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terça-feira, julho 26, 2011

A Filha Conformista

"Nesse momento, a Margarida estava ali não porque escrevera uma peça sobrea filha do último director da PIDE, ofensiva para a memória e bom nome deste( dando a entender que fora o mandante do assassinato de Humberto Delgado), mas sim porque exercera o seu direito de expressar-se livremente através da ficção sobre uma figura histórica."

O papel branqueador do Público, em jacobinismo acelerado, continua com um pequeno artigo ( cujo excerto se publica) de Iva Delgado, filha de Humberto Delgado, sobre o julgamento recente no caso da peça A Filha Rebelde.

Este pequeno artigo comenta-se assim:

Se alguém escrevesse uma peça de teatro que viesse a ser representada num teatro nacional, com a projecção que teve, dizendo que Humberto Delgado mandou matar não sei quem, a filha conformista passaria a rebelar-se contra a ofensa ou não seria uma filha que sente. E não escreveria a mesma coisa que agora escreve.
O julgamento não foi nem poderia ser sobre a liberdade de expressão, por muito que tal esteja conexionado com o processo. Foi sobre a ofensa à memória de uma pessoa falecida, através de uma peça de teatro. Podia ser através de um discurso público ou de um artigo num qualquer pasquim, ou de uma atoarda lançada por alguém identificado. O facto é simples e apenas este: O major Silva Pais, director da Pide e da DGS, foi ou não mandante do homicídio de Humberto Delgado? Ninguém, repito, ninguém, saberá dizer com certeza, havendo mais provas concretas de que não foi do que o contrário. A criação artística, por muita liberdade ideológica que possa ter, não pode ter a facilidade de difamar pessoas concretas, imputando-lhes crimes de homicídio. Não pode, ponto final. Se Estaline- que estes antifassistas de gema apoiaram e alguns ainda apoiam ideologicamente- é responsável pela morte de milhões de pessoas não pode ser indicado como autor concreto da morte de uma pessoa concretamente definida se tal não estiver fundamentado devidamente. E no caso de Humberto Delgado não está.
Os julgamentos da época- sim, porque houve dois, sobre os mesmos factos ( o que não incomodou os juristas antifassistas) um em Espanha logo na altura do acontecimento e outro, passados dez anos, em Portugal, - não lograram estabelecer, por muito que os antifassistas do costume quisessem, que o major Silva Pais ( foi militar, tem direito a que se refira a patente) ,então na PIDE, o quis mesmo assassinar.
Tudo indica que não quis, a História e os relatos presenciais mas estes antifassistas ( Fernando Rosas, à falta de melhor argumento até fala em evidência empírica sobre o facto, baseado na vontade de encobrir o cadáver), como é costume querem à viva força arranjar mais um mártir e mais um carrasco porque foram incapazes de encontrar os que lhes apeteciam. Uma repórter da época -Regina Louro, agora noutras vidas- até chegou a alvitrar que o responsável seria Américo Tomás. E só não seria o Marcello Caetano porque em 1965 não tinha cargos de relevo político suficientes para o acusarem.

Por outro lado, o major Silva Pais em 1965, estava na Pide há dois anos ou três. O julgamento que decorreu não pode nem poderia ser sobre " o último director da PIDE", como todos os antifassistas e jacobinos pretendem. A elipse temporal, numa figura de retórica grotesca, pretende à viva força imputar a Silva Pais, o acto de homicídio de Humberto Delgado, em 1965, porque foi "o último director da PIDE", em 1974.
Torna-se por isso claríssimo o que este julgamento foi para a defesa: uma farsa em que procuraram trazer para o palco mediático, com apoio particular do Público ( será que a directora não tem interesse pessoal nesta farsa?) a responsabilidade material e não só moral, do "último director da PIDE, em 1974, por um acto ocorrido em 1965".

É tão simples como isto e a ignomínia é tão grande como tal se apresenta.

71 comentários:

  1. José,

    Sabes o que é aquilo a que os alemães chamam de "punheta seca"? Enquadra-se perfeitamente nos teus posts sobre esta matéria.

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  2. Adoro malhar na esquerda troglodita. Seja a seco seja a chover no molhado.

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  3. E ainda não acabou porque tenho mais munição. Fica para a próxima.

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  4. Bem, segundo a versão do outro espanhol, uma coisa terá sido certa- mataram a secretária por dá cá aquela palha.

