...com a "judicialização da política" e papagueia por isso mesmo o estribilho politicamente corrigido pelos entalados do costume: " A judicialização da política" é um jogo perigoso e um populismo fácil. Os juízes têm a obrigação de saber isso."
O Público com esta preocupação editorial está a dar o ar de respeitinho adequado aos que depois de sangrarem as contas do país foram apanhados com as "mãos na massa" pelo Tribunal de Contas e pela ASJP. Havendo indícios de práticas criminosas, a obrigação é participar ao MºPº e foi isso que a ASJP fez.
Mas para o Público tal é um rematado populismo.Fácil, até.
Fácil mesmo é este tipo de jornalismo do tipo "para quem é, bacalhau basta". Suspeito é esta inclinação a favor do poder político em detrimento do poder judicial que só actuará se legalmente tiver razões para tal. E sem sombra de judicialização de política.
Na altura em que os governos de José Sócrates atacaram de forma vil e baixa os magistrados, apodando-os literalmente de calaceiros e cortando as férias judiciais num mês, a medida foi amplamente aplaudida por estes jornalistas de classe turística.
Nessa altura não apareceram editoriais a indignarem-se ou a avisarem contra os perigos da politização da justiça. E no entanto foi exactamente isso que sucedeu, porque foram medidas gratuitas (destituídas de fundamento válido) demagógicas ( para agradar à populaça) e erradas ( tanto o foram que corrigiram a trajectória anos depois).
Entre o poder político e o judicial, já sabemos de que lado anda este jornalismo do respeitinho: do lado dos mais fortes e dos que mandam. A tarefa básica e primordial do jornalismo em controlar o poder político fica assim penhorada à inclinação para o lado do mais forte. Sintomático.
Este jornalismo caseiro, com jornalistas deste calibre não tem emenda possível. É demasiado medíocre para vicejar sem ser neste lameiro.
Isot é impressionante. Ternho para mim que estes imbecis decoram uma palavra e depois repetem a lengalenga.
ResponderEliminarImbecilidade? É favor. Isto é simplesmente sabujice.
ResponderEliminarE cheira-me a dedo teclado de um tal Miguel Gaspar. Mas posso estar enganado.
ResponderEliminarPois é. Tem razão.
ResponderEliminarMas fica a promessa de que darei conta de todos os preocupados com esta temática e dos respectivos argumentos.
ResponderEliminarPara se ver quem é quem.
Como rigorosamente mostra o José,o grupo coral de jornalistas, comentadores e políticos que anda por aí a intoxicar a opinião pública com o fantasma da "judicialização" da política não tem fundamento constitucional, legal, e menos ainda na realidade.
ResponderEliminarSim, porque na realidade aconteceu o contrário. Estamos como estamos, também, porque não houve o menor controlo judicial sobre os negócios que os políticos se habituaram a fazer com o nosso dinheiro. E o total falhanço desse controlo significa que não somos, de facto, todos iguais perante a Lei. Este facto é indesmentível, até para os mais distraídos.
Ora, só este facto deveria ser suficiente para uma Revolução. Mas aconteceu pior. A impunidade que se instalou e cresceu em espiral concretizou-se numa crescente imoralidade na alocação dos recursos públicos. Produziu injustiça social. Levou Portugal à bancarrota. E agora, mantendo-se, produzirá mais injustiça social na distribuições dos sacrifícios.
A Justiça como, noutro plano, o jornalismo, têm de ser trincheiras de defesa da Democracia. Sucede que defender a Democracia é bem diverso de proteger, pela omissão ou pela censura, a imagem da classe dirigente do momento. E é isso que tem acontecido, como se ainda estivéssemos no Estado Novo.
A manutenção da passividade judicial e da imprensa perante os verdadeiros escândalos, ainda por cima, é arriscada. Conduzirá, fatalmente, a novos saques ao erário público. A impunidade, numa sociedade capitalista, irá sempre dar aí.
Quanto ao jornalismo, o que se revela é uma triste institucionalização. Um aparelho mediático que chia, histérico, contra a investigação do destino dado ao dinheiro público já não pertence ao Povo. Faz parte daquela coisa estranha com que o homem da rua explica a realidade:
"Eles".
Os políticos, os juízes, os jornalistas e todos os contribuintes sérios ainda merecem outra coisa.
Qaundo é que o MP abre um inquérito à questão do roubo no TGV? Está à epsera que a ASJP lhe apresente uma queixa?
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