Segundo o Público de hoje, Miguel Relvas apontou o caso do metro do Mondego como um exemplo de má gestão e que "foi por muitos outros metros do Mondego que nós hoje estamos na situação em que estamos. Houve má gestão no sector público empresarial e agora estamos a pagar por isso."
Má gestão no sector público? O quê?! Como se atreve Miguel Relvas a dizer uma coisa dessas? Segundo a mesma notícia, os três executivos da administração do metro que nunca chegou sequer a passar da fase de projecto, entre 1997 e 2010, ganharam qualquer coisa como 3,3 milhões de euros.
Um pouco mais de um milhão para cada um, numa dúzia de anos. Contas por alto e por ano receberam, cada um desses expoentes da gestão pública agora vilipendiados pelo ministro, quase cem mil euros. Pouca coisa, nem chega a 10 mil euros por mês. Fora os carros de luxo e imponência para tão grandes gestores da coisa pública, os telefones pagos, as viagens ao estrangeiro para ver como era lá fora, as reuniões e almoços pagos por cartão de crédito e outros perks que esta gente não poupa nestas minudências.
Quem são os magníficos gestores agora lançados à lama do descrédito mas que não irão repor um cêntimo do que ganharam e até serão eventualmente indemnizados pela extinção da sua fonte de rendimento?
Ora, ora. São professores doutores, mestres e doutores...pessoas de estudo e com estudos, portanto. Mitómanos? Exibicionistas? Nem pensar! Só o ministro é que lhes chama maus gestores. Assim e sem mais delongas. E talvez por causa destes desmancha-prazeres.
Entretanto, por causa do nome do excelente administrador-gestor, professor- doutor, um tal Álvaro Maia Seco, fui ver...e a neve da realidade prosaica e plausível, caía. Branca e leve, branca e fria, sobre a ilusão de uma competência sem mácula. E que saudades, Deus meu! Saudades de um futuro em que a política partidária não fosse um trampolim para administrações de empresas públicas e que outro político partidário não pudesse dizer agora que afinal estes gestores da coisa pública foram maus gestores que delapidaram recursos e exemplificam o método mais rápido de um país atingir a bancarrota.
Desconfio que essoutro político partidário se não fosse este tipo de gestão da coisa pública nunca teria apresentado no tribunal constitucional os rendimentos que agora apresentou.
Entretanto, da cidade do conhecimento também é...Paulo Campos. Bingo!
Enegenheiros, Mestres e doutores que bem engenheiraram as sua vidinhas.
ResponderEliminarOs blogues é uma vergonha, josé. Serviço público é este.
ResponderEliminarIsto é um bocado subversivo porque às tantas o zé povinho deixa de ter como alvo os maus dos "funcionários públicos" sumptuosamente pagos e causa da desgraça nacional...
ResponderEliminarO relatório do Tribunal de Contas é todo ele um tratado sobre como fazer uma auditoria. Parabéns aos auditores.
ResponderEliminarAtente-se por exemplo na análise referida na pagina 50 sobre o uso de cartões de crédito que, fiquei a saber, podem ser (e eram) usados como cash-advance, um "suplemento" ao salário dos principes. Isto claro para além do pagamento de despesas pessoais, e, também é claro, para além do trivial automóvel, viagens, seguros de vida, etc., etc., etc.
Pergunto: ISTO FICA ASSIM? NINGUÉM VAI PRESO?Nem sequer se pede a devolução desde quase três milhões de euros de salários para nada?
É que se isto fica assim então não nos podemos queixar de dentro de alguns, poucos, anos, voltarmos todos a falar do mesmo.