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  5. Esse mero facto altera a ingenuidade com que se pode acreditar que era apenas para raptar o Delgado.

    Se a porrada na cabeça não era para matar, então como enganaram as tripas para mandar a tipa desta para melhor e comporem assim o ramalhete?

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  6. Também nunca ficou demonstrado em tribunal que o Djerzhinsky, o Ejov e o Béria mandaram matar seja quem for...uns santos.

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  7. A mim também me irrita todo este chinfrim da escardalhada e até fiquei com a conta do facebook bloqueada por lhes ter dito das boas.

    Agora a versão do espanhol não serve para humanizar nada. Antes pelo contrário.

    Se torturam a secretária durante dias e depois a mataram e ainda voltaram a Espanha para largarem todos juntos no campo, eram capazes de ter feito o mesmo ao gajo.

    Nestas tretas também não gosto de me armar em ingénua. Ou então diz-se que não se sabe e mais nada.

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  8. Aliás, nem é preciso ir para a PIDE. A mera polícia que ainda temos também tem hábitos de cortar a cabeça a ciganos.

    Em matéria de chuis sempre estivemos mal servidos.

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  9. O espanhol, em 1972, dizia que o próprio Silva Pais tinha estado em Paris com o Delgado. Disfarçado de antifassista primário. Mas...esta versão tem um caveat, a meu ver: Silva Pais em 65, já estava na PIDE, mas era um risco ser reconhecido por alguém próximo do Delgado.

    Quanto à secretária terá sido assassinada a sangue frio, mas isso torna o Silva Pais culpado naterial ou mesmo moral de um homicídio quando o que a PIDE pretendia era o rapto do indivíduo par ao prenderem por actividades subversivas como então se dizia?

    O Delgado era um tolo, segundo parece e não penso que teria grandes hipóteses como líder de uma conjura contra o Salazar, à margem do PCP.

    Capite onde quero chegar? Talvez fosse altura de alguém escrever uma peça a dizer que a morte de Delgado serviu mais a Cunhal do que a Salazar. E logo, talvez, quem sabe...uma peça de teatro bufo a dizer que afinal o culpado pela morte de Delgado foi o Cunhal!

    Haja senso!

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  10. Que quem matou Delgado o possa ter feito sem ser em legítima defesa ainda falta provar. Que quem matou a secretária o fizesse por motivos óbvios não é preciso provar nada. Quem matou foi um homicida, claro.

    Mas...alguém mandou matar?

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  11. Pode-se fazer a pergunta ao contrário: "mas alguém mandou que não se matasse"?

    Quanto ao resto, de acordo.

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  12. Passados estes anos os antifassistas não arranjaram nada melhor para representar no D. Maria do que uma peça requentada sobre o assunto e parece que medíocre qb.

    Mas dá-lhes imenso jeito andarem a falar nisto na perspectiva que lhes interessa que é a de não apagar a memória antifassista que inventaram para iludir as massas e conquistar adeptos para a causa.

    O Público com a direcção de Bábara Reis que veio da secção de CUltura do jornal ( imagine-se!) faz o pleno com estas coisas: ao mesmo tempo esquerdóide e jacobina.

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  13. E eu referia-me ao outro post. Aquele texto do espanhol não serve para sustentar nada.

    Nem que o Pais era o Silva Pais, nem que foi dada ordem de rapto e ainda menos que depois apareça morto por ter reagido ao rapto, já dentro do carro dos ditos raptores.

    Acho que o espanhol inventou tudo.
    eheheh

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  14. O que foi verdadeiramente cretino foi terem achado que um tribunal precisa de forças populares a controlá-lo porque os descendentes de um PIDE deviam estar vedados de usar a lei como os demais cidadãos.

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  15. Não, não. Isso é um sofisma que o Fernando Rosas usa em seu proveito.

    Não se pode num caso destes perguntar "mas alguém mandou não matar?" para se concluir que então tal é equivalente a mandar matar.

    O que se passou não se sabe exactamente. Mas pode apenas especular-se sabendo que Delgado andava armado e poderia ter usado a arma nessa altura. Se tal sucedeu, pode ter acontecido que os acontecimentos se precipitassem.
    o espanhol e o tribunal espanhol disseram isso mesmo.
    Portanto, é passar para o outro lado, dizer que se alguém não mandou matar é porque ...mandou matar.

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  16. Eles acharam legítimo retirar lei a pessoas em função da herança ideológica.

