Páginas

sexta-feira, outubro 21, 2011

Cavaco Silva, o arauto da desgraça

Vasco Pulido Valente, hoje no Público considera "uma das maiores desgraças que sucederam a Portugal e aos portugueses desde 2006" o facto de Cavaco Silva ter sido eleito presidente da República". E explica porquê: passou todo o primeiro mandato a preparar o segundo e por isso calou-se e não avisou seriamente os portugueses "que Sócrates preparava uma desgraça sem nome".
Por acaso já tem nome: "colossal" é bem apropriado.
Quanto aos desgraçados somos todos nós que confiamos na seráfica figura de um presidente que é uma figura nociva para o país que somos e temos.
No outro dia, num programa Prós & Contras, Carlos Carvalhas chamou-lhe, sem rodeios, "conselheiro Acácio", repescando a figura mítica de Eça de Queirós, no Primo Basílio.
Para recordar o recorte psicológico aqui fica este pequeno texto copiado daqui:Link

O Conselheiro Acácio é descrito por Eça de Queirós como sendo um homem alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo, ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgada no alto. Tingia os cabelos, que de uma orelha à outra lhe faziam colar para trás da nuca; e aquele preto lustroso dava, pelo contraste, maior brilho à calva; mas não tingia o bigode: tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo e as orelhas muito grandes, muito despegadas do crânio[1].

Perante a sociedade, o Conselheiro Acácio era um moralista, com constantes declarações a favor da sã moral e dos bons costumes, que faziam dele um público paladino da família e das virtudes cristãs.

Nascido e criado em Lisboa, era um solteirão sem família, aposentado do cargo de director-geral do Ministério do Reino, que vivia num terceiro andar da Rua do Ferregial, amancebado com a criada, que entretanto o atraiçoava.

Expressava-se com chavões e elaboradas frases vazias e citava muito. Com gestos sempre medidos e cerimoniosos, jamais usava palavras triviais: não dizia vomitar, antes fazia um gesto indicativo e empregava o termo restituir. Assinante do Teatro de São Carlos havia dezoito anos, conhecia toda a sociedade amante da ópera e toda a intelectualidade da moda. Nas suas constantes citações dizia sempre o nosso Garret, o nosso Herculano e falava incessantemente das nossas virtudes pátrias. Tendo sido nomeado conselheiro por carta régia, sempre que dizia El-Rei erguia-se um pouco na cadeira.

Tinha sido feito cavaleiro da Ordem de Santiago, em atenção aos seus grandes merecimentos literários e às obras publicadas, de reconhecida utilidade, no campo da economia política. Era autor das seguintes obras: Elementos Genéricos da Ciência da Riqueza e Sua Distribuição, com o subtítulo Segundo os Melhores Autores; da Relação de Todos os Ministros do Estado desde o Grande Marquês de Pombal até Nossos Dias com Datas Cuidadosamente Averiguadas de Seus Nascimentos e Óbitos e de uma volumosa Descrição Pitoresca das Principais Cidades de Portugal e Seus Mais Famosos Estabelecimentos.

6 comentários:

  1. José
    O que refere sobre este PR, de fazer um primeiro mandato a preparar o segundo, é perfeitamente válido para os dois anteriores.
    Não seria o caso de mudar a lei e limitar função a um mandato?
    Já se percebeu que só no ultimo é que fazem alguma coisa de útil.

    ResponderEliminar
  2. Eu não voto, acho que os votos , as eleições fazem parte do circo , do real show da corrupta política portuguesa. É que não se pode chamar a “ esta coisa “ democracia nem coisa que se pareça. A prova está ai… a corrupção, a partidocracía miserável , sem ética é o miolo e centro da vida portuguesa, e o que é canceroso é que já se integrou na sociedade. Eu não faço parte desse porco e reles carnaval. Quem pode dizer que gente que votou no cavaco , no socrates e em todos outros que destruíram este pais foram pessoas culturalmente adultas ?. a democracia é um exercício social e político consciente, praticado por gente que sabe o que quer…..Quem me pode dizer hoje que os portugueses quiseram a miséria que têm? quiseram um mário soares papão e guloso dos doces do estado ? , um cavaco medíocre , incompetente e atacado de cretinice demencial ? Só um povo analfabeto, inconsciente é que pode ter votado nesta chusma de miseráveis incompetentes, medíocres, corruptos e vampiros do próprio povo. Eu nunca votarei….*** nem façarei **** parte desta palhaçada.

    ResponderEliminar
  3. os profs drs engs analistas e politólogos não perdoam ao PR saber de economia

    tal como o PR receio termos entrado em pelo menos uma década de recessão

    ResponderEliminar
  4. "Vasco Pulido Valente, hoje no Público considera "uma das maiores desgraças que sucederam a Portugal e aos portugueses desde 2006" o facto de Cavaco Silva ter sido eleito presidente da República"

    Só não digo tanto quanto isto, porque os anteriores ainda eram piores. O que deve ter sido empresa bem difícil de erguer...

    Mas que foi uma tragédia, lá isso...

    O dizer para mim próprio que estou de consciência serena porque, embora sendo da área dele, nele me recusei a votar (a não ser em redondilha de pé quebrado) não me deixa, ainda assim, descansado.

    ResponderEliminar
  5. É altura dos ppd/psd acertaram as contas com o dr. Anibal, por mim, já as fiz, desde os tempos do ISCEF/ISE e as suas governações.

    Eleitoralmente, foi impagavel - o Jardim da Madeira aprendeu muito com ele, ou vice versa.

    Tornou um partido de vitrine, "Lojas das Meias", com uma bonita expositora, em cartão, na montra, mostrando o seu casaco de pele de urso

    Com o Sr.dr. Anibal nada melhorou no País, uma coisa melhou, fez surgir o "aparente".

    Fez mais pela gestão do País o xuxulistas/inginiero Sócrates, do que o Prof.Dr. em Economia Cavaco Silva.

    Essa, é que é essa

    ResponderEliminar
  6. Essa é que é essa?!

    Será mesmo, ZéBonéOaparvalhado?

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.