No livro de memórias políticas de Freitas do Amaral, publicado em 1995 ( e à venda na Fnac por cinco euros), a páginas tantas dá-se conta do processo político de escolha de um sucessor de Salazar, para a presidência do Conselho, orientado por Américo Tomás.
Dos quatro candidatos possíveis ( Franco Nogueira, Antunes Varela, Adriano Moreira e Marcello Caetano) a escolha recaiu neste último, por razões que o pai de Freitas do Amaral explicava então e que aparecem transcritas na passagem em imagem. ( clicar para ler)Interessante e curioso é a hipótese de Adriano Moreira, então "jovem, audacioso e habilíssimo", no dizer de FA, poder ter sido o presidente do Conselho, logo em 1968, com 46 anos, depois de ter sido, entre 1961 e 1963 ( início da guerra no Ultramar) ministro do Ultramar.
Adriano Moreira como presidente do Conselho, com Américo Tomás como presidente da República, como seria?
Melhor...como seria o regime com Adriano Moreira? A Censura? A PIDE/DGS? A política ultramarina? Seria muito diferente da de Marcello Caetano?
Só o próprio poderia responder e nem este pode responder. O que tem respondido, a perguntas avulsas das anas lourenços da nossa tv são minudências abstractas sobre relações internacionais ainda mais etéreas e abstractas como as opções estratégicas concretas das grandes potências.
Adriano Moreira, sobre o regime do Estado Novo e particularmente o período do consulado marcelista , o que tem dito e escrito de relevante? Nada que se leia. Ou se publicou pouco se leu. Adriano Moreira não fala do assunto como devia falar. Esquece deliberadamente ou não quer lembrar-se? Tem alguma coisa nas Vésperas, de que se queira lembrar?
Provavelmente este comportamento deletério é exemplar do modo como se orientou durante toda uma vida. Será Adriano Moreira o verdadeiro rolha de um regime em transição para outro? Sabemos que em determinado período pontificou no CDS sendo mentor de Paulo Portas. O que adiantou essa orientação típica de mestre/aluno?
Evitou casos como o dos submarinos? Evitou a ligeireza de políticas de circunstância e acordos de regime pontuais nas feiras e romarias?
Mostrou a alguém o que era a essência dos valores em que acreditou? Obliterou-os e deixou alastrar os anti-valores?
O melhor exemplo e do qual, aliás, se orgulha, é a filha, Isabel Moreira, uma jacobina à outrance e uma pagã-nova do socialismo de desgraça certa.
Adriano Moreira não sente isto assim?
Com esse róbalo o Américo Tomás tinha acabado de avental numa Loja, nas listas do PS e mandatário da candidatura presidencial do Soares.
ResponderEliminarem 1971 na casa do Brasil na 'cité' de Paris fui íntimo de Margot, prof de direito na Universidade do Salvador.
ResponderEliminarcerca de 20 anos antes viveu com 'Adriano' em Madrid. contou-me o suficiente para o ficar a conhecer.
depois do 25.iv Adriano Moreira viveu e foi prof na Universidade do Salvador
"contou-me o suficiente para o ficar a conhecer."
ResponderEliminarPode resumir em poucas palavras o que é AMoreira?
Ou será suficiente uma ?
Essa de utilizar a filha para apontar os pecados do pai parece-me baixo. E não digo mais. Cada um tem a sua ética.
ResponderEliminarO melhor exemplo dos seus valores, queria dizer. Os que ensinou.
ResponderEliminarDe resto, não apontei pecados ao pai, porque nem sei se os terá. Perguntei se continua a acreditar em valores ou já enfileirou nos contra-valores...
Os ditados populares depois podem dizer o resto:
ResponderEliminarA acha sai à racha e maria à sua mãe.
Filho de peixe sabe nadar.
Filho és, pai serás.
Quem sai aos seus não degenera.
E por aí fora.
Agora, classificar éticas alheias por isto, é capaz de ser um bocado arriscado e ético também não será pela certa.
Se vamos por aí o que tem a ver o Major Silva Pais com a sua filha Annie Silva Pais?
