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terça-feira, abril 10, 2012

A causa gay e o Público

Da revista New Yorker, último número, sobre o jornal inglês Daily Mail, um tablóide que em Portugal apenas se encontra paralelo no Correio da Manhã.

Sobre os critérios jornalísticos do director, premiado mais uma vez, na semana passada:

Last week, the Mail swept the British Press Awards, winning nine, including Newspaper of the Year and Website of the Year. The Mail’s competitive advantage lies in its connection to its readers. “There’s a lot of rubbish talked about what people are interested in,” Dacre told me. “When my executives tell me everyone’s fascinated by a particular subject—say, a pop star or a film—I ask myself, ‘Would my family be interested?’ Eight times out of ten, I instinctively know when the answer is no.”

Dacre is a divining rod for stories, detecting journalistic gold on ground that others have bypassed or hurried over. Simon Kelner, a former editor of the Independent and the chief executive of the Journalism Foundation, said, “What the Mail does so well is to shamelessly borrow from other media. Even if a story has been somewhere else, you’ll find it the next day in the Mail, done bigger, very often done better, with a real sense they have that the people who read the Mail only read the Mail.” A reporter on a rival paper told me, “Dacre has this sense for what’s really going to get the average punter wound up.”

O critério é muito simples de entender: o director pergunta-se " estará a minha família interessada nesta notícia?"

Tomemos agora o caso do Público de hoje que tem uma página 19, assim estilizada, com um artigão de duas colunas e foto, sobre os gays e a discriminação de que são vítimas em África.

Publicaria o Daily Mail um artigo destes segundo aquele critério? Evidentemente que não. O Público não é o Daily Mail: é mais pretensioso,claro. E enviesado para estes assuntos algo marginais e de causas fracturantes.

A direcção do jornal entende, porventura, que este assunto interessa sobremaneira aos seus leitores.

Quando um jornal oferece um prato destes ao consumidor habitual tem todo o direito de o fazer. Mas a insistência neste cardápio é um convite claro a mudança de restaurante de leituras diárias de jornal.

Além do jacobinismo latente que só se excepciona na inaplicação de um acordo ortográfico o Público enfileira na marcha do "orgulho gay" num modo mais que desproporcionado.

Já chega! Vou mesmo mudar de ementa. Esta já enjoa.

4 comentários:

  1. estou farto de notícias sobre paneleiros do 'cu arrebenmtado'.
    esquecem os problemas do país

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  2. Se bem me lembro!...

    Há uns anos atrás, o desbocado Alberto J. dizia mais ou menos isto: "o poder e os média em Lisboa estão a ficar infestados de traidores e homosexuais"

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  3. O mais engraçado é que se eles estão à espera que os homos sejam tolerados em África, bem podem esperar sentados...

    Como dizia o Larteguy, África é uma quimera, digere tudo o que lhe atirem para cima, e cospe uma coisa estranha de cuja substância original tem apenas alguns laivos reconhecíveis...

    Os únicos que conseguem fazer alguma coisa daquilo são os Chineses, gente paciente, que procedem, tranquilamente, à colonização de todo o continente. Sem disparar um tiro, e sempre nas boas graças dos indígenas. Infelizmente para eles, os chineses esgotarão metodicamente todos os recursos que puderem de lá, e a seguir abandona-los-ão à sua sorte.

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  4. Quem os topou há muito tempo foi o esquerdalho Carlos Candal, um antifascista que ipso facto passou à categoria de grunho. O púbico é notoriamente um jornal de gajas, de gajas de ambos os géneros, digo eu há muito. A teia que a São José tece é assim coisa ambígua mas nada equívoca.

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