz no "lider".
Recomendo a leitura do livro. É impressionante.
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