    Na prática, aquelas bestas queriam recriar juízes de Tribunal Plenário para garantirem que o fascismo não regresse.


    Foi literalmente isto que vi defendido na blogo e no facebook.

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  17. Cretino é andarmos estes anos todos a aguentar a propaganda- porque é disso que se trata- dos costumeiros antifassistas.

    Como não têm mais heróis nem sequer outros carrascos inventam os que não têm e gostariam de ter.

    E portanto falsificam a História, enganam as pessoas e aldrabam a consciência em nome de uma ideia. Foram sempre assim e continuarão a sê-lo.

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  18. Não será sofisma porque eu não peguei na versão como sendo credível.

    Se a usasse para depois concluir assim, era sofisma.

    Mas, pode ser sofisma usar-se uma versão que não se tem por verídica para daí retirar algo que acuse ou ilibe. Vai-me desculpar José. Mas é assim.

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  19. Sim, é propaganda e com o maior desplante, vinda de quem vem.

    Mas quanto ao caso, em si mesmo, pelo que foi apresentado não me parece que haja matéria para se depreender o que quer que seja.

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  20. A legitimidade para eles têm bússola que muda de direcção mas não de ponteiro.

    Se estiverem na oposição retiram legitimidade de reacção à subversão, da parte de quem tem toda a legitimidade para tal. Se passarem para a situação, a reacção à subversão torna-se instantaneamente um acto heróico de resistência ao fassismo e aquela legitimidade passa a ser um crime.

    Se por acaso lhes dessem liberdade de acção fariam mil vezes pior do que o que criticam ao fassismo.

    É isso que me incomoda nessa gente.

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  21. O que eu disse foi outra coisa- se pegamos na versão do espanhol- temos duas mortes. E a da secretária, pela forma como é descrita, apenas serviria para inferir que não houve qualquer escrúpulo.

    Portanto, se as mesmas pessoas fazem uma coisa a uma que nem é ameaça e nunca o foi, não vejo qual o prurido das mesmíssimas pessoas, na mesmíssima circunstância o fazerem a quem era.

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  22. São hipócritas que puseram a render a famosa superioridade moral de esquerda.

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  23. "Mas, pode ser sofisma usar-se uma versão que não se tem por verídica para daí retirar algo que acuse ou ilibe."

    Exactamente. O facto de não se saber ao certo se houve homicídio do Delgado ou acto de legítima defesa coloca logo o caso em suspensão. Mas ainda que houvesse homicício tal pode ter-se ficado a dever a acto de quem o praticou e nas circunstâncias em que o fez.

    Não se pode imediatamente ilidir que tal acto foi comanditado por quem não disse " não quero que o matem!"
    Porque até podem ter dito. É sabida a reacção de Salazar quando soube do assunto e não foi pacífica. Alias, porque não acusam o Salazar, já agora e a tal Regina Louro uma antifassista de gema até acusa o Tomás?

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  24. «Mas ainda que houvesse homicício tal pode ter-se ficado a dever a acto de quem o praticou e nas circunstâncias em que o fez.

    Exacto. E a grande confusão que depois arranjam é que tanto consideram que o Silva Pais apenas mandou sem estar presente, como mandou tendo sido ele o tal Pais que o Delgado nem saberia quem era.

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  25. Mesmo a morte da secretária não me parece que permita ilidir dessa forma porque há sempre a hipótese mais plausível: como testemunha do que aconteceu não poderia ficar calada. E perante tal testemunha e o facto da morte, com autópsia que revelou ter sido com uma arma Astra ( parece) pertencente à PIDE não haveria hipóteses.
    E por outro lado, os cadáveres foram escondidos em Espanha. E com pormenores que revelam eventual intenção- cal por exemplo. Mas ainda assim, falta ligar os factos através de causa e efeito.

    De resto, poderia um homicídio destes praticado segundo os antifassistas por um Silva Pais mandante, passar ao lado de Salazar quando se sabe que Silva Pais tinha dois anos de PIDE?

    Não me parece consistente.

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  26. ALiás o Rosas nem chega a tanto. Basta-se com a "evidência empírica" de os autores terem escondido os cadáveres, sabendo o Silva Pais do facto.

    Esperava se calhar que Silva Pais mandasse desenterrar para denunciar os seus agentes do acto...e por causa disso assumisse directamente a responsabilidade objectiva pelo crime, como acontece nas democracias.