ResponderEliminarNota: Não fui ver a celebérrima peça de teatro.
Resposta ao Wegie: Hão-de ambos ter a ver alguma coisa.
ResponderEliminarNo primeiro caso (A. Moreira/Isabel Moreira) diria que não será questão política.
No caso da filha do Silva Pais é óbvio o radicalismo às avessas. Mas é sempre uma forma de se "matar o pai".
ResponderEliminarNo da I.M é um bruto trauma. A começar pelo da educação religiosa. E dessa culpa a Igreja em vez da família.
(digo isto por ter lido o primeiro post que ela fez naquel nojo do Jugular (de que saiu, aliás. E nem tenho má opinião acerca dela).
Agora em que acredita o A. Moreira ninguém sabe. Provavelmente nem o próprio.
ResponderEliminarMisturar pais com filhos nestes termos não dá bom resultado. Fere a ética da responsabilização individual.
ResponderEliminarPorra!!! Hoje deu-me para a ética...podia ter sido pior.
Vejamos:
ResponderEliminarA filha do Silva Pais...há por aí uma peça e tudo. Então será ética uma coisa assim?
A lógica nestas coisas tem que se lhe diga. E a ética não tem que ser vista ou achada no assunto.
Ético é separar essas coisas.
Exacto!!! Então corrige lá o post: Ou falas do AM ou da IM. Os dois ao mesmo tempo não. Estás a cometer o mesmo pecado do autor da peça de teatro.
ResponderEliminarO Weggie não acredita nos efeitos dos exemplos familiares.
ResponderEliminarSe estes não existem, existe o quê? a formação escolar e depois cada euzinho a fazer-se a si próprio?
Qual pecado do autor da peça?
ResponderEliminarNão percebo?
A única coisa que sei da peça é que lhes deu para fazerem do pai um assassino e da filha uma rebelde "idealista" por ter ido para Cuba.
Ora, do que se está a falar não é de rebeldia mas de transmissões.
ResponderEliminarAs coisas são como são. A filha de Adriano Moreira é quem é e deu-lhe para a política.
ResponderEliminarFoi logo para o ofício do pai e tomou a direcção supostamente oposta. Será mesmo oposta?
É isso que gostaria de saber. Se não for oposta então filha e pai estão ligados por mais alguma coisa que laços de sangue.
Porque não perguntar,tendo em conta que os valores antigos do pai não conferem com os actuais, da filha e provavelmente dele, pai?
E como equacionar esse fenómeno com um indivíduo que poderia ter sido sucessor de Salazar?
É mesmo intrigante. Ou instigante como diria um conhecido brasileiro ( Pedro Freitas Branco).
Andas a atirar ao pé em cada comentário...
ResponderEliminarNão ando não! Vê lá se algum dia deduziste alguma acusação contra o pai ou filho dum homicida ou se isso está contemplado na lei?
ResponderEliminarNão merece a pena complicar, José. É isso.
ResponderEliminarAgora o que me faz pensar é a escolha do Caetano.
Porque foi uma excelente escolha. E escolhas destas não existem em democracia.
Não será assim?
De outro modo- em democracia alguma vez teríamos um governante com o nível do Marcello Caetano?
ResponderEliminarNão mistures assuntos desses porque não são comparáveis.
ResponderEliminarA responsabilidade é sempre individual mas aqui não se trata disso: trata-se de uma herança política de alguém que poderia ter sido sucessor de Salazar. E a herdeira directa, a filha, vai logo para o campo quase oposto e certamente oposto no jacobinismo.
E estamos a falar de duas pessoas que se dedicaram à política. Nao se trata de outro assunto que não esse.
E portanto há essa ligação que é pertinente como é pertinente a relação entre ambos, porque Adriano Moreira não enjeita a opção política da filha. E não o faz apenas por ser filha mas porque dá a impressão de que a aceita, independentemente disso..
O Weggie está maluco ou tem preconceitos nas comparações desbocadas que faz.
ResponderEliminarWeggie: nós, seres humanos, nada temos a ver com os pais? formamo-nos a nós próprios e o resto é pedagogia escolar?
