Foi uma decisão polémica e que dividiu literalmente os membros do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP). Na última reunião plenária deste órgão foi votada a instauração de um processo disciplinar à magistrada que recusou acompanhar uma queixa do empresário Joaquim Oliveira contra o semanário Sol, mas a votação acabou num empate que só foi desfeito com o voto de qualidade da vice-procuradora-geral da República, que presidiu à reunião da passada terça-feira.
O patrão da Controlinveste, proprietária, entre outros, de Jornal de Notícias, Diário de Notícias e da rádio TSF, denunciou ao CSMP os termos em que foi redigido o despacho, num estilo que considerou jocoso, caricatural e desrespeitoso. Em causa estava a manchete do Sol de 12 de Fevereiro do ano passado, relacionada com o processo Face Oculta, cujo título genérico era O Polvo. Nas páginas interiores eram publicados textos aludindo a escutas telefónicas onde intervinha Joaquim Oliveira, com os títulos O empresário amigo e Jornalistas no puzzle dos negócios, que Oliveira considerou ofensivos e lesivos dos seus direitos.
O patrão da Controlinveste, proprietária, entre outros, de Jornal de Notícias, Diário de Notícias e da rádio TSF, denunciou ao CSMP os termos em que foi redigido o despacho, num estilo que considerou jocoso, caricatural e desrespeitoso. Em causa estava a manchete do Sol de 12 de Fevereiro do ano passado, relacionada com o processo Face Oculta, cujo título genérico era O Polvo. Nas páginas interiores eram publicados textos aludindo a escutas telefónicas onde intervinha Joaquim Oliveira, com os títulos O empresário amigo e Jornalistas no puzzle dos negócios, que Oliveira considerou ofensivos e lesivos dos seus direitos.
A que respeito vem isto? Pois, o visado "amigo Joaquim" fez queixa de jornalistas do Sol. A queixa-crime, por difamação e outros crimes particulares não mereceu o acompanhamento do MºPº ( ao contrário do que é norma porque menos trabalhoso...) e a magistrada escreveu a justificar o porquê da sua abstenção. Estes despachos não são sindicados e portanto, tomou uma posição em nome do MºPº.
O que dizia o SOl nessa altura e que motivou processos crime dos quais foram ilibados os denunciados, por arquivamento do processo decretado pelo tribunal de instrução criminal? Isto:
O que dizia o SOl nessa altura e que motivou processos crime dos quais foram ilibados os denunciados, por arquivamento do processo decretado pelo tribunal de instrução criminal? Isto:
Em causa estão artigos publicados em Fevereiro de 2010: «O Polvo» (texto de opinião do director), «O empresário amigo» e «Jornalistas no puzzle dos negócios» -- estes com transcrições das escutas constantes do processo Face Oculta, relativas ao caso PT/TVI, de conversas entre Joaquim Oliveira e Armando Vara sobre o negócio de compra desta estação de televisão e as saídas do então director, José Eduardo Moniz, e da jornalista Manuela Moura Guedes.
Uma delas, por exemplo, no dia em que a apresentadora do Jornal de Sexta foi afastada do écran, a 3 de Setembro, em que Vara questionou Oliveira sobre a interpretação que sabia que estava a ser feita no DN, de que tinha havido uma interferência do PS naquele sentido – tendo Oliveira tranquilizado Vara, respondendo que já tinha interpelado o director do DN, João Marcelino («Disse-lhes para terem atenção a essa brincadeira»), e que também ligara ao director do JN, José Leite Pereira (dizendo-lhe «tenham cuidado com as perguntas que andam fazer»).
Ou seja, as escutas existem, foram ouvidas, há testemunhas que sabem o que diziam e o jornal O SOl publicou-as. Foi absolvido do crime que lhe imputavam por um motivo relevante: é do interesse público que se saiba o que governantes ou amigos deles, em modo encoberto andam a fazer com o dinheiro que é de todos, porque a intervenção da TVI com apoio do próprio primeiro-ministro não é coisa que seja do âmbito ou foro privado, como pelos vistos entendeu o presidente do STJ, quanto a algumas escutas em que tal poderia ter sucedido e foram apresentadas como tal.
Pois agora, o CSMP do MºPº, a pedido do tal Joaquim Oliveira que interveio na marosca conforme se soube, instaurou um procedimento com efeitos eventualmente disciplinares, por causa de certas passagens do despacho em que se dava a descrição pormenorizada de um octópode.
Se fosse à magistrada em questão teria escrito talvez que o polvo em causa já não seria octópode mas centópode. Tipo centopeia.
