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quarta-feira, abril 04, 2012

A crónica contra a corrente


Luís de Sousa, o intelectual destacado para os assuntos da corrupção, escreve hoje no Público esta crónica contra a corrente.
A saudação à iniciativa da ASJP em participar criminalmente os factos de que tomou conhecimento, após obtenção de documentos do governo é o mote.
Tal destoa do discurso politicamente correcto tangido pelos próceres do antigo governo PS e que temem a exposição de crimes e desmandos, acompanhados paripassu pelos pagapaios dos media e comentadores avulsos, tipo MST´s.

O que Luís de Sousa diz é do senso comum mais elementar:

"O receio que esta atitude musculada por parte da magistratura judicial face à venalidade do poder político possa consubstanciar uma perigosa violação da separação de poderes é alarmista, desproporcional e fruto de uma concepção conservadora do Estado de Direito, incompatível com as exigências de uma sociedade aberta, transparente de democrática."

Se alguns magistrados que comentaram o caso nos media, por meias palavras, estão contra a iniciativa da ASJP, enfileirando no coro de lamentações contra a "judicialização da política", este discurso é uma lufada de ar fresco.
De todas as crónicas que li na imprensa, estugadas pelos comentadores avulsos habituais, o tom geral ia da indignação pela atitude da ASJP até à hipocrisia mais soez, a ressumar a política partidária mais rasteira.
Claramente a favor dessa atitude da ASJP? Nem uma mão cheia, sequer. Magistrados? Nenhuns, publicamente.
Isto diz muito da democracia que temos, dos comentadores arregimentados nos jornais, da influência que os partidos têm na vida das pessoas que comentam e o senso comum geral, condicionado por esses papagaios. Diz muito do ambiente geral condicionado em que vivemos. O discurso dominante é o da partidarite.

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