Não tínhamos, claro que não tínhamos.
ResponderEliminarO TOmás não era assim tão limitado...
Sim, é público tudo isso. A IM contou-o e conta-o a todo o propósito e despropósito.
ResponderEliminarEle apoia todo aquele jacobinismo feroz. Aceita-o.
Ela nunca disse que precisou de se rebelar contra os valores do pai. Apenas da escola religiosa.
A escola, sim. Mais que a escola- o Vaticano é que é culpado
":O)))))))
Portanto, José. Se concorda que não tínhamos, a questão é mais forte.
ResponderEliminarE como seria, se depois, mesmo com o Caetano, viesse escolha democrática.
Mantinha-se o nível?
Seria uma democracia com nível à "alemã" ou Áustria, ou nada disso?
O sistema democrático tem maiores virtualidades para permitir boas escolhas.
ResponderEliminarO problema é que o nosso sistema democrático não as tem porque se perverteu.
OK!!! Se o Direito é algo extraterrestre e estou a fazer comparações desbocadas, as minhas desculpas. Este país nunca se adequou a um Estado de Direito.
ResponderEliminarQuanto ao resto, creio que a resposta andará no blogue para onde ela transitou.
ResponderEliminarPorque ela atirou com a porta do Jugular e não a tenho por pessoa sem nível.
E foi para outro demasiado geminado em termos pessoais.
(pelo que imagino e não quero saber mais pois respeito a privacidade de toda a gente).
Mas dá para ver que foi por esse motivo. E ambos hão-de ter herança complicada.
Mas que Direito?
ResponderEliminarehehehehe
O Weggie nasceu de geração espontânea e acredita que todos nasceram do mesmo modo- dos trapos
":O))))))))
Ó meu, com essa do Direito, até parece que negas psicologias, sociologias e tudo o mais- o ser humano é um ser de Lei.
ResponderEliminar":O)))))))))
Meu caro
ResponderEliminarMargarida-'des belles merdes'
'mim'-l'emmerdeur
A única comparação que aqui fiz, resulta da política e da ideologia.
ResponderEliminarA de Adriano Moreira não é a da filha. Foi ele quem o disse, apesar de aceitar a da filha, como também o disse.
E estamos a comparar apenas isso.
Porém, se Adriano Moreira foi ministro de Salazar, fundador do CDS, conservador putativo, deveria ser-lhe completamente estranho e adversário, o facto de a filha enfileirar pela ala mais radical do jacobinismo e do anti-clericalismo.
Quando falou disso no outro dia na tv fe-lo com alguma condescendência de pai, mas mais do que isso: fê-lo dando a impressão que é tudo muito relativo e que afinal até ele próprio poderia ter enfileirado em partidos assim.
É esta coisa que interrogo porque dá um retrato de Adriano Moreira: um indivíduo sem convicções de raiz e afinal convicto de algo extremamente subtil, uma ideologia mutante e camaleónica. Um nojo se assim for.
Um ministro de Salazar com um percurso sinistro em algumas coisas ( o PCP lembrou-o recentemente) com 46 anos em 1968 e nessa altura julgado pelo regime como um potencial e credível sucessor, não é uma pessoa qualquer.
ResponderEliminarE não é na segunda fase da vida que vai mudar de pensamento político ( li para aí que Raymond Aron era um dos gurus) e não devia ser nessa segunda fase da vida que desiste de proclamar os valores e princípios em prol de um pragmatismo que cheira muito, mas mesmo muito mal, ideologicamente.
É este o contexto.
Se me permitem o intrometimento, eu acho que seria.
ResponderEliminar"À alemã" propriamente dita, talvez não. Somos gente diferente e, na verdade, penso que se não fora a "intriguice" (como nas novelas) e/ou a "moda" do intelectualismo, poucos portugueses desenvolveriam um interesse genuíno pela política i.e. o governo de uma comunidade.
Mas penso que poderíamos aspirar a algo bem melhor do que hoje temos. O que não seria difícil. Teríamos pelo menos uma administração pública de qualidade, com gente competente e capaz. Mais importante que isso, essa maneira de fazer as coisas "como deve ser", ficaria embutida nas pessoas, em vez de ser completamente estilhaçada pela infeliz "revolução". E isso apenas, seria logo meio caminho andado para uma sociedade justa e próspera.
