Os 11 arguidos do caso Portucale, ligado ao abate ilegal de sobreiros para a construção de um empreendimento imobiliário e turístico em Benavente, foram hoje absolvidos de todos os crimes de que estavam acusados.
O caso Portucale tinha como principal arguido o empresário e ex-dirigente do CDS-PP Abel Pinheiro e relaciona-se com o abate de sobreiros na herdade da Vargem Fresca, em Benavente, para a construção de um projeto turístico-imobiliário da empresa Portucale, do Grupo Espírito Santo (GES), por força de um despacho conjunto dos ministros do então Governo PSD/CDS Nobre Guedes (Ambiente), Telmo Correia (Turismo) e Costa Neves (Agricultura).
A investigação do caso Portucale envolvou escutas telefónicas e as conversas interceptadas deram origem a um outro processo (autónomo) relacionado com a compra por Portugal de dois submarinos ao consórcio alemão Ferrostal e cujo inquérito, também com contornos políticos, está por concluir há vários anos no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
A leitura do acórdão ocorreu nas Varas Criminais de Lisboa, depois de ter sido adiada por três vezes.
Por causa deste assunto agora arrumado na primeira instância como se tudo fosse uma festa, Paulo Portas andou muito preocupado ( na verdade ainda anda) e jurou em ambiente público-privado, num restaurante, que se deveria quebrar a espinha aos juízes. Pelo menos dessa fama de justiceiro contra a justiça, não se livra. Já foi há muito tempo e se calhar já mudou de ideias.
Hoje, no decorrer de outro julgamento cujo resultado pode ser idêntico, um responsável não deixa dúvidas a quem não as deveria ter. Não obstante, o prognóstico é igual ao dos sobreiros: vai tudo pós porcos. Salvo seja, claro.
A Justiça, em Portugal, é uma senhora de bem e custa-lhe muito perceber a realidade nua e crua. Prefere o manto diáfano da fantasia.
Gary Russell - que não se recorda se a referida quantia era em euros ou libras - começou por dizer que não tinha tido conhecimento de um pedido daquela quantia, mas à medida que foi questionado pelo procurador da República admitiu saber, indicando que terá sido solicitada por "um escritório de advogados", do qual não disse o nome. [o escritório de advogados, segundo constou na altura, foi o de Vasco Vieira de Almeida, que na altura não estava nada preocupado com o caso... -nota minha]
A testemunha, que referiu ter "acompanhado de perto o processo do Freeport juntamente com o director Johnattan Rawnsley", disse ainda não "ter ideia" do que mudou no projecto para que a terceira avaliação ambiental fosse positiva depois de duas negativas, admitindo porém, que o projecto inicial sofreu algumas alterações.
Negou, contudo, que tenham sido feitos pagamentos "ilegais ou subornos" a alguém para que a construção fosse viabilizada.
O director comercial do Freeport entre 1998 e 2007, Gary Russell, confirmou hoje no Tribunal do Barreiro ter-se reunido com José Sócrates, no gabinete ministerial deste, antes de ser aprovado o licenciamento do 'outlet'.
Questionado pelo procurador da República sobre se se lembrava onde tinha ocorrido essa reunião e com que objectivo, Gary Russell respondeu que "foi no gabinete dele [Sócrates], antes da aprovação do projecto" e que serviu "para tentar explicar a importância do projecto para a regeneração de Alcochete já que o local era um antiga fábrica de pneus".
Vale ou não vale a pena ter um bom Encobridor-Geral?
ResponderEliminarPor alguma razão ele não gera anticorpos nos partidos deste governo e no PR.
na altura em que noticiaram o caso Portucale disseram na ar que Pinheiro duma loja do Gol era protegido por maçons deputados socialistas
ResponderEliminaro DN anda nitidamente a destapar o pinóquio que no passado protegeu
o Vasco agarrava a bola de rugby com uma só mão ... a esquerda
vivemos na republiqueta dos anacletos