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quarta-feira, março 14, 2012

Salazar e as PPP

Estas imagens são do livro de Pedro Jorge Castro, Salazar e os milionários, editado em 2009 pela Quetzal. É um livro que se recomenda e já aqui foi recomendado para leitura paralela com o de Francisco Louçã e a ganga do BE, sobre os "donos de Portugal" e ainda noutra ocasião.

A passagem transcrita respeita a uma ética. Salazar tinha um relacionamento amoroso com uma francesa, casada. Em 1951 a senhora veio a Portugal fazer uma série de entrevistas com Salazar, depois publicadas em livro. As despesas com hotéis, transportes, viagens, presentes, eram custeadas por Salazar que pagava do seu bolso. Como? Ricardo Espírito Santo, um banqueiro, familiar do homónimo que manda no BES e em parte do Portugal político, pagava, liquidando essas despesas e depois Salazar reembolsava-o. Isso porque eram amigos.
Não obstante essa amizade, os negócios do Estado não entravam directamente nas contas entre ambos, em modo de favor particular. Contudo, esse Espírito Santo tinha negócios com o Estado e dependia do Estado para fazer negócios.
Seria interessante fazer um paralelo ético entre o modo como se faziam então esses negócios, os políticos que actuavam então e decidiam sobre os mesmos e os de agora.
Seria interessante por dois motivos: para se ver a diferença ética numa altura em que a lei não era o padrão ético ( os que agora isto defendem, abominam as leis de Salazar...)e principalmente para se verificar o que aprendeu o actual Ricardo Espírito Santo, na educação que recebeu. E para se entender a evolução dos costumes e do tempo...
Seria ainda interessante para perceber se alguma vez nessa altura se fariam negociatas como as que decorreram com as PPP´s em que o actual Ricardo Espírito Santo é um personagem central, a par de alguns outros.
Escusado será dizer que nessa altura, estas situações eram muito bem definidas e nem havia lei para o dizer. Não era precisa...

4 comentários:

  1. Era/é interessante esse paralelo entre os políticos de agora e o político de então, Salazar, sobre o modo como se faziam e se fazem agora os negócios e se entrecruzavam e entrecruzam agora os interesses pessoais com os de Estado. Isso faz toda a diferença. Havia ética, princípios, seriedade . Sem tais atributos tudo se pode esperar. Não há leis que os possam substituir.

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  2. Mme Garnier foi uma das várias aventuras amorosas do PM
    separava a amizade dos negócios. nada de promiscuidade

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  3. A grande diferença não está nos banqueiros: sempre os mesmos. Está na qualidade humana dos políticos que, de pois de 1974, salva uma minoria de ingénuos e bem intencionados, é escumalha da pior espécie. (Entre os bem intencionados, seja permitido lembrar o grande humanista que foi o chefe do 1º governo provisório, Adelino da Palma Carlos, que logo em Junho se demitia ante a ofensiva da cambada, para não ser conivente com a balbúrdia e cúmplice com o afundamento trágico do Ultramar.)

    E agora, que estão a chegar à ribalta do poder mais e mais rebentos do sistema pseudo-educativo vigente há 38 anos, o meu caro José o que sugere para darmos volta à situação? Mais apelos ao grande mito iluminista e laicista da "Educação"?...

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  4. Sugiro que se leia uma obra do séc. XIX chamada Manual Encyclopédico, da autoria de Emilio Achiles Monteverde. Era um manual destinado ao ensino primário.

    Só falava em deveres e nem referia a palavra direitos...

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