Sinistro, como? não estou a par.
ResponderEliminarMas ele, se mudou não foi para nada. Porque nada tem, como político.
Quanto à filha, posso estar enganada, mas o jacobinismo e anti-clericalisno é que não veio da política.
ResponderEliminarHá-de ser outra coisa mas não é por efeito de formação política nem nada tipo underground à côncia.
É mesmo trauma. E do grande. Ela é histérica. Nada daquilo é normal.
Tem razão, muja-quelque-chose
ResponderEliminarmujahedin:
ResponderEliminarIsso que escreveu pouca gente tem a verdadeira noção do que é e da importância que isso tem.
Contudo, para mim, é simplesmente a diferença entre um país de Josés Sócrates e um a sério.
E já tivemos disso, embora fosse no tempo do autoritarismo.
No entanto, parece-me que o autoritarismo não é conditio sine qua non para tal e que em democracia tal seria possível se tivéssemos gente que fizesse por isso.
Para nosso azar saíram-nos na rifa os Adrianos e os Amarais que percebiam bem essa diferença mas deixaram-se levar pelas cantigas medíocres de um Mário Soares.
Trocaram um cavalo por um jerico. E mal ajaezado, ainda por cima, porque pindérico.
Até um Vasco Pulido Valente que percebe bem essa diferença se deixou encantar pelo jerico.
ResponderEliminarcaro Amigo
ResponderEliminarrefiro apenas o seu pensamento como homem público: sinuoso
há ditados aplicáveis
'tal pai, tal filha'
'casa de pais, escola de filhas'
nada surge do nada
Percebo. Coisa feia se assim for.
ResponderEliminarO dito anda a ser adulado na RTP em programas sucessivos em que conta as suas "memórias" muito truncadas e falsificadas.
ResponderEliminarA dignidade de uma coisa daquelas poucos se atrevem a questionar. José António Barreiros é um deles, mas quase ninguém mais.
Preferem a falsificação histórica à verdade conhecida e reconhecível.
Esse personagem bon vivant e superficial impôs-se a todos os senadores e senhores do antigamente.
Como? Como fazem os habituais detentores do poder: distribuindo benesses públicas porque tinha poder para tal.
Em alguns casos literalmente comprou essas pessoas.
Os caríssimos conhecem Byssaia Barreto, de nome pelo menos. Bem, no dito estado novo havia muitas maneiras de vicejar e a do AM era e é das mais eficazes. Valores? Quais valores? Ser católico sem o ser, ser académico sem o ser, ser conservador sem o ser, ser salazarista sem o ser. O não ser gera não seres, que até podem jacobinar como quem os pariu. A filha é o pai no portugal de eunucos. Ora ter um trauma de colégio no portugal eunucado do séc. XXI é uma vantagem, quase tão grande como ter apoiado o MUD em 1945! Ah, pois.
ResponderEliminarIsto para não falar do memorialista ilustre conterrâneo de Alfredo Pimenta, outro AM em registo estrangeirado. Freitas não sei porquê mas faz-me sempre lembrar um doutor Espada ao contrário, um gentleman de Fermentões.
ResponderEliminarO mentor de Paulo Portas é Adriano Moreira. Está tudo dito.
ResponderEliminarNesta estrumeira política quem se salva?
ResponderEliminarPor mim há um indivíduo que nunca alterou uma linha do pensamento político de base, de há trinta e oito anos para cá: Pedro Ferraz da Costa.
ResponderEliminarMas não o conheço bem.
Ah! E os comunistas, claro. São tão previsíveis que até dói.
ResponderEliminarAh,mas o argumento 'novo' que o senhor seu Pai deu a Thomaz é o melhor retrato do filho: a razão do interesse pessoal, o perdedor passa culpas é freitas, faz, imagine-se, descansar a consciência! Eis a moral de freitas.
ResponderEliminarEnsinava Orlando de Carvalho que os contra-valores, só o são até se tornarem em valores, podendo os anteriores passar à condição dos primeiros....
