Francisca Van Dunem, procuradora distrital de Lisboa, ordenou a abertura de um inquérito a uma denúncia recebida pelo PSD durante a campanha para as eleições legislativas, que avisava os principais membros da direcção do partido que estavam a ser alvo de escutas ilegais. A investigação vai tentar apurar se foram praticados os crimes de violação das telecomunicações e de gravação ilícita.
As coisas em Portugal são assim: há uma denúncia, nem sequer anónima, de que um partido político da oposição pode estar a ser alvo de escutas telefónicas criminosas. A denúncia deu origem a um inquérito ( nem se sabe bem porquê, uma vez que a doutrina oficiosa da PGR é a de que os partidos políticos gostam de resolver os assuntos políticos no âmbito de processos criminais e afins, mas pronto) e o caso vai seguir "os trâmites legais".
Repare-se: como é que se vai descobrir à distância de meses, de algumas semanas ou mesmo dias ou até mesmo horas que determinada pessoa foi alvo de um hacker que lhe pespegou com um bug ( vai tudo em inglês técnico que é para se entender melhor) para lhe apanhar conversas ou localizações precisas e que se esgotam no momento em que se produzem? Como é que será tecnicamente possível aos investigadores da PJ analisar os telemóveis ou telefones das vítimas que supostamente nem se apresentarão como tal? Vai-lhes ser dada autorização para refazerem todos os contactos efectuados e chamadas recebidas ou tentativas disso? É o vais!
Então para que é que se anda a perder tempo com mais um processo político travestido de criminal?
O caso Watergate, em 1974 surgiu em primeiro lugar na imprensa e porque dois repórteres do Washington Post souberam de uma notícia sobre um assalto a uma sede de campanha do partido da oposição a Nixon. Pela notícia, um simples caso de polícia, desconfiaram de certos nomes que apareciam envolvidos. Só isso. E a partir daí, dessa desconfiança começaram a desenrolar o novelo até chegar ao caroço da conspiração contra o partido democrático.
Não foi a polícia ou o ministério público de então que lá chegou: foi o jornal que seguiu pistas e confirmou dados, factos, nomes, lugares e ligações. Com ajudas externas de um um "garganta funda", diga-se.
Por cá não haverá gargantas fundas que saibam algo sobre os nossos olriks? De que estão à espera para lhes destapar a careca e mandá-los por uns anitos, para onde deveriam estar? Será um problema- mais um...- de oportunidade?
Então não José, só de pensar nos 6 meses que a pt, andou em minha casa e, não descobriu!
ResponderEliminarAté um dowload ao pc do meu marido à altura fizeram, nunca conseguiram descobrir que tinha posto a escuta e, claro que era ilegal!!!
Calma, calminha... o que mais há por aí são "gargantas-fundas"!
ResponderEliminarO probema... é que o "saco" deles é ainda mais fundo que a dita cuja!!!
josé :
ResponderEliminarse eu fosse um "garganta funda", nem sequer me dava a esse trabalho, por um motivo muito simples :
"em Portugal, ninguém com poder (especialmente político) vai preso"
Ponto final.
Ex. : Face Oculta
Casa Pia
Freeport
Cova da Beira
Lopes da Mota
etc...
PIor que isso Manuel Pereira: segundo desenvolvimentos últimos parece que não só não são condenados como nem sao investigados. Coisas do princípio da oportunidade.
ResponderEliminarMas tarde se saberá porque escrevo isto.