    Portugal era uma ditadura em guerra civil com o comunismo, ou seja com estes antifassistas que agora acham que o regime nao tinha legitimidade para se defender dos seus inimigos e adversários.

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  27. Pois é que nem pouco mais ou menos.

    Porque é que não metem o Salazar, que controlava tudo, na história?

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  28. Não metem porque seria demasiado óbvia a falsificação. Mas metem o Silva Pais que foi o "último director da PIDE" e exactamente por isso mesmo.

    Pelo facto de 1974 querem punir a memória do mesmo, imputando-lhe a prática de um homicídio concreto ocorrido quase dez anos antes.

    É uma espécie de justiça a la longue.

    Fassista uma vez, imputável sempre.

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  29. E quiseram meter o Tomás, o que é curioso.

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  30. E só tem uma explicação: o Salazar já tinha morrido e o Tomás ainda estava vivinho da silva, na Madeira.

    O processo de Delgado, em 1974, contra as regras jurídicas mais básicas, tinha em vista ser o processo do fassismo.
    Não foi mas eles insistem, agora através de peças de teatro.

    Que dizer desta canalha?

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  31. Ainda não percebi o sentido deste arrazoado todo. Aquilo que defendem é que o Delgado e a secretária foram assassinados por outros que não a PIDE? Ou que tendo sido por agentes da PIDE eles agiram de motu próprio e em desconhecimento da hierarquia?

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  32. Pronto. Este ainda não percebeu...

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  33. Malha-nos Deus que tenho que explicar tudo de novo enquanto deito um olho ao grelhado.

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  34. ahahah

    E é grelhado de quê?

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  35. Garoupa, perca, salmão e ...sardinhas. É uma turma inteira e lá fora aquilo já me irrita porque ao virar o peixe, tem tendência a deixar lá um bocado. E já estou há duas horas nisto...

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  36. Eu sou lerdinho das ideias. Esquece e vai lá tratar das bifanas...

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  37. ehehe que petiscada que para aí vai.

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  38. É mesmo! Eu por mim prefiro uns bons linguados.

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  39. Molto buono. Apesar de me aborrecer com a grelha, estava bom.

    Até as sardinhas, mais pequenas que o calibre habitual mas boas na mesma.

    Os pimentos bem temperados e as batatas e azeite a condizer.

    Ok.

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  40. E evidentemente o vinagre que é o meu tempero preferido até na escrita.

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  41. "jaquinzinhos" é do melhor que há...

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  42. ehehe vinagre. A quantidade de gente que diz isso e nunca entendi como se pode gostar de vinagre. É vinagre e chá.

    Mas é algum vinagre especial que saiba a qualquer outra coisa, ou apenas vinagre?

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  43. A propósito- o José sabe que eu nem um churrasco posso fazer no quintal sem correr risco de ter de novo a casa invadida por bombeiros?

    ahhaha
    A sério. Há logo denúncia na vizinhança.

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  44. Eu já nem ligo e nem tento. Mas é uma absoluta anormalidade. Até em Londres se faz churrasco nas calmas na varanda de casa e por cá toda a gente o faz na rua. Mas em sendo em quintal, aparecem os bombeiros.

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  45. Em 1975 quando os retornados estiveram instalados em unidades hoteleiras da minha terra tinham a mania de fazerem churrascos nos bidés das casas de banho. Isso dava incêndio (a sério) dia sim, dia não.

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  46. Esse fundamentalismo nos costumes é uma desgraça e é um dos traços do jacobinismo. Pode parecer caricato estar sempre a falar nisto mas é exactamente o que me parece: eliminar o que havia de original na vida em sociedade e que era sensato e estável durante séculos. De repente, qualquer coisa que saia da norma jacobina imposta em nome de uma qualquer segurança putativa, transforma-se em atentado público e é por isso que chamam os bombeiros. Nem sequer resolvem a coisa sozinhos, por cobardia inerente. Chamam anonimamente os bombeiros!

    Se isto não é um retrocesso civiazicional não sei o que é, mas sei que é exactamente uma das manifestações do jacobinismo.

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  47. Regulamentam tudo e todos por receio de deixar alguma coisa de fora de regulamentos.

    O mundo de Orwel não anda longe desta mentalidade.

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  48. Para regulamentar a tradição tem que a eliminar porque senão não poderiam fazê-lo.