ResponderEliminarExactamente e o jacobinismo é o método de os implantar com maior rapidez do que a tradição alguma vez o faria.
ResponderEliminarCalma aí, porque o Orlando era comuna católico, ou, como ele dizia no seu despenteado lógico, um cristão não fideísta. Um doido varrido, em suma.
ResponderEliminarOrlando era outra coisa, mais subtil. E que explica o resto.
ResponderEliminarInfelizmente é assim em muitos casos.
Orlando era um J.Edgar, parece-me.
ResponderEliminarOrlando de Carvalho era um louco e perigoso inteligente, visionário, egocêntrico e preguiçoso na função de pedagogo. Não deixava de ser brilhante.
ResponderEliminarFoi o melhor professor que alguma vez tive.
ResponderEliminarNão falhava uma aula do tipo. Um dia ouvi-o falar na transubstanciação a propósito do direito das coisas. Fantástico.
:) o que mais lembro é comercial e não reais, é que o homem só falava dos índices semióticos do trespasse...
ResponderEliminarAcabei o curso com a disciplina. Fi-la à primeira e na oral, com o indivíduo.
ResponderEliminarAcabei e saiu para me dar os parabéns. Perguntei porquê e disse-me simplesmente que era para dar a notícia.
Nunca fui bom aluno porque o curso era um recurso, mas em Reais não: estudei com gosto, apesar de não me esforçar muito.
Uma coisa não 'tem' que explicar a outra, agora talvez, mas naquele tempo não tinha.
ResponderEliminar"índices semióticos do trespasse": aí está um tema interessante.
ResponderEliminarEra dessas coisas que andava à procura nas aulas do indivíduo.
A sebenta de Reais nunca a acabou, mas o que escreveu está muito bem feito. Não chega às trezentas páginas.
Concordo e nessa altura nem me ocorria tal coisa. Era assunto que não era muito falado e ainda bem.
ResponderEliminarFui a duas aulas dele sem ser daquela faculdade, graças a Deus. E assisti a uma oral que me deu vontade de lhe partir os cornos.
ResponderEliminarMas com o tempo começamos a ligar idiossincrasias e esse aspecto da personalidade assume importância no contexto.
ResponderEliminarIntelectualmente, porém, não tinha qualquer influência, a meu ver.
O indivíduo atingia limites de sadismo em alguns casos.
ResponderEliminarSei de pessoas que foram lá meia dúzia de vezes e chumbaram por qualquer coisa.
Esperar por uma oral do tipo era uma tortura.Na altura em que a fiz havia os assistentes e o tipo apenas ouvia intervindo quando entendia.
A mim, perguntou-me onde localizava no Código Civil, o artigo sobre o direito de propriedade. Como me tinham dito para nunca ir procurar no índice, lá tentei chegar pelos Livros, começando a folhear e a dizer onde deveria estar.
Como não acertei logo de imediato e andei a procurar, vi a coisa tremida. Mas vá lá, cheguei ao artigo e acabou a oral.
O tipo veio fumar o cigarrinho da praxe e então deu-me os parabéns.
Fiquei encantado, claro. Acabei o curso assim e nessa altura já dava aulas.
Imagino o que um Marcos ( que ficou assistente e é lá professor) terá passado na oral...porque em casos de exigência o tipo puxava pelos pergaminhos e esticava a corda para ver até onde poderia ir.
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarO autoritarismo não será conditio sine qua non, como diz. Há alguns exemplos que o comprovam.
Por outro lado, não será a "democracia" condição suficiente também. Para contra-exemplo basta bem a nossa.
Diz o José que tivemos azar e que os que menciona se deixaram levar pelo Soares. Talvez assim seja, e saberá certamente melhor que eu que sou novo e não vivi esses tempos. Mas pelo que sei e vou sabendo, em cometida a parvoíce "dos cravos", penso que era "adaptar ou morrer" para essa gente. Quero eu dizer com isto, que não foi tanto por se deixarem levar como foi por não quererem ser exilados para o Brasil (ou pior) como Caetano, que essas figuras se adaptaram ao novo regime.
