Ontem na TVI, citado hoje pelo Económico:
"Creio que não vai ser possível voltar a pagar subsídios aos funcionários públicos. Não estou a ver que venha a haver uma folga para isso", explicou o ex-ministro das Finanças no programa "Olhos nos olhos" da TVI24.
Medina Carreira defendeu que a única saída para Portugal é cortar nas despesas com pessoal e prestações sociais, porque "esta não é uma economia que dê para pagar o que devemos".
"O nosso estado social não tem consistência rigorosamente nenhuma, já está mal e daqui a 10 anos vai estar pior", alertou o responsável, para quem "devia ser incluído no código penal a incriminação dos políticos que conduziram o país a esta situação."
Quanto à incriminação dos políticos, um dos que estaria incurso seria o seu antigo primeiro-ministro, Mário Soares. E então, Medina Carreira era socialista de gema democrática. Mas não foi capaz de se impor ao socialismo tipo compagnon de route do PCP até aos anos noventa.
Por outro lado, a incriminação no código penal obedece a princípios básicos e um deles é o da não rectroactividade da lei penal. Ou seja, estão safos.
Portanto, a débito de Medina Carreira está a inequívoca comparticipação no descalabro que se verificou logo nos anos setenta, após as nacionalizações e que foi, a meu ver, o alfobre dos males que nos afectaram sucessivamente. Portugal, em 1973 estava a crescer como nunca e se tivesse realizado uma transição para a democracia como a Espanha o fez, estaria porventura melhor que este país.
Quem liquidou a nossa economia foi a Esquerda. Da qual Medina Carreira fazia parte integrante.
A crédito de Medina está o facto de se ter arrependido a tempo. Foi das poucas vozes ( a única?) que denunciaram os desmandos dos governos que se sucederam sucessivamente sem cessar, na despesa incontrolada e sob o pretexto de que eram esforço de investimento. Alguma dessa despesa "pagava-se a si mesma", como no caso da Expo 98 e do que aí ficou.
Viu-se. Agora pagamos todos, mas há alguns, precisamente os responsáveis pelo descalabro que arranjaram vidinhas de luxo que dantes não tinham nem sonhavam ter. Um tal Paulo Campos, herdeiro de outro Campos, disse ontem na tv algumas barbaridades de arrepiar cabelos. E nem a evidência o demove do erro.
É preciso denunciar essa canalha por uma questão de justiça.
Mas ele não foi membro do CA da Expo 98?
ResponderEliminaré a única voz que dá gosto ouvir.
ResponderEliminarsempre denunciou os gastos desnecessários
sempre disse que temos uma economia de 3º muindo
José, com o devido respeito...
ResponderEliminarDenunciar "por uma questão de justiça"?
Só isso? :)
Eles querem lá saber das denúncias ou meias denúncias!
Só pessoas mínimamente decentes é que se assustam com isso e têm alguma vergonha.
Esta gente exige outro tipo de resposta e não é certamente a que o José está a propôr.
Diz o José que há que obedecer aos "princípios básicos do código penal" com os quais - por princípio - posso concordar.
Contudo esses princípios básicos falham no seu propósito axial que é o de... fazer justiça.
Ora, os doutos doutores em palheta que permitem que chegassemos a esse ponto são incapazes de fazer justiça - já são capazes, através de interpretações "extensivas" da lei e de espectrais "espíritos do legislador", de defender leis... ilegais (e imorais).
Assim, será curial afirmar que a solução passará forçosamente pela tal nefanda Glock 19 (uma .22lr sairia mais barata, mas enfim) solução lamentável, de facto, mas tornada necessária pela corrupção do sistema e também pelas bizantinices do meio. Portanto, enquanto V. Ex.as aguardam pelos efeitos vagos e indeterminados das "palavras", "argumentos" e "indignações", a minha esperança está em soluções mais... directas.
E ouso crer que a maior parte dos adultos pensantes concordará comigo.
E atenção que quem diz isto é quem trabalha diáriamente com esta "gente" e sabe como funciona boa parte do sistema.
Espero que já não haja muito tempo para lirismos porque ainda gostaria ver feita alguma justiça e viver num ambiente mais civilizado e estéticamente mais agradável (este efectivamente ofende-me as vistas!).
Pedro Marcos: os erros políticos pagam-se caro, muitas vezes. O que se está a falar agora é desses erros mas não só.
ResponderEliminarSe os erros políticos podem ultrapassar a mera fronteira da opção ideológio-política e passar abertamente para o campo em que já nada disso conta mas apenas a ética e a decência que as leis penais exigem sejam respeitadas, então estamos já noutro plano que é o criminal.
O plano criminal exige por seu lado respostas que reponham a justiça. As nossas respostas, até agora, são muito fracas porque o sistema foi gizado para garantir que não se cometeriam erros judiciários. Foi de tal modo garantida essa hipótese que caimos no campo oposto em que não é possível fazer justiça por causa dessas garantias que fosse feita justiça.
O paradoxo é evidente mas não me parece que muitas GLocks resolvem o assunto porque se passaria rapidamente a uma Justiça de bárbaros. Ou seja, sumária e sem garantias nenhumas que não fossem condenados inocentes.
É disso que se trata quando a lei penal só prevê crimes a partir da sua classificação enquanto tal. Os que tiverem ocorrido no passao quando a lei penal não os previa como tal, não são punidos, segundo esse princípio geral.
Mas há vários crimes que podem ser avaliados agora e com as leis que temos.
Basta querer e quem não quer, actualmente é o PGR e a directora do DCIAP. Preferem fazer como a avestruz, por razões que ´só eles entendem mas é legítimo especular.
José.
ResponderEliminarTem inteira razão,
Devia-se perguntar, no minimo, uma obra que foi orçada em 18 milhões - acabou em 70 milhões.
Estou a referir ao Centro Cultural (comercial) de Belém - nem houve, como agora se diz, o cuidado de analisar o "custo vs beneficío.
Está as moscas e tem custos elevadissimos que pesam no nosso bolso.
Qual é o serviço que presta CCB, ao visitante? a maior parte das aguarelas são falsas - vendidas ao desbarato na feira da ladra, era capaz de me deslocar a um sábado.
o CCB, devia desempenhar o seu verdadeiro papel -Shoping Continente - organização do "tio Patinhas"... não esquecer uma loja de Pasteis de Nata, os verdadeiros - é uma zona de muito turismo
Estou a falar de um investimento da há 30 anos - no tempo, em que, pela adesão da CEE, o dinheiro chegava em TIR de 6 em 6 meses
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É caso para esmiuçar.
Todos somos sérios e não preciso de nascer 2 vezes.