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  49. O Zappa nos anos oitenta cantava num disco ( Joe´s Garage) a figura do Central Scrutinizer.

    É essa figura que o jacobinismo quer fazer prevalecer: a do Regulamento que vela pela sociedade organizada em caixinhas.

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  50. Em Lisboa, a fauna urbana é cada vez mais igual entre si, no modo como falam como se comportam publicamente, como se alinham nas bichas e esperam, como se comportam no metro e nos autocarros.

    É uma tristeza esta vida social actual. Tudo nivelado, já.

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  51. Nesse mesmo disco ele dizia a dado passo: I wanna marry a jew, marijuana! Não me lembro do nome da música.

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  52. E depois há uma fulana qualquer que liga os 4 bicos de gás e deixa correr até explodirem e não terem feito vítimas mortais por muita sorte.

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  53. I wanna funk a little jewish princess...

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  54. E no disco seguinte há uma canção sobre as "catholic girls"...um must have.

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  55. Sejamos mais rigorosos agora que fui verificar: a Jewish princess é do LP Sheikyerbouti.
    E o verso é "I want a funky little jewish princess".

    A Catholic Girls é que é do Joe´s Garage.

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  56. José, acha que é diferente da província?

    Eu acho piada quando dizem isso. E saio de Lisboa e vejo caricatura de Lisboa em toda a parte.

    Até acho que já há maior terraplanagem em qualquer vila. Porque aí já nem têm bairros populares. Foi tudo terraplanado por encomenda, com a autoestrada a servir de separação entre "margem esquerda" e "margem direita".

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  57. Estive a ver na net a lyrics dessa e não encontro o extracto que fala da marijuana. Será a memória a pregar-me partidas?

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  58. Por acaso até vivo num bairro bem tradicional e quem chama os bombeiros é gente de fora que comprou recentemente andar.

    Mas lá que é uma tara jacobina e cobarde, é.

    Os que chamaram por causa da micro fogueira, são tão palonços a armar ao novo-rico que até fizeram uma mini cozinha no quintal. A sério! têm tudo acimentado e um telheiro a tapar um lava-loiça inox com esfregona ao lado. O lava-loiça ainda tem azulejos por cima.

    Um dia destes fotografo a anedota.

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  59. Não é diferente. É tudo igual. A tv formatou tudo.

    Quando me falam nesta guerra entre a Ongoing que quer ser califa em lugar do vizir Balsemão, para comprar a RTP e colocar aqui o modelo brasileiro de tv até fico arrepiado. Vai ser pior do que é e vai ser o fim da diversidade.

    Preocupam-se com a biodiversidade e a humanidade que criam é a coisa mais homogénea que pode haver e nem sequer em sentido positivo, porque o jacobinismo é destrutivo do sentido de vida tradicional que vai desaparecendo por força da sua implantação.

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  60. Zazie,

    Se quiseres fazer churrascos vem para aqui para o Norte que podes fazer em qualquer lado. Ninguém chama bombeiros. Como isto está quase sempre tudo a arder ninguém liga nada.

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  61. O Zappa se tiver alguma canção a mencionar marijuana será muito antiga e é para descascar na coisa. O Zappa é dos poucos músicos da pop que nao consumia drogas. Nem os filhos.

    O Zappa passava o tempo de escrita de canções a malhar nos costumes.

    O Nuno Rogeiro é que é muito versado em Zappa.

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  62. We´re only in it for the money é um disco antigo de Zappa, ainda dos anos sessenta e contemporâneo do Sgt Peppers dos Beatles. È uma charge aos hippies.

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  63. Não eu associo essa do marry a jew , marijuana aquela do "Hey Dora, want some mora? down here on the floora?" E ao album Joe's Garage.

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  64. Mas, enfim, os tempos eram confusos posso estar enganado.

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  65. Essa do kiss my aura, Dora, want some more, right here on the floor? e outras consonâncias em ora, pertence ao Overnite sensation, de 1973. Chama-se Dina moe hum.

    Curiosamente estou à espera do LP original. Desse e do One size fits all. Só juro pelo som dos LP´s

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  66. Evidentemente essa do Dinah mo hum é letra escatológica sofisticada...e não é lá muito do meu gosto. Mas a música esse, é divinal.

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  67. E não é que deu no comentário 69, a referência exacta ao assunto Dinah moe Hum? Nem de propósito...ahahaha!

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