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sexta-feira, novembro 11, 2011

Um bastonário definitivamente carroceiro

Marinho e Pinto é notícia todos os dias. Hoje, na abertura do congresso dos Advogados, ouviu da ministra da Justiça o que Maomé não disse do toucinho:

"Dirigindo-se a Marinho Pinto, a ministra frisou que o bastonário da OA «tem todo o direito de discordar da ministra da Justiça e da política do Governo de, no concreto, divergir e de entender que os projectos que o Ministério da Justiça tem não são os seus». «Mas devo igualmente dizer a vossa excelência, com igual frontalidade, que a mentira e a ofensa não são o caminho para a resolução de graves problemas que temos de enfrentar», disse Paula Teixeira da Cruz, aplaudida pelo Congresso.

Segundo a ministra «a desconsideração e o ataque sustentado em factos pessoais, aliás nem sequer verdadeiros, não são toleráveis na luta política institucional». «Essa forma de agir é censurável e ofende os princípios éticos da nossa democracia que vossa excelência tantas vezes gosta, senhor bastonário, de invocar», afirmou Paula Teixeira da Cruz."

A ministra da Justiça abandonou depois a sala.

Em resposta, Marinho e Pinto não descurou pergaminhos e usou linguagem de chispe. Lamentou que a ministra da Justiça abandonasse a cerimónia de abertura do congresso da classe, tendo dito que "as raposas mudam de pelo, mas não mudam de géneros nem de hábitos".

E continuou o discurso ungulado, referindo-se aos privilégios remuneratórios dos magistrados em relação aos professores catedráticos e aos militares em topo de carreira.

Tal motivou outra reacção de abandono: o presidente do Sindicato do MºPº, João Palma ( que ontem deu uma excelente entrevista ao jornal i, colocando todos os pontos nos diversos ii abordados, designadamente o actual PGR) saiu igualmente da sala.

Marinho e Pinto tem uma particular obsessão com os magistrados e os seus "privilégios". Tantos que o próprio Marinho e Pinto logo que venceu as eleições para bastonário, atribuiu-se o vencimento correspondente ao de juiz conselheiro. Nessa altura não achou privilégio algum. Agora, depois de os magistrados terem sofrido, como a generalidade dos funcionários públicos ( o que aliás nem são), cortes substanciais no vencimento, Marinho e Pinto não tocou no seu vencimento de bastonário e aparece no congresso de todos os advogados a invectivar os privilegiados, número do qual se exclui.

Tal atitude provoca naturalmente o júbilo da populaça energúmena do costume.

É disso que Marinho e Pinto gosta. É isso que pretende. É nesse ambiente que chafurda sempre.

4 comentários:

  1. Diria mesmo mais: carroceiro!... -- JRF

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  2. foi bandarilhado . como é manso acusou o castigo e arremessou-se contra as tábuas. acabou por levar meia-estocada

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  3. De quem foi a faena e os moços de forcados eram de Santarem?

    Esperemos, que esta Ministra e este Governo melhore substancialmente area da Justiça ...E JÁ É TEMPO (4 MESES) DE APRESENTAR O QUE VAI FAZER OS E AS INTELIGENTES NESTA MATÉRIA

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