Daqui:
Na sequência de notícias que têm vindo a ser veiculadas na comunicação social, o Conselho Superior da Magistratura, com intuito de prestação de esclarecimento sobre a realidade, emitiu o comunicado que se disponibiliza.
«Na sequência de notícias que têm vindo a ser veiculadas na comunicação social, o Conselho Superior da Magistratura, com o intuito de prestação de esclarecimento sobre a realidade, informa que:
1 - Não foi, contrariamente a algumas daquelas notícias, proferido qualquer despacho judicial ordenando a remoção dos veículos pesados ao serviço da TNC - Transportadora Nacional de Camionagem, SA que se encontravam parqueados ao longo da Av. D. João II, no Parque das Nações, em Lisboa;
Isto parece ter pouca importância, mas é sinal de coisa muito grave que ocorre no Poder Judicial .
Um juiz soberano e no exercício do Poder Judicial tem a seu cargo um processo de insolvência no Tribunal de Comércio de Lisboa, no Campus da Justiça. Eventualmente para pressionar uma decisão ou seja para o que for, alguns trabalhadores da firma em processo de insolvência resolveram estacionar dezenas de camiões ( sem os atrelados) numa das avenidas paralelas ao edifício do Tribunal, nesse local.
Para além do acto em si mesmo, prejudicial para a circulação do trânsito, a PSP no local eventualmente terá actuado, perante a patente ilegalidade. Nada fez, no entanto, para remover os veículos.
Agora, parece que uma decisão proferida pelo referido Tribunal no âmbito do processo possibilitou a remoção prática desses veículos, mas não foi essa decisão que o determinou directamente, nem poderia ser.
Alguns media, certamente orientados pelo jornalismo do tipo para quem é, bacalhau basta, resolveram imputar a medida de remoção a uma decisão do Tribunal.
Este, mesmo sabendo da asneira informativa, não teve a coragem de emitir comunicado ou informar directamente os próceres do jornalismo para quem é bacalhau basta que não era assim e que a decisão seria da responsabilidade de outrém que não o Tribunal.
Em vez de comunicar directamente a quem quisesse ouvir, mormente os jornalistas pescadores de bacalhau a pataco, terá enviesado a comunicação permitindo que o Conselho Superior da Magistratura assumisse o papel que não lhe deveria competir.
O CSM é um órgão administratico de gestão da carreira dos juízes e administração da sua inspecção. Mais nada.
Se os juizes são ( e deveriam ser cada vez mais) entidades independentes enquanto exercem as suas funções não se compreende de todo que deleguem num órgão administrativo a tarefa de responder e falar por eles.
Isso significa uma ou duas coisas: que os juízes têm medo de falar por si e pelas decisões que tomam ou não têm jeito ou vocação para explicar ao povo em nome de quem aplicam a Justiça ( e não é o CSM que a aplica) ou então têm medo do papel de Inspecção do CSM que lhe condiciona as carreiras.
Esses medos, juntos, são o sinal inequívoco que a independência dos juizes, garantia de aplicação de justiça igual para todos e de isenção acima de tudo, é apenas um mito em alguns casos, designadamente os mediáticos.
E isso é a comprovação da falência de uma das vertentes fundamentais do Estado de Direito- a independência dos Tribunais.
Criticam o protagonismo dos juízes? Então agora tem pior que isso: o protagonismo excessivo do CSM. Insuportável sob qualquer ponto de vista.
um agente da pj esteve ontem num escritório de advogados para notificar pessoalmente uma testemunha.
ResponderEliminarrecusou indicar ao advogado da 'alegada' testemunha o assunto em causa e a sua presença.
o soviete da investigação continua prepotente