Seja como for, lá que tivemos azar tivemos. E não tenho esperança alguma que acabe tão cedo... Porque, ou muito me engano ou, para a democracia funcionar, são essenciais duas qualidades nos eleitores - o estarem informados i.e. saberem quem os rodeia, o que fizeram, fazem, e o que pretendem fazer; e o serem responsáveis i.e. terem a consciência que se votar é um direito, é o dever de um cidadão estar o mais informado possível antes de formular a sua escolha.
Ora, nenhuma destas condições está presente na nossa anedota de sociedade. Hoje em dia, "informação" é saber qual o último fait-divers, e votar é um exercício que oscila entre a futilidade do "são todos iguais" (que, curiosamente, se tende a manifestar sobretudo quando governa a "direita") e a idiotice do "voto obrigatório" que emerge de vez quando nas águas fétidas que constituem o comentário político nacional.
Enquanto se não puder falar abertamente do Estado Novo, e se persistir em varrer todo esse empreendimento para debaixo do "negro fassismo", nunca se poderá verdadeiramente perceber as circunstâncias em que acabou e a desastrosa forma como lhe foi posto fim. Por outras palavras, nunca se poderá vislumbrar o "baby" no ditado anglofono "throwing the baby with the bathwater", que foi precisamente o que foi feito. Os grandes inspiradores do "pensamento democrático" português são, sem excepção (arriscaria eu), vigaristas que se servem da reputação (até essa falsa) de "lutadores anti-fachistas" para obterem a sua credibilidade e autoridade moral. Em lhes tirando isso fica à vista apenas aquilo que na verdade são: escroques oportunistas mais a correspondente mediocridade de quem nunca fez algo positivo na vida à custa do seu próprio suor.
Não vislumbro forma de dar a volta à questão. Autoritarismo está fora de questão nos dias que correm (excepto o que vem da "Europa", mas isso é outra questão), a democracia está podre porque nunca esteve de outra forma. Resta o quê?
A minha catraiada diz bem desse Marcos. Outros do meu tempo que lá estão são simplesmente chanfrados, completamente, e com aquele ar beirão das berças que é indispensável para ser lente ali.
ResponderEliminarFalais quase por código, entre vocês.
ResponderEliminarÉ-me difícil acompanhar... Não sei quem é muita da gente que para aqui é mencionada. Mas, enfim, devagarinho lá hei-de chegar. :)
:) eu também acabei com comercial, na escrita - ou seja, para aquela "casa" sem honra nem glória, porque não acabei na êxtase de uma oral. Mas cheguei a ouvi-lo dizer "fez uma oral brilhante, mas... venha cá para a próxima". :)
ResponderEliminarE o Projecto Social Global que defendia?
Enfim. Uma coisa é certa. Ficamos mais que despertos e críticos.
http://capeiaarraiana.wordpress.com/2008/08/23/7305/
ResponderEliminar«É um dado incontroverso e incontrovertível que para poder subsistir o homem necessita de meios de subsistência, numa palavra, de bens. Bens que, sendo económicos (ou por momentânea impossibilidade de acesso ou pela sua definitiva escassez), são objecto de disputa entre os homens…» (Orlando de Carvalho)
os bens escassos são objecto de disputa que, gerando conflitos – conflitos de interesses – … temos que atender ao princípio do primum vivere, deinde philosophari, sempre fiéis à máxima maquiavélica de não olhar a meios para atingir fins.
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E assim se revisitou um pouco das nossas memórias.
Floribundos
ResponderEliminarQue maldade!!!
O Adriano Moreira?
Havia de ser giro...
Embora o que eu diga, não conte nada eheheheheh!!!
Nunca percebi a importância que se deu a esse advogado, principe dos lugares comuns, banalidades, platitudes pseudo-patrióticas e da serenidade e "sentido de estado" que disfarça a cobardia e o desejo de estar bem com Deus e o Diabo... tão típico de um advogado.
ResponderEliminarEnfim, mais um rosta da "direita" que tem a autorização de aparecer, o que só por si já dá para suspeitar.