Uma delas, por exemplo, no dia em que a apresentadora do Jornal de Sexta foi afastada do écran, a 3 de Setembro, em que Vara questionou Oliveira sobre a interpretação que sabia que estava a ser feita no DN, de que tinha havido uma interferência do PS naquele sentido – tendo Oliveira tranquilizado Vara, respondendo que já tinha interpelado o director do DN, João Marcelino («Disse-lhes para terem atenção a essa brincadeira»), e que também ligara ao director do JN, José Leite Pereira (dizendo-lhe «tenham cuidado com as perguntas que andam fazer»).
Ou seja, as escutas existem, foram ouvidas, há testemunhas que sabem o que diziam e o jornal O SOl publicou-as. Foi absolvido do crime que lhe imputavam por um motivo relevante: é do interesse público que se saiba o que governantes ou amigos deles, em modo encoberto andam a fazer com o dinheiro que é de todos, porque a intervenção da TVI com apoio do próprio primeiro-ministro não é coisa que seja do âmbito ou foro privado, como pelos vistos entendeu o presidente do STJ, quanto a algumas escutas em que tal poderia ter sucedido e foram apresentadas como tal.
Pois agora, o CSMP do MºPº, a pedido do tal Joaquim Oliveira que interveio na marosca conforme se soube, instaurou um procedimento com efeitos eventualmente disciplinares, por causa de certas passagens do despacho em que se dava a descrição pormenorizada de um octópode.
Se fosse à magistrada em questão teria escrito talvez que o polvo em causa já não seria octópode mas centópode. Tipo centopeia.
José,
ResponderEliminarE se te deixasses de merdas e explicasses duma vez por todas o caso do adolescente que matou o ex-futuro sogro e ficou em casa com uma pulseira porque os país são magistrados?
Mas a magistrada pode apanhar com um processo por isto?
ResponderEliminarWegie:
ResponderEliminarO caso parece-me simples:
O filho dos magistrados, assassino, namorava com a filha do que morreu e que lhe contava horrores do comportamento do pai.
O rapaz, um dia à tardinha saiu e foi matar o tipo, sem mais.
Depois entregou-se à GNR. Ficou preso preventivamente e como alguns ficou em casa com pulseira electrónica. Parece que isto está a dar brado.
Não sei, mas acho que não deve dar.
O rapaz no meu entender está finito.
A família do rapaz imagino o que estarão a passar por serem magistrados trabalhadores e terem um filho assassino que terá de cumprir alguns anos de cadeia.
Não são muitos porque o tribunal foi benevolente. Sete anos...mas não critico porque se o caso merecesse mais certamente que os juizes do colectivo lhe teriam dado, fosse ou não fosse filho de magistrados.
E agora está em trânsito para recurso ou não.
Enquanto estiver em recurso o tempo de prisão preventiva corre e desconta na prisão efectiva.
Mas...eu se tivesse um filho que tivesse feito aquilo já estaria pior do que se ele apanhasse pena por longos anos.
É isto que querias saber?
Entretanto o Marinho e Pinto como sabe isto e outras coisas trouxe o caso para a sua crónica de Domingo no JN do amigo Joaquim.
ResponderEliminarMarinho e Pinto, neste caso, é um filho da puta, com as letras todas.
Mas não posso explicar exactamente porquê...porque denota um carácter rasca até mais não poder.
ResponderEliminarA justiça existe também para isto. Para impedir a barbaridade justa.
ResponderEliminarPois é um filho-da-puta. Só um filho da puta que conhece as leis se lembra de aproveitar uma tragédia que caiu em cima de uma família para dela retirar a suspeição porca que alguém ainda apadrinhou o rapaz por causa da profissão dos pais.
ResponderEliminarUm nojo. Um tipo que faz isto merecia uma vaia pública.
sobre a justiça
ResponderEliminarainda vou ver muito magistrado do actual fascismo
mictar nas cuecas por várias malfeitorias
borram-se quando não há apoio do poder
Pronto está explicado. mais ou menos. Vi o assunto ser infinitamente replicado em inumeros blogues. É evidente que o Marinho põe demasiado a boca no trombone para quem é Bastonário da Ordem. Mas a culpa é de quem o elegeu. É porque se revêm na figura do traste.
ResponderEliminarExiste no entanto uma dualidade de critérios (relativamente a outra adolescente) que não fica nada bem à justiça. Se o Marinho fica mal no retrato a D.Justiça fica ainda pior.
Não me parece nada que exista a tal dualidade de critérios.
ResponderEliminarSe no caso da adolescente a prisão preventiva foi excepcionalmente decretada por existir perigo de continuação da actividade criminosa e quer se queira ou não teve um efeito pedagógico muito concreto, aqui neste caso a polémica é apenas por causa do rapaz estar com pulseira electrónica. Mas está em preventiva na mesma.
Se isso é dualidade de critérios parece-me um pouco esforçado...
O Marinho só se encarniça contra o caso por causa do rapaz ser filho de magistrados ( a mãe do DCIAP e o pai é juiz). Só e exclusivamente por causa disso.
ResponderEliminarE por outras razões que não explico.
Isto traz-me à recordação um caso passado há uns anos atrás: Um rapazola filho de boas famílias do Porto assassinou um colega num externato da dita cidade onde eram alunos. Foi passar umas férias para o Brasil. Hoje está à frente do Plano Tecnológico. Quem diz que o crime não compensa?
ResponderEliminarEsse foi para o Brasil. Este fica por cá. Destroçou os pais e acabou com a vida dele.
ResponderEliminarPior castigo que esse só talvez o que o Marinho propõe: prisão em Caxias ou no Tarrafal.
Foi para o Brasil e voltou. Estou a falar do Plano Tecnológico de Portugal. Entretanto a vida dos pais continuou. E o mesmo se passará com este. Ainda chega ao STJ...
ResponderEliminarIsso significa que se os pais fossem professores ou cozinheiros, ele nunca poderia chegar ao STJ pelo facto de ter cometido o crime, ou por problema de classes?
ResponderEliminarOutra coisa- ele foi julgado pelo STJ?
ResponderEliminarPara os americanos é que é assim. Tipificam os crimes e depois é pena eterna por qualquer coisa.
ResponderEliminarE tanto vale matar colega de escola como ter ataque de justiceiro e desgraçar-se por isso.
Só conta o resultado.
Bom, mas agora é a minha vez de fazer perguntas:
ResponderEliminaro tal quando cometeu o crime que idade tinha? Foi julgado de algum modo? Foi condenado? O Brasil que eu saiba ainda tem acordos de cooperação em relação a certos crimes graves.
Portanto, para ficarmos entendidos, como é que foi?
Estava a sair polvo e não houve clientela para o almoço.
ResponderEliminarPobre moça,naquela cozinha malcheirosa, a bater o "octópode" desde as sete da manhã. Pelo meio-dia, apareceu o recoveiro que se encheu de vinho e iscas marinadas. Mal tocou no presigo, queixou-se de dores de barriga. Como de costume, ameaçou com a ASAE para não pagar a conta. Às três da tarde, já estava o polvo lavado do arroz, pronto para ser servido ao balcão com molho verde aos jogadores de sueca do costume. Mas nem estes apareceram. A rapariga foi despedida nessa tarde. Só podia ser ela a causadora de tamanho prejuízo, disse-lhe convicto o patrão, para logo rematar: "...ainda se fosses mais bem disposta para a clientela endinheirada!"
O tal quando cometeu o crime frequentava o 12º ano. Que eu saiba nunca foi julgado apesar do caso ter sido muito badalado no Porto. Os pais eram professores universitários.
ResponderEliminarSe o Brasil tem assim esses acordos o que se passa com o padre da Madeira que foi julgado e condenado por homicídio e fugiu da prisão? Que eu saiba está muito descansado no Brasil.
O padre é brasileiro...
ResponderEliminarMas os processos por homicídio não carecem do denunciado para correrem termos e se fazer a prova indiciária.
E nessa altura havia até julgamentos à revelia.
Será que tal sucedeu?
A partir daqui é só perguntas.
Pois não sei. O que sei é que ele cometeu um homicídio não cumpriu qualquer pena e hoje desempenha funções importantes no Estado.
ResponderEliminarQuanto ao padre sendo brasileiro cometeu o homicídio, foi julgado e condenado em Portugal. Não há extradição?
Temos de convir que something is very wrong nisto tudo.
Eu bem sei que o objectivo da pena é a reintegração na sociedade e desse ponto de vista estes casos que referi se calhar mostram que essa reintegração se processou sem pena. Mas...
ResponderEliminarahahaha
ResponderEliminarEssa agora teve piada, a reintegração na sociedade.
.
É mentira- a pena destina-se a dar algo que foi retirado.
Pode até ser à sociedade- repor um equilíbrio para evitar que a injustiça mande mais que a justiça.
Zazie,
ResponderEliminarO objectivo foi mesmo esse. Cínico.
ehehe
ResponderEliminarEu percebi. Escusas de traduzir as minhas gargalhadas.
":O)))))))
Mas é demagógico. Ninguém precisa de matar o sogro ou um colega de escola para ocupar alto cargo governamental ou chegar ao supremo.
ResponderEliminarBastam uns beija-cus a gadu e a integração é pacífica.
Boa noite José,
ResponderEliminargosto muito do seu blogue e tenho em grande conta a sua opinião sobre os assunto jurídicos sobre os quais escrever.
Se me permite gostaria de escrever um poste com a sua opinião sobre a responsabiização de titulares de cargos políticos judicialmente. Uma vez que não sou formado na área do direito tenho bastante curiosidade em relação à sua opinião sobre este tema.
Continuação de boas "escrituras".
Cumprimentos
Manuel